• Nenhum resultado encontrado

Direito Penal III. Aula 13 09/05/ DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Direito Penal III. Aula 13 09/05/ DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO"

Copied!
22
0
0

Texto

(1)

Profª Tâmisa Fleury Página 53 Aula 13 – 09/05/2012

2.7 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 2.7.1 FURTO – art. 155

a) Objeto jurídico – patrimônio (complexo de bens ou interesses de valor

econômico).

b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – Subtrair, ou seja, inverter o título da posse, retirar o objeto da esfera de disponibilidade e vigilância do sujeito passivo, visando a tê-lo para si ou para outrem.

 É exigido o ânimo de apossar, não havendo este ânimo configurará o furto de uso, o qual não é crime.

O ato de subtração abrange duas situações:

 Aquela em que o próprio agente se apossa ou apodera do bem da vítima e o leva embora sem autorização;

 Aquela em que a própria vítima ou alguém em seu nome entrega o bem ao agente pra que ele exerça a posse somente naquele recinto, mas ele, sem ter autorização, tira o bem da esfera de vigilância do dono. Por exemplo: esconder o objeto para sair do local, ou empreendendo fuga, correndo do local.

Objeto material – coisa alheia móvel.

Coisa móvel – é toda aquela que pode ser transportada.

 Embora a lei civil trate aeronaves e embarcações como se fossem imóveis, quanto às formalidades para a transferência da propriedade, esses bens são móveis e portanto, podem ser furtados.

 Semoventes constituem espécie do gênero coisa móvel e, portanto, é possível furto de gado, conhecido também como ato vigiado, como também de outras espécies de animais que tenha dono. ABIGEATO é o furto de gado.

 É possível também o furto de árvore plantada, já que é possível transporta-la. Elemento normativo do tipo: Coisa alheia.

Res nullius – é a coisa que nunca teve dono, portanto, esta não pode ser objeto de furto. É a chamada “coisa de ninguém”. Ex: peixes.

Res derelicta – são as coisas abandonadas, ou seja, também não tem dono e também não pode ser objeto de furto.

# Furto e apropriação de coisa achada - A coisa PERDIDA ou “res desperdicta” tem dono, mas quem a encontra e não devolve não comete o crime de furto em razão da inexistência do ato de subtração da sua parte. Neste caso, o crime se chama apropriação de coisa achada, art. 169, parágrafo único, inciso II.

Tecnicamente o bem só se considera perdido quando está em lugar público ou aberto ao público, por isso pratica furto quem encontra um relógio debaixo da almofada na casa de um amigo e sorrateiramente leva o bem embora.

# Os bens de uso comum como a água e o ar, em regra, podem ser usufruídos por

todos não sendo objeto material de furto. Caso, todavia, tenham sido retirados do ambiente natural e tratados por alguém, constitui coisa alheia e objeto de furto, como é o caso da água encanada.

(2)

Profª Tâmisa Fleury Página 54 # Bem de uso comum ≠ coisa comum - Quando alguém é dono de uma cota parte

de um bem imóvel, mas subtrai na sua totalidade em prejuízo de condomínio, co-herdeiro ou sócio, comete o art. 156 do CP, chamado de furto de coisa comum, onde a ação penal depende de representação.

# A subtração de parte de ser humano, enquanto tal constituiu crime de lesão

corporal, ainda que haja interesse econômico, por exemplo: corte não autorizado de cabelo a fim de ser vendido.

Por sua vez podem ser furtados objetos como perucas, dentaduras, prótese de perna, etc.

# A subtração de órgão ou tecido de cadáver para fins de transplante constitui crime

do art. 14 da lei 9.434/97.

# A subtração de cadáver ou de parte dele, em regra, configura crime do art. 211 do

CP, chamado de subtração de cadáver, em que a objetividade jurídica é o respeito aos mortos. Ex: coveiro que subtrai crânio para vender aos estudantes de medicina ou odontologia.

Caso o cadáver tenha dono, como aqueles que pertencem à faculdade de medicina ou museu, a subtração constitui furto porque subtrai coisa alheia.

Já em relação a subtração de objetos enterrados com o cadáver existem duas correntes:

a) O crime é o de furto, porque esses objetos tem dono que são os sucessores

do falecido. Por ter havido arrombamento, aplica-se a qualificadora do furto e não a violação de sepultura.

b) O crime é o de violação de sepultura porque esses objetos são equiparados a

coisa abandonada, por não haverem interesse dos sucessores em tê-los de volta. Essa é a corrente majoritária.

# A subtração de órgão de pessoa viva, para fim de transplante, constitui crime

especial da lei 9.434/97 que regulamenta os transplantes.

# Art. 155, §3º - equipara a coisa móvel a energia elétrica e outras formas de

energia que tenham valor econômico (bélica, nuclear).

A exposição de motivos do CP esclarece que constitui furto a subtração de sêmem dos reprodutores, denominando-a como furto de energia genética.

Existem diversos julgados, inclusive do STF dizendo que a captação clandestina de TV a cabo, internet ou linha móvel constitui furto de energia.

# Furto de coisa ilícita – é possível o furto de coisa ilícita, desde que o furto não

configure crime mais grave. Por exemplo: se o agente furta elevada quantidade de entorpecentes que se encontra sob custódia do Estado (porque apreendida em diligência policial), responde pelo crime do art. 33 da Lei 11.343/06.

# Bens fungíveis – são aqueles que podem ser substituídos por outros, da mesma

espécie, qualidade e quantidade, estes também podem ser objeto do furto.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa, exceto o dono.

e) Sujeito passivo – qualquer pessoa titular da propriedade, posse ou detenção do

(3)

Profª Tâmisa Fleury Página 55 f) Consumação – quando a vítima perde, mesmo que momentaneamente, a livre

disponibilidade sobre o bem.

g) Tentativa – é admitida. h) Concurso de crimes

 Quando o agente subtrai vários bens de um único sujeito passivo será considerado crime único, ou seja, cometerá apenas um furto;

 Quando subtrai diversos bens sabidamente pertencentes a pessoas distintas, comete tantos furtos quantos forem os sujeitos passivos, assim será concurso formal de crimes.

i) Modalidades de furto

Furto simples – art. 155, caput – consiste em subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel, com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa.

Furto Famélico – é um caso de estado de necessidade em que o fato não é considerado crime por ter havido subtração de pequena quantidade de alimento por quem não tinha condição financeira de comprá-lo.

