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ATENDIMENTO PEDAGÓGICO AO ESCOLAR HOSPITALIZADO OU EM TRATAMENTO DE SAÚDE APEHTS EM CURITIBA APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO

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ISSN 2176-1396

ATENDIMENTO PEDAGÓGICO AO ESCOLAR HOSPITALIZADO OU

EM TRATAMENTO DE SAÚDE – APEHTS EM CURITIBA

APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO

Viviane Pereira Maito1 - SME Grupo de Trabalho – Educação, Saúde e Pedagogia Hospitalar Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

O APEHTS - Atendimento Pedagógico ao Escolar Hospitalizado ou em Tratamento de Saúde, surge da necessidade de favorecer a continuidade dos estudos dos escolares que necessitam se ausentar da escola regular por motivo de doença. A Secretaria Municipal da Educação de Curitiba preocupada e comprometida com o desenvolvimento humano e com uma política educacional democrática oferece o Programa de Escolarização Hospitalar - PEH desde 1987 e o Atendimento Pedagógico Domiciliar - APD a partir de 2008. Essas ações voltadas à inclusão e ao direito à educação promovem a equidade na diferença, a dignidade e o desenvolvimento integral escolares hospitalizados ou em tratamento de saúde. Para atender as necessidades educacionais desses alunos é necessária a corresponsabilidade e a parceria entre os profissionais do PEH, APD, escolas de origem, instituições de saúde e dos Núcleos Regionais de Educação que se organizam e refletem sobre o seu funcionamento a luz de suas experiências vividas e da teoria produzida a cerca dessa modalidade de ensino. A qualidade e excelência das ações do PEH e da APD refletem positivamente na aprendizagem dos escolares que são atendidos pedagogicamente pelos profissionais da educação que estão em formação contínua, que possibilita o exercício do estudo, pesquisa e reflexão sobre a ação e sua retomada. Além de atender pedagogicamente os escolares em tratamento de saúde e de manter o direito à educação para todos, o PEH e a APD promovem a aprendizagem escolar e a por consequência evitam a evasão e a permanência desses alunos no mesmo ano escolar. Os resultados obtidos e as discussões acerca dos temas aqui envolvidos baseam-se em autores como Ceccim (1997), Crepaldi (1995), Fonseca (2003), Matos (2001, 2006), entre outros.

1 Mestre em Educação: Teoria e Pratica Pedagógica na Formação de Professores (PUCPR) responsável pelo

Programa de Escolarização Hospitalar, Atendimento Pedagógico Domiciliar, Comunicação Alternativa e Projeto Bullying não é Brincadeira da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. Educação, Formação Docente e Tecnologias Educacionais em diferentes níveis e contextos, Autora de aulas para EAD, Especialista em Séries Inicias, Ensino Fundamental, em Educação Especial e Magistério Superior.

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Palavras-chave: Escolarização Hospitalar. Atendimento Pedagógico Domiciliar. Pedagogia

Hospitalar.

Introdução

A sociedade global impõe mudanças constantes que afetam as mais diversas áreas da atuação humana, diante dessa realidade a educação não poderia se manter indiferente, e tem buscado caminhos para garantir o acesso a Educação Básica a todo cidadão brasileiro.

Com a preocupação de garantir o cumprimento desse direito surge o Atendimento Pedagógico a Escolares Hospitalizados ou em Tratamento de Saúde, o qual denominamos a partir daqui como a própria autora denomina com a sigla: “APEHTS".

Essa modalidade de ensino surge como uma necessidade a fim de atender pedagogicamente a esses escolares e favorecer a continuidade de seus estudos no período em que necessitam se ausentar da escola comum por motivo de saúde. Essa ação busca garantir o direito a educação, previsto pela Constituição Federal, que institui no estatuto da criança e do adolescente hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. A proposta feita pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 1996) é a de que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos.

A Secretaria Municipal da Educação de Curitiba - SME, preocupada com o desenvolvimento humano e com uma política educacional democrática, oferece o Programa de Escolarização Hospitalar - PEH desde 1987 e o Atendimento Pedagógico Domiciliar - APD a partir de 2008. Essas ações voltadas à inclusão e ao direito à educação para todos promovem a equidade na diferença, a dignidade e o desenvolvimento integral escolares hospitalizados ou em tratamento de saúde.

Ao longo do tempo o perfil e a dinâmica do trabalho realizado por professores nesses contextos sofreu modificações em sua organização e funcionamento visando cumprir o seu compromisso com a educação de qualidade.

