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ANÁLISE DA OPINIÃO DE FAMILIARES SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DOS USUARIOS DE PROTESE AUDITIVA BILATERAL GRACE DYANNE CARDOSO FERREIRA (1)

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ANÁLISE DA OPINIÃO DE FAMILIARES SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DOS USUARIOS DE PROTESE AUDITIVA BILATERAL

GRACE DYANNE CARDOSO FERREIRA (1) ANGELA RIBAS (2)

(1) Fonoaudióloga, Especializanda em Audiologia clínica e ocupacional pela Universidade Tuiuti do Paraná, UTP, Brasil.

(2) Fonoaudióloga; Mestre em Distúrbios da Comunicação, Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Professora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná, UTP, Brasil. Orientadora de pesquisa.

Trabalho apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista, Curso de Audiologia clínica e ocupacional, Universidade Tuiuti do Paraná.

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RESUMO

Tema: Analisar opinião de familiares sobre a qualidade de vida dos usuários de prótese auditiva bilateral. Introdução: Percebe-se que a população idosa com o avanço da medicina vem crescendo em grande escala; e com ela surgem as dificuldades, dentre elas, está a deficiência auditiva, que afeta seriamente o seu processo de comunicação. Novos estudos são realizados no intuito de minimizar os efeitos negativos desta dificuldade, sendo assim, tende a desempenhar fundamental na qualidade de vida do idoso. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar, sob o ponto de vista da família de idosos, o nível de satisfação de usuários de próteses auditivas. Método: Participaram da pesquisa 50 indivíduos com idade entre 50 e 80 anos, de ambos os sexos. Todos usuários de aparelhos auditivos bilateral com indicação há mais de seis meses. Foi aplicado um questionário para os familiares que acompanhavam os sujeitos. O questionário se apresentava com dados de identificação e 14 perguntas objetivas. Após foram analisadas as perguntas e suas respectivas respostas. Resultados: a maioria dos sujeitos participantes da pesquisa respondeu que sim para quase todas as perguntas, ou seja, com uso da prótese auditiva, o processo familiar precisa estar claro, algumas dificuldades são enfrentas e superadas. Porém a melhora no âmbito esteve presente na maioria das respostas. Conclusão: pode-se concluir que a presença familiar é de suma importância no processo de adaptação; bem como, a indicação adequada da prótese auditiva, por profissional especializado. Sugerem-se novos estudos na área para qualificação da amostra e fidedignidade da pesquisa.

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1. INTRODUÇÃO

Percebe-se que a população idosa com o avanço da medicina vem crescendo em grande escala; e com ela surgem as dificuldades, dentre elas, está a deficiência auditiva, que afeta seriamente o seu processo de comunicação. Sendo assim, a perda auditiva passa a ser um dos fatores com maior impacto no processo da comunicação, sendo este um obstáculo para integração do idoso com a sociedade.

Hoje, o Brasil é um país em constante crescimento da população idosa. E Alguns estudiosos esperam alcançar 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade até o ano de 2020, fato este, que amplia o pensamento em torno do aumento da longevidade humana (VERAS, 2003).

Com o aumento da população idosa, surge o interesse por um novo campo para desenvolvimento de pesquisas relacionado à audiologia do envelhecimento. Sendo assim, estabelecer diretrizes voltadas aos serviços de saúde da rede pública e os profissionais envolvidos, na tentativa de minimizar e solucionar algumas das dificuldades advindas de todo o processo de envelhecimento (VERAS e MATTOS, 2007).

De acordo com o Censo do IBGE no Brasil, realizado em 2000, a população idosa correspondia a 5,85% da população (20 milhões de pessoas), representando um crescimento de 1,02% em relação ao Censo anterior, de 1991(BARALDI et al. 2004).

O IBGE em dezembro de 2011também divulgou a expectativa de vida da população brasileira no ano de 2010, sendo este 73,5 anos. Fato este, que comprova que novos desafios se apresentam (COUTINHO E LACKS, 2012).