Furto de uso - não constitui crime pela ausência de intenção de se locupletar efetivamente do bem. Para o reconhecimento do furto de uso, a doutrina e a jurisprudência exigem dois requisitos:

a) Requisito objetivo: a intenção de usar momentaneamente a coisa alheia. Embora não tenha sido estabelecido um período máximo o que se vê na prática e que só se tem admitido quando ele dura algumas horas ou alguns poucos dias, dependendo das particularidades de cada caso. Só se admite a atipicidade do furto de uso quando este se dá para fim lícito. O furto de uso não tem como requisito a existência de uma situação de perigo, já que para esses casos existem uma excludente de estado de necessidade.

b) Requisito objetivo: é a efetiva e total devolução do bem. Se após o uso o agente abandona o bem em local diverso, ele responde pelo crime. Se o agente usa e devolve o bem alheio, mas antes retira uma peça ou acessório, responde por crime de furto em relação a estes. O mesmo ocorre quando alguém usa e devolve um veículo alheio, mas com menos combustível.

j) Teoria da inversão da posse – é a segundo a qual a consumação pressupõe

que o bem seja tirado da esfera de vigilância da vítima e o agente tem sua posse tranquila ainda que por pouco tempo.

 Situações importantes

1. Se o agente inicia a execução do furto e se apodera do bem pretendido, mas acaba sendo preso no próprio local, o furto é tentado. Porque o bem sequer foi tirado da esfera de vigilância da vítima.

OBS: no caso de concurso de agentes, se um deles for preso no local,

mas o comparsa conseguir fugir levando algum bem, o crime está consumado para os dois.

(4)

Profª Tâmisa Fleury Página 56

2. Se o agente se apodera do bem da vítima e sai correndo, mas é imediatamente perseguido e acaba sendo preso, após uma perseguição em que o perseguidor esteve o tempo todo em seu encalço temos um furto tentado, pois ainda que o bem tenha sido tirado da esfera de vigilância do dono, em nenhum momento teve a posse tranquila.

Exceção: se, durante a fuga o agente joga fora ou perde o bem furtado e a vítima não recupera, temos um furto consumado uma vez que a vítima sofreu um efetivo prejuízo.

Trata-se de exceção porque o crime se considera consumado apesar de não ter havido posse tranquila.

3. Se o agente se apodera do bem da vítima e é imediatamente perseguido, mas durante a fuga consegue despistar o perseguidor que fica alguns minutos sem saber aonde se encontra o ladrão, temos um furto consumado ainda que o ladrão seja pego depois. Pois se considera posse tranquila durante o tempo que ele conseguiu despistar o perseguidor. 4. Se o agente se apodera do bem e consegue deixar o local do crime sem

ser perseguido e a vítima então procura a polícia e narra as características do ladrão e os policiais, um tempo depois, consegue prender o agente, temos um furto consumado porque o agente teve a posse tranquila do momento do furto até o momento da prisão.

OBS: nesta hipótese é possível a prisão em flagrante nos termos do art.

302, IV do CPP que trata do chamado flagrante ficto ou presumido. Conclui-se, portanto que o fato de ter havido prisão em flagrante não significa necessariamente que o furto esteja tentado.

5. Considerando que não existe nenhum sistema de segurança capaz de tornar impossível a consumação de furto, haverá sempre tentativa e não crime impossível, quando o agente não conseguir levar o bem.

k) Acréscimo de pena – o período de repouso noturno pode variar de uma região

para a outra, como por exemplo, da zona urbana ou rural.

O furto noturno somente é aplicado ao simples (furto). É pacífico o entendimento de que o furto noturno por estar previsto no §1º não incide se o furto for qualificado, pois as qualificadoras estão previstas no §4º, desta forma só se aplica ao furto simples.

Entende-se também que o aumento só incide quando o fato ocorre em locais próprios para repouso noturno, ou seja, em residências (inclusive em suas áreas externos como jardim, garagem, quintal) hotéis, pensões, etc. Desta forma, o aumento não se aplica se o furto ocorrer na rua, ou no interior de um setor referenciado etc.

l) Furto privilegiado – art. 155, §2º

 Para a incidência desse benefício são exigidos apenas dois critérios:

a) Que o réu seja primário. Considera-se primário aquele que não se enquadra no conceito de reincidência dos artigos 63 e 64 do CP.

(5)

Profª Tâmisa Fleury Página 57

Considerando que a lei não exige bons antecedentes para a aplicação do privilégio o réu primário que tenha antecedentes criminais pode obter benefício.

b) Que a coisa furtada seja pequeno valor. Considera-se de pequeno valor aquele que não ultrapasse “1 Salário mínimo” na data do fato. Critério objetivo, porque se aplica a todos os crimes de furto independentemente de analisar se a vítima e rica ou pobre.

Para se saber o valor do bem deve sempre ser feita uma avaliação por peritos durante o inquérito policial.

De acordo com o próprio texto legal, o que se deve levar em conta é o valor do bem furtado e não o prejuízo causado à vítima. Por isso quando a polícia resgata o carro furtado e o restitui ao dono, o réu não tem direito de ser privilegiado.

Na tentativa o que se leva em conta é o valor do bem pretendido.  Consequências:

Presentes os requisitos legais, a lei confere ao juiz três opções para beneficiar o réu:

a) Substituir a pena de reclusão por detenção;

b) Reduzir a pena privativa de liberdade de 1/3 a 2/3; c) Aplicar somente a pena de multa.

 Há séria divergência acerca da aplicabilidade do privilégio ao furto qualificado. O STJ adota entendimento no sentido da impossibilidade de existência do privilégio com as formas qualificadas. Já o STF já admitiu a aplicação do privilégio ao furto qualificado.

 Não se deve confundir o furto privilegiado, em que o réu é condenado, com o princípio da insignificância em que o fato é considerado atípico por ser considerado furto de bagatela ou valor baixo.

O STF tem adotado quatro vetores para aplicação do princípio da insignificância:

a) A mínima ofensividade da conduta; b) Seu baixo grau de reprovabilidade;

c) A inexpressividade da lesão ao bem jurídico; d) A ausência de periculosidade da ação.

m) Furto qualificado - Art. 155, §§ 4º e 5º

Todas as figuras de furto qualificado são compatíveis com instituto da tentativa.

m.1) Qualificadoras quanto ao meio de execução, §4º:

Inciso I, rompimento ou destruição de obstáculo para subtração da coisa. c) No rompimento o agente danifica parcialmente o obstáculo para conseguir,

(6)

Profª Tâmisa Fleury Página 58

O art. 171 do CPP exige perícia no local para constatar os vestígios deixado no obstáculo.

Como esta qualificadora necessariamente pressupõe que o obstáculo seja danificado, não se pode cogitar da aplicação do crime de dano.

A mera remoção do obstáculo sem que seja ele modificado não caracteriza a qualificadora em análise.

Como a lei não faz distinção, a qualificadora abrange tanto os obstáculos passivos como cofres, portas, trancas, cadeados, correntes, como também os obstáculos ativos tais como alarmes, cerca elétrica. O simples ato de desligar o alarme, todavia, não gera a qualificadora sendo necessário que ele seja de alguma forma danificado.

Esta qualificadora só pode ser aplicada quando o obstáculo não é parte integrante do bem subtraído, por exemplo, quando alguém arromba cofre para furtar dinheiro, ou arromba porta para furtar objetos dentro de uma casa. Quando arrombam portão para furtar carro que está na garagem.

