SÉRIEMEDICAMENTOSE
OUTROSINSUMOSESSENCIAISPARAASAÚDE
SEMINÁRIOINTERNACIONAL
PERSPECTIVASPARAOFORTALECIMENTODOS
MERCADOSDEMEDICAMENTOSSIMILARESE
GENÉRICOSEMPAÍSESEMVIASDEDESENVOLVIMENTO
RelatórioFinal
Informaçõessobreestapublicaçãopodemserpedidasa: OrganizaçãoPan-AmericanadaSaúde SEN,lote19–Brasília–DF Cep:70.756-090 Tel:61426-9595Fax:61426-9591 postmaster@bra.ops-oms.org www.opas.org.br Fichatécnica: Tradução:DIEPRESSEEditorialLtda.,MercedesMourão&PatríciaOzório RevisãoTécnica:RaquelMarcolongoeDarioPintoMiranda(Anvisa);AnaMariaPellin;NellyMarin JaramilloeAdrianaMitsueIvama(OPAS/OMS) RevisãodeTexto:AnaBeatrizdeNoronha;JeanPierreBarakat(OPAS/OMS) Normalização:FábioCordeiro(CEDOC–OPAS/OMS) CoordenaçãoEditorial:NellyMarinJaramilloeAdrianaMitsueIvama(OPAS/OMS) ProjetográficoeEditoração:Formatosdesigngráfico Tiragem:1.000exemplares ImpressonoBrasil FichacatalográficaelaboradapeloCentrodeDocumentação daOrganizaçãoPan-AmericanadaSaúde–RepresentaçãodoBrasil. ______________________________________________________________________________________ SeminárioInternacionalPerspectivasparaoFortalecimentodosMercadosdeMedicamentosSimilares eGenéricosemPaísesemViasdeDesenvolvimento(I,2003,Brasília)
Relatório final = Informe final = Final report / Agência Nacional de Vigilância Sanitária; OrganizaçãoPan-AmericanadaSaúde–Brasília:OrganizaçãoPan-AmericanadaSaúde,2005.
438p. Bibliografia
ISBN85-87943-45-6
1.Medicamentos2.MedicamentosGenéricos3.MedicamentosEssenciais4.VigilânciaSanitária 5. Industria Farmacêutica 6. Bioequivalência 7. Biodisponibilidade 8. Brasil I. Título II. Título: InformefinalIII.Título:FinalreportIV.AgênciaNacionaldeVigilânicaSanitáriaV.Organização Pan-AmericanadaSaúde.
SÉRIEMEDICAMENTOSE
OUTROSINSUMOSESSENCIAISPARAASAÚDE
SEMINÁRIOINTERNACIONAL
PERSPECTIVASPARAOFORTALECIMENTODOS
MERCADOSDEMEDICAMENTOSSIMILARESE
GENÉRICOSEMPAÍSESEMVIASDEDESENVOLVIMENTO
RelatórioFinal
S
IGLAS
E
ABREVIATURAS
9
P
REFÁCIO
11
O
BJETIVOS
DO
S
EMINÁRIO
15
A
BERTURA
DO
EVENTO
17
D
IA
11/02/2003–M
ANHÃ
21
C
ONFERÊNCIA–R
OGERW
ILLIAMS(USP)
E
VOLUÇÃO
DAS
EXIGÊNCIAS
DE
PROVAS
DE
BIOEQUIVALÊNCIA
23
CONFERÊNCIA–BÁRBARAM.DAVIT(CDER/FDA)
S
ISTEMA
DE
CLASSIFICAÇÃO
BIOFARMACÊUTICA
26
D
EBATE
28
D
IA
11/02/2003–T
ARDE
31
M
ESA
REDONDA
E
XPERIÊNCIAS
EM
IMPLANTAÇÃO
DE
ESTRATÉGIAS
DE
MEDICAMENTOS
GENÉRICOS
33
DEBATE
41
D
IA
12/02/2003–M
ANHÃ
45
CONFERÊNCIA–ROGERWILLIAMS(USP)
OU
DO
LOCAL
DE
FABRICAÇÃO
NA
QUALIDADE
E
NA
INTERCAMBIALIDADE
DOS
MEDICAMENTOS
GENÉRICOS
50
C
ONFERÊNCIA–S
USANNEB
RAUNHOFER(N
OVARTISP
HARMAAG)
I
MPLICAÇÕES
DA
MUDANÇA
DE
MATÉRIAS
PRIMAS,
DO
MÉTODO
DE
FABRICAÇÃO
OU
DO
LOCAL
DE
FABRICAÇÃO
NA
QUALIDADE
E
NA
INTERCAMBIALIDADE
DOS
MEDICAMENTOS
GENÉRICOS.A
PERSPECTIVA
DA
INDÚSTRIA
54
D
EBATE
57
D
IA
12/02/2003–T
ARDE
63
C
ONFERÊNCIA–L
EMBITR
AGO(OMS)
Q
UALIDADE
INTEGRAL
DE
MEDICAMENTOS
65
M
ESA
REDONDA
P
ERSPECTIVAS
DO
REGULADOR
EM
RELAÇÃO
AO
REGISTRO
DE
GENÉRICOS
68
D
EBATE
75
D
IA
13/02/2003–M
ANHÃ
79
M
ESA
REDONDA
I
MPLICAÇÕES
DA
EXIGÊNCIA
DA
PROVA
DE
BIOEQUIVALÊNCIA
PARA
O
DESENVOLVIMENTO
DE
UM
MERCADO
DE
GENÉRICOS
EM
PAÍSES
EM
DESENVOLVIMENTO
81
P
ERSPECTIVAS
DE
REGISTRO
DOS
PRODUTOS
BIOLÓGICOS
COMO
GENÉRICOS
95
D
EBATE
101
E
NCERRAMENTO
103
P
ROGRAMAÇÃO
DO
S
EMINÁRIO
105
A
PRESENTAÇÕES
321
A
NEXO
433
P
REFÁCIO
E
stapublicaçãoéumaresenhadasprincipaisconclusõesdasapresentaçõesdos convidadosqueparticiparamdoSeminárioInternacional“Perspectivaspara o Fortalecimento do Mercado de Medicamentos Genéricos em Países em Vias de Desenvolvimento”, que foi patrocinado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde do Brasil (ANVISA) e pela Organização Pan-americanadeSaúde/OrganizaçãoMundialdaSaúde(OPAS/OMS),emBrasília, emfevereirode2003.Oseminário,noqualestiverampresentesimportantesconferencistasinterna-cionais e nacionais, abordou temas e conhecimentos fundamentais no que diz respeitoaumapolíticademedicamentosgenéricos.
NoBrasil,osmedicamentosgenéricosforamcriados,tardiamente,pelaLei 9.787,de1999.Digotardiamente,mastalvezsejaexigirdemais.Achoqueomais corretoseriadizerqueodesejoeradequealeifosseanterior.Ela,noentanto,foi aprovada no momento certo, ou seja, no momento em que o Brasil começou a desenvolverasuacapacidadedeexerceradequadamenteavigilânciasanitária.
