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Uma Proposta de Metodologia, Pesquisa e Manual de Implantação.

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Uma Proposta de Metodologia, Pesquisa e Manual de Implantação.

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Projeto de Pesquisa de Professores da

Universidade de São Paulo

Faculdade de Economia Administração e Contabilidade “Campus” de Ribeirão Preto

Instituição Parceira e Executora

Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo - OCESP

Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP

Financiamento e Incentivo

Fundação de Amparo da Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP

Projeto de Políticas Públicas

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Sumário

Introdução

Cooperativas: Ambiente Institucional no Brasil e a Importância do Monitoramento para uma Nova Geração de Empreendimentos Cooperativados:... Sigismundo Bialoskorski Neto

Parte I

Cooperativas e Monitoramento

1.Apresentação 2.Introdução

2.1. O cooperativismo

2.2. Os ramos do cooperativismo no Brasil 2.3. As entidades de representação

2.3.1. Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo 2.4. O monitoramento e as políticas públicas

3.Panorama do cooperativismo

3.1. Diagnóstico das cooperativas no Estado de São Paulo 3.2. Descrição do ambiente institucional dos ramos

4. Proposta de um programa de monitoramento 4.1. Análise de índices e questionários

4.1.2.Medidas de importância econômica e social 4.1.3. Medidas de importância financeira

4.2. Atividades de monitoramento

4.2.1. Funcionamento na OCESP 4.2.2 Projeto básico programado

4.2.2.1 Diagnóstico do cooperativismo paulista

4.2.2.2 Implementação do sistema de monitoramento 4.2.2.3 Programa de educação e treinamento

(4)

Parte II

Implementação e Pesquisa

1.Apresentação

2. Implantação do projeto piloto na OCESP 2.1. Projeto piloto

2.2. Amostragem 2.3. Banco de dados

3. Monitoramento e a metodologia de aplicação das Redes Neurais 3.1. Definição do projeto

3.1.1. Implementação de RNA’s em análises de riscos 3.1.2. Implementações de RNA’s em previsões financeiras 3.2. Rede Neural artificial

3.2.1. Breve história

3.2.2. Ciclo de vida de uma Rede Neural 3.2.3. Estrutura da Rede Neural artificial 3.2.4. O neurônio artificial (micro-estrutura) 3.2.5. Arquitetura e dinâmica (meso-estrutura)

3.2.5.1. Entradas e saídas 3.2.5.2. Treinamento

3.2.5.3. O algoritmo de aprendizado 3.2.6. Paradigma de aprendizado

3.2.7. Modelagem das Redes Neurais (macro-estrutura) 3.2.8. Porque usar Rede Neural artificial

(5)

4. Monitoramento e impactos das variáveis macro e micro econômicas 4.1. O Capital Social

4.2. Definição da análise

4.2.1 Variáveis macroeconômicas

4.2.2 Influências das organizações cooperativas na economia 4.3. Ambiente institucional macroeconômico

4.3.1 Taxa de juros 4.3.2 Nível de emprego 4.3.3 Nível de preços 4.3.4 Taxa de câmbio

4.3.5 Comportamento do salário real médio 4.3.6 Tributação

4.4. Considerações finais

5. Monitoramento e as variáveis financeiras e sócio-econômicas 5.1. Sistema de acompanhamento de cooperativas – SAC 5.2. Adequação da estrutura contábil

5.3. Medidas de importância econômica-financeira 5.4. Educação e treinamento

5.5. Análise dos resultados 6. Referências bibliográficas Anexos

(6)

I

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Cooperativas: Ambiente Institucional no Brasil e a Importância do Monitoramento para uma Nova Geração de Empreendimentos

Cooperativados1

Sigismundo Bialoskorski Neto2

1. Apresentação

Este documento apresenta os temas da Gestão e do Monitoramento da Empresa Cooperativa como uma síntese das discussões ocorridas no Sistema Cooperativista Brasileiro nos últimos anos, tendo por base o X e o XI Congressos Brasileiros de Cooperativismo.

O processo de abertura da economia traz para o cooperativismo novos desafios econômicos e estruturais, é necessário adaptar e modernizar a sua gestão, como também, é urgente consolidar o empreendimento e o movimento cooperativista para se fazer frente aos problemas sociais destes “novos tempos” da economia.

Isto somente será alcançado por meio um empreendimento cooperativista forte, em nível nacional e internacional dado que o processo de desenvolvimento aliado as recentes modificações no ambiente de negócios fazem com que a empresa cooperativa e o cooperativismo estejam em uma delicada fase de sua história econômica.

Assim, destacam-se quatro momentos importantes. O primeiro é o X Congresso Brasileiro de Cooperativismo, em 1988, onde foi discutida e

1 Texto ampliado do documento adaptado Moderno Gerenciamento de Cooperativas, discutido

pelo sistema cooperativista durante o XI Congresso Brasileiro de Cooperativismo.

2 Professor Doutor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade da Universidade de São Paulo “campus” de Ribeirão Preto e pesquisador do PENSA - Programa de Estudos dos negócios do Sistema Agroindustrial. e-mail sbialosk@usp.br

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determinada a questão da autogestão do sistema cooperativista. Este momento é importante, pois a partir deste e da promulgação da Constituição, o sistema cooperativista brasileiro não vai mais depender da ação e da intervenção do Estado em seu funcionamento.

Por outro lado, não houve neste período nenhuma ação concreta que permitisse um monitoramento efetivo das cooperativas, tanto em nível da sua constituição como empreendimento como na avaliação e acompanhamento de sua performance, o que se constitui ainda hoje como um problema a ser equacionado.

O segundo é o processo de abertura comercial do país, que se iniciou no fim da década de 80, e que vai exigir paulatinamente novos padrões de eficiência do empreendimento cooperativo, dado o aumento da concorrência. Esta situação coloca para a empresa novas oportunidades e ameaças, tanto para a ampliação dos mercados interno e externo, como na busca de parcerias e na racionalização de custos. O empreendimento cooperativo hoje tem que ser eficiente economicamente para subsistir no mercado e poder trazer benefícios para os seus cooperantes.

O terceiro, é o Congresso Centenário da Aliança Cooperativa Internacional em Manchester, UK, onde foram discutidos, em 1995, os princípios fundamentais do cooperativismo, e nesta oportunidade reafirmados o da democracia interna, ou seja, a cada homem um único voto, e da remuneração limitada ao capital; importantes referenciais para a discussão da gestão, da estrutura financeira, e capitalização da empresa cooperativista.

Nesta oportunidade também foi agregado como principio doutrinário a responsabilidade do cooperativismo frente à comunidade onde este atua, de modo econômico e social, de forma que estabelece uma nítida diferença entre a empresa cooperativa e a empresa não cooperativa,

(9)

realça as vantagens da arquitetura doutrinária do cooperativismo, e também os limites para uma nova abordagem da sua estrutura de capital.