Inciso II – abuso de confiança: para a existência da qualificadora é necessário que a vítima deposite uma confiança especial do agente, por exemplo, por serem irmãos, grandes amigos, namorados. Nem sempre que o empregado furta o patrão a qualificadora está presente, pois isso só ocorre quando se provar que havia uma grande confiança do patrão depositada no empregado.

Também é necessário, para a configuração desta qualificadora, que o agente se aproveite de alguma facilidade como o fato de ter acesso ou livre trânsito na parte interior da casa da vítima.

Por meio de fraude: consiste no emprego de qualquer artifício para de

alguma forma facilitar ou viabilizar a subtração.

Os exemplos mais comuns de fraude são: fraudes para distrair a vítima, fraude para conseguir entrar no local onde o furto será consumado, para afastar a vítima dos seus pertences, da internet para obter senha de alguém e obter saques da conta.

Qual a diferença entre o furto mediante fraude e estelionato?

No estelionato a fraude visa enganar a vítima, fazendo-a incidir em erro, para que entregue o objeto espontaneamente ao agente.

Observação: não se pode esquecer que alguém emprega fraude para obter posse vigiada e depois sem autorização leva o bem embora (escondendo, fugindo) o crime é o de furto mediante fraude.

A jurisprudência entende que o crime é de furto mediante fraude por ter vigiado, no caso em que alguém pega o carro para estacionar fingindo ser motorista ou quando pega o carro de test-drive fingindo ser comprador.

Escalada – o ato de ingressar no local do furto por uma via de acesso

anormal. Exemplo, pulando muro, entrando pelo telhado, chaminé, sacada ou até mesmo mediante a escavação de um túnel.

Art. 171 do CPP – exige perícia específica para constatar a escalada para o furto.

(7)

Profª Tâmisa Fleury Página 59

Entende-se que a qualificadora só se justifica quando o agente tem que fazer um esforço considerável, ou quando faz uso de uma escada, de uma porta. Por isso quando alguém pula muro baixo que não exige força, a qualificadora não se configura.

Destreza – é a habilidade do agente que permite a subtração de bens que a

vítima traz com si, sem que ela perceba, por exemplo, o batedor de carteira também chamado de “punguista”.

Não se aplica a qualificadora quando a vítima não percebe a subtração por estar dormindo ou em avançado estado de embriaguez.

Se o agente consegue abrir a bolsa da vítima e tirar a carteira sem ser notado, mas outra pessoa o vê correndo e em razão disso o ladrão é preso, aí considera-se tentado.

Inciso III – emprego de chave falsa. Considera-se como chave falsa: a) A cópia feita clandestinamente;

b) Qualquer outro instrumento capaz de abrir a fechadura. Abrange instrumentos que tem outra finalidade, por exemplo, grampos, clipes, chaves de fenda e também os instrumentos especialmente confeccionados pelos ladrões que são chamados mixas.

Quando alguém usar fraude para obter a chave verdadeira e com ela abrir porta para praticar furto, teremos apenas a qualificadora da fraude.

Inciso IV – concurso de duas ou mais pessoas. É perfeitamente possível que o juiz condene uma só pessoa e aplique essa qualificadora, desde que haja prova do envolvimento de outra pessoa que não pode ser punida, por ser menor, por ter fugido e não ter sido identificado, por ser filho da vítima ou menos de 60 anos.

Como a lei não faz restrição, mencionando a expressão genérica “concurso de pessoas”, entende-se que a qualificadora se aplica tantos aos casos de autoria como de participação.

Prevalece, atualmente, o entendimento de que não existe “bis in idem” quando se pune os integrantes de uma quadrilha por este crime e também pelo furto qualificado pelo concurso de agentes, porque os institutos tem motivações distintas:

a) Na quadrilha o que se pune é a periculosidade que a associação para a prática reiterada de crimes representa para a sociedade;

b) O furto é, em relação à vítima, que tem o seu patrimônio atacado pelo agente.

m.2) Parágrafo 5º - a pena será de 3 a 8 anos de reclusão se o furto for de veículo

automotor que venha a ser transportado para outro estado ou país. Esta qualificadora possui dois requisitos:

1. Que o agente desde o momento do furto já tenha intenção de levar o bem para outro estado;

2. Que o agente consiga cruzar para o outro estado ou a fronteira com outro país.

(8)

Profª Tâmisa Fleury Página 60

Quando alguém furta veículo com intenção de levá-lo a outro estado, mas algumas horas depois o veículo é apreendido, ainda que dentro do estado, temos um furto consumado porque já havia posse tranquila e será sem a qualificadora do §5º.

2.7.2 Furto de coisa comum – art. 156

a) Objeto jurídico – patrimônio (posse e propriedade legítimas). b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – subtrair.

Objeto material – coisa comum, ou seja, aquela pertencente a todos os condôminos, coerdeiros ou sócios.

Elemento normativo – a quem legitimamente a detém.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – condômino, coerdeiro ou sócio.

e) Sujeito passivo – copossuidor, coproprietário do bem, condômino ou terceiro

qualquer.

f) Consumação – quando a vítima perde, ainda que momentaneamente, a livre

disponibilidade sobre o bem, não se exigindo que o agente tenha a posse mansa e pacífica do objeto material.

g) Tentativa – é admitida Aula 14 – 16/05/2012

2.7.3 Roubo (próprio) – art. 157

a) Objeto jurídico – o roubo é um crime complexo porque atinge mais de um

bem jurídico, sendo eles o patrimônio, a incolumidade física e a liberdade individual.

b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – subtrair.

Objeto Material – coisa móvel alheia.

Meios de execução – grave ameaça, violência ou depois de haver por qualquer meio reduzido a capacidade de resistência da vítima.

Neste crime também ocorre a subtração de uma coisa alheia móvel, mas trata de crime mais grave do que o furto, porque para efetuar a subtração o agente subjulga a vítima pelo emprego de violência , grave ameaça ou qualquer outro meio que a reduza possibilidade de resistência.

1. Violência existe sempre que o agente empregar violência física contra a vítima. Por exemplo, agressão mediante soco, paulada, chute, derrubar a vítima no chão, mediante emprego de força. Trombada constitui violência de modo que o trombadinha responde por crime de roubo.

A subtração de objetos que de alguma forma envolve o corpo da vítima, como por exemplo, puxar um brinco ou arrebentar uma pulseira ou colar, configura crime de roubo, sempre que a força física empregada atinja com certa intensidade na vítima causando dor, desequilíbrio, quebra.

(9)

Profª Tâmisa Fleury Página 61

2. Grave ameaça é a promessa de um mal injusto e grave a ser causado no próprio dono do bem ou em terceiro. Por exemplo, ameaça de morte, ameaça em direção (quando coloca faca no rosto), quando aborda carro portando arma.

O fato de simular porte de arma ou usar arma de brinquedo para subjulgar a vítima constituem grave ameaça porque tem poder intimidatório.