Os indivíduos que envelhecem, sofrem principalmente com a dificuldade da audição, pois esta atinge diretamente o convívio social, levando-os a depressão e isolamento social, afetando diretamente a qualidade de vida dos mesmos (FRANCELIN ET AL. 2010).

A perda da audição gera um impacto negativo no processo de comunicação do idoso, porém, os recursos tecnológicos como o uso de próteses auditivas tem como finalidade minimizar os prejuízos decorrentes desta perda. Desta forma, as pesquisas relacionadas às perdas

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auditivas decorrentes do envelhecimento, são de grande importância para qualidade de vida dessa população (PAIVA, et al. 2011).

Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar, sob o ponto de vista da família, o nível de satisfação de um grupo de idosos usuários de prótese auditiva.

1.1 A perda auditiva no idoso: causas e consequências

A perda auditiva no idoso, denominada de presbiacusia, é o processo de envelhecimento da audição, que resulta em consequências negativas tanto sociais como emocional, interferindo diretamente na qualidade de vida deste indivíduo (MACEDO et al. 2006).

Diante disso, Russo (2004), afirma que a presbiacusia é um dos distúrbios mais incapacitantes, que impede o individuo de desempenhar o seu papel na sociedade, não só pela privação sensorial, mas, pela dificuldade de compreensão da fala daqueles que o cercam.

Um idoso portador de deficiência auditiva adquirida é algo que vai além do não ouvir bem, são várias as implicações psicossociais que envolvem o idoso e as pessoas que convivem com ele diariamente. As frustrações vivenciadas, a inabilidade de compreender e manter o diálogo com amigos e familiares representa um desafio. É, portanto, diante dos desafios, que o idoso escolhe afastar-se das situações nas quais ocorra a comunicação, em vez de enfrentar embaraços decorrentes da falta de compreensão ou respostas impróprias dadas às questões não entendidas corretamente (Russo, 2011).

Russo (2004), afirma ser comum os familiares descreverem o idoso portador de deficiência auditiva, como distraído, desorientado, não comunicativo, confuso e desinteressado.

O processo de envelhecimento humano se inicia em torno dos 50 anos. Vinte e três por cento da população entre 65 e 75 anos apresentam perda auditiva relacionada à idade, e a partir dos 75 anos esta porcentagem aumenta para 40% (VILARES et al, 2005).

No intuito de caracterizar as queixas auditivas e o tipo de perda auditiva em idosos, o estudo de Silva et al (2007), observaram que as principais queixas apresentadas pelos idosos participantes foram: perda auditiva 61,7%, zumbido 31,5% e tontura 29,6%. Quanto aos tipos

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de perda auditiva, os mais encontrados foram: perda neurossensorial bilateral 75,3%, mista bilateral 7,4% e condutiva bilateral 6,8%.

Em estudo realizado por Baraldi et al (2007), houve prevalência de perda auditiva neurossensorial, bilateral, de configuração descendente, com maior prejuízo nas freqüências altas para ambas as orelhas na população idosa. Os resultados dessa pesquisa revelaram que, 32,2% dos indivíduos apresentaram audição normal, e houve um predomínio de perda auditiva de grau leve 28% e moderado 25,6%.

Quanto aos tipos de perda auditiva, Bistafa (2011) refere que elas se dividem em três tipos: perda auditiva condutiva, que ocorre pela presença de uma lesão do ouvido externo ou médio; a perda auditiva mista é quando existe um problema na via condutiva e na via nervosa e a perda auditiva neurossensorial, é ocasionada por lesão ou mau funcionamento da cóclea ou do nervo auditivo.

1.2 Cuidados na protetização do idoso

A protetização no idoso vem contribuir positivamente para melhora do desempenho nas atividades diárias do idoso, estabelecendo assim, seu convívio social; daí a importância do conhecimento quanto aos recursos existentes, para cada tipo e grau de perda auditiva estabelecida.