Na verdade, os genéricos são um sonho antigo dos profissionais de saúde pública no país, que, no entanto, só pode ser concretizado em 1999, devido a resistências importantes tanto da indústria de medicamentos, que levantava a questãodaproteçãopatentáriaquantodaprópriaindústrianacionaldecópias,que repudiavaoaumentodasexigênciasparaaproduçãodemedicamentoscopiados nopaís.
Aidéiadacópiaintercambiáveledousodadenominaçãogenéricaenfrentou uma dura oposição movida exclusivamente por interesses econômicos. Fato que demonstrouograudemercantilismodomercadofarmacêuticobrasileiro.
No entanto, a ANVISA resolveu assumir a luta pela implantação de uma políticademedicamentosgenéricos,comdoisprincipaisobjetivos.Oprimeiro,sem dúvida,eraareduçãodopreçodosprodutosexistentesnomercadonacional,eo genéricopromoveuessaredução.
paracadaaumentode1%degastoscomgenéricos,háumaeconomiadeU$1,32 bilhõesdedólaresporano”.
Aimplantaçãodosmedicamentosgenéricosnomercadobrasileiro,causou uma reviravolta importante e os dados estão disponíveis para demonstrar que a queda nos preços dos medicamentos genéricos levou a uma queda generalizada depreçosdemedicamentosdemarcaetambémdecópias,oschamadossimilares. Éóbvio,noentanto,queoproblemadoacessoamedicamentosnopaís,nãofoi resolvidoenemseráresolvidopelosgenéricos.
Quando 60% da população ganha abaixo de quatro salários mínimos por família,certamenteaquestãodaassistênciafarmacêuticanãoseráresolvidaapenas comavendademedicamentosmaisbaratos.Paraessapopulação,adistribuição gratuitaéaúnicamaneiradedaracessoaomedicamento.
Portanto, o objetivo de baratear os medicamentos não visa à compra do medicamento direto pela população, mas à viabilização de uma política de dispensaçãogratuitapeloEstado. Osegundoobjetivofoiutilizaroprojetodosmedicamentosgenéricoscomo pontadelançadeumprocessodetransformaçãodaindústriafarmacêuticainstalada nopaís,sejaelanacionaloudeorigemexterna,noquedizrespeitoaoprocessode registroefabricaçãodemedicamentosnopaís,quepermitiudiscutirasquestões relativasàintercambialidadee,portanto,eficácia,segurançaequalidade. Aquestãodaintercambialidadelevouàdiscussãodeaspectosrelativosafontes dematérias-primasdeboaqualidade;àformulaçãodosmedicamentos,deforma agarantirqueessasformulaçõesprocuremrespeitarafarmacocinéticadoproduto originalmenteregistrado;àqualidadedosexcipientesenvolvidosnosprocessosde formulaçãoefabricação;eàsboaspráticasdefabricação(BPF).Ouseja,ogenérico trouxeparaadiscussãodosprofissionaisquefazemaprescriçãodosmedicamentos, aspectosatéentãoabsolutamenteignoradosporeles. Lógicoqueessarevoluçãotevequesereestásendogradual,ouseja,aidéiaé dequeosprodutosquetêmmaiorinteressesanitárioeoferecemmaiorriscosanitário devemmerecerumaatençãonocurtoprazo,comoaatuallegislaçãopropostapela agênciaindica.Outrosprodutospodemterumprazoparaadequaçãomaislongo.
Semdúvida,éumarevoluçãoquenãocomeçaeterminaemumano,mas temumhorizontedecincoadezanos.Aevoluçãodomercadodemedicamentos genéricosestádemonstrandoqueessarevoluçãoestáacontecendoequeomercado estásofrendoimportantestransformações.
Ograndedesafioésemdúvidanenhumaodaperseverança.Esseéodesafio quesecolocaparaaatualgestãodaANVISAeparatodoomercadofarmacêutico nacional.
Este seminário conseguiu, de maneira muito importante, através das contribuiçõesextremamenteconseqüenteseoportunasdosconvidados,demonstrar asfronteirassobreasquaisaindateremosqueandar,doquedizrespeito,porexemplo, àtrocadematériaprimas,trocadolocaldefabricação,àsdiscussõesdequando provasinvitropodemseigualaràsprovasinvivo,àsquestõesrelativasàpossibilidade deregistrodeprodutosbiológicoscomogenéricos.Enfim,estesemináriotrouxe assuntosdafronteiradoquedizrespeitoàqualidade,àsegurançaeàeficáciade medicamentos.
ÉóbvioquerealçouaimportânciadasBPFeaimportânciadesetercada vezmaisumaaçãoregulatóriafirme,conseqüenteehomogênea.Alémdodesafio da perseverança, continua o desafio da constante construção do conhecimento quebalizaaaçãoregulatória.E,sobretudo,continuaodesafiodepaísescomoo Brasilgarantiremoacessodesuapopulaçãoamedicamentosseguros,eficazes,com qualidadeeconseqüentesaumapráticamédicaracional.
Entãodesejoaoleitordestasresenhasumaboaleitura,poisoqueaquise apresentaéoestadodaarte.E,semdúvidanenhuma,representaummarcona construção do conhecimento na área de registro e fabricação de medicamentos genéricosnoBrasil.
GonzaloVecinaNeto
O
BJETIVOS
SEMINÁRIOINTERNACIONAL
PERSPECTIVAPARAOFORTALECIMENTODOS
MERCADOSDEMEDICAMENTOSSIMILARES
EGENÉRICOSEMPAÍSESEMVIASDE
DESENVOLVIMENTO
R
EALIZAÇÃO
Data:11a13defevereirode2003
Local:AuditóriodaOPAS/OMS,Brasília-DF
O
RGANIZADORES
AgênciaNacionaldeVigilânciaSanitária-ANVISA
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde - OPAS/OMS
O
BJETIVOS
• Intercambiar informações sobre a situação atual dos medicamentos genéricosesimilaresnospaísesemdesenvolvimentodaAméricaLatina. • Conhecerosavançostécnico-científicossobreestudosdebioequivalência
comocritérioparaaaceitaçãodaintercambialidadecomomedicamento dereferência.
• Discutirasimplicaçõesnaintercambialidadeenaqualidadedoproduto, demodificaçõescomomudançanaorigemdamatéria-prima,mudança deexcipientese/oumudançasnoprocessodeprodução.
A
BERTURA
DO
EVENTO
G
ONZALOV
ECINAN
ETO–D
IRETOR-P
RESIDENTE
DAANVISA
D
R.G
ONZALOproferiuasboasvindasaosparticipantesressaltandoaimportância dessaOficinadeTrabalhonoestágiodedesenvolvimentoemqueseencontrao Brasil, sob o ponto de vista do marco regulatório,do registro, da produção e da comercializaçãodemedicamentos.AgradeceuoapoiodecisivodaOPAS/OMS,em especialaoDr.JacoboFinkelman,eàcolaboraçãodaDra.NellyMarinedoDr. DarioPintoMirandanaorganizaçãodoevento.Disse que o objetivo do evento era construir uma pauta sobre a qual as autoridades sanitárias do Brasil e outras autoridades presentes trabalharão no futuroemrelaçãoàqualidade,segurançaeeficáciadosmedicamentosemcampos complexoseaindanãodefinidosadequadamentepeloconhecimento,comoasBPF deinsumos,formulação,farmacocinéticaeoutros.Queoobjetivodoeventoera, muitomaisquetomardecisões,criarumpaineldediscussãosobreessesassuntos.