3. “qualquer outro meio que reduza a vítima à impossibilidade de resistência”. Trata-se de fórmula genérica. O uso de sonífero é o exemplo mais comum. “Boa noite cinderela”. Também a hipnose pode configurar meio que impossibilite a defesa. Essa impossibilidade tem que ser causada pelo agente. Esta fórmula genérica é também conhecida como “violência imprópria”.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa.

e) Sujeito passivo – qualquer pessoa que tenha qualquer dos bens jurídicos

atingidos.

 O dono do bem roubado é vítima, mesmo que não esteja no local do crime no momento de sua prática.

 E a pessoa que sofre violência ou grave ameaça também é vítima ainda que nada tenha subtraído, por isso é possível que um só crime de roubo tenha duas ou mais vítimas como nos exemplos abaixo:

1. João é dono de um carro e o empresta a Pedro que, quando está sozinho no carro, é abordado por ladrões armados que levam apenas o veículo. João é vítima pela perda do carro e Pedro por sofrer ameaça;

2. Se os bandidos empregam grave ameaça a 20 pessoas dentro do banco, mas subtraem apenas o dinheiro do cofre do banco teremos 21 vítimas, ou seja, as 20 ameaçadas e o banco por ser dono do dinheiro.

f) Consumação – o entendimento atual dos tribunais superiores é que o roubo se

consome no momento que o agente se apodera do bem da vítima mesmo que seja preso sem obter a posse tranquila.

g) Tentativa – é admitida, mesmo que o agente empregue violência ou grave

ameaça, mas não conseguir se apossar de nenhum bem da vítima.

h) Concurso de crimes – existem alguns casos em que deve ser conhecido o

concurso formal de roubos como acontecem nos dois casos abaixo:

1. Se o agente emprega grave ameaça concomitantemente contra duas pessoas e subtrai objetos, valores de ambas.

2. Se o agente empregar grave ameaça contra uma só pessoa e subtrai objeto desta e também objeto pertencente a terceiro que sabia. Nesse caso haverá concurso formal se ficar provado que o agente sabia que estava subtraindo coisas de pessoas diversas. Exemplo: ameaçar cobrador e roubas seu relógio e o dinheiro pertencente à empresa de ônibus.

 Não se admite o conhecimento de crime continuado entre roubo simples e latrocínio, pois estes delitos não podem ser considerados da mesma espécie já

(10)

Profª Tâmisa Fleury Página 62

que o latrocínio atinge outro bem. Entre estes dois crimes o que se reconhece é o concurso material.

 Quando há pluralidade de vítimas e um único patrimônio lesado será crime único.

 Quando houver pluralidade de vítimas e vários patrimônios atingidos, haverá concurso formal.

 Quando houver uma vítima e muitos patrimônios lesados, será tantos roubos quantos patrimônios lesados.

i) Roubo impróprio – art. 157, §1º - Este é um crime em que o agente

pretendia inicialmente cometer o crime de furto e já tinha inclusive se apoderado do bem da vítima, mas logo depois da subtração ele emprega violência ou grave ameaça a fim de garantir a impunidade ou a detenção do bem.

 No roubo impróprio, portanto, a violência ou grave ameaça ocorre depois da subtração e esta é a sua principal diferença do roubo próprio em que a violência ou a grave ameaça ocorre antes de subtrair o bem.

 Outra diferença entre esses delitos é que de acordo com o texto legal, o roubo próprio pode ser praticado mediante violência imprópria (meio que reduza a capacidade de resistência da vítima) enquanto o roubo impróprio não.

 Para a configuração do roubo impróprio, a lei exige que a violência ou grave ameaça ocorra logo após a subtração, imediatamente após a posse, ou seja, ainda no mesmo desdobramento fático.

 Consumação – o emprego da violência ou da grave ameaça, ainda que não consiga assegurar a impunidade ou a detenção.

 Tentativa – majoritariamente não é admitida, uma vez que para a consumação é necessário o emprego da violência ou grave ameaça, sendo assim, não havendo estes meios para assegurar a impunidade do agente ou mantê-lo na posse do bem, mesmo que por motivos alheios à vontade dele, ocorrerá somente o furto.

j) Causas de aumento de pena – art. 157, §2º - prevê cinco causas de

aumento de pena aplicáveis tanto ao roubo próprio quanto ao roubo impróprio. Estas causas de aumento, todavia, não se aplicam se o crime for o de roubo qualificado pela lesão ou morte que estão previstas no §3º.

Inciso I – se o crime é praticado com o emprego de arma – a arma é todo instrumento que tem potencialidade ofensiva. Como o texto legal não faz nenhuma restrição, o aumento vale para o uso de armas próprias ou impróprias. As próprias são as feitas para servir como arma (arma de fogo, punhais). Armas impróprias são objetos feitos com outra finalidade, mas que também tem poder vulnerante (foice, canivete, faca de cozinha, navalha).

 É praticamente pacífico o entendimento de que não se aplica o dispositivo quando o agente simula estar armado.

A questão, entretanto, é polêmica. Quando o agente, para ameaçar a vítima, mostra a ela objeto idêntico ao revolver, mas que se descobre posteriormente ser uma arma de brinquedo:

(11)

Profª Tâmisa Fleury Página 63

1ª corrente – diz que não se aplica o aumento, porque a razão deste é a maior periculosidade da conduta, que só existe quando a arma é verdadeira. Além disso, por se tratar de um brinquedo não se enquadra o conceito de arma. Esta corrente é aceita em quase todas as doutrinas.

2ª corrente – diz que se aplica o aumento porque a razão deste é a maior facilidade que a pessoa armada encontra para subjulgar a vítima e subtrair seus pertences, facilidade que é a mesma de quando usa verdadeira, porque a vítima não sabe. O grande defensor dessa corrente foi o Nelson Hungria.

Na jurisprudência, a segunda corrente é a majoritária a ponto de o STJ ter aprovado a súmula 174, admitindo o uso da arma de brinquedo. Acontece que o STJ, alguns anos depois, cancelou esta súmula, fazendo que a jurisprudência majoritária atualmente, não reconheça o acréscimo por arma de brinquedo.

Inciso II – a pena do roubo é aumentada se o crime for praticado mediante concurso de uma ou mais pessoas. Como a lei não faz restrição aplica-se tanto na autoria quanto na participação.

É possível a aplicação do aumento ainda que o juiz condene uma só pessoa, desde que haja prova da participação de outra pessoa que não pode ser punido, por ser menor, por ter morrido, etc.

Inciso III – transporte de valores – se a vítima está em serviço (deve saber que está trabalhando) de transportes de valores e o agente conhece tal circunstância. No furto trata-se de crime classificado como simples, porque se trata de apenas um único bem jurídico.

Inciso IV – se o roubo é de veículo automotor que venha a ser transportado para outro estado ou país. Ver comentários ao art. 155, §5º.

