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RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.º155º do C.I.R.E.)

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Evangelina Barbosa

Administradora da insolvência

_________________________________________________________________________________________________ Processo nº 718/14.0TBEPS do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão

Relatório da administradora judicial (art.º 155º do CIRE) Insolvente: Olívia dos Santos Coutinho Maia

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA

(Elaborado nos termos do art.º155º do C.I.R.E.)

Notas prévias:

Publicidade de Sentença efetuada no Portal Citius em 21-08-2014  Reunião realizada com a insolvente em 29-09-2014

 Assembleia de Credores agendada para 15-10-2014 pelas 09:30horas

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

OLÍVIAMARIASANTOSCOUTINHOMAIA

NIF: 136 835 155

DATA DE NASCIMENTO: 31-10-1950

ESTADO CIVIL: Casada

RESIDÊNCIA: Praceta da Lagoa, n.º 11, R/C Direito, 4740-560, freguesia de Gandra, concelho de Esposende  SITUAÇÃO FACE AO EMPREGO: Desempregada

2. ACTIVIDADE A QUE SE DEDICARAM NOS ÚLTIMOS 3 ANOS E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ACTUAL

- Artigo 155ª, nº 1, alínea a) do CIRE –

- Análise dos elementos incluídos no documento referido no artigo 24ª, nº 1, alínea c) do CIRE-

A – SITUAÇÃO ATUAL

– Do agregado Familiar

A insolvente é uma pessoa singular, de 63 de idade. É casada catolicamente no regime da comunhão de adquiridos com Manuel Maia desde 10-06-1972. Do seu casamento nasceram duas filhas, atualmente maiores de idade.

A insolvente reside com o seu marido e a sua filha solteira em casa de habitação social, sita na Praceta da Lagoa, n.º 11, R/C Direito, 4740-560, freguesia de Gandra, concelho de Esposende, mediante um contrato de arrendamento celebrado com o Município de

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Evangelina Barbosa

Administradora da insolvência

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---Outubro/2014---

Processo nº 718/14.0TBEPS do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão Relatório da administradora judicial (art.º 155º do CIRE) Insolvente: Olívia dos Santos Coutinho Maia

Esposende. De acordo com o que vem dito na Petição Inicial, a renda mensal cifra-se no montante de 60,00 euros à qual acresce a quantia de € 20,00 a título de condomínio.

– Dos rendimentos auferidos

No que concerne à atividade profissional exercida pela insolvente, e de acordo com o que vem dito na Petição Inicial, sabe-se que a insolvente “é doméstica, encontra-se há vários anos desempregada, não auferindo qualquer remuneração ou subsídio, e encontra-se impossibilitada de trabalhar devido a múltiplas doenças que padece e que a impossibilitam que desenvolva qualquer atividade profissional (…) O marido da Requerente é reformado e aufere uma pensão de reforma de cerca de €404,69 mensais. A filha da Requerente, que com ela vive, também se encontra desempregada, padece de problemas de saúde, designadamente asma, e não aufere qualquer subsídio ou rendimento (…) assim sendo, o agregado familiar da requerente que, como referido anteriormente, é composto por si, pelo seu marido e pela filha Paula sobrevive com a pensão de reforma auferida pelo marido da Requerente, que ronda os € 404,00 mensais”.

A insolvente não juntou aos autos as declarações de IRS reportadas aos últimos três anos. Sucede que a AI também não logrou obter da insolvente a senha de acesso ao Portal das Finanças, pese embora a mesma tenha sido requerida pela AI, pelo que não se poderá pronunciar quanto aos rendimentos auferidos nos últimos três anos.

– Dos Custos com o Agregado Familiar

De acordo com as declarações constantes da Petição Inicial, a insolvente “para além dos gastos com a medicação, a Requerente tem, ainda, a renda da casa de habitação social onde reside e o respectivo condomínio, no valor de €60,00 e €20,00 mensais respetivamente (…) a água, luz e água da casa onde reside, no valor aproximado de € 85,00 mensais”. Da Petição Inicial pode ler-se ainda: “os problemas de saúde da Requerente que a têm impedido de trabalhar, acarretando ainda maiores despesas mensais, aliado aos problemas de saúde do seu marido e à diminuta pensão de reforma, único rendimento do agregado, tem feito com que apenas consigam sobreviver com a ajuda de instituições que lhes fornecem comida e outros bens essenciais à sobrevivência humana.”