Parafinalizar,falousobresuaexpectativadequeasperguntas,organizadas e sistematizadas, que surgirem durante o evento venham a contribuir com o desenvolvimentodenovosconhecimentosquerepresentamocontínuodesafiopara ocrescimentodohomem.
J
ACOBOF
INKELMAN–R
EPRESENTANTE
DAOPAS/OMS
NOB
RASILD
R.J
ACOBO iniciousuaapresentaçãocumprimentandoDr.Hermógenes,represen-tantedoMinistériodaSaúde,desejandosucessonasuagestãocomoSecretáriode CiênciaeTecnologiaeagradecendoapresençadoDr.Gonzalo,grandepromotor davigilânciasanitáriaedaassistênciafarmacêuticanoBrasil,alémdeparceirono desenvolvimentodessasáreasnaAméricaLatina.Deutambémasboasvindasa todososconvidadosnacionaiseinternacionaispresentesnoevento.da homologação de critérios. Segundo ele, a OPAS e OMS enxergam o tema dentrodeumapolíticanacionaldemedicamentosquepossapromoveroacesso a medicamentos de qualidade, preço justo, sustentados nas BPF, considerando principalmenteosmedicamentosessenciais.
Citou ainda que, desde 1997, a OPAS/OMS organiza, juntamente com autoridades nacionais, uma Conferência Pan-Americana com o objetivo de harmonizar aspectos da regulamentação farmacêutica. Nesse contexto, estão incluídosotemabioequivalência(BE)eadiscussãodosensaiosinvivoeinvitro, quelhedásustentação,eainfluênciadosinsumosestratégicosnaqualidadedos medicamentos,principalmentenosgenéricos,mastambémnossimilares.
Para finalizar, disse que os produtos deste encontro serão estratégias que servirãocomosubsídiosparaaConferênciaPan-AmericanadeHarmonizaçãoda LegislaçãoFarmacêutica,alimentandocomidéiasenovaspropostasoselaboradores depolíticaspúblicas,etambémparaosgestoresdeprogramasdemedicamentose saúdepúblicanoBrasileoutrospaísesdaAméricaLatina.
J
OSÉH
ERMÓGENES-S
ECRETÁRIO
DET
ECNOLOGIA
EI
NSUMOS
DOM
INISTÉRIO
DAS
AÚDE,
REPRESENTANDO
OM
INISTRO
DAS
AÚDED
RH
UMBERTOC
OSTAIniciou sua fala citando dificuldades que vem enfrentando à frente da SecretariadeCiência,TecnologiaeInsumosEstratégicosdoMinistériodaSaúde (SCTIE/MS), especialmente na área de medicamentos. Salientou que esteve pordoisperíodosdegovernonoMinistérioenuncaoencontrouemsituaçãotão difícilquantoagora.Ressaltouque,desdeaextinçãodaCentraldeMedicamentos (CEME),ogovernofederalnãosepreocupouemcriarumaáreaparacuidardo medicamentodeumamaneirauniforme,dentrodeumalógicaúnica.Segmentouo medicamentoemdiversosprogramasdesaúde,espalhadoemdiversasáreastécnicas eSecretariasdoMinistério,dificultandoainterlocuçãotantofisicamentecomono âmbitodasações,algumasatécomaçõessuperpostas,semumcontroleúnico.
FaloudaimportânciadopapeldosLaboratóriosOficiaisnãosónaampliação doacesso,comodesenvolvimentodeumplanejamentoadequadodeproduçãoe produtos confiáveis sem desvios de qualidade, mas também na sua contribuição paraoaumentododesenvolvimentotecnológico.
Citou exemplos do quanto seria econômico investir na rede oficial, consideradavital.
C
ONFERÊNCIA
E
VOLUÇÃO
DAS
EXIGÊNCIAS
DE
PROVAS
DE
BIOEQUIVALÊNCIA
C
ONFERENCISTA:R
OGERW
ILLIAMS–USP
C
OORDENAÇÃO:D
AVIR
UMEL–GGSPS/ANVISA
R
ELATORA:R
AQUELM
ARCOLONGO–GGMEG/ANVISA
C
O-
RELATOR:A
NDRÉA.C
HAIA–UCOFI/GGMED/ANVISA
P
ONTOSA
BORDADOSPrimeiramente,foiapresentadoumhistóricosobreaevoluçãodaregulamentação de medicamentos e dos ensaios necessários para registro de medicamentos na FoodandDrugAdministration(FDA),seguidodosrequisitosatuaisparaestudos de biodisponibilidade (BD) e BE. Na seqüência, foram apresentadas algumas definiçõesadotadaspelaOMSepelaInternationalConferenceonHarmonization
(ICH)e,também,comoaFDAabordaalgunsproblemasestatísticosrelacionados aessesestudos.
A
PRESENTAÇÃOdeprovassobreaeficáciadetodososprodutosinovadoresaprovadosentre1938e 1962,quandotambémosprodutossimilaresforamaprovados.Paraisso,foicriado oprogramaDrugEfficacyStudyImplementation(DESI).Em1970,aFDAcriou padrõesparaacomercializaçãodesimilaresqueexigiamqueestesfossemeficazes combasenarevisãoefabricadossegundoasprovisõesdaAbbreviatedNewDrug Application(ANDA). Em 1977, a FDA concluiu as regulamentações sobre BD eBE,exigindocomprovaçãodeBEparasimilares,ouseja,genéricoseBDpara produtos inovadores, como parte de um grande conjunto de ensaios clínicos e outros estudos. Em 1984, foi aprovado oGeneric Drugs Act(Waxman-Hatch) introduzindonosEUAumprocessototalmentesimplificadoparamedicamentos genéricos.EssaaplicaçãodispensaaapresentaçãodeestudosclínicosoudeBD, quesãosubstituídospeloestudodeBE.
OestudodeBEevitaarepetiçãodoscarosestudosclínicos,farmacológicos etoxicológicosqueforamapresentadosinicialmentepeloinovador.Paraprodutos considerados equivalentes farmacêuticos, o primeiro objetivo do estudo de BE é demonstrar a equivalência terapêutica de um medicamento em relação ao seumedicamentodereferência,oquenormalmentepodeserfeitopormeioda determinaçãodonívelsangüíneodofármaco. Paraserconsideradacomogenérico,aformafarmacêuticapropostadeveser equivalentefarmacêuticoebioequivalenteaoprodutodereferência.ParaaFDA, equivalentesfarmacêuticossãoaquelesprodutosquetêmamesmasubstânciaativa, namesmaquantidade,comformafarmacêutica,viadeadministraçãoerotulagem similares.Elestambémdevematenderaosmesmospadrõesdequalidade,como aqueles existentes naUnited States Pharmacopeia (USP), e serem produzidos segundoasdiretrizesdeBPF.
dequalidadedefármacos,excipienteseformasfarmacêuticas.Issoseaplicatanto parainovadoresquantogenéricosegarantequeamesmaqualidadesejafornecida emtodososprodutosdisponíveisnomercado.
