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Doenças das Orquídeas Conhecer para Combater

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Doenças das Orquídeas – Conhecer para Combater

Doenças das Orquídeas - parte I

Todas as espécies vegetais possuem um determinado número de pragas e patógenos que as atacam. As orquídeas, embora plantas resistentes a muitas

doenças que dizimam outras culturas, não são exceções. Há hoje identificadas mais de 130 doenças que afetam, em maior ou menor grau, as orquídeas, entre fungos, bactérias e vírus, somente nos Estados Unidos.

No Brasil não é diferente. Pode-se afirmar com segurança, que não há coleção no Brasil que não apresente um número (maior ou menor, dependendo dos cuidados fitossanitários adotados) de plantas atacadas por doenças. Portanto, já que não é factível erradicar as doenças do orquidário, essencial se torna saber mantê-las sob controle, de modo a não afetar de forma significativa a produtividade e beleza das plantas.

O objetivo desse sumário é descrever as principais doenças fúngicas e bacterianas que atacam nossas orquídeas, comentar sobre sua patogenicidade específica, e sugerir formas de controle. Não há intenção de esgotar o assunto, visto que é muito mais amplo do que o escopo deste resumo, e está em constante evolução, com o surgimento de meios mais eficazes de controle, e ocasional surgimento de novas doenças.

Antes de tratar das doenças em si, convém listar algumas medidas práticas que podem e devem ser adotadas, visando minimizar a incidência de doenças nos orquidários. Aqui o velho ditado se aplica à perfeição: "Previnir é melhor que remediar"...

Cultive espécies ou híbridos adequados ao clima predominante, e proporcione às plantas as melhores condições possíveis em termos de cultivo (luz, água, adubação, umidade relativa, ventilação e substrato). Isso porquê as plantas "estressadas", ou que estão em condições vegetativas insatisfatórias, são um convite ao ataque, tanto de pragas como doenças;

Procure adquirir plantas isentas de doenças aparentes, e em bom estado de cultivo. Cuidado com aqueles "presentes" de um ou dois bulbos traseiros.

Mantenha as plantas recém adquiridas afastadas do restante da coleção, por algum tempo (6 semanas), até ter certeza que não portam doenças ou pragas. Faça pelo menos um tratamento contra doenças, nestas plantas, durante este período.

Nunca misture sua coleção de orquídeas com outras espécies de plantas, que pode ser vetores de doenças. Cultivar orquídeas junto com dracenas, samambaias, violetas, etc, não é recomendável.

Faça uma inspeção detalhada de suas plantas, no mínimo uma vez por mês. Se surgirem problemas nestas inspeções, aja rápido, para evitar que o problema assuma proporções epidêmicas no orquidário, após o que, o combate se torna caro

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e incerto.

Mantenha o orquidário limpo, sem restos de plantas, vasos velhos, flores murchas espalhados pelo chão e nas bancadas.

A adequada ventilação do ambiente é ponto crucial no controle da maioria das doenças causadas por fungos e bactérias, que, em sua maioria, são transmitida pela água parada nas folhas e no substrato.

Utilize fungicidas / bactericidas, quando necessário. Nunca aplique fungicidas sistêmicos de forma preventiva. Sempre alterne entre produtos, de modo a evitar o surgimento de resistência.

Atenção: Neste resumo, são citados alguns produtos (Fungicidas / Bactericidas), como eficazes no controle de doenças em orquídeas. Estas recomendações advém da experiência própria do autor na utilização destes produtos. De modo geral, o uso destes defensivos não é recomendado específicamente para orquídeas, pelos fabricantes. Dessa forma, nenhuma garantia é dada aqui quanto à eficácia dos produtos mencionados, e o autor se exime expressamente de qualquer

responsabilidade pelo seu uso, e as consequências decorrentes deste uso. Todos os produtos químicos utilizados para controle de doenças e pragas em plantas, são TÓXICOS, em maior ou menor grau, e sua aquisição e uso depende de receituário agronômico. Leia atentamente as instruções de uso constantes da embalagem e bula.

Artigo Compilado em 1999 pelo Engenheiro Agrônomo Roland Brooks Cooke - CREA-MG 64179/D

Orchidcastle Agrícola LtdaPetrópolis, RJ

Fonte:http://orquideaswerneckii.tripod.com/textoHtm/DOENCASORQ.htm http://carlabettoni.blogspot.com/2008/09/doenas-das-orqudeas-parte-i.html Doenças das Orquídeas - Parte II

PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS E BACTÉRIAS

De modo a simplificar o diagnóstico, vamos relacionar as doenças e seu controle, pelos sintomas causados em cada parte das plantas.

