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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC /2012-5

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 024.749/2012-5

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GRUPO I – CLASSE V – Plenário

TC 024.749/2012-5

Natureza: Relatório de Acompanhamento

Órgão/Entidade:

Banco

Nacional

do

Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES), Governo do Estado do Paraná.

Interessado: Tribunal de Contas da União (SecexEstataisRJ).

Advogado constituído nos autos: não há.

Sumário: COPA DO MUNDO DE 2014. ACOMPANHAMENTO

DA OPERAÇÃO DE CRÉDITO RELATIVA À REFORMA E

AMPLIAÇÃO DO ESTÁDIO ARENA DA BAIXADA. OBRA

VIABILIZADA POR MEIO DE CONVÊNIO ENTRE O

ESTADO DO PARANÁ, O MUNICÍPIO DE CURITIBA E O

CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE. RECURSOS FEDERAIS

LIMITADOS AO FINANCIAMENTO DO BNDES À AGÊNCIA

DE FOMENTO DO ESTADO, EM EMPRÉSTIMO NO VALOR

DE R$ 131,2 MILHÕES. OBRA ATUALMENTE AVALIADA

EM R$ 262,4 MILHÕES. ADEQUAÇÃO SOCIETÁRIA À

LEGISLAÇÃO CIVIL. COMUNICAÇÃO DO TCE/PR ACERCA

DE EVENTUAL DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO DO

TRIBUNAL. OITIVAS. AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADES.

COMUNICAÇÕES.

PROVIDÊNCIAS

INTERNAS.

ARQUIVAMENTO.

RELATÓRIO

Cuidam os autos de relatório de acompanhamento tendente a avaliar a regularidade da

operação de crédito realizada entre o BNDES e o Governo do Estado do Paraná, para financiar o

projeto de reforma e ampliação do estádio Arena da Baixada, em Curitiba/PR, que se insere no esforço

para realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014.

2.

Transcrevo, com as adaptações na forma que entendo adequadas, o relatório elaborado pela

SecexEstataisRJ, que contou com a anuência do corpo dirigente da unidade (peças 56 a 58):

" Trata-se de acompanhamento de conformidade da operação de crédito relativa ao projeto da Arena da Baixada, realizada entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDES e o estado do Paraná, como parte dos empreendimentos necessários para a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

2. Nesta instrução, encontra-se sob análise eventual descumprimento dos termos do Acórdão 664/2013 – TCU – Plenário, no que tange à determinação, endereçada ao BNDES, conforme informação encaminhada ao TCU, em 12/06/2011, pelo Presidente do Tribunal de Contas do Paraná – TCE/PR, Conselheiro Artagão de Mattos Leão, por meio do Ofício 25/13 GAB/COPA (peça 43).

3. Anexo ao referido Ofício 25/13 GAB/COPA, veio o Ofício 23/13 GAB/COPA, por meio do qual o TCE/PR informou ao BNDES que, na análise da documentação encaminhada em cumprimento ao Acórdão 664/2013 – TCU – Plenário, foram encontradas discrepâncias nos valores dos orçamentos, não havia a data base para atualização dos valores e não foram apresentadas todas as pranchas do projeto, razão pela qual o TCE/PR não pôde analisar o projeto executivo do Estádio da Arena da Baixada de modo a verificar eventual indicação de irregularidades que envolvam possíveis danos ao Erário (peça 53).

4. À vista do Ofício 25/13 GAB/COPA encaminhado pelo TCE/PR ao TCU, o Relator, Ministro Valmir Campelo, determinou, com base no art. 276, §2º, do Regimento Interno do TCU, a oitiva do BNDES e do

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Governo do Estado do Paraná para que se manifestassem acerca do cumprimento aos termos do Acórdão 664/2013-Plenário (peças 45 a 47 e 49).

5. Assim, serão analisadas as respostas às oitivas apresentadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, em 09/07/2013, e pelo Governo do Estado do Paraná, em 25/07/2013 (peças 44, 48 e 51).