Procedimentos estatísticos para avaliação dos estudos de BE têm sido extensivamente estudados ao longo dos anos. Atualmente a FDA exige um procedimento para o teste de BE que tem como fundamento a hipótese nula da diferença. Se os estudos de BE permitirem a rejeição dessa hipótese então a equivalênciaserádeclarada.AFDAusaumcritériomédio(doistestesunilaterais)um limitede80–125%paraBEeumriscoaoconsumidorde5%emrelaçãoaolimite superioreaoinferior,paraumintervalodeconfiançade90%.Essesprocedimentos geraissãoseguidosporoutrasagênciasreguladoras,emboraalgumasvezesoslimites sejammaisamplos,70–143%,oumaisestreitos,90–111%.Limitesmaisamplos facilitamaaprovaçãodogenéricoepermitemmaioresdiferençasentreoproduto genéricoeoinovador.Limitesmaisestreitostêmresultadoinverso.
A OMS também publicou um documento sobre genéricos (produtos farmacêuticos de múltipla origem) que estabelece todas as definições e testes necessáriosparaaadoçãodessesprodutosporváriospaíses.
Apósaapresentação,oDr.DaviRumelformulouaseguintequestão:quais sãoosindicadoresrecomendadosparaostestesfarmacodinâmicos?
C
ONFERÊNCIA
S
ISTEMA
DE
CLASSIFICAÇÃO
BIOFARMACÊUTICA
C
ONFERENCISTA:B
ÁRBARAM.D
AVIT–CDER/FDA
C
OORDENAÇÃO:D
AVIR
UMEL-GGSPS/ANVISA
R
ELATORA:R
AQUELM
ARCOLONGO-GGMEG/ANVISA
C
O-
RELATOR:A
NDRÉA.C
HAIA–UCOFI/GGMED/ANVISA
P
ONTOSA
BORDADOSInicialmente,foiapresentadooSistemadeClassificaçãoBiofarmacêutica(SCB)e oscasosqueaFDAconsiderapassíveisdeisençãodeestudosdeBEpelaFDA,de acordocomessaclassificação.Naseqüência,foramapresentadosalgunsestudosde casoqueexemplificamatomadadedecisão.
A
PRESENTAÇÃOAFDApublicouumguiaparaisençãodeestudosdeBEcombasenoSCB,que classificaosfármacossegundosuasolubilidade(S)epermeabilidade(P)intestinal. OsfármacosdaclasseIsãoaquelescomaltaSealtaP,osdaclasseIItêmbaixaS ealtaPeosdaclasseIIItêmaltaSebaixaP.Estásendodiscutidaapossibilidade deestenderasisenções,queatualmentesãoapenasparaclasseI,tambémparaa classeIII.
ParaserisentodoestudodeBE,alémdeconterumfármacodaclasseI,o produtodeveserdeliberaçãoimediataeterdissoluçãorápida.Aisençãonãose aplicaaprodutosdebaixoíndiceterapêutico.
quedevesermaiorque90%,atravésdebalançodemassaoudeculturadecélulas epiteliais.Umúnicométodoésuficiente,mas,nocasodautilizaçãodométodoin vitro,deve-sedeterminartambémaestabilidadenotratogastro-intestinal(TGI).
OsdadosdePdepró-fármacosdependemdolocalondeocorreaconversão. Se esta ocorrer antes da absorção, a empresa deve demonstrar a Pin vitro do metabólito,casocontráriodevedemonstraraPinvitrodopró-fármaco(inalterado). Sehouverdúvida,deve-semostraraPdeambos.
AlémdaaltaSealtaP,deve-setambémcomprovarasemelhançadosperfisde dissoluçãoentretesteereferência.Paraisso,deveserutilizadoofatordesimilaridade f2,sendoconsideradossemelhantesosperfisqueobtiveremf2≥ 50.
Foramapresentadososseguintesestudosdecaso:
- Fármaco A: mostrou alta S, dissolução rápida, perfil de dissolução semelhanteaodoinovadorealtaP(BDabsoluta=95-98%emuitopouco metabolismo). A FDA aceitou a isenção, apesar da formulação conter polissorbato80empequenaquantidade.
- Fármaco B: mostrou rápida dissolução utilizando meio com enzimas, mostrousemelhançaentreosperfisdedissolução(f2nãopôdesercalculado, poismaisde85%defármacojáestavadissolvidoem15minutos),mostrou altaPutilizandoummodelovalidadodeculturacelular(Caco-2).Foi solicitado à empresa que refizesse a dissolução utilizando meio sem enzimas, para provar que não havia degradação intestinal e verificar a ocorrênciadaligaçãodofármacocomasuperfíciedospratosduranteo testedeP.
D
EBATE
1-L
UISH
ERRERAM
ARTÍNEZ–CIGB
P
ERGUNTA:
Oformatodacurvadedissoluçãoélevadoemconsideração?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
Não,apenasaporcentagemdefármacodissolvidoéconside-rada.2-L
UISH
ERRERAM
ARTÍNEZ–CIGB
P
ERGUNTA:
OsistemaCaco-2podeserutilizadoparaproteínas?Quaisseriamas vantagensedesvantagens?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
Osistemaéútilporqueéummétodoinvitro emaiseconô-mico.3-G
ILBERTO
DEN
UCCI–USP
EU
NIVERSIDADE
DEC
AMPINAS(UNICAMP)
P
ERGUNTA:
UmavezqueaPéumacaracterísticadofármaco,porquesedartanta importânciaaela?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
Porqueosrequisitosparaestudosinvivosãomuitorígidoseessa éumapossibilidadedeevitá-los.R
OGERW
ILLIAMS:
AFDAestáagindodeformamuitocautelosa,talveznofuturo sejapossíveltomarcomobaseapenasosdadosdedissolução.4-P
AULAF.G.
DES
Á–GEPEC/GGMED/ANVISA
P
ERGUNTA:
Assoluçõestampãonecessáriasparaostestesdedissoluçãoestãoespeci-ficadas?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
Não,oguiasóespecificaquaisdevemserospHstestados.5-P
AULAF.G.