O quarto e último fato é a recente fase de reforma do Estado no Brasil, e a conseqüente transformação da política pública, que implica na diminuição da presença deste no funcionamento da economia, determinando novos desafios aos negócios privados. Esta mudança também é a responsável por possibilitar finalmente para o movimento cooperativista a existência de um sistema financeiro próprio, por meio dos Bancos Cooperativos, indicando a possibilidade da existência no médio prazo de um novo padrão de financiamento e capitalização para os empreendimentos cooperativos.

Também este afastamento da presença do Estado da economia é que vai influenciar uma nova onda de crescimento de determinados segmentos do cooperativismo, como o de crédito, de trabalho, de saúde, de serviços, e de educação, que aparecem como formas organizadas da população em lacunas apresentadas pelo afastamento do aparato Estatal.

Portanto, quando discutimos o empreendimento cooperativo temos que necessariamente nos referir a algumas questões básicas, como:

a)

A questão da gestão da empresa cooperativa sob a ótica da eficiência empresarial em um ambiente econômico internacional aberto e competitivo, objetivando a solidificação da cooperativa, aliada à necessária eficiência social deste empreendimento, dada a responsabilidade da empresa para com o cooperante.

b)

A questão da autogestão do sistema cooperativista tendo como meta o acompanhamento e o monitoramento da eficácia econômica e social das sociedades cooperativas, de modo que os objetivos sociais do movimento estejam garantidos e possam ser alcançados com tranqüilidade; e,

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c)

A questão do financiamento e da capitalização da empresa cooperativista, tanto por meio dos novos Bancos Cooperativos, como da abertura de seu capital à participação do capital de risco de terceiros, respeitando os princípios doutrinários da cooperação, ou ainda por meio do estabelecimento de alianças estratégicas entre empreendimentos cooperativos e não cooperativos.

Todas estas preocupações devem ser analisadas sob a ótica dos princípios doutrinários do cooperativismo onde o foco central, foi e sempre deverá ser o cooperante e a função social do empreendimento. Deste modo também podemos aferir, e talvez prognosticar, o que é a nova geração de empreendimentos cooperativos.

Assim este documento discute como construir uma nova empresa cooperativa, ágil, moderna, flexível, eficiente economicamente, com acesso a diversas fontes alternativas de capital, para que seja possível cumprir com a sua função primordial, que é o aspecto social da cooperativa inserindo o cooperante e sua empresa em um mercado confiável e estável, possibilitando o seu crescimento.

2. Cooperativas e doutrina

O empreendimento cooperativo, devido a sua estrutura doutrinária, tem algumas dificuldades de gestão que deverão ser analisadas e trabalhadas de modo a permitir a sua melhor performance econômica e social.

A cooperativa somente terá um sucesso social, cumprindo com a sua responsabilidade junto ao seu quadro associado, se esta for necessariamente um empreendimento econômico de sucesso de forma a permitir o crescimento conjunto e igualitário de seus cooperantes.

(11)

Deste modo a gestão da empresa cooperativada deverá ser ao mesmo tempo uma atividade voltada diretamente para os desejos dos consumidores de serviços e produtos no mercado, e por outro lado ser sensível às necessidades de crescimento e consolidação das diversas empresas associadas ao empreendimento cooperativista. Cada associado é uma empresa que deverá crescer forte em conjunto com o seu empreendimento cooperativo.

O que se nota é uma heterogeneidade muito grande na gestão da empresa cooperativa, dependendo do segmento, da região brasileira, e do tipo de negócios da sociedade. Assim, encontramos cooperativas que já contam com um gerenciamento profissionalizado com bons índices de eficiência coexistindo, em um mesmo sistema, com outros empreendimentos cooperativadas que freqüentemente apresentam problemas gerenciais que chegam a interferir decisivamente em sua “performance” financeira.

Na oportunidade em que os segmentos do cooperativismo foram consultados de forma sistematizada sobre uma proposta de Modernização do Sistema Cooperativista Brasileiro3 estes indicaram de modo consensual como os principais estrangulamentos do sistema, entre outros:

a)

A falta de profissionalização da gestão,

b)

A incipiente organização,

c)

Os problemas de capitalização da empresa,

d)

A falta de integração entre cooperativas, e;

e)

A necessidade de se elevar o nível de educação cooperativista do associado.

Hoje estes problemas ainda persistem em diferentes graus de intensidade, dependentes da região e do segmento ao qual a cooperativa se insere, mas de modo geral são nítidos para todo o sistema cooperativista.

(12)

Deste modo, cada uma destas questões apresenta especificidades que devem ser tratadas de forma detalhada, sem generalizações, mas o que mostra é que o cooperativismo como empresa não foge da obrigação de enfrentar cada uma destas questões em determinada fase de seu crescimento.

Estes problemas parecem afetar a todos os ramos do cooperativismo e serem na verdade uma conseqüência de alguns fatores comuns. Deste modo, podemos fazer um paralelo entre algumas características doutrinárias da cooperação e o desempenho de gestão e dos negócios nestes empreendimentos.

A empresa cooperativa difere da empresa de capital4 por ter uma relação diferente entre os fatores de produção, capital e trabalho. O voto em uma cooperativa é proporcional ao trabalho - a cada homem um único voto - enquanto em uma empresa de capital a decisão na empresa é proporcional ao número de ações, isto é, proporcional ao capital de cada investidor. Enquanto na cooperativa a distribuição do resultado é proporcional a atividade (trabalho) de cada associado, em uma empresa de capital este resultado é dividido proporcionalmente ao capital investido por cada proprietário.

Quando falamos de cooperativas nos referimos a "associados", "trabalhadores”, e a "sobras" do exercício, quando tratamos de empresas de capital fazemos referência à "proprietários", "investidores" e "lucros" da atividade empresarial. Portanto há uma diferença fundamental, doutrinária, que é resguardada pela Aliança Cooperativa Internacional - ACI e pela Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB.

3 OCB (1996). Informativo Especial - Plano de Modernização do Cooperativismo Brasileiro. 4

O termo empresa de capital será usado para distinguir as empresas não cooperativas das sociedades cooperativas.

(13)

A cooperativa é então uma empresa onde podemos identificar algumas dificuldades de gerenciamento como a questão da necessária agilidade no processo de tomada de decisão frente ao princípio da democracia que obriga esta sociedade a manter esferas determinadas para a decisão dependentes da participação dos cooperantes, como as assembléias gerais e conselhos.

Também a questão do princípio de cada homem um único voto faz com que a cooperativa “a priori” não tenha uma estrutura apropriada à participação do capital de terceiros, nem mesmo possa emitir títulos e ter acesso a fontes alternativas de capitalização.