6. Também foram juntados aos autos o Ofício 0124/2013, encaminhado pelo Ministério Público do Estado do Paraná, e o Ofício 75/13 GAB/COPA do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, por meio da qual encaminha ao TCU cópia do Relatório nº 7, produzido pela Comissão de fiscalização dos recursos públicos aplicados para a realização da Copa do Mundo de 2014. Ambas as correspondências visam atender às determinações proferidas no Acórdão 664/2013-TCU-Plenário (peças 50 e 52).

7. Por fim, estando os autos já em instrução, ingressou no Tribunal, em 07/08/2013, o Ofício AT – 079/2013 encaminhado pelo BNDES, por meio do qual informa que já foi encaminhada ao TCE/PR a documentação recebida do beneficiário necessária ao cumprimento do Acórdão 664/2013 – Plenário, bem como a informação sobre o valor atualizado do orçamento da obra do estádio Arena da Baixada (peça 54).

II. Histórico

8. O Acórdão 678/2010 – TCU – Plenário determinou a realização de fiscalizações no BNDES e na Caixa Econômica Federal - CEF, com o objetivo de verificar a regularidade dos procedimentos de concessão de empréstimos ou financiamentos aos governos estaduais ou municipais para as obras de construção ou reforma de estádios de futebol e de mobilidade urbana, relacionadas com o evento Copa do Mundo de Futebol de 2014.

9. Inicialmente, a 9ª Secex, atual SecexEstataisRJ, realizou levantamento com o fim de conhecer as ações do BNDES voltadas para financiamento de projetos inseridos no esforço de realização da Copa do Mundo. O processo TC 010.721/2010-0 consubstanciou essa análise e resultou no Acórdão Plenário 2.298/2010, que fez determinações e recomendações ao BNDES no sentido de incorporar melhorias à análise dos projetos que lhe são submetidos.

10. O retromencionado Acórdão determinou, também, que fossem autuados acompanhamentos específicos para cada financiamento de estádio. Com essa finalidade, foi aberto este Relatório de Acompanhamento, que examina a conformidade dos atos relativos ao financiamento do BNDES para a Arena da Baixada, que será construída mediante uma estrutura de atuação conjunta, por meio de convênio entre o Estado do Paraná, o Município de Curitiba e o Clube Atlético Paranaense – CAP, que é o proprietário do estádio Joaquim Américo (Arena da Baixada), firmado em 20/9/2011, e aditado pelos termos aditivos 19275/03, de 28/5/2012 (Peça 4) e 19.275/04, de 28/5/2012 (Peça 5).

11. O Tribunal prolatou então o Acórdão 664/2013 – Plenário, por meio do qual fez as seguintes determinações ao BNDES:

9.1. determinar ao BNDES que, com base no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, em relação à liberação de parcelas do crédito para o Governo do Estado do Paraná, no âmbito do contrato de financiamento para viabilização a implantação do Estádio Arena da Baixada, em Curitiba/PR, para a liberação de parcela superior a 65% do crédito total financiado:

9.1.1. encaminhe o projeto executivo ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná, com antecedência mínima de 45 dias à data de liberação de novos recursos pelo Banco que virão a ultrapassar esse limite de 65% do crédito total financiado;

9.1.2. caso apontada(s) irregularidade(s) pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná, que, a seu juízo, envolva(m) possíveis danos ao Erário ou desvios aos princípios fundamentais da Administração Pública, no que tange a conteúdo e/ou execução do projeto executivo, abstenha-se de liberar novas parcelas do financiamento até que a(s) eventual(is) irregularidade(s) constatada(s) vier(em) a ser elidida(s);

9.1.3. com base no Acórdão 845/2011 – Plenário, de 6/4/2011, proceda alteração contratual, especificamente em relação à cláusula Décima, item II, “a”, de modo a desobrigar o contratante a apresentar pronunciamento do TCU acerca do projeto executivo; e