DES
Á–GEPEC/GGMED/ANVISA
P
ERGUNTA:
HouvealgumcasoemqueosdadosdePnãoforamapresentados??6-A
NAM
ARIAC
ONCHA–C
HILEC
OMENTÁRIO:
NospaísessubdesenvolvidosostestesdePnãosãofactíveis.B
ÁRBARAM.D
AVIT:
MesmonosEUA,apenasumaempresadegenéricosrealizou umestudodesses,aindaéumprocessoemdesenvolvimento.7-M
ARIAN
ELLAG
AI-C
HILEP
ERGUNTA:
Quaisoscritérios/métodosemestudoparaisentarosfármacosdaclasse III?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
AdiscussãosobrequaisdadosdedissoluçãoePsãonecessários estáapenascomeçando.8-D
AVIR
UMEL-GGSPS/ANVISA
P
ERGUNTA:
AexperiênciadaFDAapontaparaanecessidadedarealizaçãodeestudos deBEemjejumecomalimentação?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
Naverdadeécasoacaso.Senabuladoprodutodereferência estiver indicado que existe interferência da alimentação ou que existem estudos comalimentação,aFDAsolicitaaapresentaçãodetaisestudos.9-M
ÁRCIOF
ALCCI–F
EDERAÇÃOB
RASILEIRA
DAI
NDÚSTRIAF
ARMACÊUTICA
(FEBRAFARMA)
EL
ABORATÓRIOSB
IOSINTÉTICAP
ERGUNTA:
As empresas produtoras de medicamentos genéricos podem utilizar dadosdosmedicamentosdereferência?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
Asempresasdegenéricospodemutilizardadosdomedicamento dereferência,comoaBDabsoluta,desdequeestesestejamdisponíveisnabula.10-M
ARIAN
ELLAG
AI-C
HILEP
ERGUNTA:
Éválidaautilizaçãodedadosinvivo disponíveisnaliteraturacientí-fica?M
ESA
REDONDA
E
XPERIÊNCIAS
EM
IMPLANTAÇÃO
DE
ESTRATÉGIAS
DE
MEDICAMENTOS
GENÉRICOS
P
ARTICIPANTES:
V
ERAV
ALENTE–GGMEG/ANVISA
B
ARBARAM.D
AVIT–CDER/FDA
L
UCASG
ODOYG
AZARRA–PROAPS
C
ONRADP
EREIRA–TPD
C
OORDENAÇÃO:N
ELLYM
ARIN–OPAS/OMS
R
ELATORA:L
UCIENEA.S
ILVA–GGMEG/ANVISA
C
O-
RELATORA:F
LÁVIAC.M
ELO–UPBIH/ANVISA
1.V
ERA
V
ALENTE
P
ONTOSA
BORDADOS
ForamapresentadosopanoramadomercadodemedicamentosnoBrasil,oprocesso de implantação dos medicamentos genéricos, com definições e bases legais, as dificuldadesencontradasnoprocessoeaevoluçãodaregulamentaçãotécnicapara registrodemedicamentosgenéricosnopaís.
A
PRESENTAÇÃOinovadorpatenteado.Em1999,foiaprovadaaLeideGenéricos(Lei9.787),ea conformaçãodomercadodemedicamentospassouaseraseguinte:medicamento inovadorcomousempatente,produtossimilares,queobrigatoriamentetêmmarca, emedicamentosgenéricos,identificadospelonomedoprincípioativo.
ForamapresentadososprincipaisaspectosqueenvolvemaLeidosGenéricos (9.787, de 10.02.99) e os conceitos legais de medicamento genérico, similar e referência.Logoapósapromulgaçãodalei,foipublicadaaregulamentaçãotécnica pararegistrodosmedicamentosgenéricos,quelevavaemcontaaspectosdequalidade, segurançaeeficáciaparagarantiraintercambialidadecomomedicamentoinovador. Há,desdeentão,umprocessoevolutivodesseregulamentotécnicoqueoriginoua ResoluçãodeDiretoriaColegiada(RDC)10e,posteriormente,aRDC84,queestá atualmenteemvigor,masjáestápassandoporumnovoprocessoderevisão.Uma síntesedesseprocessopodeserobtidanoQuadro1. Tambémforamapresentadasasdificuldadeseasestratégiasutilizadaspara enfrentamento dos problemas no processo de implantação dos medicamentos genéricos,entreelas:
a)Ofertapoucodiversificadaeinsuficientedegenéricoseapredominância deregistrodeformasinjetáveis(isentasdeestudodeBE):definiçãode uma lista de medicamentos prioritários para registro como genéricos, tomandoporbaseosmaisprescritoseaquelesparaatendimentoàmaioria dasdoençasprevalentesnopaís;articulaçãocomaIndústriaFarmacêutica para diversificação da oferta; divulgação na internet dos processos em análise; criação de linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para indústrias de genéricos.
umprogramademonitoramentodaqualidadepós-registro.
e) Dificuldade na identificação dos genéricos pela população: criação de tarja amarela com G de genérico em azul para identificação de todas as embalagens de medicamentos genéricos, e a extinção legal da comercializaçãodosmedicamentossimilarescomdenominaçãogenérica, quecausavammuitaconfusãoparaapopulaçãonomomentodacompra, tornandoobrigatórioousodemarcaporessesprodutos.
f) Controle da diferença de preço entre genéricos e medicamentos de referência:criaçãodomonitoramentodepreçosporpartedaANVISA, obrigandoogenéricoasercomercializadoporpreço,nomínimo,35% inferioraorespectivomedicamentodereferência.
g)Culturadasprescriçõesmédicaspelamarca:campanhadedivulgaçãoe esclarecimentorelativaaosgenéricosdirigidaaosmédicos.
h) Falta de informação geral pela população com relação aos genéricos: campanhadeesclarecimentosobreosgenéricosdirigidaàpopulação. Foramtambémapresentadosalgunsnúmerosrelativosaoregistroecustos dosgenéricosnoBrasil,eosresultadosdepesquisasrealizadascomaclassemédica epopulação.
Q
UADRO1-
E
VOLUÇÃO
DA
REGULAMENTAÇÃO
DE
MEDICAMENTOS
GENÉRICOS
NOB
RASILRDC391de3/8/99 RDC10de02/01/01 RDC84de
RDC391de3/8/99 RDC10de02/01/01 RDC84de
MedidasPós-registro Citaçãodoscasospós-registro CriaçãodeGuia deAlteraçõese inclusõespós-registro. Alteraçõesnoguiacom exclusãodaexigência denovaBEemalgumas situações. Estabelecimento deregraspara medicamentosquenão poderiamserregistrados comogenéricos. Permissãode registrode hormônios sintéticos.
2.B
ÁRBARA
D
AVIT
P
ONTOSA
BORDADOSProcurouestabelecerostestespossíveisparadeterminaçãodaBE-farmacocinético, farmacodinâmico,comprovaçãoclínicain-vivo-eaposiçãodaFDAemrelaçãoa eles.
A
PRESENTAÇÃOIniciou a apresentação, conceituando BE segundo a FDA. O objetivo da BE é estabelecerequivalênciaterapêuticaentreogenéricoeoinovadoroureferência, deformaqueprodutosbioequivalentespossamsersubstituídosumpelooutro,sem necessidadedeajustededoseoumonitoramentoterapêutico. Normalmente,aBEéestabelecidautilizandoconcentraçõesplasmáticasdo fármacoliberadoapartirdasduasformulações.Porquenãoseutilizammedidas farmacodinâmicasouclínicasparaestabeleceraBE?Oproblemaéquesedeseja obterumarespostaquesejaproporcionalàquantidadedefármacoliberadodaforma farmacêuticaeédifícilrelacionarissoaumarespostafarmacodinâmica(dificuldade emdeterminaradoseadequada).Nessesentido,asconcentraçõesplasmáticassão maisfáceisdeseremutilizadasegerammelhoresresultados.