Além da modalidade de atendimento do PEH que ocorrem nas enfermarias e UTIs apresentamos os ambientes ambulatorial, domiciliar e os realizados em casas de apoio.

a) Ambulatorial: é o atendimento pedagógico realizado junto a escolares que apesar de não estarem internados ainda estão impedidos de frequentar suas escolas

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regulares. Estes escolares realizam consultas e exames ambulatoriais com frequência e permanecem no ambulatório por algumas horas;

b) Domiciliar: é o atendimento pedagógico que ocorre em ambiente domiciliar, a casa do escolar é a sala de aula;

c) Casas de Apoio: O escolar que recebe atendimento pedagógico em casas de apoio, casas-lar ou casas de passagem, é aquele que reside em outras cidades e estados, mas que necessitam ficar hospedados nestas estruturas de apoio da sociedade para concluírem seus tratamentos médicos.

Refletindo sobre como atender as necessidades educacionais desses escolares tão diversos daqueles que encontramos em salas de aula regulares, em ambientes como o hospital, as casas de apoio e os domicílios, que eram até há bem pouco tempo tidos como incomuns para a ação pedagógica, emerge a necessidade da construção contínua de seu funcionamento, construção essa, que conta com a participação dos professores envolvidos em estudos, já que essa atuação requer do professor bem mais do que a formação inicial acadêmica oferece, e com a corresponsabilidade e a parceria entre os profissionais do PEH, APD, escolas de origem, instituições de saúde e dos Núcleos Regionais de Educação que se organizam e refletem sobre o seu funcionamento a luz de suas experiências vividas e da teoria produzida a cerca dessa modalidade de ensino.

Programa de Escolarização Hospitalar - PEH

Ceccim e Carvalho (1997) afirmam que mesmo doentes as crianças tem capacidade de brincar e desenvolver-se intelectual e cognitivamente. Em seu estudo Muggiati (1989) que tratou da hospitalização escolarizada, confirmou a relevancia do atendimento pedagógico tanto para crianças, jovens quanto para adultos hospitalizados, para oportunizar um retorno a escola comum sem defasagens significativas na aprendizagem.

Para Matos e Mugiatti (2006) o escolar hospitalizado é o mesmo estudante que freqüenta as escolas comuns, a única diferença é que está passando por tratamento de saúde que o impossibilita de frequentar a escola, diante disso pode-se afirmar que a doença não é um fator que impeça a continuidade da aprendizagem escolar.

Entendendo o escolar em tratamento de saúde dessa maneira o Municipio de Curitiba por meio da Secretaria Municipal da Educação, efetiva inicialmente o PEH quando firma convênio com hospitais da cidade, em uma atitude ética inerente a ação social, que veio modificar a realidade desses escolares, oportunizando a eles a continuidade de seus estudos,

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modificando os sentimentos negativos que anteriormente os acompanhavam durante a ausência de suas rotinas que inclui a frequencia as escolas comuns e permanencia em hospitais.

Nesse contexto os espaços ociosos e enfermarias se transformam em salas de aula, as os escolares participam de atividades pedagógicas que estimulam o raciocínio e os colocam em igualdade com colegas que participam das aulas regulares em suas salas de aula.

O primeiro hospital a estabelecer convenio com a SME foi o Hospital de Crianças Dr. Cesar Pernetta conhecido como “Hospital Pequeno Príncipe”, quando da implantação, o PEH oferecia atividades lúdicas com um comprometimento pedagógico que refletia até mesmo na apresentação dos professores, que por vezes se confundiam com recreacionistas.

No decorrer da história do PEH diante das necessidades educacionais desses escolares e das experiências vividas pelos professores surge o comprometimento maior com o pedagógico, tendo em vista os objetivos do Programa que acredita no trabalho que envolve conteúdos escolares formais, estruturantes do currículo escolar com o fim de oportunizar a apropriação de conhecimentos históricos, científicos, e culturais buscando a compreensão de mundo.

No ano de 2015, quatro grandes hospitais de Curitiba e uma Casa de Apoio oferecem atendimento pedagógico aos escolares internados ou em tratamento de saúde, são eles:

 Hospital de Clínicas do Paraná, (Todas as especialidades e referência em transplante de medula óssea e cancêr infantil)

 Hospital Erasto Gaertner, (Oncológico)

 Hospital Pequeno Príncipe (Pediátrico)

 Hospital Evangélico.(Queimados)

 APACN – Associação de Apoio a Criança com Neoplasia

Atualmente fazem parte integrante do quadro do PEH 14 professores concursados pela Rede Municipal de Curitiba, do quadro próprio do magistério docência I do 1° ao 5° ano e capacitados pela SME.