- Podridões de Raízes, Rizomas e Pseudobulbos Podridão Negra Bacteriana

Causada por um ou mais espécies de bactérias do gênero Erwinia, esta doença ataca desde Cattleyas até Phalaenopsis, Cymbidium, Oncidium e Vanda, dentre muitos outros. Não é muito frequente no Brasil, exceto talvez em Phalaenopsis, onde é frequentemente confundido com a Podridão Parda provocada por outra bactéria (Pseudomonas spp, ver adiante).

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É extremamente letal, causando surgimento de manchas negras, com aspecto aquoso, e cheiro repulsivo. É de desenvolvimento rápido, tomando conta da planta em poucas semanas, levando-a à morte. Muitas vezes provoca um colapso da estrutura das folhas, ficando estas totalmente amolecidas e murchas.

O controle é complicado, muitas vezes resumindo-se a isolar ou incinerar a planta. Uma maneira de evitar que a doença se espalhe no orquidário é diminuir a umidade, melhorando a ventilação. Em casos graves, pulverizar as plantas com Truban ou Physan (não disponíveis no Brasil), ou Agrimicina.

Podridão Negra

Causado por dois tipos de fungo que vivem no solo (Pythium ultimum e Phytophtora cactorum). Afeta quase todas as espécies cultivadas, e outras plantas.

Caracteriza-se por manchas escuras, geralmente nos rizomas e pseudobulbos, de consistência mole, e que crescem até provocar a morte da planta. Geralmente liquida a planta num prazo de 1 a 2 meses. Muitas vezes inicia o ataque pela junção das folhas com os pseudobulbos, derrubando a folha ainda verde. Nos coletivos, é a principal causa mortis, chegando a liquidar todas as plantas do vaso em poucos dias.

Sendo um fungo de solo, a melhor maneira de previnir essa podridão, é manter as plantas longe do solo, com as bancadas acima de 50cm de altura.

Desinfetar o substrato (com água fervente) antes de plantar os coletivos. Não reutilizar vasos sem desinfetar. Atenção para a procedência do xaxim. Embora o controle seja difícil na planta já contaminada, pode-se separá-la das demais, cortar as partes atacadas, polvilhando um antisséptico em pó (canela em pó também funciona), e pulverizando a planta com um fungicida sistêmico, como o Alliette (Rhone-Poulenc), a cada 30 dias, por 3 meses. Pulverizar também as

plantas que estavam próximas da planta atacada. Nos EUA existe um produto muito bom para salvar plantas atacadas, denominado Subdue.

Podridão por Fusarium e Rhizoctonia

Também conhecida por "canela seca", por originar-se geralmente como uma podridão seca nas raízes das plantas, subindo pelo rizoma e atingindo os

pseudobulbos, onde geralmente tem evolução lenta. Por matar as gemas, a planta sofre um longo processo de decadência, culminando com a morte após 1 ano ou mais. Às vezes, a planta cresce mais rapidamente do que a velocidade de invasão de tecidos sãos, o que faz com que permaneça com vida por diversos anos.

Entretanto, caso não tratado, a "canela seca" tira o vigor da planta, acabando por provocar o descarte da mesma. A Fusiariose é causada pelo fungo Fusarium oxysporum, ao passo que a podridão por Rhizoctonia é causado pelo fungo Rhizoctonia solani (o mesmo que destrói tomateiros e culturas de batata). A principal diferença nos sintomas destes dois patógenos, é o fato da Fusariose

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provocar o surgimento de um anel ou mancha, de colorido vermelho ou violeta, no rizoma, facilmente visível ao se cortar essa parte da planta.

A infecção se dá geralmente por substrato ou vasos contaminados, donde vem a necessidade de utilizar materiais limpos e desinfetados (com solução de cloro, água fervente ou lisofórmio). As ferramentas de corte também transmitem essa doença. O controle, uma vez constatado o ataque, é isolar as plantas doentes, cortar bulbos/rizomas afetados, e pulverizar com fungicida sistêmico, sendo eficazes o Cercobin e o Derosal 500.

Manchas Foliares

Existem diversos agentes, com sintomas muito parecidos. Os principais, de origem fúngica são a Antracnose, que se caracteriza por manchas negras, de formato arredondado (às vezes em forma de "leaf die-back" ou morte apical de folha), a Cercosporiose (manchas amareladas, que depois ficam com o centro salpicado de preto, chegando a ficar todo preto.