Quanto aos efeitos negativos que a perda auditiva causa na população idosa, a melhor forma apresentada se baseia no uso de recursos tecnológicos disponíveis, neste caso, o uso de aparelhos de amplificação sonora (RUSSO, 2011).

A importância do conhecimento quanto aos componentes e das características eletroacústicas dos aparelhos auditivos são essenciais para que o fonoaudiólogo tenha sucesso quanto a seleção adequada, indicação e adaptação de determinados componentes e características (GARCEZ e TEIXEIRA, 2011).

Avila, et al. (2011) afirma que, a seleção da prótese auditiva exige cuidados específicos em relação ao modelo retroauricular (BTE), intra-auricular (ITE), intracanal (ITC) ou microcanal (CIC); ao tipo de adaptação, monoaural ou binaural; tecnologia de amplificação, analógica ou digital; e características eletroacústicas, como ganho acústico, saída máxima e faixa de

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freqüência. Deve-se levar em consideração que a adaptação de próteses auditivas é um processo complexo, que exige tempo e paciência dos indivíduos envolvidos.

Flores e Iório (2012) avaliaram as limitações auditivas de idosos com perda auditiva neurossensorial de grau moderado a severo segundo variáveis escolaridade e grau da perda, estes aplicaram um questionário de auto-avaliacao, Abbreviate Profile of Hearing Aid Benefit (APHAB), foram observados benefícios com a prótese na facilidade de comunicação, reverberação e ruído ambiental. Não foram encontrados associação entre benefício, escolaridade e grau da perda auditiva.

Russo (2004) afirma que desde a década de 90, o uso da tecnologia digital em aparelhos de amplificação sonora individual vem crescendo, auxiliando o profissional que trabalha com idosos na escolha dos aparelhos completamente digitais, sendo estes mais eficientes que os primeiros aparelhos de amplificação sonoros individuais comercializados.

Sendo a adaptação, um processo difícil, observa-se a necessidade de um período maior para que os idosos assimilem todas as etapas da adaptação e ajustamento quanto ao processo de amplificação, estando os familiares também envolvidos nesta etapa.

1.3 A importância do acompanhamento/aconselhamento e da família no processo de adaptação É fundamental a participação da família no processo de adaptação do indivíduo idoso, visto que, na maioria das vezes o sujeito não aceita sua perda auditiva, negando até mesmo o uso do aparelho de amplificação sonora, neste acaso, a família quando bem orientada e disposta a enfrentar os desafios, torna o uso da prótese auditiva algo prazeroso tornando o idoso um comunicador ativo.

No caso dos idosos, o processo de adaptação à amplificação sonora individual, se julga necessário um programa de reabilitação amplo, que respeite as necessidades desta população e que inclua principalmente a participação da família (GATES e MILLS, 2005).

Oliveira (2011) confirma que a família é o primeiro grupo que se relaciona com o idoso após a adaptação da prótese auditiva, nela o idoso e a família tem a oportunidade de vivenciar experiências negativas e positivas, sendo estas influenciáveis no futuro destes sujeitos.

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O aconselhamento para os familiares, envolvendo os idosos, fornece ferramentas para que possa haver maior aceitação do problema; um reforço positivo frente às dificuldades de comunicação serve de motivação para o uso efetivo dos aparelhos de amplificação sonora individual. O conhecimento do idoso quanto às limitações da perda auditiva e dos aparelhos de amplificação sonora, auxiliarão nas estratégias a serem utilizadas para compensar os ajustes do ouvinte e do falante para comunicação (GATES E MILLS, 2005; MUSIEK, LEE, 2001).