Inciso V – se o agente mantém a vítima em seu poder restringindo sua liberdade. Este inciso, como se refere à restrição da liberdade, só se aplica quando o agente fica com a vítima por pouco tempo, por apenas poucos minutos. Quando os roubadores ficam com a vítima por um tempo maior, configura-se o crime de sequestro do art. 148 por ter havido privação da liberdade, em concurso material com o crime de roubo.

k) Roubo qualificado – art. 157, §3º

 É considerado crime hediondo (art. 1º Lei 8.072/90);  Divide-se em duas partes.

1ª parte – se resulta em lesão corporal grave, a pena é de 7 a 15 anos de reclusão e multa.

Esta qualificadora pressupõe que a violência empregada para roubar cause lesão grave na vítima e fica demonstrado que o agente não tinha intenção de matá-lo, pois se existir tal intenção o crime será o de tentativa de latrocínio.

De acordo com a Lei 8.072/90, o roubo qualificado pela lesão grave não é crime hediondo, mas o latrocínio, consumado ou tentado, sim.

2ª parte – se da violência resulta a morte, a pena será de 20 a 30 anos de reclusão sem prejuízo da multa.

(12)

Profª Tâmisa Fleury Página 64

Como o texto legal exige para a configuração do latrocínio que a morte seja decorrente do emprego de violência utilizada pelo roubador, não existe latrocínio se a morte não for decorrente do emprego de violência utilizado pelo roubador, não existe latrocínio se a morte for decorrente de grave ameaça usada pelo roubador, hipótese em que a doutrina diz que o autor responde por roubo em concurso formal com homicídio culposo, caso em que a vítima morre por ataque cardíaco.

Por outro lado, se o agente empregar violência para roubar e esta provocar a morte da vítima, será crime de latrocínio, desde que a morte tenha sido de forma culposa ou dolosa da violência.

O latrocínio admite, portanto a modalidade preterdolosa, porém não é crime exclusivamente preterdoloso. Se a morte for decorrência culposa da violência empregada, o latrocínio será considerado preterdoloso, mas se decorrente de dolosa não será preterdoloso.

Embora em ambos os casos o crime seja de latrocínio, a pena deve ser maior nas hipóteses em que for dolosa.

 A súmula nº 603 do STF diz que o latrocínio, por ser crime contra o patrimônio é sempre julgado por juízo singular, ainda que a morte seja dolosa.

 Para a configuração do latrocínio é necessário que a violência seja empregada durante o roubo e que tenha alguma relação com o assalto em movimento, por exemplo, para garantir a posse do bem, para garantir a imunidade.

 Se o agente pratica roubo e em uma data posterior mata alguém para garantir sua impunidade, temos roubo em concurso material com o homicídio qualificado.

 Se a violência causadora da morte tiver sido empregada durante e em razão do roubo, o crime será o de latrocínio qualquer que seja a vítima fatal, por exemplo, o próprio dono do bem alguém que o acompanhava, um funcionário ou segurança etc.

Exceção: se durante um roubo surge desentendimento entre os agentes e um deles intencionalmente mata o comparsa, o crime não é de latrocínio porque a vítima fatal era um dos autores. Neste caso, o autor responde por roubo quando as vítimas iniciais com o concurso material com o homicídio do outro autor.

 Observação: se o roubador atirou visando matar a vítima do roubo e por erro de pontaria acertou o comparsa, ele responde por latrocínio porque em casos como este o código diz que o agente responde como se tivesse matado quem pretendia.

 O art. 9º da Lei de crimes hediondos prevê que a pena do latrocínio será aumentada se a vítima fatal não for maior de 14 anos, se doente mental e o agente souber disso, ou se não puder por qualquer causa oferecer resistência.  O latrocínio classifica-se como crime complexo por atingir dois objetos:

patrimônio e vida.

 Em caso de subtração e morte tentadas o latrocínio considera-se também tentado e em casos de subtração e mortes consumados o latrocínio é consumado.

(13)

Profª Tâmisa Fleury Página 65

Por sua vez quando há tentativa de subtração e morte consumada, configura-se latrocínio consumado, pois o próprio código diz configura-se da violência resulta morte, Súmula 610 do STJ.

Ao contrário sensu, se a subtração for consumada e a morte tentada teremos latrocínio tentado.

Subtração Morte Crime

Tentada Tentada Latrocínio tentado Consumada Consumada Latrocínio consumado Tentada Consumada Latrocínio consumado Consumada Tentada Latrocínio tentado

2.7.4 Extorsão – art. 158

a) Objeto jurídico – primariamente o patrimônio (posse e propriedade) e

secundariamente a integridade física, psíquica, a liberdade individual e a vida.

b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – constranger (forçar, compelir, coagir) a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa.

Meios de execução – violência ou grave ameaça. Elemento normativo – vantagem indevida.

 Exemplo: a vítima é obrigada a assinar um cheque, a efetuar pagamentos para o agente, a fazer compras para ele, a emprestar dinheiro para ele, vítima obrigada ou coagida a não entrar em ocorrência, em não entrar com execução por dívida do agente ou ainda a tolerar que o agente utilize objeto de sua propriedade sem pagar por isso.

 Distinções

a) Se quem emprega violência ou grave ameaça visa a vantagem indevida, responde por extorsão, mas se a vantagem visada é devida, o crime é de exercício arbitrários das próprias razões (art. 345, CP);

b) Tanto na extorsão quanto mo constrangimento ilegal (art. 146), o agente emprega violência ou grave ameaça para forçar a vítima a fazer ou deixar de fazer algo, mas a diferença é que na extorsão ele quer obter com isso uma vantagem econômica, enquanto no constrangimento ilegal, a intenção é outra qualquer;

c) Roubo X Extorsão: quando o próprio agente se apodera do bem da vítima, é inequívoco que houve subtração, e que o crime é o de roubo.

Por outro lado, quando a própria vítima é forçada a entregar o bem para o agente, o crime pode ser o de roubo ou de extorsão.

Será roubo quando a vítima fizer a entrega, mas ficar comprovado que sua colaboração não era imprescindível para o agente obter o valor ou objeto pretendido, só que, no caso de recusa, ele não teria como reapoderar do bem naquele momento. Por exemplo: ameaça e exigência de dinheiro por telefone ou carta, ou até mesmo no caso de sequestro relâmpago, ou que se entende que a ação da vítima em fornecer a senha é imprescindível para obtenção de vantagem (para o agente conseguir sacar o dinheiro do caixa).

(14)

Profª Tâmisa Fleury Página 66 c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa. e) Sujeito passivo – qualquer pessoa.

f) Consumação – o próprio texto legal indica que o crime de extorsão se consuma

independentemente da efetiva obtenção de vantagem visada e existindo neste sentido a Súmula 96 do STJ.

O texto legal também indica que a extorsão só se consuma no momento em que a vítima fez o que o agente mandou fazer, ou deixa de fazer o que ele mandou que ele não fizesse.