Embora tenha evolução rápida, e cause prejuízos de monta - principalmente no aspecto das plantas - essas doenças geralmente não causam a morte da planta, e podem ser combatidas com sucesso com o uso de fungicidas sistêmicos como o Benlate e o Cercobin.

Deve-se também cortar e eliminar quaisquer partes da folhas atacadas, usando-se uma gilete nova para cada planta, polvilhando-se o corte com Anaseptil ou mesmo canela em pó.

Mancha Bacteriana dos Phalaenopsis

Essa é a doença mais importante dos Phalaenopsis, chegando a liquidar coleções inteiras, em poucos meses.

É causado pela bactéria Pseudomonas cattleyae, e seus sintomas no início são de manchas pardas circulares nas folhas, com aspecto aquoso, que cresçem

rapidamente, até atingir o centro da planta. Uma vez atingido o centro da planta, a mesma está condenada, e morre dentre de alguns meses.

Algumas plantas chegam a florir nesse período, talvez numa tentativa desesperada de se reproduzir e garantir a continuidade da espécie.

O controle involve desde fatores de cultivo, tais como ventilação, temperatura ambiente adequada, manutenção das folhas secas, principalmente à noite, até o controle químico, com produtos especializados (Physan, Captan, Truban).

Para coleções pequenas, um método relativamente eficaz de controle é cortar as partes atacadas da folha, com gilete nova, polvilhando-se o corte com canela em pó. Pode-se também ferir a área atacada com um objeto ponteagudo, e polvilhar

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Pintas nas Flores

Causado por um fungo (Botrytis cinerea), esta mancha ocorre principalmente durante o inverno, sobretudo em orquidários com ventilação deficiente.

O ataque inicia-se com minúscula pintas marrons nas flores, que cresçem até destruir totalmente a flor. Não afeta outras partes da planta.

O controle é fácil, aumentando-se a temperatura e ventilação do ambiente onde as plantas floridas ficam, durante o inverno. Eliminar prontamente todas as flores afetadas. Pulverizar com Cercobin.

Uso de Fungicidas como Preventivo

Para previnir, até certo ponto, o aparecimento de doenças fúngicas nas plantas, pode-se pulverizar fungicidas de contato (sem ação sistêmica), a cada 60 ou 90 dias. Recomenda-se o Dithane M-45, Manzate 80 ou Daconil.

Procurar alternar o princípio ativo entre aplicações.

Caso haja um histórico do aparecimento de determinadas doenças em certas plantas ou em certas épocas do ano (caso de Botrytis e Cercospora, no inverno, e Pseudomonas, em Phalaenopsis, durante o ano todo), pode-se aplicar um fungicida sistêmico de forma preventiva. Recomenda-se o Cercobin e Alliette. Entretanto, não se deve repetir, seguidamente, a aplicação de sistêmicos de mesmo princípio ativo, de modo a evitar o surgimento de resistência.

Artigo Compilado em 1999 pelo Engenheiro Agrônomo Roland Brooks Cooke - CREA-MG 64179/D

Orchidcastle Agrícola LtdaPetrópolis - RJ

Fonte:http://orquideaswerneckii.tripod.com/textoHtm/DOENCASORQ.htm http://carlabettoni.blogspot.com/2008/09/doenas-das-orqudeas-parte-ii.html Doenças das Orquídeas - Parte III

Vírus

Além das doenças fúngicas e bacterianas, vista num capítulo anterior, as orquídeas, a exemplo de outras espécies vegetais e animais, são também atacadas por vírus, minúsculos seres (alguns nanometros) que invadem as células, danificando seus processos metabólicos e de multiplicação, o que acaba por causar a morte das mesmas.

Os vírus vivem exclusivamente às custas dos processos metabólicos ou celulares de outros organismos, não sendo ativos fora da célula (embora possam permanecer por longo tempo, inativos porém infecciosos, em detritos vegetais ou mesmo na água).

Embora seus efeitos muitas vezes pareçam menos graves, à primeira vista, em comparação com o estrago causado por fungos como o Pythium e bactérias como o Pseudomonas, é certo que as viroses são as doenças mais graves das orquídeas,

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por sua facilidade de disseminação, perdas de valor e impossibilidade de tratamento.

Assim, a única forma de controle, nos dias atuais, é a erradicação das plantas atacadas, somado a outras medidas de prevenção de contágio.