Ruschel et al (2007) destacam a importância do acompanhamento familiar desde o início do processo de adaptação, visto que, a adaptação de amplificação sonora individual sem um acompanhante, acarretam num retorno precoce ao consultório sucedidos por várias dificuldades e frustrações, acarretando até mesmo o não uso da prótese auditiva. Logo, os idosos acompanhados por familiares revelaram que o familiar que o acompanhava estava auxiliando nas dificuldades quanto ao manuseio da prótese auditiva e quanto às estratégias para melhora da comunicação.

Russo (2011) relata que o aconselhamento só será bem- sucedido se houver a inclusão de pelo menos um membro da família ou cuidador do idoso, com objetivo de melhorar a comunicação e aliviar as tensões, promovendo satisfação e companheirismo em um mundo onde vivemos separados, e poucos são aqueles os que realmente se importam.

A participação ativa da família é fundamental para o sucesso da reabilitação auditiva, minimizando os transtornos psicossociais e melhorando a qualidade de vida do idoso.

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2. MÉTODO

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Tuiuti do Paraná, sob o número CEP/UTP027/2008 . Os participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a participação de seus dados, de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, Resolução Nº 196/96.

Constituíram a amostra, 50 indivíduos, 26 do sexo femininoo e 24 do sexo masculino, com faixa etária de 50 a 80 anos. Todos os sujeitos com diagnóstico de perda auditiva bilateral, com indicação de uso de prótese auditiva binaural há mais de seis meses.

A coleta de dados ocorreu no período de janeiro a março do ano de 2012 em uma Clínica de Audiologia em Florianópolis, Santa Catarina. Esta Clínica é credenciada pelo Sistema Único de Saúde de acordo com a Portaria de Saúde Auditiva em Média Complexidade (BRASIL, 2004). Para seleção dos sujeitos da pesquisa, foi utilizado como critério para inclusão o uso de prótese auditiva bilateral e estar acompanhado por algum familiar.

Foi aplicado o questionário para os familiares que acompanhavam os pacientes. O questionário se apresentava com dados de identificação e 14 perguntas objetivas. Após foram analisadas as perguntas e suas respectivas respostas.

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3. DESCRICÃO E ANÁLISE DOS DADOS:

Dos 50 participantes, 26 são do sexo feminino e 24 do masculino.

No estudo de Birck, et al. (2011), foi descrito o perfil dos pacientes do Programa de Saúde Auditiva do Hospital Universitário do Estado de Santa Catarina. Foram avaliados os dados referentes à idade, sexo, tipo e grau de perda auditiva, duração, comorbidades e etiologia provável. Foram analisados 304 prontuários nos quais demonstraram prevalência significante do sexo feminino, no grupo de adultos, com perdas auditivas bilateral.

Este estudo vem a corroborar com a atual pesquisa, mesmo com a pequena amostra o estudo atual apresentou prevalência do sexo feminino, com perdas auditivas bilateral.

O gráfico a seguir analisa a distribuição da amostra segundo a idade dos sujeitos da pesquisa. Foi observado que dos cinqüenta indivíduos, treze apresentam idade entre 50 a 60 anos; dezenove possuem idade entre 61 a 70 anos e vinte sujeitos apresentam idade entre 71 a 80 anos.

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Pode-se notar que a maior amostra se concentrou na faixa etária entre 71 a 80 anos, sendo uma população mais idosa.

De acordo com Hungria (1993), Marques, et al. (2004) e Souza e Russo (1998), a expectativa da população idosa aumenta a cada ano, o que torna importante, a criação de uma assistência especial para essas pessoas. As mudanças biológicas e psicológicas decorrentes do processo de envelhecimento vão além de um simples avanço cronológico. Com o envelhecimento, as funções biológicas, psicológicas e sensoriais são comprometidas, estando o declínio da acuidade auditiva presente neste processo. A perda progressiva e irreversível da audição, a presbiacusia, tem seu início por volta dos 50 anos de idade. Restringe-se às altas freqüências, mas, em alguns casos também pode afetar freqüências médias e graves.