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9.1.4. verifique a necessidade de proceder à alteração do contrato de financiamento, firmado com o estado do Paraná, por meio de termo aditivo, visando restabelecer seu equilíbrio econômico- financeiro em virtude da habilitação do projeto da Arena da Baixada – PR ao Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol (Recopa);

III. Do Financiamento e do Acompanhamento das Obras na Arena da Baixada

12. A atuação do TCU sobre as obras de construção ou reforma dos estádios que sediarão a Copa 2014 ocorre, neste caso, pelo acompanhamento da regularidade dos procedimentos de concessão de financiamento ao Estado do Paraná, que firmou convênio com o Município de Curitiba e o Clube Atlético Paranaense – CAP para as adequações do Estádio Joaquim Américo (Arena da Baixada), de propriedade do CAP, necessárias à realização dos jogos da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 na cidade de Curitiba.

13. O modelo de construção da Arena é um convênio firmado entre o Estado do Paraná, o Município de Curitiba e o Clube Atlético Paranaense – CAP em um valor total de R$ R$ 184.600.000,00, rateado de forma equitativa entre as partes: R$ 61.533.333,33 para cada parte.

14. Em virtude do CAP não atender as condições mínimas para receber o apoio direto do BNDES no âmbito do Programa ProCopa Arenas, o BNDES concedeu financiamento ao Estado do Paraná que, por meio do seu Fundo de Desenvolvimento Econômico – FDE, financia a Sociedade de Propósito Específico - CAP S/A, em condições similares ao do financiamento entre BNDES e Estado do Paraná.

15. Dessa forma todas as garantias do financiamento concedido pelo BNDES foram dadas pelo Estado do Paraná, mediante a vinculação de quotas-parte do Fundo de Participação dos Estados – FPE e de parcelas do IPI-Exportação, ou, ainda, outros recursos destinados ao Estado do Paraná.

16. Nessas condições a ação fiscalizadora do TCU consiste na avaliação da legalidade, legitimidade e finalidade do contrato de financiamento, que deve ser feita no âmbito do BNDES. As questões afeitas à forma de estruturação financeira para a realização da obra, bem como referentes ao seu custo, por poder vir a impactar nos cofres estaduais, a quem cabe pagar o financiamento ao BNDES, cabe à Corte de Contas Estadual, que no caso ora em análise informou que não pode exercer a sua missão em razão de ausência de documentos e informações que impediam a devida análise do projeto executivo.

17. Os dados sobre o financiamento firmado para apoiar a construção da Arena da Baixada (Contrato 12.2.0852.1) e os desembolsos já efetuados estão dispostos abaixo:

a) Data de Assinatura: 13/11/2012;

b)Valor do total do projeto (R$) 184.600.000,00 (excluídos R$ 5.040.000,00 referentes a investimentos feitos antes de 2009, resulta em R$ 179.560.000,00 como valor base para cálculo do valor do empréstimo, deduzido R$ 3.522.000,00 já objeto de financiamento pelo Estado do Paraná);

c) Valor da operação de financiamento no ProCopa Arenas: (R$) 131.168.000,00;

d) Garantias: vinculação de quotas-parte do Fundo de Participação dos Estados – FPE e de parcelas do IPI-Exportação, ou, ainda, outros recursos destinados ao estado do Paraná;

h)Valor da contrapartida (R$):48.392.000,00; i) Investimentos próprios do CAP (R$): 5.040.000,00 j) Valor total (R$): 184.600.000,00;

h) Valor liberado do financiamento (R$): 85.259.200,00 IV. Análise das respostas

18. O BNDES, em sua resposta, alega que não houve descumprimento do Acórdão 664/2013 – Plenário, uma vez que todas as condicionantes constantes nos itens 9.1.1 a 9.1.4 só são exigíveis para a liberação de parcela superior a 65% do crédito total financiado, o que ainda não ocorreu, haja vista que até aquela data só havia sido liberado o valor de R$ 85.259.200,00, montante que corresponde exatamente a 65% do valor financiado.