Como o associado é ao mesmo tempo usuário e proprietário de seu empreendimento, este pode implementar ações oportunísticas onde o indivíduo é beneficiado em detrimento da empresa cooperativa.

Por outro lado, a organização cooperativa mostra ser superior às alternativas organizacionais quando os agentes que nela atuam agem cooperativamente sem a necessidade de monitoramento, sem oportunismos e buscando alcançar os interesses coletivos. Entretanto, quando o comportamento foge deste padrão, surgem custos de transação que são em tudo, idênticos àqueles encontrados nas empresas não cooperativas.

Deste modo, é nítida a superioridade do empreendimento cooperativo quando este utiliza a sua configuração doutrinária para aumentar a eficiência de sua atuação. O princípio da democracia e da igualdade pode favorecer, por meio da assembléia geral, o estabelecimento de um planejamento estratégico da organização muito mais sólido de que em outras empresas, e esta característica deve ser realçada pela cooperativa.

O empreendimento cooperativista também é superior, quando comparado a outras formas de organização, pelo fato de que torna possível o desenvolvimento da empresa particular de cada associado, prestando serviços e oferecendo condições para o desenvolvimento destas unidades

(14)

de trabalho eficientes e autônomas, que se auto - auxiliam sem prejuízo da necessária liberdade.

Ainda o cooperativismo é uma forma superior de organização dado que é mais eficiente para agregar e distribuir renda5 entre os seus cooperantes, e como regulador de preços regionais auxiliando com benefícios sociais toda a comunidade cooperada e não cooperativada.

Para resguardar doutrinariamente o empreendimento cooperativado, e possibilitar um acréscimo em sua eficiência econômica e social, aproveitando-se das vantagens da “arquitetura” desta empresa, pode-se discutir alguns pontos relevantes, como:

a)

A profissionalização do quadro gestor do empreendimento cooperativo. Com atenção também para a capacitação cooperativista dos profissionais contratados e que não conhecem as especificidades deste tipo particular de empresa.

b)

A ampliação da responsabilidade do conselho fiscal de modo que este auxilie o sucesso da autogestão do sistema, e inclusive podendo prever uma composição diferente do conselho com a participação de uma auditoria especializada para o empreendimento cooperativo.

c)

Um trabalho de monitoramento de cooperativas que esteja atento à performance evitando-se as situações delicadas de sua estrutura financeira, orientando e auxiliando todo o sistema cooperativista, protegendo o corpo social e a eficiência do negócio cooperativado.

5 Para cada aumento em 10% na proporção de produtores rurais cooperativados há um aumento

de 2,5% na renda média regional. Esses dados são significativos e aferidos em modelos econométricos logarítmicos. Para detalhes ver. Bialoskorski Neto, S. Agribusiness Cooperativo: Economia, Doutrina e Estratégias de Gestão. ESALQ. Dissertação de Mestrado. 1994. 135p.

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d)

A questão do capital, como a possibilidade de emissão de títulos, como “certificados de investimento em cooperativas”, ou ainda, a possibilidade da abertura de capital das cooperativas ao capital de risco de terceiros, onde esta poderia contar com uma nova fonte de recursos para o seu crescimento e capitalização.

e)

A existência de um sistema de auditoria independente para auxiliar na autogestão das atividades dos empreendimentos cooperativistas.

f)

A existência de um órgão especializado de treinamento e capacitação, de modo a possibilitar a melhoria na formação dos profissionais ligados à gestão do empreendimento cooperativo.

Estas considerações, entre tantas outras discutidas pelo sistema cooperativo nacional, são importantes para uma melhor gestão cooperativa, pois possibilitam um novo padrão de crescimento, de capitalização, e uma situação de um importante aumento da confiança do sistema financeiro para com as cooperativas, devido à melhoria do monitoramento e da auditoria. Em um novo ambiente de negócios é necessária uma renovada empresa alicerçada na fundação segura da doutrina cooperativista, e nos princípios fundamentais de atendimento ao associado e ao mercado de forma harmônica, sem se esquecer tanto da sua missão econômica e social.

3. A Nova Geração de Empreendimentos Cooperativos

As sociedades cooperativas apresentam uma nítida vantagem no papel de coordenação, de uma cadeia de processos em um ambiente de negócios em constante transformação, como o caso dos sistemas agroindustriais no segmento das cooperativas agropecuárias, de todo um

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processo de engenharia financeira para o segmento de crédito, ou ainda de todo um sistema de prestação de serviços e assistência específicos do segmento de saúde.

Neste âmbito da coordenação, há a possibilidade de um melhor processo de adoção de novas tecnologias e/ou conhecimentos, bem como o estímulo ao desenvolvimento e implantação de processos de precisão6, tanto na área produtiva ou administrativa, como também, para o exercício profissional do associado, colocando-se como uma forma organizacional de arquitetura mais eficiente sob este aspecto estratégico.

Assim, é nítido que a possibilidade de utilizar as assembléias gerais para envolver-se no planejamento estratégico de médio e longo prazo, associado à existência de profissionais capazes de colocar em prática as decisões gerenciais de modo articulado em um mesmo sistema ou processo é uma vantagem e um desafio da estrutura de gestão cooperativista que precisa ser mais utilizada e desenvolvida.

Somente este tipo de empresa pode de modo articulado perceber as modificações e as exigências do consumidor e de modo flexível coordenar a mudança nas linhas de produção associadas e da própria cooperativa, ou ainda rever o sistema de prestação de serviços, como no caso do segmento saúde, ou ainda incorporar novas tecnologias em todo o sistema considerado.

Isto é, o empreendimento cooperativado deve ser entendido como um sistema articulado de pequenos empreendimentos independentes, e assim tem como atribuição fundamental, e como vantagem de negócios, a possibilidade de articular todo este sistema de produção ou prestação de serviços.

6 Zylbersztajn,D. e Bialoskorski Neto,S. (1996) Vignettes on Managing Global Change by

Agribusiness and Cooperative Firms. Paper apresentado Conference of the Graduete Institute of Cooperative Leadership.

(17)

Para que o gerenciamento de uma empresa cooperativa seja eficiente é necessário que existam estruturas de monitoramento e incentivo a este processo, como um sistema integrado aos órgãos de representação e especializado nas sociedades cooperativas, capaz de resguardar os interesses do cooperante e o desempenho econômico, financeiro e social da empresa.

Assim, o monitoramento do sistema como um todo se torna uma necessidade para aferir periodicamente os caminhos dos empreendimentos nos diversos segmentos do movimento cooperativista, possibilitando a manutenção da imagem do cooperativismo na sociedade e a seriedade da sua estrutura empresarial, também em defesa do corpo social da cooperativa.