A FDA publica guias sobre os estudos (tipo e desenho) necessários e/ou indicadosemcadasituação.
Tambémfoiexplicadocomoéfeitaaanáliseestatística.
Existenaregulamentaçãoumasériedesituaçõesnasquaisseconsideraquea BEéevidente,oquedispensaosprodutosdeseremsubmetidosatestesinvivo.
3.L
UCAS
G
ODOY
G
AZARRA
P
ONTOSA
BORDADOSApresentou os aspectos relacionados à política de medicamentos na Argentina: preço,financiamentoepolíticaspúblicas.
A
PRESENTAÇÃOIniciousuafala,apresentandoosaspectosrelacionadosaoacessodapopulaçãoa medicamentos:preçoefinanciamento.
Até a década de 90, não havia problemas de acesso a medicamentos na Argentina e o sistema de saúde funcionava relativamente bem. Com a crise econômica,houveumaevoluçãodospreçosdosmedicamentosaoconsumidor.
Financiamento:amaiorpartedosgastosécommedicamentosambulatoriais, oquetemumaconseqüênciaclara:omaispobregastaproporcionalmentemuito maiscommedicamentos.
aindanãoestádifundido.Aprovisãopública,conhecidapelonomeREMEDIAR, visaàdistribuiçãodemedicamentosaoscentrosdeatençãoprimária,fortalecendo a capacidade assistencial dos serviços públicos das províncias e municípios. O referidoprogramadispõedeumsistemadecontroleeficiente,quepermiteavaliar operfildeutilizaçãodemedicamentos,temaparticipaçãodeorganizaçõesnão-governamentaiseosistemadeaquisiçãodemedicamentosécentralizado.
4.C
ONRAD
P
EREIRA
P
ONTOSA
BORDADOSA apresentação foi especialmente focada nos conceitos de BE e Equivalência Farmacêutica(EF)dentrodalegislaçãocanadenseeoutrosrequisitospararegistro deprodutosgenéricoseinovadores.
A
PRESENTAÇÃOIniciou sua palestra, apresentando a legislação canadense e algumas definições. No Canadá produtos novos são definidos como aqueles que contêm um novo fármaco e uma nova indicação ou condição de uso e cuja eficácia e segurança foram completamente comprovadas pela empresa. Em 1995, foi estabelecida a submissãoabreviadaparagenéricos,bemcomooprodutodereferênciacanadense eadeclaraçãodeequivalência.
Aeficáciaeasegurançadosmedicamentosgenéricossãodemonstradaspor meiodecomparaçãocomoprodutodereferência,enquantoosoutrosrequisitos (produção,controle,etc)sãoosmesmosparatodososprodutos.
É importante ressaltar que, em alguns casos, os produtos inovadores são obrigadosacumprirosmesmosrequisitosqueosgenéricos,como,porexemplo,o produtoasercomercializadoédiferentedaqueleutilizadonosensaiosclínicos.
Foram apresentados outros grupos do Health Canada (HC) também relacionadosamedicamentosesuasfunçõesespecificadas.
O Governo Federal é responsável pela qualidade, segurança e eficácia dos genéricos e os governos provincianos e territoriais, pela declaração de intercambialidade.
TemasdiscutidosnoCanadáincluemapossibilidadedeusarcomocomparação umprodutonãocanadense,oquesomenteépermitidoparaprodutosdebaixorisco equandosecomprovaqueoprodutoemquestãoéigualaoprodutodereferência canadense(oqueseaplicabasicamentenoscasosdeempresasmultinacionais).De modogeral,oregistrodemedicamentossóéconcedidoemrelaçãoaomedicamento dereferênciacanadense.Damesmaforma,odesenvolvimentoemanutençãode políticaseguiassãoumdesafiocomplexoeconstante.
D
EBATE
1-G
ILBERTO
DEN
UCCI–USP
EUNICAMP
P
ERGUNTA:
Ééticoexporvoluntáriossadiosaestudosquandojásesabepreviamente queosresultadosserãobons(nocasodeseterquerepetirumestudocomnúmero maiordevoluntáriosparacumprircomoscritériosdeBE)?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
Narealidade,apesardasconsideraçõeséticasserempertinentes, deve-sepesarosignificadodetratarumpequenonúmerodevoluntárioscontrater certezanaBEdogenérico,umavezquenãoexistemestudosclínicosparaesses produtos.2-G
ILBERTO
DEN
UCCI–USP
EUNICAMP
P
ERGUNTA:
Seria permitido acrescentar mais voluntários a um estudo? Ou seria necessáriorepetirtodoestudocomnúmeromaior?B
ÁRBARAM.D
AVIT:
Normalmentenóspedimosarepetiçãodoestudo,maspode serconsideradoumdesenhoseqüencial,seaempresaconcordarqueascondições estatísticasserãomaisrígidas.L
IZZIES
ANCHES:
Tambéméumaquestãodejustiça,quelevariaaFDAatomara mesmaatitudecomtodasasempresas.3-A
NAM
ARIAC
ONCHA–C
HILEP
ERGUNTA:
Foiestabelecidoalgumcronogramaparaapresentaçãodosestudosde BE dos produtos da lista no Brasil? O que acontece quando não há produto de referência,ouomesmonãocumprecomosrequisitosfarmacotécnicosounãoéo medicamentoinovador?V
ERAV
ALENTE:
Alistamencionadatratavadoqueeraprioritáriopararegistro,não necessariamentesódeprodutoscomBE.Pordefinição,produtodereferênciaéo inovador,masemalgunscasosfoiprecisoindicarumoutroprodutocomoreferência, utilizandovárioscritérios(emcomercializaçãohámaistempo,entreoutros).4-P
EDROA.L
OPEZS
AURA–C
UBAP
ERGUNTA:
Existemoutrasformasestatísticasparacalcularointervalodeconfiança. Elassãoaceitas?B
ARBARAD
AVIT:
Nomomentonão,paraestudosfarmacocinéticosdeveserusada ANOVA.5-A
NTÔNIOA
LVES–U
NIVERSIDADEF
EDERAL
DEP
ERNAMBUCO(UFPE)
P
ERGUNTA:
Em relação à pergunta do Dr. De Nucci qual é o número ideal de voluntáriosparaqueserepitaemestudo?B
ARBARAD
AVIT:
Dependedavariabilidadedofármaco.Àsvezes,éfeitoumestudo pilotoparadeterminaronúmerodevoluntáriosnecessários.6-R
ICARDOB
OLAÑOS–ANMAT,A
RGENTINAP
ERGUNTA:
QualobenefíciodeumestudodeBEparaovoluntáriosadio?D
AVI R
UMEL:
O que leva uma pessoa a ser voluntária num estudo é um senso altruísta,paraquediminuaaquantidadedepessoasexpostasàfalhasterapêuticas devidoàausênciadesseestudo.B
ARBARAD
AVIT:
NosEUA,osvoluntáriossãopagosemalgunsestudos.Paraprodutos dealtatoxicidade,sãoempregadospacientes.C
ONRADP
EREIRA:
Éexplicadoaosvoluntáriosqueelesnãosebeneficiarãocomo estudo.7-G
ILBERTO
DEN
UCCI–USP
EUNICAMP
P
ERGUNTA:
Por que não se aceita genérico na forma de cápsula de referência comprimido?B
ARBARA D
AVIT:
É uma prerrogativa legal que os produtos sejam equivalentes farmacêuticos.G
ILBERTO
DEN
UCCI:
Masfariaalgumadiferençanocampocientífico?BarbaraDavit:Narealidadenão,eissoébemobservadonoregistrodeprodutos novos.