B – CAUSAS DA SITUAÇÃO ACTUAL

Do que se conseguiu apurar, designadamente do teor da Petição Inicial, dos elementos obtidos por indagação, verifica-se que: “A Requerente desde que se encontra desempregada, e apesar dos seus graves problemas de saúde, há mais de dez anos que tenta procurar um emprego adequado às limitações físicas que possui e que lhe permita trazer um rendimento ao seu agregado familiar (…) o que não conseguiu, devido à conjuntura económica, financeira e social do nosso País (…) face ao escasso rendimento do agregado familiar da Requerente esta deixou de conseguir cumprir os seus compromissos (…) o endividamento começou, então, a

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Evangelina Barbosa

Administradora da insolvência

_________________________________________________________________________________________________ Processo nº 718/14.0TBEPS do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão

Relatório da administradora judicial (art.º 155º do CIRE) Insolvente: Olívia dos Santos Coutinho Maia

ser cada vez maior (…) fruto da atual crise e do custo de vida a aumentar (…)a Requerente tentou, também, junto dos credores, negociar a diminuição das prestações pagas, embora sem sucesso.”

– Da análise ao Passivo da Insolvente

Pela análise às reclamações de crédito rececionadas até à data, e por referência ao passivo arrolado pela insolvente, verifica-se que o mesmo emerge, essencialmente, do financiamento obtido conjuntamente com o seu marido junto do Banco Credibom, S.A., o que culminou no sucessivo endividamento e no não pagamento das suas obrigações, como é o caso do incumprimento do contrato de arrendamento com o Município de Esposende, do contrato com a prestação de serviços da EDP Comercial, S.A., também com a PT Comunicações, S.A. ou ainda de fornecimentos de bens médicos a farmácias e também a uma ótica.

O passivo conhecido à insolvente, nesta data, cifra-se no valor aprox. de 3.200,00 euros.

CONCLUINDO,

Da análise dos elementos constantes na Petição Inicial, bem como das diligências efetuadas pela Administradora da insolvência, afere-se que a situação de insolvência surge como corolário do empréstimo obtido pela insolvente e pelo seu marido junto do Banco Credibom, S.A. Com efeito, não conseguiu dar cumprimento a tais obrigações, face aos rendimentos do seu agregado familiar e às despesas a suportar mensalmente, tendo culminado no incumprimento generalizado das suas obrigações.

3. ANÁLISE ESTADO DA CONTABILIDADE DO DEVEDOR E OPINIÃO SOBRE OS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA

- Artigo 155ª, nº 1, alínea b) do CIRE –

Não aplicável por força da alínea f) do nº 1 do artigo 24º do CIRE (não tem contabilidade organizada)

4. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA DO DEVEDOR, NO TODO OU EM PARTE, DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA, E DAS CONSEQUENCIAS DECORRENTES PARA OS CREDORES NOS DIVERSOS CENÁRIOS FIGURÁVEIS

- Artigo 155ª, nº 1, alínea c) do CIRE –

Pelo que foi possível apurar, decorrente das diligências encetadas, inclusive das buscas efetuadas junto da Administração Tributária e Serviços de Registo Predial e Automóvel, verifica-se que:

1. De acordo com o que vem referido na Petição Inicial, a insolvente encontra-se desempregada sem direito ao subsídio de desemprego ou a qualquer remuneração;

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Evangelina Barbosa

Administradora da insolvência

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---Outubro/2014---

Processo nº 718/14.0TBEPS do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão Relatório da administradora judicial (art.º 155º do CIRE) Insolvente: Olívia dos Santos Coutinho Maia

2. O marido da Requerente é reformado e aufere uma pensão de reforma de cerca de 404,69 euros mensais. De acordo com o que vem dito na P.I. “Não possui qualquer outro rendimento mensal, e vive actualmente da caridade da família e da ajuda de amigos próximos”;

3. Sob o ponto de vista de propriedade, e em resultado das buscas realizadas, não é conhecido à insolvente nenhum bem imóvel, veículo automóvel ou outro bem móvel sujeito a registo;

4. É, pois, manifesta a insuficiência económica da insolvente, porquanto não dispõe de quaisquer meios capazes de liquidar as suas dívidas vencidas;

5. Pelo que se verifica que, atualmente, face gado familiar da insolvente, não existe possibilidade de esta vir a gerar receitas suficientes para fazer face às suas obrigações.

Consequentemente:

I. Sem qualquer património passível de ser apreendido e integrado na massa insolvente, em benefício dos credores, os insolventes não dispõem de meios para fazer face aos créditos que venham a ser apurados.

II. E a massa insolvente (inexistente) é insuficiente para a satisfação das custas do processo e das restantes dívidas da massa insolvente.

5. EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE

Na petição inicial, veio a insolvente requerer ao Tribunal que lhe fosse concedida a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no artigo 235º e seguintes do CIRE. Para tal, declara expressamente “a Requerente compromete-se a observar todas as condições exigidas nos artigos 237º e seguintes, designadamente o previsto no artigo 239º nº4 do CIRE”.