Um monitoramento, cuja dimensão tem que ser discutida, aliada a uma estrutura de capacitação gerencial específica ao movimento parece ser condicionante para o processo de melhoria da gestão da empresa cooperativa. Mesmo a gerência profissional tem obrigatoriamente que ser capacitada nos diversos aspectos específicos da doutrina e da cooperação.

Vários países do mundo adotam diferentes tipos de monitoramento dos empreendimentos cooperativos, também por meio auditorias especializadas do próprio sistema, ou dos diferentes graus de responsabilidade do conselho fiscal da cooperativa. Assim se neste conselho for possível à presença e a assessoria de profissionais especializados certamente as sua funções de monitoramento serão acrescidas de eficiência e toda a sociedade cooperativa terá uma maior garantia de que a sua empresa está apresentando uma performance adequada.

A auditoria, especializada e independente, vai também auxiliar e garantir o monitoramento, a separação entre a propriedade e o controle na empresa, e, portanto gerar maior grau de confiança no empreendimento

(18)

cooperativista, por parte do sistema financeiro, podendo inclusive diminuir os custos relativos ao financiamento e a capitalização de todo o sistema cooperativado.

3.1. A Questão do Capital

A questão das estratégias quanto à estrutura de capital nos empreendimentos cooperativas se implementa experimentalmente em alguns países, devido à importância cada vez maior da internacionalização do capital e a conseqüente redução no seu custo.

Para que a empresa cooperativa possa crescer a uma velocidade e com uma flexibilidade compatíveis com a dinâmica do mercado consumidor globalizado há, muitas vezes, a necessidade de se capitalizar de modo ágil e a custos reduzidos para competir de modo igualitário com as outras empresas não cooperativas do mesmo setor.

Este processo de capitalização deverá obrigatoriamente ocorrer de acordo com os princípios doutrinários do cooperativismo, por meio da cooperativa “holding” controladora de empresas com capital aberto, ou ainda por meio de uma nova forma organizacional destas sociedades.

É essencial a participação do sistema financeiro cooperativista, por meio dos novos Bancos Cooperativos, para estabelecerem as estratégias de engenharia financeira do setor, a nível interno como também a nível transnacional, promovendo a internacionalização do capital entre estas sociedades. Isto também é possível com a criação de fundos de investimentos que possibilitem ao investidor nas cidades diversificar os seus investimentos em vários empreendimentos cooperativados, sempre lastreado e garantido pelo sistema financeiro cooperativado.

A capitalização pode ser alcançada de várias formas alternativas, por meio da emissão de títulos de investimento, como proposta no XI

(19)

congresso, ou por meio da abertura direta do capital, se possibilitada a emissão de ações preferenciais sem direito a voto e que apresentem dividendos competitivos em nível de mercado.

Logicamente estas estratégias somente serão factíveis se o sistema contar com um monitoramento confiável de suas atividades por meio de auditorias, e a sua gestão for devidamente profissional, a exemplo das empresas concorrentes.

3.2. A Nova Geração

A nova geração de cooperativas é constituída de empreendimentos onde a estrutura doutrinária do cooperativismo é respeitada, mas se estabelece um padrão diferenciado de empreendimento onde se tem o cuidado de aproveitar as vantagens do empreendimento cooperativado e de reduzir as suas desvantagens.

Deste modo, há um sistema onde duas pilastras são importantes: 1. O monitoramento, e as auditorias independentes; e,

2. A separação entre a propriedade e o controle, por meio da profissionalização da gestão da empresa cooperativa. Neste ambiente o empreendimento cooperativado deve ser arranjado de tal maneira em que seja possível trabalhar o associado cooperativado também de duas maneiras:

3. Incentivando a educação cooperativa, onde o associado deve estar sendo formado para a questão da cooperação reduzindo-se os oportunismos individualistas que depreciam a sociedade como um todo; e,

4. Possibilitando a participação ativa do cooperante nas esferas de decisão de sua empresa de modo rápido e ágil, transformando a assembléia geral da sociedade em um

(20)

verdadeiro fórum de planejamento estratégico de médios e longos prazos.

Com estes quatro vértices na arquitetura da empresa cooperativa surge a necessidade de se proporcionar o contínuo crescimento da empresa, usando-se de uma estrutura de capital que permita a eficiência financeira do negócio cooperativado, por meio da emissão de títulos, da abertura de capital, das alianças estratégicas de negócios, e de fundos de investimentos ligados ao sistema financeiro cooperativo.

Assim uma empresa eficiente pode continuar a crescer e competir no mercado de modo também eficiente, buscando-se uma nova relação de cooperação entre os fatores de produção capital e trabalho. Principalmente construindo-se uma nova forma de cooperação entre o capital de terceiros e o empreendimento de trabalho organizado em forma de cooperativa.

Também é necessária a mudança das relações de direitos de propriedade, fazendo com que a participação nas atividades cooperativadas seja valorada, de modo que passe a existir valor para a participação, por meio transações com as quotas-parte e a transferência de direitos de propriedade, ou de entrega, “delivery rights”7.

Constituída e fundamentada neste quatro pontos iniciais, uma nova arquitetura de direitos de propriedade, e podendo contar com um sistema factível de capitalização, resta para a Nova Geração de Empreendimentos

Cooperativos a resolução de sua dicotomia maior, isto é, a orientação de

seus negócios.

7 A chamada Nova Geração de Cooperativas, pressupõem uma nova arquitetura de distribuição

dos direitos de propriedade. Há direitos de entrega, correspondentes à proporção do capital de investimento que poderão ser transacionados em mercado de “balcão” recebendo então valor. Para detalhes consultar: Bialoskorski Neto, S. A Nova Geração de Cooperativas e Direitos de Propriedade. Anais do II Seminário de Agribusiness. FEA-RP/USP. 1999.

(21)

A harmonia no tratamento desta questão é importante, tanto para a empresa como para o cooperante, assim o negócio coletivo deve ganhar vida própria e sistematizar as atividades onde seja possível o crescimento de cada um dos empreendimentos das cooperativadas.

Esta é a verdadeira questão social do cooperativismo, possibilitar de modo contínuo a inserção de cada uma das empresas associadas a uma realidade de mercado que é mutante e flexível de acordo com os ajustes no comportamento do consumidor.

Assim o coletivo deve prezar e se esforçar pela inserção de cada associado nesta realidade promovendo a adaptação do sistema como um todo. A cooperativa como empreendimento somente irá existir em função da eficiência e fortalecimento de cada um de seus cooperantes e de seus empreendimentos associados. Como também, este inverso é verdadeiro, cada uma das economias associadas somente irá continuar a existir com eficiência e sucesso se sua empresa também existir com uma estrutura de custos compatível com o mercado.