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19. O Estado do Paraná, representado pelo seu Procurador Geral em exercício, Sr. Roberto Altheim, na mesma linha do BNDES, alegou não haver descumprimento do Acórdão 664/2013 – Plenário, uma vez que não houve repasse de parcelas superiores a 65% do crédito financiado. Informa que a Agência de Fomento do Paraná já encaminhou ao BNDES o arquivo contendo a documentação faltante e que estão sendo adotadas todas as providências para dar atendimento às demandas do TCE/PR.

20. O Ministério Público do Estado do Paraná, por sua vez, comunicou que as quatro pessoas físicas que detinham participação na Sociedade de Propósito Específico CAP S.A cederam suas ações ao Clube Atlético Paranaense, que hoje detém 100% das ações da CAP S.A., em adequação à legislação civil e ao estatuto societário do clube (peça 50).

21. Dos elementos contidos nos autos, verifica-se que o BNDES, em atendimento aos questionamentos feitos pelo TCE/PR, já encaminhou àquela Corte de Contas Estadual a documentação recebida da Agência de Fomento do Estado do Paraná e informou que o valor atualizado do orçamento para as obras da Arena da Baixada, encaminhado pela MCA Consultoria e Gerenciamento, na data-base de junho de 2013, é de R$ 262.405.572,79 (peça 54).

22. Considerando que, em razão da operação financeira para viabilização da implantação do projeto da Arena da Baixada - PR, o risco de crédito subjacente restringe-se apenas ao risco de pagamento da dívida pelo Estado do Paraná, na condição de tomador do financiamento no programa ProCopa-Arenas junto ao BNDES, a competência de avaliar a suficiência ou não dos elementos trazidos a título de projeto executivo, bem como se o valor da obra está proporcional aos parâmetros de mercado é do Tribunal de Contas do Estado, instituição legitimada para avaliar eventuais danos ao Erário, no que tange a conteúdo e/ou execução do projeto executivo, como sobrepreços e superfaturamentos.

V. Proposta de Encaminhamento

23. Ante todo o exposto, com fundamento nos arts. 41, inciso I, e 43, inciso I, da Lei 8.443/92, combinados com os arts. 250, inciso II, e 276, §6º, do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, encaminho os autos ao Secretário, propondo:

a. considerar satisfatórias as manifestações às oitivas recebidas do BNDES e do Governo do Estado do Paraná;

b. comunicar o Tribunal de Contas do Estado do Paraná que, nos termos do item 9.1.2 do Acórdão 664/2013-Plenário, caso seja verificada alguma irregularidade que, a seu juízo, envolva(m) possíveis danos ao Erário ou desvios aos princípios fundamentais da Administração Pública, no que tange a conteúdo e/ou execução do projeto executivo para implantação do Estádio Arena da Baixada, com gravidade suficiente para ensejar a interrupção do fluxo de recursos que irrigam o empreendimento, cientifique formalmente o BNDES sobre tal situação, anexando à comunicação a respectiva decisão da Corte Estadual que venha a deliberar objetivamente pela paralisação;

c. determinar o encaminhamento de cópia da decisão que o Relator vier a adotar ao BNDES e ao Governo do Estado do Paraná;

d. determinar à SecexEstataisRJ que continue o presente acompanhamento."

É o relatório.

VOTO

Trago à deliberação deste Plenário relatório de acompanhamento tendente a avaliar a

regularidade da operação de crédito realizada entre o BNDES e o Governo do Estado do Paraná, para

financiar o projeto de reforma e ampliação do estádio Arena da Baixada, em Curitiba/PR, que se insere

no esforço para realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014.

2.

Trata-se de empreendimento atualmente orçado em R$ 262,4 milhões, dos quais R$ 131,2

milhões provêm de financiamento do BNDES. Em verdade, foi realizada uma triangulação financeira

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com o Fundo de Desenvolvimento Econômico – FDE, vinculado ao Governo do Estado do Paraná que,

por sua vez, financia a Sociedade de Propósito Específico – CAP S/A, que construirá o estádio.

