Teorias Psicológicas do
Envelhecimento
Sandra de Mendonça Mallet
Psicóloga - Pós-Graduada em Saúde Pública, Sexualidade e Reabilitação do
Idoso
Algumas reflexões sobre o
Envelhecimento
A primeira reflexão é de que o
sujeito vê o seu envelhecimento, diríamos a sua velhice, pelo olhar do Outro ou ele se vê velho pela imagem que o Outro lhe devolve.
Não existe para o sujeito algo
palpável sinalizando a sua velhice, pois “velho” é sempre o Outro
Envelhecer...
“Se eu não repetisse continuamente para mim
mesmo minha idade, certamente não a sentiria. E, mesmo repetindo como uma lição a ser decorada; já passei dos 65 anos, tenho dificuldade em me convencer, minha alma permaneceu jovem, a tal ponto que me parece sempre que o septuagenário, que indubitavelmente sou, é um papel que
assumo; e as deficiências, as fraquezas que me lembram minha idade vêm, como se fossem um ponto de teatro, fazer-me lembrá-la, sempre que eu tender a esquecê-la.”
Novas reflexões sobre a Velhice
Proust, em O Tempo
Redescoberto, Beauvoir sinaliza
as impressões de um dos
personagens ao reencontrar, depois de muitos anos, alguns
amigos ou pessoas com as quais ele havia se relacionado na
Envelhecer...
No primeiro momento, não entendi porque hesitava
em reconhecer o chefe, os convidados, e por que todos “tinham composto uma cara”, geralmente empoada, e que os modificava completamente. Diziam-me um nome, e eu ficava estupefato ao pensar que este se aplicava ao mesmo tempo à loura valsista que eu conhecera outrora e à
deselegante senhora de cabelos brancos que
passava pesadamente perto de mim. Percebi, pela primeira vez, a partir das metamorfoses que se
haviam produzido em todas aquelas pessoas, o tempo que havia passado por elas, o que me
perturbou, pela revelação de que também para mim ele passara. Não víamos nosso próprio aspecto,
nossas próprias idades, mas cada um, com um espelho diante de si, via a idade do outro.
Teoria Psicanalítica e velhice
Freud tinha uma visão bastante negativa quanto
às possibilidades de êxito da psicanálise com os idosos, queixando-se que as pessoas com mais de 40 anos não mais eram educáveis, e que a
massa de material com que lidar (todo o percurso de volta à infância) era simplesmente grande
demais.
Karl Abraham discordou de Freud (1927) teve
vários pacientes com mais de 50 anos de idade e concluiu que seu tratamento era
surpreendentemente bem sucedido. Para ele o importante era a idade da neurose e não do
Psicanálise e Velhice
Balier (1976) que a velhice provocaria uma
alteração importante no narcisismo e, concomitantemente, um sentimento de desvalorização.
Que a fonte das neuroses da senescência são de origem somática e não psíquica.
Alguns psicanalistas: a análise só existe um
sujeito, o sujeito do inconsciente, e este não envelhece
Erik Erikson
Elaborou cinco estágios de desenvolvimento,
desde o nascimento até a adolescência.
Postulou três fases na adultidade: jovem
adultidade, meia-idade e velhice
Concebeu a produtividade, através da carreira,
pelo trabalho voluntário, ou mesmo uma criação artística ou intelectual de valor duradouro.
Integridade face ao desespero: aceitação da vida
em sua inteireza, face ao declínio físico, social e talvez até mesmo mental da velhice, e face ao prospecto da própria morte.
• A produtividade do estágio anterior deveria suavizar o
temor da morte , ao convencer o idoso de que uma parte dele sobreviverá após sua morte.
• O segredo para se ter uma velhice feliz é viver
significativamente os primeiros anos de vida, fazendo
contribuições duradouras. Os indivíduos que fracassaram em fazer tal coisa vêem-se envolvidos pelo desespero. Esse desespero pode ficar oculto por trás da aversão e do
desprezo pelos outros, ou pela geração futura, ou culpar os outros por seus fracassos na vida. A parte mais profunda e final do desespero é que agora seria tarde demais para
Gestalt Terapia - Kurt Lewin
Desenvolveu ao mesmo tempo que a psicanálise psique como uma unidade (um todo).
Lewin dentro de uma perspectiva holística ao
estudo da motivação, tentou compreender a
motivação do sujeito por meio de um mapeamento complexo dos objetivos, meios e barreiras que
uma pessoa percebia a sua vida.
Com idoso o terapeuta terá que compreender o
espaço existencial do paciente, conforme este o percebe. P/T - identificação dos objetivos
(remotivação), para encontrar meios (reabilitação) e para diminuir as barreiras (manipulação meio) .
Adler - Psicologia do Indivíduo
Rompeu com Freud e estabeleceu uma escola
rival. Influenciado pela Gestalt criou a escola
Psicologia do Indivíduo. Psique unidade, indivisível
Teoria do complexo de inferioridade - atribuiu
todas as neuroses a complexo de inferioridade, e todos os sentimentos de inferioridade a defeitos físicos.
Identificou três alternativas saudáveis para a
compensação: amizade, família e carreira.
Diretriz: interromper sentimentos de inferioridade,
Maslow
Uma das teorias de Maslow é que as
necessidades mais inferiores têm prioridade sobre as superiores.
Cinco níveis de necessidades.
Gratificação orgânica básica: alimento, abrigo, sono.
Necessidade de segurança: proteção contra forças que causam morte, danos ou dor.
Necessidade de status e de aceitação.
Necessidade de adequação e auto-estima.
Erich Fromm - Teoria da
Personalidade
Fromm esboçou quatro níveis mais baixos de
relações interpessoais e produtivas:
mais baixo - receptivo (oral-dependente) - obter
passivamente, sem ter de dar.
Explorador (oral-agressivo) semelhante porém usando de força.
Acumulação (anal-retentivo) indivíduo procura construir uma muralha protetora e deseja trazer todas as riquezas para dentro dela.
Muitos idosos poderiam ser classificados de