Podemos afirmar, que após o grau de contaminação visível atingir 20 ou 30% das plantas de determinada coleção, o melhor é descartar e eliminar a coleção toda, pois as chances são de que a maioria das plantas também está contaminada, embora ainda sem sintomas.

TIPOS MAIS IMPORTANTES DE VÍRUS DE ORQUÍDEAS

Até o presente, foram diagnosticados cerca de 40 tipos de vírus que infectam as orquídeas. Destes, apenas alguns poucos produzem efeitos prejudiciais, em nível comercial, às plantas. Por "nível comercial", entende-se efeitos que possam

prejudicar a apresentação das flores, e o vigor da planta. Dessa forma, muitos vírus, embora tenham sintomas claramente visíveis, não são considerados de importância comercial, por não prejudicarem as florações nem a produtividade (o vírus da

"pipoca" nas folhas, comum em Laelia purpurata, se enquadra nesse caso). Dos vírus de importância comercial, existentes no Brasil, dois se destacam: CyMV - Cymbidium Mosaic Virus.

Muito embora seus efeitos sejam, a princípio, pouco aparentes, o CyMV é o vírus mais perigoso para a coleção.

Explica-se: como apresenta sintomas menos "graves" do que o ORSV, muitas vezes as plantas são dadas como saudáveis, o que propicia a extensão da contaminação por toda a coleção. Quando se percebe, a coleção toda já está perdida. Por esse mesmo motivo, é o vírus mais comum nas coleções. Ataca inúmeros gêneros, desde Cymbidium, até Cattleya e Phalaenopsis.

Os efeitos deste vírus nas folhas são dificilmente detectáveis, mas, seguindo o princípio geral (vide abaixo), ocorrem leves riscos cloróticos nas nervuras. De modo geral, não atrapalha o crescimento da planta, nem sua capacidade de floração. Nas flores, não há sintomas, de início. Entretanto, passados alguns dias (entre 7 e 15, dependendo da espécie), surgem riscos ao longo das nervuras dos segmentos florais, fruto da destruição do floema floral. Nas flores albas e amarelas, estes riscos são necróticos (marrons). Nas liláses e vermelhas, são riscos esbranquiçados. Muitas vezes, o dono da planta despreza estes sintomas, considerando que a flor está simplesmente "passada".

Entretanto, os sintomas são claramente distintos da senescência natural ou mesmo a causada por gases de etileno, que se caracterizam pela perda de substância dos segmentos, e amarelecimento da ovário (pedúnculo).

O CyMV pode infectar uma planta, sem afetar sua produtividade ou vigor, por muitos anos.

ORSV - Odontoglossum Ringspot Virus (syn. TMV-O)

Identificado primeiramente em Odontoglossum grande, causando lesões circulares nas folhas, daí o nome. Este vírus, embora altamente destrutivo, tem seu controle facilitado pelos seus sintomas, bastante característicos e facilmente visíveis.

Nas folhas, são manchas irregulares de colorido vermelho a roxo (cuidado para não confundir com escurecimento arroxeado causado por luminosidade alta, ou pintas roxas em plantas semi-albas e algumas liláses e amarelas).

Estas manchas ou pintas geralmente possuem regiões necrosadas (mortas). Os brotos podem ficar aleijados (tortos, fortemente pigmentados, e sem vigor). Nas flores, surgem manchas descoloridas, com aspecto de "aquarela desbotada". Não confundir com falhas de colorido de origem genética (variegata).

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Ocasionalmente, grandes variações de temperatura podem provocar sintomas de "color-break" idênticos aos provocados por vírus. Caso tenha ocorrido esse fator climático, aguardar mais um ano, para verificar se o sintoma se repete, para então ter certeza do diagnóstico.

Ao contrário do CyMV, o ORSV vai degradando o vigor da planta, terminando por matá-la ao cabo de alguns anos (por inviabilidade de brotação).

Artigo Compilado em 1999 pelo Engenheiro Agrônomo Roland Brooks Cooke - CREA-MG 64179/D Orchidcastle Agrícola Ltda Petrópolis - RJ

Fonte:http://orquideaswerneckii.tripod.com/textoHtm/DOENCASORQ.htm http://carlabettoni.blogspot.com/2008/09/doenas-das-orqudeas-parte-iii.html Doenças das Orquídeas - Parte IV

VÍRUS

DIAGNÓSTICO

Para facilitar o diagnóstico visual, talvez ajude se mencionarmos que a atuação dos vírus, de modo geral, nas plantas, se dá por morte de células com carga viral

elevada. Dessa forma, as estruturas que entram em contato mais prolongado com o vírus são as primeiras a serem lesionadas. Os vasos que conduzem a seiva, não conseguem mais fazê-lo adequadamente, e morrem.