O gráfico a seguir se refere quanto à percepção dos familiares dos participantes da pesquisa, em relação à melhora à escuta dos sons, com uso da prótese auditiva.

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Os resultados apresentados foram que a maioria dos familares, sendo 41 sujeitos responderam que sim, os usuários de próteses auditivas percebem muito melhor os sons. E apenas 9 responderam não perceber melhora.

Como afirma Ruschel, et. al (2007), as consequências da perda da audição podem ser minimizadas com uso das próteses auditivas, a principal finalidade é a amplificação dos sons de forma mais adequada e satisfatória possível. A amplificação não se restringe apenas aos sinais de fala, incluiu-se também, os sons ambientais, os sinais de perigo, os sons de alerta, o canto dos pássaros e música; e para que estes ajustes ocorram, vários são os procedimentos necessários para a adaptação aos aparelhos auditivos.

No gráfico a seguir, será explanado sobre a percepção da família quanto ao uso do aparelho auditivo e influência no díalogo sem repetição.

Foi possível verificar que a maioria dos sujeitos da pesquisa (41 sujeitos) estão satisfeitos com uso do aparelho auditivo, e seus familiares afirmam melhora no diálgo. Logo, a minoria (9 sujeitos) necessitam realizar repetição.

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Miranda, et al. (2007) afirma que a amplificação sonora decorrente do uso de próteses auditivas restaura a audibilidade dos sinais de fala, mas muitas vezes o usuário não consegue interpretar as informações sonoras que estão sendo recebidas. Porém, o tempo de uso do aparelho auditivo e o treinamento auditivo, auxiliam na melhora da compreensão da fala, contribuindo positivamente na escuta e realização de um diálogo.

A seguir, explanaremos dois gráficos que se referem ao desempenho do usuário de prótese auditiva com o telefone.

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A maioria dos sujeitos utiliza o telefone com uso da prótese auditiva, e perceberam melhora na escuta ao telefone.

Iervolino, et al. (1996) salientam que muitos usuários de próteses auditivas podem falar ao telefone normalmente, porém, para alguns indivíduos a percepção da fala através do telefone não é suficiente. Ao falarem ao telefone, os indivíduos devem utilizar-se de estratégias específicas, e os usuários de próteses intracanais, o telefone deve ser usado de modo convencional distanciando-se o fone do ouvido para não resultar em microfonia.

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É possível verificar que 19 indivíduos relataram perceber rejeição quanto ao uso do aparelho auditivo e 31 indivíduos não apresentaram resistência ao uso da prótese auditiva.

Gates e Mills (2005) e Musiek, Lee (2001) salientam que o aconselhamento realizado para os familiares e para o idoso quanto à aceitação do problema e o entendimento quanto ao uso da prótese auditiva são orientações pertinentes para maior aceitação do problema, motivando o sujeito no que diz respeito ao uso efetivo dos aparelhos de amplificação sonora individual.

No gráfico abaixo será explanado sobre as dificuldades que os familiares dos usuários de prótese auditiva perceberam durante o processo de adaptação dos sujeitos da pesquisa.

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Foi possível verificar que a maioria dos participantes da pesquisa, afirmaram que o sujeito usuário de prótese auditiva apresentou dificuldades no processo de adaptação; a queixa mais citada foi em relação aos sons alto; e quanto ao manuseio das próteses auditivas.

De acordo com Ruschel, et al. (2007) o acompanhamento familiar é de suma importância no processo de adaptação; os idosos que realizam adaptação do apareho de amplificação sonora individual sem um acompanhante, retornam ao consultório por várias as dificuldades e frustrações, levando ao não uso das próteses auditivas. Os idosos que são acompanhados por familiares no processo de adaptação afirmam que as dificuldades são superadas, dentre elas o manuseio da prótese auditiva e a melhora na comnicação.