O compromisso com a educação de qualidade e a preocupação com a formação e as adequações necessários para atuar nesse contexto, exigiu da SME o encaminhamento de uma formação continuada que tornasse a equipe de professores, pesquisadores de suas próprias práticas. Portanto a formação ofertada a esses privilegia a reflexão sobre a ação e estudos da teoria produzida a cerca dessa modalidade de ensino

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Os professores seguem as Diretrizes Curriculares do Município e em casos de escolares vindos de outros municípios seguem o currículo sugerido pela escola de origem do escolar, garantindo assim, o direito de acompanhar o currículo durante sua permanência no hospital.

Ao professor do PEH assim como ao professor do APD cabem às funções inerentes a seu trabalho, assim como na escola, ele deve planejar suas ações, avaliar, desenvolver atividades que encaminhem o processo de ensino aprendizagem. O professor ao conhecer seu estudante deve considerar suas necessidades e características ao realizar seu planejamento, mediando o processo de aprendizagem por meio de adaptações e flexibilizações necessárias para o seu desenvolvimento e aprendizagens.

O direito ao atendimento pedagógico prestado pelo PEH é de todos os escolares que estejam internados ou que frequentem os serviços ambulatoriais dos hospitais onde existe o Programa, não sendo necessário ter matrícula em uma escola municipal.

No caso de o escolar residir em outro município e permanecer em Curitiba para tratamento durante longo tempo, ficando assim privado da escolarização e por vezes perdendo sua matricula, o PEH por meio da Secretaria de Educação em concordância com a escola de origem do estudante e efetiva sua matricula em uma das escolas do município, para que esse tenha reconhecida sua frequência e validado o desenvolvimento de seu processo de escolarização.

Documentos são elaborados para o acompanhamento da aprendizagem de cada escolar e esses são validados pela escola de origem quando de seu retorno.

O Programa reforça a importância do papel da escola na vida dos escolares, e deixa claro que sua continuidade é imprescindível para suas vidas.

Atendimento Pedagógico Domiciliar - APD

O Atendimento Pedagógico Domiciliar - APD é uma modalidade de atendimento pedagógico que surgiu da necessidade de oportunizar a continuidade da escolarização à escolares que se encontram em tratamento de saúde, que não estão internados em instituições de saúde mas, estão temporária ou permanentemente impossibilitados de frequentar suas escolas.

No Estado do Paraná o Conselho Estadual além de descrever essa modalidade de ensino, exige do professor a formação em educação especial. Essa exigência fundamenta-se na práxis tendo em vista que o estudante do APD, geralmente apresenta necessidades

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especiais para o processo de escolarização, entre elas a falta da fala, de movimentos entre outros. Esse requisito está presente na Deliberação nº 02/03, Indicação nº 01/2003 (PARANÁ, 2003):

[...] serviço destinado a viabilizar a educação escolar de alunos com necessidade educacionais especiais que estejam impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que implique permanência prolongada em domicilio, mediante atendimento especializado em educação especial vinculado a um serviço especializado.

Considerando que o período em que o escolar em tratamento está internado em hospitais ele tem o direito e a oportunidade de receber o atendimento do PEH e que quando esse escolar recebe alta hospitalar sem restrições retorna a sua escola de origem, surge então uma lacuna entre o período de internação e o retorno a escola de origem.

Com o objetivo de atender pedagogicamente os estudantes que recebem alta hospitalar e não podem retornar a suas escolas por diversos motivos ocasionados por doenças crônicas, degenerativas, cuidados pós-cirúrgicos e ainda sequelas ou recuperação de acidentes, surge a necessidade do APD.

O Atendimento Pedagógico Domiciliar veio então, preencher a lacuna existente no processo de escolarização desse estudante no período compreendido entre a alta hospitalar e o retorno à frequência regular na escola comum, fazendo surgir um tripé entre esses três contextos – hospitalar, escolar e domiciliar.

Os estudantes do APD que recebem os professores em suas casas têm características diversas das apresentadas por estudantes das escolas comuns, esses demonstram uma vontade extraordinária de aprender, aguardam ansiosos a presença do professor e a proposição das atividades, o que resulta em um processo de aprendizagem significativo.

Essa modalidade de ensino teve início em Curitiba por meio da SME no ano de 2008, inicialmente na modalidade de “hora extra” para os professores que atuavam nesse contexto, quando professores, por vezes da própria escola do escolar, quando disponíveis realizavam os atendimentos. No ano de 2015 o professor para atuar no APD permanece lotado nos Núcleos Regionais da Educação, em um total de 9 e atendem os escolares de cada um desses Núcleos.