Nas plantas, esses efeitos se mostram como riscos necróticos (mortos) e cloróticos (amarelados) nas nervuras, falhas de pigmentação nas flores (por "desnutrição" dos tecidos florais durante a formação da flor), e aleijamento de brotos (por interrupção da circulação de nutrientes).

É importante ressaltar que a sintomatologia descrita acima não é definitiva. Há plantas que apresentam um ou outro dos sintomas, sem estar necessariamente contaminada por vírus. Ocasionalmente, problemas genéticos induzem a planta a produzir folhas e/ou flores com defeitos, tanto de forma como de colorido.

Intoxicação por gases poluentes (nas áreas urbanas) e fitotoxidade de defensivos aplicados de forma inadequada também provocam sintomas nas plantas, que não são semelhantes aos de pragas e doenças conhecidas, e que, portanto são muitas vezes atribuídas, erroneamente, a vírus.

Por outro lado, há plantas contaminadas que, por alguma razão, não apresentam qualquer sintoma (o que não quer dizer que não possam infectar outras plantas, que irão demonstrar sintomas).

Apenas o diagnóstico em laboratório pode dar a certeza da infecção ou não de uma planta. Entretanto, cada sintoma que a planta apresentar é um aviso de que pode estar infectada. A cada sintoma adicional apresentado, maior a desconfiança. Assim, preventivamente, o melhor é tratar toda planta que apresente algum dos sintomas descritos acima como suspeita, isolando-a das demais. Se for uma planta valiosa, ou matriz para clonagem ou hibridação, pode valer a pena mandar testar em laboratório especializado (embora o custo seja elevado).

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Não cabe no escopo deste trabalho descrever em profundidade os métodos de laboratório, para diagnóstico de virose, mas segue um pequeno resumo:

Bio-ensaio

Nesse teste, a seiva oriunda da planta suspeita é inoculada nas folhas de

determinadas espécies de plantas (principalmente Cassia occidentalis, Datura sp, Chenopodium sp. e Tetragona expansa, para CyMV, e Gomphrena globosa, para ORSV).

Estas plantas não são infectadas sistemicamente (na planta toda) quando contaminadas com ORSV e/ou CyMV, mas apresentam lesões locais facilmente identificáveis. Alguns dias após a inoculação, as folhas apresentam numerosos pontos necróticos, com características específicas para cada tipo de vírus. Existem kits de teste à venda, nos E.U.A.

ELISA

É um ensaio imunológico (ELISA = Enzyme-linked immunosorbent assay). Nesse teste, há uma reação serológica (de soro sanguíneo animal) à presença de vírus específicos. O diagnóstico é dado pela mudança de cor da solução contendo o soro. Este ensaio é bastante preciso e rápido, podendo ser aplicado em muitas amostras ao mesmo tempo. Há também kits à venda, no exterior.

Microscopia Eletrônica

É o método mais direto de diagnóstico, onde a seiva suspeita é tratada com corante especial, e visualizada num microscópio eletrônico (+ de 50.000 x). As partículas de vírus são facilmente identificáveis, de acordo com uma tabela descritiva. Este

método é o mais preciso, detectando vírus em concentrações tão baixas a ponto de não serem detectadas por Bio-ensaio ou ELISA. Entretanto, é muito caro, pela complexidade do equipamento.

FORMAS DE TRANSMISSÃO

Por definição, o veículo de disseminação de vírus nas orquídeas é a seiva. Ou seja, qualquer ação que ponha em contato a seiva de de vírus nas orquídeas é a seiva. Ou seja, qualquer ação que ponha em contato a seiva de uma planta contaminada com a de uma planta saudável, é uma forma de transmissão de vírus.

Por esse raciocínio, chega-se ao principal vetor de disseminação: ferramentas de corte. Facas. tesouras, unhas, estacas, enfim, qualquer objeto que possa provocar uma ferida na planta, são disseminadores de virose por excelência.

As próprias folhas, ao bater umas nas outras, principalmente durante o transporte das plantas, podem espalhar a doença.

Os insetos, mesmo os sugadores como pulgões e cochonilhas, embora sugem seiva, indo de uma planta para outra, não são considerados vetores específicos para CyMV e ORSV. No entanto, transmitem alguns outros tipos de vírus, também danosos.