O gráfico a seguir apresenta a percepção dos familiares em relação às dificuldades superadas pelos usuários de prótese auditiva.

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Como pode-se observar, a maioria, sendo 35 respondentes observaram que os usuários de prótese auditiva superaram as dificuldades, 10 dos respondentes, afirmaram que em parte, foram superadas as dificuldades e apenas 5 sujeitos afirmaram que as dificuldades não foram superadas.

Popelka, et al. (1998) defende que os aparelhos de amplificação sonora individual podem melhorar a habilidade dos deficientes auditivos de se comunicar, prevenindo a depressão e o isolamento social. São vários os fatores que incluem no sucesso da amplificação sonora, a aceitação da perda auditiva, a aceitação para buscar ajuda e a idade do candidato. Quanto mais cedo a aceitação e a adaptação, melhor para o idoso o processo da adaptação, facilitando na superação das dificuldades apresentadas.

O gráfico a seguir, se refere ao auxílio da família quanto a manipulação dos aparelhos auditivos.

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Foi possível verificar que a maioria dos familiares auxiliam os usuários de aparelho de amplificação sonora durante o manuseio dos mesmos.

Oliveira, (2011) acredita que a família é o primeiro grupo em que o indivíduo participa, nela são vivenciadas diferentes experiências, sendo elas positivas ou negativas. O auxílio da família é importante tanto no aspecto emocional quanto no dia dia do usuário da prótese auditiva em relação ao manuseio da mesma, fato este que influência diretamente no indivíduo.

O gráfico a seguir demonstra a percepção da família quanto as mudanças na vida do usuário após adaptação.

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É possível verificar que os familiares percebem mudanças de vida nos usuários após adaptação. Em que 48 sujeitos responderam notar mudanças e apenas 2 indivíduos não observaram mudanças.

Paiva, et al (2011) esclarece que a perda de audição gera um impacto negativo no processo de comunicação do idoso, porém, com uso das próteses auditivas os prejuízos auditivos são minimizados; os benefícios passam a ser perceptíveis principalmente no ambiente familiar.

O gráfico apresentado a seguir demonstra as mudanças mais citadas pelos familiares dos sujeitos usuários de prótese auditiva.

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As mudanças citadas pelos familiares dos usuários das próteses auditivas foram que: do total de 50 participantes, 46 sujeitos perceberam melhora na interação do usuário da prótese auditiva com familiares e 48 sujeitos notaram melhora no diálogo com os amigos. 43 participantes afirmaram que o volume da televisão diminuiu bastante e todos os participantes da pesquisa referiram que o usuário da prótese auditiva apresenta-se mais feliz com a melhora do entendimento da fala após adaptação.

Os autores Fialho et al. (2009) e Costa et al. (2007) realizaram estudos com idosos protetizados e afirmaram que apesar das dificuldades, os sujeitos entrevistados percebem benefício do uso da amplificação sonora na comunicação, diminuindo o isolamento e aumentando a autonomia nas atividades que envolvem o contato com o outro, uma vez que se sentem mais seguros em situações de comunicação. Logo, outros estudos constataram melhora na habilidade para ouvir em diferentes situações, com repercussão positiva nas relações sociais.

A seguir, o gráfico explanará sobre a participação e integração do usuário de prótese auditiva no ambiente familiar.

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Foi possível verificar que os familiares perceberam que após a adaptação das próteses auditivas os usuários estão mais presentes aos assuntos familiares.

Corroborando com o pensamento de Almeida (2003) e Campos et al. (2003) os resultados da reabilitação audiológica, dependem do desejo por parte do próprio usuário da prótese auditiva; e o benefício percebido com o uso da amplificação está diretamente relacionado com as expectativas do usuário, a aceitação da perda auditiva, a motivação para obter ajuda, as necessidades de comunicação, o nível intelectual e social, os aspectos psicológicos e sociais, os custos monetários envolvidos no processo de adaptação. Ainda assim, os problemas encontrados ao longo do processo de adaptação e também das dificuldades que ainda permanecem com o uso da amplificação e as eventuais que surgem em consequência da mesma; recebem a devida atenção no processo de adaptação principalmente com as orientações realizadas ao familiares.