Por isso, se o agente faz a ameaça, mas não atinge a ação da vítima, o crime estará tentado.

g) Tentativa – é admitida.

h) Causa de aumento de pena - §1º - prevê que a pena será aumentada de 1/3

a ½ se o crime for praticado por duas ou mais pessoas ou com o emprego de arma.

i) Extorsão qualificada - §2º - tudo que se sugere a roubo qualificado pela lesão

grave ou morte, aplica-se ao crime de extorsão. É considerado crime hediondo.

j) Sequestro relâmpago - §3º - se dá quando alguém constrange outrem,

mediante violência ou grave ameaça restringindo sua liberdade, de modo que esse ato seja condição necessária para obtenção de vantagem econômica.

 Exemplo: o agende, depois de ameaçar a vítima de morte, a obriga a se dirigir a um caixa, no interior de uma agência bancária e, a poucos metros, fica a espreita aguardando a retirada do dinheiro, vigiando para que a pessoa não chame atenção dos funcionários da instituição financeira.

 A consumação ocorre com a privação da liberdade. A tentativa é admitida.  Formas qualificadas: se da violência ou grave ameaça resultar lesão corporal

ou morte.

 Poderá haver concurso da extorsão (sequestro relâmpago) com o roubo, como por exemplo, quando o agente do crime, depois de roubar bens da vítima, a obriga a sacar dinheiro em caixas eletrônicos.

2.7.5 Extorsão mediante sequestro – art. 159

* Constitui crime hediondo em todas as suas modalidades. a) Objeto jurídico – patrimônio e a liberdade do indivíduo. b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – sequestrar (tirar a liberdade). Objeto material – pessoa.

Elemento normativo – qualquer vantagem como condição ou preço de resgate.

 Embora o at. 159 use a expressão “qualquer vantagem”, é necessário que ela seja econômica, porque o art. 159 está no título dos crimes contra o patrimônio. Se uma pessoa for capturada e em troca de sua libertação for exigida vantagem não patrimonial teremos crime de sequestro do art. 148 em concurso material com algum outro crime, dependendo da hipótese.

c) Tipo subjetivo – dolo específico – com o fim de obter, para si ou para outrem,

qualquer vantagem, como condição ou preço de resgate.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa. e) Sujeito passivo – qualquer pessoa.

(15)

Profª Tâmisa Fleury Página 67 f) Consumação – com a privação da liberdade, não interessando se a vantagem

almejada foi obtida.

 Trata-se também de crime permanente em que a consumação se prolonga no tempo, na medida em que a liberdade da vítima é atingida até enquanto ela não for libertada, sendo possível a prisão em flagrante enquanto não for cessada a infração.

h) Tentativa – é admitida.

 A tentativa é possível desde que os agentes tenham iniciado a abordagem, mas não tenham conseguido levar a vítima (desde que haja prova de que eles queriam sequestrar para exigir resgate).

i) Formas qualificadas

§1º - acerca do tempo, começa a contar a partir da privação do direito de ir e vir e termina com a liberdade. Quanto praticado por quadrilha ou bando os agentes responderão pelo crime extorsão mediante sequestro qualificada e pelo crime de quadrilha ou bando (art. 288);

§2º - se do fato resulta lesão corporal grave.

§3º - se do fato resulta morte, neste caso, não se exige que a morte decorra da violência ou da grave ameaça, mas sim do fato.

 Estas qualificadoras dos §§ 2º e 3º só se aplicam quando a lesão grave ou morte for provocada na pessoa sequestrada. A morte de outra pessoa constitui crime autônomo de homicídio em concurso material com o artigo 159, como por exemplo, matar a pessoa incumbida de pagar o resgate, matar o segurança para conseguir sequestrar o empresário, etc.

Como a lei não fez distinção, essas qualificadoras se aplicam, quer tenha havido dolo ou culpa em relação a lesão grave ou morte.

O reconhecimento de uma qualificadora maior afasta as qualificadoras menores quando se trata de mesmo sequestro. Por isso se os sequestradores matarem a vítima após tê-la mantido em cativeiro por muitos dias, aplica-se somente a qualificadora do §3º, o juiz só poderá considerar os vários dias em que a vítima permaneceu com os sequestradores, como circunstância inicial do art. 159.

j) Causa de diminuição de pena – delação premiada e eficaz

 Prevê o instituto da delação eficaz em que a pena é reduzida de 1/3 a 2/3 para hipótese em que o crime é praticado por 2 ou mais pessoas e uma delas delata o fato às autoridades facilitando a libertação da vítima. É também conhecida como delação premiada.

 Acerca da delação premiada, a título de curiosidade, analisar a lei 9.807/99, especificamente seus arts. 13 e 14.

Aula 15 – 23/05/2012

2.7.6 Extorsão indireta – art. 160

a) Objeto jurídico – patrimônio e liberdade pessoal. b) Tipo objetivo

(16)

Profª Tâmisa Fleury Página 68

Objeto material – documento.

 Exemplo: alguém que entrega ao agente, a título de pagamento de empréstimo, cheque em branco, comente assinado que sabe estar sem provisão de fundos.

Elemento normativo – abusando da situação de alguém e documento que possa dar origem a procedimento criminal contra a vítima ou terceiro.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa que seja credora de uma dívida. e) Sujeito passivo – qualquer pessoa que seja devedora do sujeito ativo. f) Consumação – no momento da exigência ou do recebimento.

g) Tentativa – é admitida, exceto na exigência verbal. DA USURPAÇÃO

2.7.7 Alteração de limites – art. 161, caput a) Objeto jurídico – patrimônio.

b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – suprimir ou deslocar para apropriar-se. Objeto material – imóvel.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo - dono do imóvel vizinho que sofrera a alteração. e) Sujeito passivo – proprietário ou possuidor do imóvel usurpado.

f) Consumação – ocorre com a efetiva supressão ou deslocamento da marca

divisória.

g) Tentativa – é admitida.

2.7.8 Usurpação de águas – art.161, §1º, I a) Objeto jurídico – patrimônio.

b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – desviar ou represar. Objeto material – águas alheias.

Elemento normativo – em proveito próprio ou alheio.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa.

e) Sujeito passivo – proprietário ou possuidor do imóvel.

f) Consumação – com o desvio ou represamento das águas, independentemente

se conseguiu o proveito.

g) Tentativa – é admitida.

h) Concurso de crimes – §2º - sempre que utilizada violência o agente

responderá pelos crimes em estudo e o referente à lesão corporal, somando as penas.

i) Ação Penal – Se a propriedade for particular e não houver o emprego de

violência a ação penal será privada, caso contrário, será pública incondicionada.

2.7.9 Esbulho possessório – art. 161,§1º, II

(17)

Profª Tâmisa Fleury Página 69 b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – invadir.

Objeto material – terreno ou edifício.

Meios de execução – violência, grave ameaça ou mediante concurso de mais de duas pessoas.

Elemento normativo – para o fim de esbulho possessório.

 Esbulho possessório – invadir o imóvel mediante violência ou fraude.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa.

e) Sujeito passivo – possuidor do imóvel. f) Consumação – com a invasão.

g) Tentativa – é admitida.

h) Concurso de crimes – §2º - sempre que utilizada violência o agente

responderá pelos crimes em estudo e o referente à lesão corporal, somando as penas.

i) Ação Penal – Se a propriedade for particular e não houver o emprego de

violência a ação penal será privada, caso contrário, será pública incondicionada.