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doentes e saudáveis (quando as plantas estão muito próximas), e resíduos. O vírus, embora inativo fora da célula viva (como na água e em resíduos), mantém seu poder de infecção caso entre em contato com tecido vivo.

Em resumo, vasos, cacos e substrato contaminados, são fonte de contágio, se forem usados em outras plantas. Da mesma forma, a água pode carregar partículas de virus de uma planta para outra.

O ORSV, embora uma variante do vírus do mosaico do fumo, é espécie distinta. Por sua vez, o TMV (Mosaico do fumo) não infecta orquídeas.

Apesar de não haver contaminação de orquídeas com ORSV através de contato manual de resíduos de fumo (cigarros), há risco de surgimento de novos tipos de vírus comuns às duas plantas.

O vírus TMV está presente em alta porcentagem do fumo produzido, e, por consequencia, nos cigarros.

É preciso ter em mente sempre como se faz o contágio, ao se recomendar medidas preventivas da disseminação de vírus.

Artigo Compilado em 1999 pelo Engenheiro Agrônomo Roland Brooks Cooke - CREA-MG 64179/D

Orchidcastle Agrícola Ltda Petrópolis - RJ

Fonte:http://orquideaswerneckii.tripod.com/textoHtm/DOENCASORQ.htm http://carlabettoni.blogspot.com/2008/09/doenas-das-orqudeas-parte-iv.html Doenças das Orquídeas - Parte V

VÍRUS

TRATAMENTO

As perguntas que surgem com maior frequência no meio orquidófilo, com relação a vírus, são: "O que devo fazer para curar minha planta? Se não houver cura, o que faço com ela?"

As respostas, infelizmente, não são agradáveis. Não há tratamento conhecido para eliminar a infecção por vírus de uma orquídea. Há trabalhos em andamento neste sentido, principalmente nos E.U.A., utilizando produtos como Interferon, ainda sem resultados concretos e economicamente viáveis.

Há muitas pessoas que afirmam que conseguiram "limpar" uma planta, seja com produtos químicos, seja expondo a sol pleno e outras teorias mais ou menos fundamentadas em pesquisa científica. Não há nenhuma "teoria" provada. Dessa forma, plantas com vírus devem ser descartadas - se possível incineradas.

Substrato, cacos de drenagem e vaso destas plantas não devem ser

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pequisa), vendidos ou passados para outras pessoas de forma alguma.

Pode-se amarrar estas plantas nas árvores do quintal? É possível, embora pouco recomendável. Embora não haja disseminação dos vírus acima por picadas de insetos, o risco de ter plantas doentes nas proximidades da coleção, podendo ser manuseados, cortados com as mesmas ferramentas etc, é grande. É sempre melhor, porém mais doloroso, eliminar plantas doentes.

Eliminação de Vírus por semeadura

Já foi exaustivamente comprovado que as viroses mais destrutivas nas orquídeas, não são transmitidas pelas sementes (provavelmente devido à ausência de

estruturas de reserva na semente). Portanto, pode-se utilizar uma planta doente como matriz, no intuito de obter-se descendência sadia.

Este recurso é frequente entre colecionadores e profissionais que utilizam plantas como matrizes para melhoramento e hibridação, mantendo (em isolamento) determinadas plantas, mesmo sabidamente contaminadas. Essas plantas são usadas como matrizes femininas (portadoras da cápsula de sementes). Grifamos a palavra femininas, pois não se deve utilizar pólen de plantas contaminadas, que pode transmitir a doença para as saudáveis.

As cápsulas devem ser colhidas maduras (já fendidas), e as sementes retiradas sem utilizar objetos ponteagudos (apenas abrir a cápsula e dar algumas leves pancadas, para que as sementes caiam numa folha de papel).

Nunca utilizar o sistema de semeio de sementes verdes, oriundos de plantas infectadas, pois a ação da ferramenta, ao raspar as sementes para colocação no meio de cultura, irá ferir o tecido interno da cápsula, contaminando as sementes. Eliminação de Vírus por Clonagem

Quando o Dr. Georges Morel inventou o processo de clonagem, na década de 60, seu objetivo era produzir clones de batata isentos de vírus, a partir de cultivares muito produtivos, porém infectados. Posteriormente, em 1964, extendeu a pesquisa às orquídeas (Cymbidium), já no intuito de produzir grandes quantidades de plantas idênticas, para o mercado de flores.