A complexidade desse atendimento se deve a vários aspectos entre eles o espaço físico, os atores e a organização da práxis. A própria autora entende o APD como uma ação pedagógica com foco principal na aprendizagem do estudante, lembrando que o APD mantém todos os compromissos curriculares e o professor na busca da aprendizagem e

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desenvolvimento de seu estudante, utiliza metodologias diferenciadas e adaptadas à realidade vivida, flexibilizando o currículo para a potencialização da aprendizagem.

Pensar o espaço domiciliar como um espaço educacional requer do professor adequações e formação diferenciada, o tempo além do espaço acontece de forma diversa do da sala de aula comum, esses entre outros aspectos devem ser considerados quando se pretende organizar o trabalho pedagógico a ser desenvolvido.

Na dinâmica e a organização do APD da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba o professor para atuar no APD deve ser concursado pela Rede Municipal de Curitiba ser integrante, portanto do quadro próprio do magistério docência I do 1° ao 5° ano e docência II do 6° ao 9°ano. A aceitação da docência II se deve ao fato de que o atendimento pode ser também realizado por áreas do conhecimento dependendo da fase escolar em que o estudante se encontra.

O estudante que tem o direito a solicitar o APD é aquele que apresenta restrições advindas de tratamento de saúde que os impossibilitem de frequentar a escola comum. O atestado médico deve prever o afastamento da escola comum por um período igual ou maior que trinta dias consecutivos e deve também descrever a patologia ou o CID 10. O médico deve ainda relatar aspectos que achar pertinentes acerca da sanidade do estudante apontando sua aptidão para receber os atendimentos pedagógicos.

A escola de origem do estudante deve ter consciência de que apesar desse estar afastado de seu espaço físico e da frequência diária as aulas por motivo de saúde, ele é parte integrante de sua unidade escolar e por consequência também de sua responsabilidade. Isso posto, cabe a escola então, organizar a documentação e solicitar a SME o ADP. Cabe ainda a escola de origem do estudante a responsabilidade sobre o registro de frequência dos professores que irão atuar no atendimento pedagógico, a orientação e acompanhamento pedagógico do processo de ensino aprendizagem desenvolvido pelo professor do APD.

A carga horária disponível atualmente para essa modalidade de atendimento é de quatro horas semanais por estudante, e podem ser distribuídas em dois dias de atendimento. Essa carga horária pode ser estendida em casos específicos mediante solicitação e justificativa.

O registro dos atendimentos realizados em domicílio deve ser feito por meio da assinatura do responsável que estiver presente, esse registro valida a frequência do estudante as aulas.

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Importante destacar que para que o APD aconteça é obrigatória a presença de um responsável junto ao estudante, em hipótese nenhuma ele deverá ser atendido ou permanecer apenas na presença do professor, essa exigência visa preservar a segurança tanto do professor quanto do estudante.

A avaliação que mais se adequa a essa realidade é a construção de um portfólio que nada mais é que uma coletânea organizada das atividades produzidas pelo estudante e representa um excelente instrumento de avaliação já que permite ao estudante o acompanhamento de sua própria aprendizagem, estimulando o pensamento reflexivo e o levantamento de hipóteses para melhoria de desempenho. Sobre o portfólio Sá-Chaves (2005, p. 163/164) traz que:

O portfólio deve refletir globalmente o percurso do estudante, não se limitando aos aspectos cognitivos do seu trabalho, mas incidindo igual mente nos aspectos de natureza afetiva, ser um instrumento de diálogo contínuo entre estudante e professor,elaborado sobre a ação, na ação e para a ação, partilhado em tempo útil de modo a facilitar a interpretação das realidades vividas e sentidas, a auto-reflexão e as tomadas de decisão mais congruentes para os contextos nos quais o processo de desenvolvimento ocorre.

O professor precisa lembrar-se de que seu estudante tem vínculos com outros contextos e que realiza aprendizagens também nesses espaços, portanto deve construir uma ponte de comunicação permanente com a escola de origem e também com os professores que atuam nas instituições de saúde com o PEH, são profissionais que estão em espaços físicos distintos, mas que trabalham pelo mesmo objetivo, o de oportunizar a continuidade da escolarização ao estudante em tratamento de saúde.

Algumas Considerações

Tanto o Programa de Escolarização Hospitalar quanto o Atendimento Pedagógico Domiciliar têm bases legais que conferem a eles status de direito, as ações desenvolvidas em algumas regiões do Brasil, demonstram que a implantação é possível e apesar disso, ainda representa um desafio para escolas, pais, professores e estudantes.