8–V
ERAV
ALENTE–GGMEG/ANVISA
P
ERGUNTA:
Como os EUA e o Canadá lidam com os problemas relacionados a produtosdereferência:saídadomercado,alteraçõesnaformulação,etc?C
ONRAD P
EREIRA:
Pode-se considerar indicar um genérico que está no mercado sendoexperimentadohábastantetempo.B
ARBARAD
AVIT:
Nocasodeexistiremprodutosgenéricosnomercado,indica-seo demaiorvenda.Senãoháreferêncianomercado,deve-seinvestigarporqueele saiu;senãohouveproblemadesaúdepública,pode-seregistrarogenérico.Nocaso deformassólidasorais,poderiaserrealizadoumestudodeBDemrelaçãoauma soluçãooral.R
OGER W
ILLIAMS:
Pode ser utilizado o documento da OMS relacionado a esse assunto.C
ONFERÊNCIA
B
IOEQUIVALÊNCIA
IN
-
VIVO
E
IN
-
VITRO
C
ONFERENCISTA:R
OGERW
ILLIAMS–USP
C
OORDENAÇÃO:S
ÍLVIAS
TORPIRTIS–GGMEG/ANVISA
R
ELATORA:P
AULAF.G.
DES
Á–GEPEC/GGMED/ANVISA
C
O-
RELATORA:R
AQUELM
ARCOLONGO–GGMEG/ANVISA
P
ONTOSA
BORDADOSForamapresentadosediscutidososcritériosaseremconsiderados,aoseestabelecer a possibilidade de apresentação de estudos de BEin vitro. Além dos aspectos técnicos,foramapresentadasdiversasconsideraçõesaseremfeitaspelasautoridades regulatórias ao permitir que em alguns casos a BEin vitroseja suficiente para asseguraraqualidadeeasegurançadeumprodutosimilar/genérico.ODr.Williams apresentouoscritériosestabelecidosporFDA,ICH,USPeOMS.
A
PRESENTAÇÃOOconferencistainiciou,dizendoque,emboramuitosprogressostenhamocorrido emrelaçãoàharmonizaçãodasdiversasabordagenssobreBE,maisdiscussõessão necessáriasarespeitodeoutrasquestões.
Tiposdeestudosinvivo:
- Farmacocinético:aabsorçãodofármacoéumestágioimportantenaação dealgumasformasfarmacêuticas(cápsulas,comprimidoseformulações transdérmicas). Presume-se que se o genérico gera níveis plasmáticos iguaisaosprodutosdereferência,nãohánecessidadedenovosestudos clínicos,quejáforamrealizadospeloinovador.
- Farmacodinâmico: são úteis para formas farmacêuticas de ação local (tópicas, produtos inalados por via oral ou nasal). A escolha de um indicador farmacodinâmico (por exemplo, clareamento da pele para corticosteróidestópicos)éfeitacasoacaso.Essetipodeestudoédifícilde desenvolverevalidar.
- Clínico:comparaçãodosprodutosempacientes.Éconsideradoinsensível paramostrardiferençasnasformulações,porémpodeserumaabordagem geralquandonenhumoutrotipodeestudoépossível.
Segundo o documento da OMS, os estudosin vivo são necessários para fármacosproblemáticos(índiceterapêuticoestreito,etc),adesivostransdérmicos, supositórios e formas de liberação modificada, entre outras. Os estudosin vitro podem ser utilizados para outros casos e para diferentes dosagens de produtos submetidosaestudosinvivo.AFDApermitiuumaabordagemsemelhantepara produtosaprovadosentre1938e1962.
ApesardoICHnãopossuirrecomendaçãotécnicaespecíficaparaosestudos de BE e BD, os guias de segurança e eficácia apresentam uma fundamentação bastanteespecíficaedetalhadaparatodosostiposdefármacoseprodutos.OICH definiu no documento Q6A uma especificação que contém uma lista de testes, referênciasdeprocedimentosanalíticosparaavaliaçãodessestestesecritériosde aceitaçãoapropriados.EssedocumentotemaplicabilidadenosestudosdeBD/BE, quepodemserconsideradoscomoestudosdecaracterizaçãodaperformancedo produto.Apartirdessesestudosdecaracterização,épossíveldesenvolverumteste dedesempenhoparaformasfarmacêuticasdeadministraçãooral.Oprocedimento pode ser dissolução ou também desintegração. Para a maioria, dissolução e desintegração são usados como testes de controle de qualidade para a liberação delotes.Inicialmente,foiconsideradocomoumprocedimentoprivado,maspode se tornar um procedimento público através daUSP. Os testes de dissolução e desintegraçãonãosãoindicativosdeBDeBE,excetoquandoestipuladopeloSCB. Além da inclusão da dissolução como Teste de Desempenho, aUSP apresenta outrostestesecritériosdeaceitação:identificação,perdaporsecagem,impurezas etc.Oconjuntototaldetesteséchamadodeespecificação(parafármacosouformas farmacêuticas),segundoanomenclaturadoICH.
C
ONFERÊNCIA
I
MPLICAÇÕES
DA
MUDANÇA
DE
MATÉRIAS
PRIMAS
,
DO
MÉTODO
DE
FABRICAÇÃO
OU
DO
LOCAL
DE
FABRICAÇÃO
NA
QUALIDADE
E
NA
INTERCAMBIALIDADE
DOS
MEDICAMENTOS
GENÉRICOS
C
ONFERENCISTA:J
ÁNOSP
OGÁNY–C
ONSULTOROMS
C
OORDENAÇÃO:S
ILVIAS
TORPIRTIS–GGMEG/ANVISA
R
ELATORA:A
NAM
ARIAP.B.P
ELLIM–GGIMP/ANVISA
C
O-
RELATORA:R
AQUELM
ARCOLONGO–GGMEG/ANVISA
P
ONTOSA
BORDADOSDr. Pogány dividiu sua apresentação em várias seções, abordando temas como intercambialidade,efeitodasmudançasnosmateriaisiniciais,ouseja,substâncias ativas,excipientesemateriaisdeembalagemprimários,bemcomonoslocaisou métodosdefabricação.