A lógica da eliminação de vírus por clonagem era simples: já que os vírus das plantas iam infectando as células à medida que a planta crescia, deveria haver um ponto central de crescimento, onde o vírus ainda não houvesse chegado a infectar as células. Esse ponto é o meristema apical, que é o ponto de crescimento da planta, onde a divisão celular ocorre com muita rapidez. Se esse ponto pudesse ser isolado e cultivado em laboratório, poderiam ser obtidas plantas livres do vírus. No caso da batata, assim como em outras culturas, o processo foi bem-sucedido, gerando lotes de plantas idênticas, e saudáveis. Já nas orquídeas, houve um problema. Como as orquídeas crescem de forma muito mais lenta do que outras culturas, o tamanho do grupo de células saudáveis é extremamente pequeno

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(menos de 0,5mm). Este fato torna extremamente difícil obter protocórmios viáveis, se atendido o objetivo de obter plantas saudáveis.

Embora seja tecnicamente possível (e tenha sido feito com Cymbidium),

comercialmente não é viável. O que significa que nenhum laboratório de clonagem produz lotes de meristemas, livres de vírus, a partir de plantas contaminadas. Em resumo, se a matriz estiver infectada, os mericlones, de modo geral, também serão. Nesse ponto, é preciso chamar a atenção para os seguintes fatos:

a) No Brasil, a introdução dos 2 vírus mais importantes, ocorreu na década de 60; b) Essa introdução se deu, com certeza, através da importação de mericlones infectados e

c) a expansão destas doenças no Brasil se deu pela proliferação da multiplicação via meristema de plantas comercialmente desejáveis, sem os controles necessários. PREVENÇÃO

Já que não há tratamento, a única forma de evitar a disseminação de vírus nas coleções, é adotar procedimentos para

1) Identificar plantas doentes;

2) Evitar introduzir plantas doentes no orquidário; 3) Eliminar plantas infectadas;

4) Previnir novas contaminações.

De forma prática, seguem algumas "regras básicas":

1 - Não adquirir plantas "de risco" (coleções antigas, orquidários comerciais sem normas rígidas de controle etc)

2 - Aceitar presentes de "cortes especiais" com reservas. Manter tais plantas isoladas por 1 ano, ou até que tenha feito teste em laboratório.

3 - Eliminar prontamente quaisquer plantas comprovadamente doentes com vírus; 4 - Isolar plantas suspeitas

5 - Desinfetar bancadas, removendo detritos (raizes mortas etc), antes de renovar com plantas novas;

6 - Não reutilizar xaxim, cacos ou vasos (vasos podem ser reutilizados, se mergulhados numa solução de cloro a 20% por 2 horas, depois secas ao sol) 7 - Manter limpo o local de plantio, não misturando xaxim velho com novo etc; 8 - Não replantar grande número de plantas num só dia, principalmente se forem plantas adultas e antigas;

9 - Controlar pragas

10 - Manter distância entre os vasos (1/2 diâmetro do vaso);

11 - Embalar adequadamente plantas de exposição, para minimizar atrito e feridas; 12 - Não manusear em demasia as plantas. Cuidado ao retirar partes secas ou mortas, para não ferir as plantas;

13 - Não pendurar plantas umas sobre as outras; 14 - Não reutilizar água ou solução de fertilizante; 15 - Esterilizar ferramentas adequadamente; 16 - Não fumar no orquidário.

17 - Nunca andar pelo orquidário, com canivete na mão, cortando flores e folhas, tirando mudas, etc., utilizando a mesma ferramenta.

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A desinfecção de ferramentas de corte é o ponto mais importante da lista, pois as ferramentas disseminam o virus com grande eficiência. Há vários métodos para esterilização, que podem ser adotados de acordo com cada tipo de material da ferramenta:

1 - Fogo. Esse é o mais eficiente, seguro e barato. Tanto o CyMV como o ORSV são permanentemente destruídos por exposição a temperaturas acima de 150º C. por alguns segundos. Para atingir essa temperatura, basta levar a lâmina ao fogo, em toda sua extensão, por cerca de 15-20 segundos. Por dar melhor cobertura, dar preferência ao fogo de gás, como o de fogão, fogareiro ou bico de bunsen.

Esse método tem o inconveniente de destruir a têmpera da ferramenta, inutilizando-a após certo número de "queimas". Assim, não é apropriado para tesouras de poda e outras ferramentas de alto custo. Sugerimos utilizar facas pequenas, de aço inox (tipo "verdura") e cabo de madeira, que tem custo muito baixo (cerca de R$ 1), e resistência moderada ao fogo.