O objetivo claro na orientação de negócios, sem se afastar de uma meta factível de longo prazo, onde a cooperativa deve trilhar somente os caminhos onde apresente vantagens claras de concorrência, de eficiência, e de gestão, esse é o caminho social a ser seguido pelo empreendimento coletivo.

Isto é, uma nova e forte geração de empreendimentos cooperativados, onde a função social precípua é, como foi em Rochdale em 1844, “a transformação do econômico pelo social, com eficiência, liberdade de ações, igualdade de oportunidades, fraternidade e solidariedade entre os agentes econômicos”. Deste modo, fazendo-se uso do econômico, é possível caminhar no sentido da construção de uma sociedade solidária, mais igualitária e justa.

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1. Apresentação

Essa publicação foi elaborada tendo por base a parte inicial do projeto “Estabelecimento de uma Política Institucional de Monitoramento

da Autogestão das Cooperativas do Estado de São Paulo” executado em

parceria entre professores da Universidade de São Paulo – Faculdade de Economia Administração e Contabilidade e a OCESP – Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, como parte do Projeto de Políticas Públicas financiadas pela FAPESP - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, no período de 1999 a 2000.

O objetivo é o de apresentar algumas conclusões e procedimentos propostos iniciais, de forma a possibilitar uma divulgação mais ampla de resultados parciais e das informações por hora analisadas no projeto conjunto de pesquisa, e assim disponibilizar conhecimentos e métodos propiciando a discussão inicial entre os interessados acadêmicos, estudiosos do cooperativismo, organizações de representação, gestores e dirigentes, que porventura poderão vir a auxiliar no processo, colaborando no detalhamento, na implantação, bem como indicar eventuais falhas em procedimentos.

Desse modo apresenta-se, em uma primeira parte, uma introdução ao cooperativismo e as instituições de representação de forma a possibilitar ao leitor um primeiro contato com o tema de cooperativismo e monitoramento, como a descrição dos ramos do cooperativismo, o ambiente institucional e as políticas públicas hoje existentes.

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Em seguida, após a descrição do panorama geral e a identificação dos dados, faz-se uma análise dos questionários e sistemas encontrados, de forma a apresentar um possível modelo de ferramenta a ser utilizado.

Na segunda parte procura-se fazer considerações e descrever as possíveis atividades para a implantação de um projeto de monitoramento de cooperativas, coloca-se ainda, de modo complementar a metodologia de pesquisa.

É importante considerar que esse é um projeto de pesquisa e implantação em conjunto entre duas instituições de culturas organizacionais e institucionais completamente diferentes, a USP/FEA-RP instituição pública de ensino e pesquisa, e a OCESP organização de representação que tem por objetivo a implementação de atividades práticas de apoio ao cooperativismo paulista. Essa parceria, a princípio lógica, traz em seu bojo um conflito entre o acadêmico e o prático, que é antigo nas discussões metodológicas, e que caba por ser superado, de modo eficiente, trazendo benefícios diretos para as duas instituições, ou seja, de promover uma ligação efetiva entre a prática e a teoria, entre a implementação e o acadêmico, e entre o resultado imediato e de longo prazo.

Esse projeto foi incentivado pelo espírito empreendedor e inovador da FAPESP, que procurou com esse projeto especial de Políticas Públicas trazer para a universidade e as instituições esse importante desafio do trabalho conjunto, da análise em equipe, da união do prático com o teórico, e da cooperação entre instituições.

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2. Introdução

As cooperativas são organizações de fins econômicos, mas que não visam a obtenção de lucro. Como essas organizações são formadas de associados que subscrevem quotas-partes desse empreendimento e que têm o mesmo direito de decisão - cada associado tem apenas um voto - sob qualquer condição, é necessário o desenvolvimento de controle e monitoramento desses negócios.

As empresas não cooperativas, como as sociedades anônimas, formadas de um número grande de acionistas minoritários, têm na Comissão de Valores Mobiliários - CVM, um órgão de monitoramento e controle de suas operações, inclusive fazendo com que as atividades dessas empresas sejam sempre transparentes a todos os seus acionistas. Mas, no caso das cooperativas isso não ocorre. A legislação em vigor prevê que haja um conselho fiscal formado de cooperantes e que o balanço dessas sociedades sejam aprovados em uma assembléia geral ordinária – AGO, mas freqüentemente, o cooperante não tem condições de controle e monitoramento por meio do conselho fiscal, e em algumas vezes o associado não comparece e participa da AGO para se informar das condições financeiras de sua cooperativa.

Essa situação faz com que haja a necessidade, a exemplo das sociedades anônimas, de uma estrutura de monitoramento dessas sociedades, que cumpra com um papel abrangente de defesa do associado, do negócio cooperativado, e ainda como um instrumento de educação do quadro associativo.

Esse projeto, portanto apresenta duas vertentes importantes, a primeira que objetiva os estudos para a implantação de um sistema de

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monitoramento da autogestão das sociedades cooperativas no Estado de São Paulo, visando a melhoria de sua performance e, portanto o incremento de suas funções sociais, e a segunda que é a análise do ambiente institucional e de políticas públicas de cada um dos ramos do cooperativismo, efetuando-se as análises de benefícios econômicos e sociais da existência dessas sociedades, sem fins lucrativos, e que devem nortear ao final as indicações de políticas públicas para o setor.

2.1. O cooperativismo no Brasil

As cooperativas são sociedades civis de objetivo econômico mas sem fins lucrativos e que se organizam mediante uma legislação específica a Lei 5764, diferenciando-se então das sociedades de fins comerciais. Portanto, essas sociedades não apresentam renda e não são tributadas para fins do imposto de renda.

Ainda, segundo Pinho (2000), o ato de cooperação é definido como algo diferente do ato comercial e pela constituição de 1988 devem ser tratados de modo especial para fins tributários. Não obstante a essas particularidades de tratamento do cooperativismo no Brasil, essas sociedades apresentam uma mesma base de organização chamada de doutrinária e advinda das discussões dos socialistas utópicos chamados de associacionistas. (Hugon, 1970).

Assim a cada homem é dado o direito a um único voto, há a liberdade de entrada e saída da organização, o controle é democrático, e há um objetivo social em sua organização, de profundo teor distributivo. Essas características organizacionais fazem das sociedades cooperativas uma importante ferramenta social de empreendedorismo e de distribuição de renda e oportunidades na sociedade.

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O cooperativismo é regido por uma base doutrinária estabelecida pela Aliança Cooperativa Internacional – ACI que em 1995, em seu congresso centenário, modificou os princípios doutrinários do cooperativismo incluindo a responsabilidade da sociedade cooperativa com o desenvolvimento autossustentado, havendo uma nítida responsabilidade social dessas organizações com toda a comunidade.