3.

Os valores totais para a construção da arena advêm de convênio pactuado entre o Governo

do Estado do Paraná, o Município de Curitiba e a SPE, cada qual participando com a terça parte do

projeto.

4.

Tal qual asseverado pela unidade técnica, anoto que a fiscalização desta Corte restringe-se

à avaliação da regularidade e à suficiência de garantias da operação de crédito realizada pelo BNDES.

Tendo em vista que, uma vez repassado o numerário, aqueles valores incorporam-se ao tesouro do

Estado, a responsabilidade contratual e licitatória, relativa ao controle externo, recai sobre o Tribunal

de Contas do Estado.

5.

À peça 43 destes autos, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR) acostou

documento dando conta de eventual descumprimento, pelos tomadores de recursos, de decisum

prolatado por esta Corte mediante o Acórdão 664/2013-Plenário. Eis o teor da decisão:

"9.1. determinar ao BNDES que, com base no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, em relação à liberação de parcelas do crédito para o Governo do Estado do Paraná, no âmbito do contrato de financiamento para viabilização a implantação do Estádio Arena da Baixada, em Curitiba/PR, para a liberação de parcela superior a 65% do crédito total financiado:

9.1.1. encaminhe o projeto executivo ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná, com antecedência mínima de 45 dias à data de liberação de novos recursos pelo Banco que virão a ultrapassar esse limite de 65% do crédito total financiado;

9.1.2. caso apontada(s) irregularidade(s) pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná, que, a seu juízo, envolva(m) possíveis danos ao Erário ou desvios aos princípios fundamentais da Administração Pública, no que tange a conteúdo e/ou execução do projeto executivo, abstenha-se de liberar novas parcelas do financiamento até que a(s) eventual(is) irregularidade(s) constatada(s) vier(em) a ser elidida(s);

9.1.3. com base no Acórdão 845/2011 – Plenário, de 6/4/2011, proceda alteração contratual, especificamente em relação à cláusula Décima, item II, “a”, de modo a desobrigar o contratante a apresentar pronunciamento do TCU acerca do projeto executivo; e

9.1.4. verifique a necessidade de proceder à alteração do contrato de financiamento, firmado com o estado do Paraná, por meio de termo aditivo, visando restabelecer seu equilíbrio econômico- financeiro em virtude da habilitação do projeto da Arena da Baixada – PR ao Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol (Recopa);"

6.

Decidi, preliminarmente, pela oitiva do BNDES e do Governo do Estado do Paraná.

7.

Em resposta, os responsáveis esclareceram que não houve qualquer descumprimento a

deliberação do Tribunal, posto que as condicionantes estabelecidas nos itens 9.1.1 a 9.1.4 só seriam

exigíveis para a liberação de parcelas que ultrapassassem a 65% do crédito contratado; o que ainda não

havia ocorrido. O Governo do Estado, em outra ponta, informou que já encaminhou ao BNDES o

arquivo contendo a documentação faltante e que estão sendo tomadas as providências para dar

atendimento às demandas do TCE/PR.

8.

Em razão desses elementos, avalio que não se materializou, ainda, descumprimento a

decisão desta Corte capaz de obstar o livre fluxo de recursos. De todo modo, anuindo ao

encaminhamento proposto pela SecexEstataisRJ, adequado comunicar o Tribunal de Contas do Estado

do Paraná que caso seja verificada alguma irregularidade que, a seu juízo, envolva possíveis danos ao

Erário ou desvios aos princípios fundamentais da Administração Pública, no que se refere ao conteúdo

e/ou execução do projeto executivo para implantação do Estádio Arena da Baixada, com gravidade

suficiente para ensejar a interrupção do fluxo de recursos que irrigam o empreendimento, cientifique

formalmente o BNDES sobre tal situação, anexando à comunicação a respectiva decisão da Corte

Estadual que venha a deliberar objetivamente pela paralisação. Nos termos do contrato de

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financiamento pactuado, aquele banco federal então cessará a liberação de recursos que irriga o

empreendimento.