2.7.10 Supressão ou alteração de marca em animais – art. 162 a) Objeto jurídico – patrimônio.

b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – suprimir ou alterar marca ou indicativo de propriedade. Objeto material – gado ou rebanho alheio.

Elemento normativo – indevidamente.

 Trata-se de suprimir ou alterar marcação, ou seja, o animal já tem uma marca. Caso o agente introduza, em animal de outrem, marca ou sinal para fazer parecer como seu, buscando com isso, tê-lo para si, responde por furto.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa. e) Sujeito passivo – dono dos animais.

f) Consumação – quando ocorrer a supressão ou alteração da marca ou sinal.

 Caso, após a alteração ou supressão da marca, o agente se apodere do gado/rebanho, configurará crime de furto, sendo o crime em estudo absorvido pelo furto.

g) Tentativa – é admitida. DO DANO

2.7.11 Dano – art. 163

a) Objeto jurídico – patrimônio. b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – destruir, inutilizar ou deteriorar.

 O agente que faz desaparecer o bem não responde por nenhum crime. Objeto material – coisa alheia (móvel ou imóvel).

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa.

e) Sujeito passivo – dono ou proprietário do bem.

(18)

Profª Tâmisa Fleury Página 70 g) Tentativa – é admitida.

h) Forma qualificada – parágrafo único.

Inciso I – com violência à pessoa ou grave ameaça, responderá pelo dano qualificado e pela pena referente à violência, somando as penas.

Inciso II – aplicar-se-á a qualificadora se da conduta não constituir crime mais grave, sendo que ocorrendo este, o mais grave absorve o crime de dano qualificado.

Inciso III – exemplo: pichação realizada em vagões de trem do metrô de São Paulo.

Inciso IV – Neste pode-se aplicar o princípio da insignificância, ou seja, sendo considerado, o dano, de valor ínfimo, o fato será atípico.

i) Ação penal – a ação penal será privada nos casos do caput e do inciso IV do parágrafo único. Nos outros casos será Pública Incondicionada – art. 167.

2.7.12 Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia – art. 164

a) Objeto jurídico – patrimônio, ou seja, a propriedade. b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – introduzir ou deixar.

 Introduzir é uma conduta positiva, ou seja, ação. Já o deixar é conduta negativa, omissão.

Objeto material – propriedade alheia.

Elemento normativo – sem consentimento de quem de direito (responsável pelo imóvel) e desde que o fato resulte prejuízo.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa.

e) Sujeito passivo – proprietário do imóvel que sofreu prejuízo. f) Consumação – com o prejuízo.

g) Tentativa – não é admitida, majoritariamente, porque só existe o crime se tiver

prejuízo.

i) Ação penal – é privada, conforme art. 167.

2.7.13 Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico – art. 165

 Esta norma encontra-se tacitamente revogada pelo art. 62 da Lei nº 9.605/98 (lei de crimes ambientais) que pune conduta semelhante.

a) Objeto jurídico – patrimônio artístico, arqueológico ou histórico do Estado. b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – destruir, inutilizar ou deteriorar.

Objeto material – coisa tombada que tenha valor artístico, arqueológico ou histórico.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa.

e) Sujeito passivo – Estado e o proprietário da coisa.

f) Consumação – com a destruição, inutilização ou deterioração. g) Tentativa – é admitida.

(19)

Profª Tâmisa Fleury Página 71 2.7.14 Alteração de local especialmente protegido – art. 166

 Este crime também foi tacitamente revogado com a introdução da legislação especial, Lei 9.605/98, especificamente em seu art. 63, que prevê conduta semelhante.

a) Objeto jurídico – patrimônio protegido por lei. b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – alterar aspecto.

Objeto material – local especialmente protegido por lei.

Elemento normativo – sem licença da autoridade competente.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa.

e) Sujeito passivo – Estado e o proprietário da coisa. f) Consumação – com a alteração do local.

g) Tentativa – é admitida.

2.7.15 Apropriação Indébita – art. 168 a) Considerações gerais

 Neste crime, a própria vítima ou alguém em seu nome entregou o bem ao agente de forma livre, espontânea e consciente.

 Isto significa que a vítima entregou o bem:

a) Sem ter sofrido coação, pois para este caso existe o crime de extorsão; b) Sem estar em erro, pois para estes casos existem o crime de estelionato

(art.171) e apropriação de coisa havida por erro (art. 169).

 Por tudo isso, pode-se concluir que na apropriação o agente recebe a posse lícita e que a conduta criminosa é posterior ao recebimento do bem.

Esta (conduta), aliás é uma outra diferença em relação ao estelionato que é um crime em que o dolo é antecedente ao recebimento do bem, pois pressupõe que a vítima faça a entrega por ter sido induzida ou mantida em erro por uma fraude empregada a ela.

Além de tudo isso só existe apropriação indébita se a vítima entrega a posse ou detenção desvigiada do bem, pois como já estudado, se a vítima entrega uma posse vigiada e o agente leva a coisa embora, o crime é de furto.

 Tal como ocorre no furto, a apropriação indébita de uso não constitui crime. Esta regra vale para aquele que tenha a posse de uma coisa alheia e dela faz uso sem estar autorizado, mas em seguida, o restitui ao dono.

b) Objeto jurídico – patrimônio (posse e propriedade). c) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – apropriar-se (conduta daquele que legitimamente detém algum objeto, em nome alheio, e, a partir de um dado momento, passa a agir como se dono fosse).

(20)

Profª Tâmisa Fleury Página 72

a) Posse ou detenção lícitas e desvigiadas – o ofendido deve entregar o bem ao agente de forma livre e espontânea.

b) Boa-fé ao ingressar na posse ou detenção do bem – o agente não deve ter a intenção de não devolver o bem, caso contrário tipificará o crime de estelionato.

c) Inversão do ânimo da posse – o sujeito deve agir como se dono fosse. Tal comportamento pode ser de duas maneiras:

1. Apropriação indébita própria – quando o sujeito pratica atos de disposição, vendendo, desviando, doando, consumindo, ocultando ou alugando o bem;

2. Apropriação indébita imprópria – com a negativa de entrega do bem, por exemplo, quando a vítima requer a devolução do bem e o agente recusa em devolver. Neste caso não se admite tentativa.

Objeto material – coisa alheia móvel

Elemento normativo – tem a posse ou detenção.

d) Tipo subjetivo – dolo

e) Sujeito ativo – qualquer pessoa que estiver na posse ou detenção do bem. f) Sujeito passivo – o proprietário do bem.

g) Consumação – ocorre com a inversão do ânimo da posse, e a prática de atos de

disposição ou a negativa de restituição.

h) Tentativa – é admitida, exceto quando houver a negativa de restituição. i) Causa de aumento de pena - §1º.