É importante ressaltar que o fato de haver uma cooperativa em determinada estrutura de mercado faz com que haja uma externalidade positiva de controle de níveis de preços. Assim, a existência de cooperativas agropecuárias faz com que o nível de preços pagos, pelos produtos agrícolas, aos produtores rurais, possa ser maior, bem como o preço pago pelo produtor rural, pelos insumos agropecuários necessários, possa ser menor, havendo assim nas comunidades onde há cooperativas um controle de níveis de preços. (Bialoskorski, 1997). O mesmo ocorre nitidamente com as cooperativas de consumo, onde há um supermercado de cooperativa de consumo há um menor nível geral de preços cobrados em outros supermercados.

As cooperativas são organizações que se representam por meio Organizações Estaduais – no caso de São Paulo – a OCESP Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, que por sua vez é filiada a OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras que então participa tanto da OCA – Organização das Cooperativas Americanas como da ACI a Aliança Cooperativa Internacional.

Hoje há um grande número de cooperativas em todo o mundo, em 1997 perfazia um total de mais de 650 mil cooperativas com um número de 778 milhões de cooperantes. É importante notar que esse número cresceu significativamente de 1936 a 1997 em 175,85% (tabela 1). Portanto, pode-se verificar que o cooperativismo é uma importante arquitetura organizacional e de impacto social relevante em vários países.

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No Brasil o cooperativismo se encontra moderadamente consolidado, como é realidade para alguns ramos do cooperativismo como o agropecuário e o médico, não ocorrendo, no entanto o mesmo com outros ramos a exemplo do trabalho e crédito, que ainda apresentam grande crescimento e um processo de consolidação.

O cooperativismo, como empreendimento econômico, responde diretamente pelo fato de ser uma forma alternativa e eficaz de organização da população frente à adversidade do ambiente econômico em decorrência de políticas macroeconômicas.

Bialoskorski (1999) descreve que conforme cresce o nível de desemprego aumenta também o número de cooperativas de trabalho e conforme crescem as taxas de juros reais também crescem as cooperativas de crédito. Figuras 1 e 2.

Ano Cooperativas % Cooperados %

1936 238.517 70.436.462 1960 526.208 121 164.466.287 133 1966 575.000 9,2 215.500.000 31,03 1971 630.717 9,6 305.186.321 41,61 1980 741.767 17,6 355.257.026 16,4 1993 850.000 14,59 705.922.453 98,7 1997 657.970 -22,5 778.512.815 10,28

Fonte: ACI - Elaboração OCESP

Tabela 1. Números do Cooperativismo no Mundo - Evolução

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Numero de Cooperativas de Credito e Taxas de Juros no Brasil

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 1.990 1.991 1.992 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998 Ano % 600 650 700 750 800 850 900 950 N ú m e r o

Taxa de Juros Taxas de Juros Proporcional Cooperativas de Credito

Desemprego e Cooperativas de Trabalho no Brasil

500 700 900 1100 1300 1500 1700 1900 2100 1.990 1.991 1.992 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998 Ano N ú m e ro d e C o o p e ra ti v a s d e T ra b a lh o 6 7 8 9 10 11 12 P e rc e n tu a l d e D e s e m p re g o

Coops de Trabalho Desemprego

Figura 1.

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Bialoskorski (1994) argumenta que onde há cooperativas agropecuárias há também um significativo aumento de renda média dos produtores rurais e um incentivo a adoção de tecnologia e crescimento econômico, para um aumento de 10% na proporção de produtores associados à cooperativas há, para o Estado de São Paulo, um aumento de aproximadamente 2,5% no nível de renda média da região. Assim, o cooperativismo é importante para prover as populações rurais e urbanas de oportunidades de organização econômica e de geração de renda.

Os outros ramos do cooperativismo também são importantes para a agregação de renda às populações menos favorecidas. As cooperativas de trabalho são hoje uma importante fonte de emprego, possibilitando oportunidades de trabalho para 293.499 brasileiros. As cooperativas de crédito apresentam um grande crescimento e potencial de atendimento a populações menos favorecidas, atuando também no chamado microcrédito, auxiliando positivamente perto de 1.407.089 associados que podem obter recursos financeiros a menores custos.

O cooperativismo no Brasil, apesar dessa expansão e do processo de consolidação, sofreu algumas importantes alterações recentes no seu ambiente institucional como o que ocorreu durante o processo constituinte de 1988, onde o cooperativismo obteve a chamada autogestão - anteriormente a essa data era necessário não só uma Autorização de Funcionamento – AF, expedida pelo antigo INCRA, para as cooperativas poderem funcionar, como também, as assembléias gerais e a cooperativa eram acompanhadas por esse órgão governamental. Após a constituição de 1988 não há mais nenhum acompanhamento ou intervenção governamental, e é livre a constituição de cooperativas no Brasil.

Essa situação é a que gerou no XI Congresso Brasileiro de Cooperativismo uma indicação da necessidade de um processo de

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monitoramento das cooperativas no Brasil de forma a garantir a transparência da gestão dessas organizações, a certificação de um processo cooperativo, e o monitoramento da performance financeira e social dessas organizações.

Como essa particularidade é diferente para cada um dos ramos do cooperativismo, é necessário descrever cada um desses ramos para após instrumentalizar o que seria um processo de monitoramento para as cooperativas do Estado de São Paulo.

2.2. Os ramos do cooperativismo

O Cooperativismo, particularmente no Estado de São Paulo, pode ser analisado e dividido em oito ramos representativos8, esses ramos são classificados e descritos pela OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras, os quais são:

• Agropecuário: constituído pelas cooperativas de produtores rurais, cujos meios de produção pertencem ao cooperante, freqüentemente processando e agregando valor a commodity agropecuária.

• Consumo: constituído pelas cooperativas que proporcionam a oportunidade de compra em comum de artigos de consumo, como gêneros alimentícios, para os seus associados.

• Crédito: constituído pelas cooperativas que promovem a poupança e financiam necessidades ou empreendimentos de seus associados.

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Não há no Estado de São Paulo representação e importância de alguns ramos a exemplo do ramo de mineração.

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• Educacional: constituído por cooperativas formadas por pais, as quais proporcionam educação básica para seus filhos. Também há aquelas constituídas de alunos de escolas técnicas do estado de São Paulo.

• Energia e Telecomunicação: constituído pelas cooperativas que prestam serviços públicos e comunitários, atendendo diretamente o quadro social na distribuição de energia elétrica, principalmente na zona rural.

• Habitacional: constituído pelas cooperativas com finalidade de construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais, orientadas para a população de baixa renda.

• Saúde: constituído pelas cooperativas que proporcionam o atendimento à recuperação e a preservação da saúde da população, tanto na área clinica como também odontológica, de psicologia, entre outras.

• Trabalho: constituído pelas cooperativas de trabalhadores de todas as categorias profissionais para prestar serviços a terceiros.