A este respeito,

Veio o Credor – Prime Credit 3 SARL, no seu expediente de reclamação de créditos, tecer considerações para efeitos de apreciação do passivo restante tais como: ”não basta à insolvente alegar que estão preenchidos os requisitos legalmente exigidos, é necessário também que, do seu comportamento resulte que não contribuiu propositadamente para a situação de incumprimento/insolvência em que se viu colocado, o que se afere através dos elementos carreados para os autos, dos documentos juntos, que permitirão concluir sobre a transparência e a colaboração da Insolvente (….) importa também aferir, de entre outros critérios, se a insolvente cumpriu o dever de se apresentar à insolvência dentro de seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo para os credores e sem perspetivas serias de melhoria da sua situação económica (artigo 238º nº1 al. a) do CIRE”

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Evangelina Barbosa

Administradora da insolvência

_________________________________________________________________________________________________ Processo nº 718/14.0TBEPS do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão

Relatório da administradora judicial (art.º 155º do CIRE) Insolvente: Olívia dos Santos Coutinho Maia

Contudo,

Conforme evidenciado anteriormente, a situação de insolvência da insolvente adveio como corolário do crédito contraído conjuntamente com o seu marido junto do Banco Credibom, S.A. que, face aos reduzidos rendimentos do agregado familiar da insolvente e perante a sua situação de desemprego e da sua filha não permitiu à insolvente continuar a honrar os compromissos assumidos.

No que concerne ao alegado retardamento da apresentação à insolvência, e de acordo com o Douto Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, Processo n.º 1728/11.5TJLSB-B.L 1.S1, do Relator Martins de Sousa de 21-03-2013, “o retardamento da apresentação de pessoa singular, só por si, não é fundamento para o indeferimento liminar da exoneração do passivo e só o será, se, nomeadamente, lhe sobrevier o prejuízo dos credores de responsabilidade do devedor apresentante (…) este prejuízo deve ser efetivo e portanto integrante de factos carreados e demonstrados por credores ou pelo administrador da insolvência, pois, sendo impeditivos do direito do devedor, natural será que sobre tais sujeitos recaia o respetivo ónus probandi (…) não há assim prejuízo que, automaticamente, decorra do retardamento na apresentação, nomeadamente, pelo facto de os juros associados a tais créditos em dívida se acumularem no decurso desse atraso, pois que tais juros, no atual regime da insolvência, se continuam a contar mesmo depois da apresentação.”

Acresce ainda, de acordo com o Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, Processo n.º 1194/11.5T2AVR-E.C1 do Relator Maria Catarina Gonçalves, “o prejuízo que releva para efeitos de indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo – e que, não podendo ser presumido, tem que decorrer dos factos demonstrados ou evidenciados nos autos – não é o prejuízo que advém para os credores da situação de incumprimento e da insolvência do devedor, mas sim o prejuízo emergente do atraso na apresentação à insolvência, ou seja, o prejuízo sofrido pelos credores que teria sido evitado caso o devedor se tivesse apresentado à insolvência em tempo oportuno (…) a afirmação de tal prejuízo pressupõe a verificação de factos ou circunstâncias que permitam concluir que, no caso concreto, o atraso na apresentação à insolvência determinou uma impossibilidade ou dificuldade acrescida na satisfação dos créditos que existiam à data em que se verificou a insolvência decorrente do aumento do passivo (em virtude de o devedor ter contraído novas dívidas após a verificação da insolvência e o momento em que se devia apresentar) ou da diminuição do activo (em virtude de o devedor ter praticado actos de dissipação ou delapidação do património entre a verificação da insolvência e o momento em que, tardiamente, a ela se vem apresentar) ”.

Nestes termos, a administradora de insolvência não tem conhecimento de que a insolvente se enquadre em nenhuma das situações previstas no artigo 238º nº 1 do CIRE.

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Evangelina Barbosa

Administradora da insolvência

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---Outubro/2014---

Processo nº 718/14.0TBEPS do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão Relatório da administradora judicial (art.º 155º do CIRE) Insolvente: Olívia dos Santos Coutinho Maia

De todo o exposto,

AI PROPÕE à Assembleia de Credores:

a) Que, após a apreciação da exoneração do passivo restante, seja o processo encerrado por insuficiência da massa insolvente ao abrigo do disposto no artigo 232º do CIRE.

Com base na informação prestada nos pontos I e II anteriores, a administradora de insolvência mais

Requerer a Vª Exa

1º. Que, nos termos do disposto no artigo 153º nº 5 do CIRE, seja dispensada da elaboração do inventário.

P

EDE DEFERIMENTO

,

Muito atentamente A administradora da insolvência,

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Referências

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