O gráfico a seguir, se refere quanto à melhora do relacionamento do usuário da prótese auditiva e a família.

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É possivel afirmar que o relacionamento do indivíduo com perda auditiva após a adaptação, apresenta melhora significativa no relacionamento familiar. 47 sujeitos responderam que sim, o relacionamento melhorou, apenas 3 responderam não terem percebido melhora e nenhum dos sujeitos responderam sem mudanças.

Na pesquisa realizada por Teixeira et al. (2008), os autores avaliaram a qualidade de vida de adultos e idosos pós adaptação de próteses auditivas. Os autores observaram que após a adaptação da prótese auditiva, houve melhora da qualidade de vida como um todo, confirmando a importância do uso de prótese auditva e do encaminhamento dos usuários para programas de adaptação e treinamento de estratégias de comunicação. Ressaltam também a necessidade de criação de programas que visem a reintegração do indivíduo à sociedade.

Alves, et al. (2011) acrescenta que a prevalência da deficiência auditiva na pupulação idosa é alta. A avaliação audiológica no indivíduo idoso deve envolver não só os exames que visam definir a sua perda auditiva, mas também considerar a percepção do paciente em relação a perda auditiva existente no aspecto funcional, e nas atividades sociais e familiares.

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4. CONCLUSÃO:

Nosso estudo permitiu verificar a importância da participação ativa da família no processo de reabilitação auditiva. A presença dos familiares neste processo minimiza os transtornos psicossociais ocasionados pela deficiência auditiva, refletindo diretamente na qualidade de vida do idoso.

É fato, que a adaptação quando realizada de forma correta, contribui para melhora da qualidade de vida desta parcela da população. Por isso, a realização de avaliações auditivas e o correto encaminhamento para seleção e adaptação de próteses auditivas devem fazer parte da rotina dos profissionais das mais variadas áreas, que atuam diretamente com adultos e idosos.

Para a efetividade do uso da prótese auditiva, é imprescindível que o usuário de aparelho de amplificação sonora seja acompanhamento por profissional especializado, para que todas as dúvidas sejam sanadas e a escolha da melhor tecnologia seja realizada.

Sugere-se um estudo com um número maior de participantes, para qualificar a amostra e a pesquisa com maior fidedignidade, trazendo benefícios para ciência do estudo de idosos e amplificação sonora com qualidade.

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(28)

APENDICE Dados de identificação: Nome do usuário: Idade: Perda auditiva: AASI: Nome do respondente: Parentesco: QUESTIONÁRIO USANDO O AASI

1) A família percebe que o usuário escuta melhor os sons? Sim( ) Não( )

2) Compreende melhor a fala? Sim( ) Não( )

3) Pede para repetir menos o que a família fala? Sim( ) Não( )

4) Usa o AASI ao falar ao elefone? Sim( ) Não( )

5) Percebe que melhorou a escuta ao telefone? Sim ( ) Não( )

6) Demonstra resistência ou rejeição ao uso do AASI? Sim( ) Não( )

7) Apresentou dificuldades com o processo de adaptação? Sim( ) Não( )

(29)

8) Quais?_____________________________________________________________________ 9) Essas dificuldades foram superadas?

Sim( ) Não( ) em parte( )

10) Precisa do auxílio da família co a manipulação do AASI? Sim( ) Não( )

11) A família percebe mudanças na vida do usuário após adaptação? Sim( ) Não( )

12) Quais as mudanças mais perceptíveis?

13) O usuário está mais participativo e integrado à família? Sim( ) Não( )

14) O relacionamento familiar melhorou? Sim( ) Não( ) sem mudanças( )

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