9.

Como nota informativa, finalmente, trago que em razão de apontamentos realizados em

fiscalização anterior, acerca de eventual vício na composição societária da SPE controladora do

empreendimento, o Ministério Público do Estado do Paraná informou que tomou providências

comunicando as quatro pessoas físicas que detinham participação da Sociedade de Propósito

Específico CAP S/A. Na sequência, houve notícia que as quotas societárias foram 100% cedidas para o

Clube Atlético Paranaense, regularizando, por completo a situação dos sócios à legislação civil e ao

estatuto do clube.

10.

Parabenizo a SecexEstataisRJ e o Parquet estadual, portanto, por mais este resultado

concreto advindo do acompanhamento dos gastos para a Copa do Mundo.

Com base no exposto, Voto no sentido de que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto

a este Plenário.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 11 de setembro de 2013.

VALMIR CAMPELO

Ministro-Relator

ACÓRDÃO Nº 2442/2013 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC-024.749/2012-5

2. Grupo I, Classe de Assunto V- Relatório de Acompanhamento

3. Entidade: Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Governo do Estado

do Paraná

4. Interessado: Tribunal de Contas da União

5. Relator: Ministro Valmir Campelo

6. Representante do Ministério Público: não atuou

7. Unidade Técnica: SecexEstataisRJ

8. Advogado constituído nos autos: não há

9. ACÓRDÃO:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de relatório de acompanhamento tendente a

avaliar a regularidade da operação de crédito realizada entre o BNDES e o Governo do Estado do

Paraná, para financiar o projeto de reforma e ampliação do estádio Arena da Baixada, em Curitiba/PR,

que se insere no esforço para realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do

Plenário, ante as razões expostas pelo Relator em:

9.1. comunicar o Tribunal de Contas do Estado do Paraná que, nos termos do item 9.1.2 do

Acórdão 664/2013-Plenário, caso seja verificada alguma irregularidade que, a seu juízo, envolva

possíveis danos ao Erário ou desvios aos princípios fundamentais da Administração Pública, no que

tange a conteúdo e/ou execução do projeto executivo para implantação do Estádio Arena da Baixada,

com gravidade suficiente para ensejar a interrupção do fluxo de recursos que irrigam o

empreendimento, cientifique formalmente o BNDES sobre tal situação, anexando à comunicação a

respectiva decisão da Corte Estadual que venha a deliberar objetivamente pela paralisação;

9.2. determinar à SecexEstataisRJ, com base no art. 157, caput, do Regimento Interno do

TCU, que dê continuidade ao presente acompanhamento;

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9.3. encaminhar cópia deste Acórdão, acompanhado do relatório e do voto que o

fundamentam:

9.3.1. ao Ministério Público do Estado do Paraná;

9.3.2. ao BNDES;

9.3.3. ao Governo do Estado do Paraná;

9.3.4. ao Clube Atlético Paranaense – CAP;

9.3.5. ao Ministério do Esporte;

9.3.6. ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná;

9.3.7 ao Coordenador do Grupo de Trabalho "Copa do Mundo" da 5ª Câmara de

Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;

9.3.8. ao Presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados; ao

Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados; e ao

Presidente da Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle do

Senado Federal.

9.4. arquivar os presentes autos.

10. Ata n° 35/2013 – Plenário.

11. Data da Sessão: 11/9/2013 – Ordinária.

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13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Valmir Campelo (Relator), Benjamin

Zymler, Raimundo Carreiro, José Jorge e Ana Arraes.

13.2. Ministro-Substituto convocado: Augusto Sherman Cavalcanti.

13.3. Ministro-Substituto presente: Marcos Bemquerer Costa.

(Assinado Eletronicamente)

AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente)

VALMIR CAMPELO

Vice-Presidente, no exercício da Presidência

Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)

PAULO SOARES BUGARIN

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