A
PRESENTAÇÃOAintercambialidadeousimilaridadeessencialpodeserdescritacomoasomatória entreaEquivalênciaFarmacêutica(EF)eaBE.SegundoDr.Pogány,enquanto aBEapresentalimitesdeaceitaçãodefinidos–de80a125%,podendoseraceito de 70 a 143%, desde que justificado e pré-estabelecido em protocolo – EF e EquivalênciaQuímica(EQ)nãotêmconceitosbemdefinidos,dandomargema interpretaçõesindividuais,eoslimitesdeaceitaçãoestabelecidosnoscompêndios sãomuitoabrangentesparaonívelatualdetecnologiafarmacêutica.Comoúltima observaçãosobreotemaintercambialidade,Dr.PogánydissequeaEFnãoimplica necessariamente em BE, mas produtos que não são equivalentes farmacêuticos
podem ser considerados equivalentes químicos, caso a EQ dos Ingredientes FarmacologicamenteAtivos(API,doinglês)tenhasidocomprovada.
comosubstânciasativas,inativasemateriaisdeembalagemquesãoadquiridospela indústria produtora; autorização de fabricação e de comercialização, padrões de BPFedefarmacopéia,consideradosaspectostécnicoselegaisquepodemafetar oprodutoerequisitosnacionaisqueenvolvemasregulamentaçõesdecadapaís. AsdiretrizesdeBPFparaafabricaçãodeAPIsestãodescritasemguiasdoICH. Osmateriaisiniciaismarcamoiníciodoprocessodefabricaçãodescritoemuma submissão. As etapas de fabricação referentes ao processo de obtenção desses materiaisiniciaisnãosãodescritasemumasubmissão,nãosãorealizadassegundoas diretrizesdeBPFeaseventuaisalteraçõesnoprocessonãoprecisamserinformadas à agência reguladora. As impurezas decorrentes do processo de síntese química podemseridentificadasounão.Noúltimocaso,podemsertambémespecificadas ounão.AcomprovaçãodaEQemAPIsdebaixoriscopodeserfeitaatravésdo
únicafonte,sãofabricadosporpoucose,algumasvezes,porsomenteumfabricante genérico;podemounãoestarbemestabelecidos,segundocritériosdaOMS;não possuemmonografiainscritaemfarmacopéiasreconhecidasinternacionalmentee, poressesmotivos,necessitamdeatençãoespecialduranteaavaliaçãodassubmissões paraautorizaçãodecomercialização. Naseçãoseguinte,Dr.Pogánydiscorreusobreaimportânciadaequivalência físicanafabricaçãodeprodutosfarmacêuticosnaformasólidadeAPIsoriundos de múltiplas fontes. Citou exemplos como ácido acetilsalicílico, que implica na utilizaçãodediferentesprocessosdefabricaçãoemfunçãodasdiferentesformas cristalinas,eparacetamol,queestádisponívelcomercialmentenaformadepóou cristaiseemgrauparacompressãodireta.Ressaltouqueaindústriafarmacêutica aceitaasespecificaçõesdoscompêndiosoficiaissemespecificarpropriedadesfísicas descritas como críticas na literatura, ou seja, higroscopicidade, distribuição de partículas e densidade. Concluiu, dizendo que os parâmetros físicos críticos dos APIsdevemfazerpartedasespecificaçõesdeaquisiçãodessesmateriais. Emrelaçãoaosmateriaisdeembalagemutilizadosnosprodutosfarmacêuticos, Dr.Pogányexplicouqueasespecificaçõesutilizadasparaessescomponentesnão sãosuficientementerigorosaseaqualidadelotealotedediferentesfornecedores nãoéconsistentementeboa,podendocomprometeraestabilidadedosprodutosou causarproblemasnasuafabricação. Parareforçarotemarelacionadoàimplicaçãodamudançadematériasprimas nafabricaçãodemedicamentos,Dr.Pogánydissequeaproduçãodemedicamentos naformasólidacomeçacomoisolamentoepurificaçãodoAPI.
das novas instalações e o treinamento de operadores, fatos que podem levar até umanoparasuacomplementação,conformeexemplocitadopeloDr.Pogány.A conduçãodeumavalidaçãoconcorrentedeveserfeitaparaseterevidênciasde queospontoscríticossãocontroladosduranteoprocesso.Essasmudançaspodem trazer custos de qualidade, como a necessidade de novos testes de estabilidade, alémderiscosdequalidadecomoprocessodefabricaçãonãocompetitivo,baixo rendimento,retrabalho,reprocesso,etc.
C
ONFERÊNCIA
I
MPLICAÇÕES
DA
MUDANÇA
DE
MATÉRIAS
PRIMAS
,
DO
MÉTODO
DE
FABRICAÇÃO
OU
DO
LOCAL
DE
FABRICAÇÃO
NA
QUALIDADE
E
NA
INTERCAMBIALIDADE
DOS
MEDICAMENTOS
GENÉRICOS
.
A
PERSPECTIVA
DA
INDÚSTRIA
C
ONFERENCISTA:S
USANNEB
RAUNHOFER–N
OVARTISP
HARMAAG
C
OORDENAÇÃO:S
ÍLVIAS
TORPIRTIS–GGMEG/ANVISA
R
ELATORA:A
NAM
ARIAP.B.P
ELLIM–GGIMP/ANVISA
C
O-
RELATORA:P
AULAF.G.
DES
Á–GPEC/GGMED/ANVISA
P
ONTOSA
BORDADOSEmsuaapresentação,Dra.Susannediscutiusistemasdequalidadeadotadosemsua empresaparacontrolarasmudançasdescritasnotítulodaconferênciaealgumas experiênciasvivenciadas.
A
PRESENTAÇÃOprocessos, ferramentas e metodologias padrão, projeto de implementação do 21 CFR parte 11 e garante o estabelecimento de sistemas de qualidade em todo o mundo. Em controle, incluem-se as auditorias e inspeções em todas as plantas; gerenciamentointernodasinspeções,açõescorretivaseacompanhamentos.Todas asunidadesdevemestarpreparadasparafazerereceberinspeções.
intermediários e embalagem, a criação de centros de excelência analítica e estabilidade,ferramentasdefabricaçãoelicenças,alémdalinhadegenéricos.Na transferênciadenegóciosenocasodemudanças,aempresaenfocaemprimeiro lugaraqualidadedosprocessosedoproduto.Depois,submeteosrespectivosdossiês, segundoregulamentaçõesinternacionaiscomoFDA,EuropeanMedicinesAgency (EMEA),ICHouespecíficasdopaís.Essepacotedeexigênciasregulatóriasenvolve as informações referentes às características do produto, processo de fabricação e controle,incluindoperfildedissoluçãocomparativo,quandoapropriado.Somente umavez,foisolicitadoàempresaumnovoestudodeBEpormotivodemudança de local de fabricação(Houve outra solicitação para um produto de liberação modificada,masaempresadesistiudamudança).
Concluindo, Dra. Suzanne disse que a Novartis tem um dos melhores desempenhosdeBPFjuntoàFDA,alémdeváriasinspeçõesbemsucedidascom outrasagênciasreguladoras,equeoSistemaGlobaldeQualidadetemsemostrado adequado em todos os casos. Como empresa internacional, prefere diretrizes harmonizadasedesejaserumaparceiradasautoridadesregulatórias.