Após queimar a lâmina, passar a faca em água fria. Cuidado para não misturar facas "usadas" com as já esterilizadas, na banca de plantio. Uma boa opção é construir uma caixa de madeira, com dois compartimentos, para receber as facas. No lado "limpo", pintar com tinta verde, e, do outro (facas usadas), pintar de

vermelho. Assim, vai-se passando as facas do verde para o vermelho à medida que vão sendo usadas, evitando confusão.

2 - Cáusticos. Outro sistema bastante eficiente, desde que aplicado corretamente. Os produtos recomendados são as soluções de cloro (que atuam por oxidação) e o fosfato trissódico (que atua por elevação do pH). Deve-se optar por esterilização por produto químico, quando a material da ferramenta não permitir o uso do fogo (por ser de plástico ou alumínio).

Para utilizar solução de cloro, recomendamos o seguinte: diluir 300 ml de solução concentrada de hipoclorito de sódio (cloro líquido de piscina), em 700 ml de água pura. Manter essa solução tampada sempre que não estiver sendo usada (pois o cloro evapora). Passar água limpa na ferramenta antes de mergulhar no cloro (para remover resíduos vegetais), deixar a ferramenta no cloro por 3-4 minutos, e passar novamente água limpa corrente (não a mesma da etapa anterior...) para tirar o excesso de cloro.

Quando a solução de cloro ficar muito suja, ou a cada semana, trocar por nova. Este sistema é ótimo para tesouras de poda de aço inox, que se estragam rapidamente no fogo, mas que tem boa resistência ao cloro.

Para utilizar o TSP (fosfato trissódico), fazer uma solução saturada (isto é, dissolver o sal de TSP em água destilada até que não consiga dissolver mais nada, restando uma camada de cristais no fundo do vasilhame. Manter sempre saturada). O

tratamento da ferramenta é parecido com o utilizado no cloro, devendo permanecer mais tempo (10-15 minutos).

Atenção: ambos os produtos, além de ser corrosivos para as ferramentas, também atacam a pele. Utilizar sempre luvas de borracha ao manusear estes produtos.

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Há quem utilize o álcool para desinfetar ferramentas. Para eliminar fungos e bactérias, pode ser eficaz. Para vírus, é insuficiente. Flambar a ferramenta com álcool, também é ineficaz, pois não se atinge a temperatura necessária.

NOVOS RUMOS

Há muitos trabalhos de pesquisa em andamento, visando resolver o problema das viroses em plantas em geral, e também nas orquídeas. Houve algum progresso na eliminação de vírus em meristemas, através do tratamento do meristema apical dissecado, com soro específico para CyMV e ORSV, o que pode resultar na produção de mericlones saudáveis a partir de matrizes infectadas.

Mas a real solução do problema passa pela criação de plantas imunes a vírus. Esse processo de engenharia genética, que tem atingido resultados surpreendentes em culturas como alfalfa e tomate, consiste na introdução, no núcleo da célula vegetal, de determinados genomas virais não-ativos, tais como a "capa" do vírus.

Na presença deste genoma, o vírus não consegue se replicar, o que resulta na imunidade da planta hospedeira. Para se fazer o transporte deste genoma, tem-se utilizado uma bactéria causadora de galhas em plantas (Agrobacterium

tumefaciens). Usa-se a bactéria para introduzir o genoma viral na forma de

plasmídeos (DNA não cromossômico), e depois aplica-se bactericida para eliminar a bactéria. Infelizmente o progresso nesse campo, aplicado às orquídeas, tem sido mais lento do que o esperado, devido ao fato da única bactéria possuidora da capacidade de transportar o genoma de resistência (A. tumefaciens) ser específico de dicotiledôneas, não sendo capaz de atuar nas monocotiledôneas, como as orquídeas.

Atualmente estuda-se métodos de injeção direta do genoma viral no núcleo das células meristemáticas. Caso haja sucesso nessa empreitada, poderemos ter, num futuro não muito distante, clones transgênicos de orquídeas com resistência a virus, o que abrirá uma nova etapa na história da orquidofilia. Resta esperar e torcer... Artigo Compilado em 1999 pelo Engenheiro Agrônomo

Roland Brooks Cooke - CREA-MG 64179/D Orchidcastle Agrícola Ltda Petrópolis - RJ

Fonte:http://orquideaswerneckii.tripod.com/textoHtm/DOENCASORQ.htm http://carlabettoni.blogspot.com/2008/10/doenas-das-orqudeas-parte-v.html

Referências

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