A implantação do Programa de Escolarização Hospitalar e do Atendimento Pedagógico Domiciliar depende de ações e de politicas publicas consistentes que considerem e reconheçam a relevância desse atendimento para a vida escolar e para formação dos estudantes que por motivo de doença estão impossibilitados de frequentar suas escolas.

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Para que o APEHTS ganhe notoriedade é necessário multiplicar esse exemplo aqui disposto em cada município de nosso país; para que esta modalidade de atendimento seja tratada e reconhecida como um direito garantido a todo escolar em tratamento de saúde, é necessário evidenciar dois aspectos fundamentais; destacar a relevância do APEHTS junto às Secretarias de Educação estaduais e municipais, sensibilizar e envolver profissionais e toda a sociedade neste processo de construção de uma cultura que vê esse atendimento como legal e inerente a toda ação educacional.

Os profissionais da educação que atuam com APEHTS, os escolares, pais, acompanhantes, os diversos profissionais que habitam o espaço hospitalar e outros que por algum motivo tiveram contato com essa realidade de atendimento pedagógico, são os potenciais catalisadores e responsáveis pela divulgação e construção da origem e dos progressos deste trabalho.

Os resultados obtidos desde a implantação desses atendimentos na cidade de Curitiba, por meio da Secretaria Municipal da Educação, tem sido positivos ao alcançar o seu principal objetivo de promover a integração entre o escolar, a escola de origem e o hospital ou domicilio, minimizando os sentimentos negativos criados pela nova realidade vivida por pelo escolar, promovendo a interação social oportunizando o atendimento pedagógico na busca, por que não, de uma melhor qualidade de vida.

A de se considerar ainda a importância do papel da escola na vida dos escolares em tratamento de saúde, que a continuidade dos estudos é imprescindível para suas vidas, o que permite um sentimento de esperança e a expectativa de retorno as suas vidas após o a alta.

O PEH e o APD representam um estímulo das necessidades curriculares e busca suprir também as necessidades emocionais dos escolares dando a eles a oportunidade de não interromper seus estudos, de conviver com colegas e com a dinâmica escolar, o que proporcionará um retorno à escola regular de forma equilibrada permitindo ao escolar se sentir valorizado, seguro e consciente de que não foi privado de seu estudo durante o tratamento de saúde.

Destacamos ainda a importância da inter-relação entre os contextos que envolvem o escolar do APEHTS, a relevância da ponte de comunicação estabelecida e a consciência da corresponsabilidade sobre a aprendizagem desses, entre o professor do PEH, do APD, a escola de origem e a família.

O desenvolvimento do trabalho realizado pelo APEHTS em Curitiba tem a preocupação de permear sua ação com uma visão humanitária. A presença do professor em

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ambiente hospitalar e domiciliar tem além da preocupação de garantir o direito ao atendimento pedagógico dos escolares, já que prima por seu desenvolvimento integral, e preocupa-se também com o tratamento igualitário e universal, possibilitando a esses escolares a inclusão social e a continuidade de seus estudos.

A história dos APEHTS no município de Curitiba caminha a passos largos tendo como base estudos e reflexões que fundamentam as ações junto aos escolares em tratamento de saúde, na busca de adequar da melhor maneira possível a escolarização, seja no ambiente hospitalar, ambulatorial, domiciliar ou ainda em casas de apoio.

Acreditar no trabalho desenvolvido pelo Programa de Escolarização Hospitalar o Atendimento Pedagógico Domiciliar é acreditar em uma ação voltada à inclusão e ao direito à educação para todos, já que busca promover a equidade na diferença, a dignidade e o desenvolvimento integral desses estudantes impossibilitados de frequentar os bancos escolares por motivo de tratamento de saúde.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução nº 41, de13 de outubro de 1995. Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial, Brasília,17 out. 1995.

CECCIM, R. B. & CARVALHO, P. R. A. (Org.). Criança Hospitalizada. Editora da Universidade, RS, 1997.

MATOS, Elizete L. M.; MUGIATTI, Margarida M.T.F. Pedagogia Hospitalar: a

humanização integrando a educação e saúde. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

MUGIATT, M.M.T.F: Hospitalização Escolarizada, uma nova alternativa para criança

doente. Dissertação de Mestrado. PUCRS, 1989.

PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Deliberação nº 02/03 de 02 de junho de 2003.

Normas para a Educação Especial, Educação Básica para alunos com necessidades especiais.

SÁ-CHAVES, I. (Org.) Os "portfólios” reflexivos (também) trazem gente dentro: reflexões em torno do seu uso na humanização dos processos formativos. Porto: Porto Editora, 2005.

Referências

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