Desses ramos, o cooperativismo agropecuário é um dos mais representativos, dado o número de cooperantes e a sua importância em faturamento e geração de benefícios.

As cooperativas agropecuárias surgiram como alternativas que os produtores rurais encontraram para aumentar sua capacidade de produção e de comercialização.

Os produtores rurais trabalham solidariamente, no ciclo de produção das cooperativas agropecuárias, desde a compra de insumos até o processamento e distribuição final dos produtos. As cooperativas compram os insumos e os fornecem aos cooperantes, esses por sua vez

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repassam a sua produção às cooperativas, que armazenam processam e vendem no mercado, assim distribuem e comercializam o produto, tanto para consumidores do próprio país como também para consumidores estrangeiros com a exportação de produtos.

O produtor rural, em conseqüência das estruturas de mercado encontrado, freqüentemente encontra dificuldades adicionais no armazenamento e na comercialização de seus produtos, assim, o fato desses estarem integrados ao sistema cooperativista faz com que obtenham uma melhor situação de comercialização e deste modo, é possível garantir uma melhora no nível de renda.

Para que se possa obter eficiência nas cooperativas agrícolas é de fundamental importância uma boa administração e principalmente uma forte participação dos cooperantes. A cooperativa agropecuária para enfrentar a concorrência busca estar sempre atualizada em informações de mercado e novas tecnologias, transferindo-as para os seus associados, em conseqüência colabora com a geração de emprego e renda regional, auxiliando também na fixação do homem no campo.

Outro importante ramo do cooperativismo é o de consumo, que propicia aos seus associados vantagens na aquisição de bens de consumo.

O cooperativismo de consumo foi o ramo que deu origem ao cooperativismo mundial. Este ramo envolve prestação de serviços que visam a aquisição de bens de primeiras necessidades como, por exemplo: produtos de higiene pessoal, vestuário, produtos alimentícios, entre outros. Os serviços são repassados com qualidade, fator de atração de vários consumidores, e com preços mais acessíveis.

Elas oferecem grande variedade de produtos que podem ser comparados aos produtos das melhores lojas e ainda, muitas distribuem

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produtos de marca própria. Investem em administração na modernização da loja e no aprimoramento profissional.

O cliente dessa cooperativa é ao mesmo tempo, associado e usuário. Ele investe capital em forma de quotas-partes e no final de cada ano, as sobras9 são distribuídas para os cooperantes conforme as atividades que ele realizou, ou seja, dependendo de sua atuação em compra de gêneros em sua cooperativa.

Existem dois tipos de cooperativas de consumo, as cooperativas fechadas e as cooperativas abertas. As cooperativas fechadas são formadas, em grande parte, por funcionários de uma mesma empresa ou de uma mesma categoria profissional, ou seja, isso significa que não é qualquer pessoa que pode associar a ela. Existem empresas que são ligadas às cooperativas fechadas que ajudam na sua instalação, participam de modo geral do investimento fixo e financiam suas necessidades iniciais de capital de giro.

Nas cooperativas abertas qualquer tipo de pessoa pode se associar, não há restrição em relação à necessidade de que seus integrantes sejam da mesma empresa ou da mesma categoria profissional. O cooperante se responsabiliza por todos os custos de implantação e o dinheiro que investe poderá ser compensado no preço das mercadorias adquiridas.

As cooperativas de consumo regulam preços, oferecendo preços competitivos dos produtos, além de oferecerem aos associados formas especiais de pagamento como a compra a prazo sem cobrança de juros ou cobrança de juros a uma taxa menor que a do mercado. Além disso, geram empregos e renda.

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No cooperativismo, como não há o objetivo de lucro, no caso de haver algum resultado final esse é chamado de sobra das operações.

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Para uma cooperativa de consumo atingir eficiência, ela tem que apresentar boa administração financeira, que compreenda fluxo de caixa, financiamento, capitalização, capital de giro e contabilidade. É ainda necessária uma equipe bem treinada e competente, já que são gastos de 60 % a 70% dos custos operacionais em mão-de-obra.

Além das cooperativas de consumo, que atualmente apresentam uma redução sistemática em seus números, há as cooperativas de trabalho que ao contrário apresentam um elevado incremento em seu número nos últimos anos.

São várias as cooperativas de trabalho como as de auditoria, consultoria, artesanato, informática, entre outras. O desemprego é uma das principais causas que levam profissionais a se unirem e formarem cooperativas. As cooperativas oferecem vantagens aos associados que se esses estivessem trabalhando sozinhos não conseguiriam obtê-las. As cooperativas de trabalho são, muitas vezes, soluções para resolver problemas em uma comunidade.

Além de oferecerem preços dos serviços finais melhores e mais atraentes do que o do mercado, são alternativas para a geração de trabalho e renda.

As sobras nesse tipo de cooperativa podem em parte ser destinadas para a constituição de um fundo de assistência ao cooperante que poderá ajudar financeiramente o cooperante no caso desse estar impossibilitado para o trabalho como no caso de uma doença, por exemplo, ou então para investir em novos equipamentos que trariam melhoras e por conseqüência, aumentariam a produção.

Esse ramo do cooperativismo apresenta um grande crescimento no período recente apontando para uma provável situação de hegemonia dentro do cooperativismo paulista. Há também nítidas vantagens

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tributárias e de flexibilização das relações de trabalho nesse tipo de arquitetura organizacional.

Outro ramo que vem apresentando sistemático crescimento é o ramo habitacional, pois possibilita uma alternativa de acesso a casa própria.

As cooperativas habitacionais estão se tornando uma tendência alternativa para pessoas de baixa renda que não conseguem adquirir seus imóveis pelo preço alto oferecido pelo mercado e que freqüentemente não conseguem acesso às linhas tradicionais de financiamento.

As cooperativas destinadas à construção de imóveis podem buscar apoio no Sistema Financeiro da Habitação, nos Fundos Imobiliários e nas fontes externas de financiamentos. Porém, muitas vezes, são caros e difíceis de se obter, por essa razão, o autofinanciamento é uma saída para solucionar essa falta de recursos. O processo de autofinanciamento pode ser estimulado por meio parcerias realizadas com diferentes instituições como as Prefeituras Municipais, que em alguns casos chegam inclusive a incentivar esse tipo de organização oferecendo assessoria e até procedendo à doação de terrenos.

Os cooperantes pagam uma taxa mensalmente orientada para a construção de um fundo. Fazem parte dos custos desse fundo o preço dos terrenos, projetos, administração e obra. Esses custos são divididos na proporção do preço da unidade escolhida. A participação do cooperante se dá em todo o ciclo, desde a aquisição do terreno até a entrega das chaves. Para entrar numa cooperativa habitacional é necessário apresentar uma renda familiar que seja compatível ao empreendimento desejado. A entrega dos imóveis é decidida por meio assembléias.