Depósito necessário – efetuado em ocasião de calamidade; Liquidatário – figura extinta pela Lei de Falências;

Síndico – é o administrador judicial da falência; Caso o administrador judicial se aproprie do bem da empresa em recuperação ou da massa falida, responderá pelo crime do art. 173 da lei de falências.

Em razão de ofício - Se, entretanto, quem receber o bem for funcionário público no desempenho de função o crime praticado será o de peculato.

2.7.16 Apropriação Indébita Previdenciária – art. 168-A a) Objeto jurídico – patrimônio da previdência social.

b) Tipo objetivo

168-A, caput: ocorre, por exemplo, quando o segurado efetua o recolhimento perante uma instituição bancária e esta, uma vez recebido o crédito, não repassa ao Estado.

Núcleo do tipo – deixar de repassar.

Objeto material – contribuição previdenciária.

Elemento normativo – deixar de repassar à previdência social e as contribuições devem terem sido recolhidas no prazo e forma legal ou convencional.

 No prazo e forma legal – norma penal em branco.

168-A, §1º, I: exemplo: ocorre quando o empregador desconta da remuneração de seu empregado a contribuição previdenciária e posteriormente não o recolhe aos cofres públicos.

168-A, §1º, II: exemplo: a contribuição devida pelo empregador (20% sobre a folha de remuneração, acrescidos do percentual relativo ao seguro acidente de

(21)

Profª Tâmisa Fleury Página 73

trabalho) é levada em consideração no cálculo da fixação do preço do produto, uma vez que se constitui despesa operacional. O não recolhimento dessa contribuição, devida pelo empregador, desde que tenha integrado os custos, constitui crime.

168, §2º, III: ocorre quando os benefícios deveriam ser pagos diretamente pela empresa ao segurado, que é reembolsada pelo Estado.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – substituto tributário, ou seja, a pessoa encarregada de recolher

e, no prazo ou forma legal ou convencional, repassar o valor correspondente à contribuição previdenciária aos cofres do INSS. No caso do §1º, III será o empregador responsável por pagar ao segurado o benefício devido, quando tenha sido devidamente reembolsado pela previdência social.

e) Sujeito passivo – o Estado.

f) Consumação – com a falta de repasse aos cofres da previdência. No caso do

§1º, ocorrerá com a falta de recolhimento do tributo ou do pagamento do benefício ao segurado.

g) Tentativa – não é admitida, pois é crime omissivo próprio. h) Causa de extinção da punibilidade – requisitos:

1. A declaração do valor devido à previdência social; 2. A confissão da dívida para o órgão estatal;

3. Realização integral do pagamento das contribuições, importâncias ou valores devidos;

4. Fornecimento das informações devidas à previdência;

5. Espontaneidade do ato, entendida como a sinceridade exposta na declaração; 6. Ato praticado antes do início da ação fiscal.

i) Perdão judicial ou privilégio – será perdão judicial quando o juiz deixar de

aplicar a pena e será privilegiado quando o juiz aplicar somente a pena de multa. Somente ocorrerá o perdão judicial ou privilégio quando o sujeito ativo preencher os requisitos do §3º do art. 168-A.

2.7.17 Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza – art. 169

a) Objeto jurídico – patrimônio. b) Tipo objetivo

Núcleos do tipo – apropriar-se.

Objeto material – coisa alheia vinda a seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza.

 Aqui o ofendido não entregou o bem de livre e espontânea vontade ao agente, pois este obteve a posse ou detenção do objeto em virtude de erro, caso fortuito ou força maior.

 Erro – é a falsa percepção da realidade, pode incidir sobre erro sobre a pessoa (um indivíduo é confundido com outro), sobre a coisa (há confusão ou troca de objetos), ou, ainda, sobre a obrigação de entregar o bem. Também haverá crime quando o erro recair sobre a quantidade ou qualidade do bem. Por exemplo, agente que saca valor a maior depositada por engano.

(22)

Profª Tâmisa Fleury Página 74

 Caso fortuito ou força da natureza são casos em que o bem ingressou na posse do agente involuntariamente. Exemplo de caso fortuito: bois pertencentes a fazenda vizinha derrubam uma cerca e ingressam no pasto de outrem, que deles se apropria. Exemplo de força da natureza: por ocasião de enchente, móveis de uma pessoa são levados ao terreno de outra, que se nega a devolvê-los.

Caso haja intenção de apropriar-se desde o início, há estelionato.

c) Tipo subjetivo – dolo.

d) Sujeito ativo – qualquer pessoa.

e) Sujeito passivo – titular do bem apropriado.

f) Consumação – quando o agente portar-se como dono fosse, ou seja, negando

a restituição do bem ou praticando condutas características de seu proprietário.

g) Tentativa – é admitida, embora de difícil configuração. h) Formas equiparadas – parágrafo único.

Apropriação de tesouro – o encontro do tesouro deve ser causal. Caso seja encontrado e não haja comprovação da propriedade do tesouro este deverá ser dividido entre quem o achou e o proprietário do prédio, conforme dispõe o art. 1.264 do CC. Caso quem achou esteja a mando do proprietário, o tesouro pertencerá só a este. Ainda, se o encontro de pedras preciosas em imóvel alheio, depositadas ali a título de depósito geológico, não configura como tesouro, não podendo, portanto, ser divido, caso alguém se apodere dele, será furto.

Apropriação de coisa achada – quando se tratar de coisa abandonada ou de ninguém não há crime.

2.7.18 Apropriação Indébita Privilegiada – art. 170 – Trata-se da mesma

Referências

Documentos relacionados

Qualquer usuário do ITM Platform poderá instalar o aplicativo para celulares e ter acesso ao seu ambiente de trabalho, projetos, apontamento de horas e painel de comunicação.

We explored clustering techniques applied to the petrofacies identification, identifying promising algorithms, developed a GA-based feature selection algorithm using

Tabela de Preços Supremo | São Paulo - Capital Data das tabelas: Setembro/2020 até Agosto/2021 Atualização do material: Setembro/2020.. 515 F

Os dados levantados seguiram a uma lógica apresentada na descrição dos resultados, ou seja: História de Unidade de Terapia Intensiva e Neonatal, Humanização em Saúde,

Foi apresentada, pelo Ademar, a documentação encaminhada pelo APL ao INMETRO, o qual argumentar sobre a PORTARIA Nº 398, DE 31 DE JULHO DE 2012 E SEU REGULAMENTO TÉCNICO

Neste trabalho avaliamos as respostas de duas espécies de aranhas errantes do gênero Ctenus às pistas químicas de presas e predadores e ao tipo de solo (arenoso ou

Verificar a efetividade da técnica do clareamento dentário caseiro com peróxido de carbamida a 10% através da avaliação da alteração da cor determinada pela comparação com

Você sempre foi justa e honesta, pois leva para o cemitério todas as pessoas, sejam elas ricas ou pobres?. Sim – continuou ele com a voz firme – quero que seja minha comadre,