A cooperativa habitacional, além de gerar renda, empregos e fazer movimentar o comércio, oferece a possibilidade do cooperante obter seu imóvel a um preço de custo, geralmente 30% abaixo do preço de

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mercado. Além disso, as sobras são aproveitadas para um refinamento dos empreendimentos.

Há ramos do cooperativismo que hoje re-iniciam um processo de crescimento encontrando um ambiente institucional favorável esse é o caso do cooperativismo educacional que por anos estava estagnado em decorrência de políticas específicas para o setor.

O cooperativismo de educação, além de permitir o acesso à educação de qualidade, é também o instrumento ideal para a formação do aluno em valores básicos da cooperação, tais como a ajuda mútua, a igualdade, a eqüidade, a solidariedade, a democracia, a liberdade, a honestidade e a responsabilidade social.

O objetivo principal dessas cooperativas é de permitir a formação de homens e mulheres integrados com o meio que vivem com os ideais de cooperação, ou seja, as cooperativas educacionais proporcionam uma ponte para a educação cooperativa.

O cooperativismo na escola é um elemento transformador da sociedade. O aprendizado passa a ser visto como uma forma de melhoria pessoal e da sociedade.

Nas cooperativas educacionais, há maior interação entre professores e alunos, há maior flexibilidade e a forma de liderar é democrática. Tudo que se faz, desde o projeto pedagógico até o funcionamento da escola, é estabelecido por todos: diretores, professores, alunos, pais e funcionários.

No Brasil foram criadas inicialmente três tipos de cooperativas educacionais, em 1971 foram criadas as cooperativas escolares, fundadas por alunos de estabelecimentos de ensino com a função de oferecer recursos para o aparelhar a escola, em 1982 foram incentivadas as cooperativas escola, específicas para a realidade do ensino agrícola, e em

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1987 eram criadas as cooperativas de ensino como soluções encontradas para a crise educacional, e de elevados custos das escolas brasileiras.

As cooperativas educacionais apresentam mais qualidade no ensino por meio uma visão com grandes valores e princípios de uma sociedade mais honesta, menor custo, valorização do homem, salários dignos e aperfeiçoamento docente. Além disso, participam com a geração de empregos e de renda no país. O cooperante, nas cooperativas educacionais, trabalha com uma participação efetiva e criatividade.

O ramo de maior dinamismo nas últimas décadas, e de uma importância social fundamental, é o cooperativismo de saúde, hoje exemplo para o mundo inteiro.

As cooperativas de saúde são formadas por aproximadamente 40% dos profissionais da área no Brasil. Isso ocorre principalmente devido à falta de prioridade pública para uma política mais efetiva para o setor no país. O cooperativismo de saúde surgiu na década de 60, em resposta a uma ação de crescimento de empresas de medicina de grupo que são intermediadoras do trabalho médico.

No início, esse tipo de cooperativismo enfrentou dificuldades por falta de crédito por parte da população. Porém, aos poucos o cooperativismo nessa área foi entendido como um importante instrumento em defesas do interesse econômico do profissional médico, e de seus clientes.

Além da geração de empregos e renda, as cooperativas médicas se diferenciam tanto da prestação de serviços oferecida pelo setor público como pela medicina com o objetivo de lucro devido ao valor que as cooperativas emprestam ao profissional e seus clientes o que causa diretamente um processo de fortalecimento da qualidade do atendimento, que passa a ser personalizado, individualizando o paciente. Oferecem

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também melhores condições aos trabalhadores oferecendo uma melhor remuneração.

As sobras são repartidas entre os associados ou investidas na melhor forma possível. Um bom exemplo de uma administração bem sucedida é a Fundação Centro de Estudos da UNIMED.

Ao lado das cooperativas médicas, bem estruturadas, as cooperativas de crédito aparecem como um dos ramos mais bem organizados do cooperativismo, inclusive devido ao controle de dois Bancos Cooperativistas que proporcionam um nível adequado e profissional de organização.

As cooperativas de crédito são sustentadas no campo econômico pela possibilidade do associado obter acesso a aplicações, melhor remuneração de capital, como também, empréstimos a juros mais baixos que o mercado.

As cooperativas de crédito rural estão articuladas com as cooperativas agropecuárias. Os agricultores recuperam a capacidade de produção, negociam e poupam o dinheiro da safra até um novo plantio. Assim, as cooperativas de crédito tornam-se boa opção de autofinanciamento e de alternativa a políticas públicas para o setor.

Existem dois tipos de cooperativas de crédito, as cooperativas de crédito mútuo- urbano - e as cooperativas de crédito rural. Ambas com objetivos de conceder empréstimos individuais com base na poupança coletiva, de oferecer educação econômica e financeira para os cooperantes, de incentivar os cooperantes a poupar sistematicamente pequenas quantias de dinheiro e de prestar serviços de natureza bancária como o fornecimento de empréstimos, financiamentos, operações de desconto de títulos, cobrança bancária, pagamento de salários, fornecimento de cheque especial, recebimento de aplicações e de poupança, entre outras.

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As cooperativas de crédito urbano são formadas por profissionais de uma mesma categoria profissional ou por pessoas de uma mesma empresa. Utilizam linhas de crédito, as quais atendem às necessidades pessoais ou profissionais do cooperante.

As cooperativas de crédito rural são formadas por produtores rurais que utilizam linhas de crédito, as quais atendem ao investimento e ao custeio das safras agrícolas.

O cooperativismo de crédito tem um conselho mundial e confederações continentais. No Brasil, existem dois bancos, o BANCOOB e o BANSICREDI que são bancos controlados pelas cooperativas centrais de crédito rural e mútuo e funcionam como organizações de apoio ao sistema de cooperativas de crédito, o SICREDI.

As cooperativas de crédito precisam de uma autorização do Banco Central - BACEN para poderem operar. Além disso, há a necessidade de terem um vínculo com alguma federação ou central, e também são obrigadas a enviar mensalmente os balancetes ao BACEN e a central. Operam com as menores taxas de mercado e o resultado retorna aos cooperantes em proporção ao que eles movimentarem financeiramente com as cooperativas.

As cooperativas de crédito apresentam um baixo custo operacional e oferecem aos cooperantes segurança e garantia de crédito. Além disso, quando apresentam resultados positivos, há um fortalecimento do nível de liquidez, o que pode trazer mais recursos para a re-aplicação, ou ainda benefícios aos cooperantes.

É importante descrever, por último, o ramo de eletrificação, que apesar de não apresentar o dinamismo do ramo de crédito, tem uma importância fundamental para os produtores e moradores da zona rural. As cooperativas de eletrificação rural são cooperativas de prestação de serviços e têm como objetivos o fornecimento de energia, repassada

Referências

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