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A UTI LI ZAÇÃO D E FERRAM EN TAS D E APOI O À
TOM AD A D E D ECI SÃO N O PROCESSO D E PROJETO
T HE USE OF DECI SI ON MAKI N G T OOLS TO SUPPORT DESI GN PROCESSJuliana C. Schlachter SAMPAIO Ar qui t et a, Mest r e, Program a de
Pós-Graduação em Engenharia Ci vi l: Est rut ur as e Const ru ção Civil , Uni versidade Federal do Ceará.
| j uli anaschlacht er@yahoo. com .br | Mariana Monteiro Xavier de LIMA Ar qui t et a e Mest r an da, Program a de Pós-Graduação em Engenharia Ci vi l: Est rut ur as e Const ru ção Civil , Uni versidade Federal do Ceará.
| m ari m xl@yahoo.com . br| José de Paula Barros NETO Professor Dout or, Pr ogram a de
Pós-Graduação em Engenharia Ci vi l: Est rut ur as e Const ru ção Civil , Uni versidade Federal do Ceará.
| j pbarr os@ufc.br|
RESUMO
Proposta: Este estudo faz parte de uma pesquisa que visa a propor diretrizes que auxiliem os projetistas na geração de valor para os usuários de empreendimentos habitacionais a partir de resultados de avaliações de satisfação.
M etodologia de pesquisa/A bordagens: A etapa desta pesquisa aqui apresentada refere-se à análise de ferramentas de apoio à tomada de decisão e tem como objetivo verificar a viabilidade de uso destas durante as fases iniciais do processo de projeto. Baseados numa primeira análise da literatura, os autores definiram quatro ferramentas (o Desdobramento da Função Qualidade, o Processo de A nálise Hierárquica, a Teoria de Solução Inventiva de Problemas e o Projeto Axiomático) a serem estudadas. Em seguida, foi realizado um levantamento bibliográfico em anais de eventos e periódicos nacionais e internacionais. Os aspectos positivos e negativos de utilização de cada ferramenta foram compilados para, finalmente, serem analisados segundo a ótica do projeto arquitetônico.
Resultados: Concluiu-se que as ferramentas apresentam aspectos positivos que as tornam compatíveis com o processo de projeto arquitetônico, porém estas necessitam de adaptações para que sejam utilizadas nas próximas etapas da pesquisa. Além disto, os aspectos negativos devem ser considerados a fim de que os problemas já encontrados sejam minimizados.
Contribuições/ O riginalidade: Além de apresentar uma abordagem pouco explorada na literatura – a análise de ferramentas de apoio à tomada de decisão –, esta pesquisa contribui para a retroalimentação dos dados oriundos de avaliações de satisfação de uma maneira sistematizada.
Palavras-chave: ferramentas, processo de projeto, geração de valor.
ABSTRACT
Proposal: This study is part of a research that aims to offer guidelines to assist designers in the generation of value to users of housing buildings from the results of satisfaction evaluation. The research’ s stages presented here refers to the analysis of tools that support decision making and aims
Vol. 5, n 1, Julho 2010 Ge st ão & Tecn ol og ia d e Pr oj e t os [ I SSN 1981154 3 ] 57 initial review of the literature, the authors defined four tools (Quality Function Deployment, A nalytical Hierarchical Process, Theory of Inventive Problem Solving and Axiomatic Design) to be studied. Then, w as a bibliography gathering in proceedings and journals. The positive and negative aspects of using each tool w ere compiled to finally be analyzed according to the point of view of the architectural design. It w as concluded that tools present positive aspects that make them compatible w ith the process of architectural design, but these need adaptations to be used in the next stages of research. Also, the negative aspects should be considered to minimize the tools’ problems already found. In addiction to a little explored approach in literature – the analysis of tools to support decision making –, this research contributes to the feedback of data from assessments of satisfaction in a systematic w ay.
Key-words: tools, design process, value generation.
1 . I N TROD U ÇÃO
Em busca da análise da satisfação dos usuários com as moradias, uma série de
pesquisas vem sendo realizada (e.g., JOBIM, 1997; LEITE, 2005; LIMA, 2007;
MIRON, 2002). Entre estas, destacam-se aquelas na área de avaliação pós-ocupação
e do gerenciamento dos requisitos do cliente.
Percebe-se, po rém, que uma grande quantidade de dados oriundos das avaliaçõ es
de satisfação não é utilizada na retroalimentação do pro cesso de projeto .
Kow altow ski e Mo reira (2008) destacam a importância da inco rporação destas
informações em projetos futuro s e enfatizam a importante co ntribuição dada pelos
moradores. Corro borando com eles, Ornstein (2008) aponta a necessidade de
pesquisas que co ntribuam com a retro alimentação da etapa pré-pro jeto e do
pro grama de necessidades a partir de avaliações pó s-ocupação .
Através deste ciclo, o s projetistas to rnam-se capazes de gerar mais valo r para o
cliente final, uma vez que desenvolverão produtos condizentes com as
necessidades do s usuário s, e, assim, garantirão a sua maior satisfação, já que este é
o principal objetivo daqueles envolvidos na atividade projetual. Koskela (1992),
neste sentido, aponta o aumento do valo r do pro duto através da consideração das
necessidades do cliente como um dos princípio s da nova filosofia de pro dução
aplicada para a construção1, também co nhecida como lean construction.
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Po r sua vez, o pro cesso de projeto , baseado nestes mesmos princípios, é
deno minado lean design. Senthilkumar et al. (2009) discorrem acerca da influência
que a fase de projeto tem so bre a qualidade final do empreendimento , uma vez que
as decisõ es tomadas nesta fase (projeto) repercutem na co nstrução e, portanto , na
o bra finalizada. Neste sentido , o s autores destacam que conceitos da nova filosofia
de pro dução, co mo a eliminação de desperdício s e de atividades que não agregam
valo r, estão relacionados tanto com a fase de construção quanto de projeto, já que
o s desperdício s referem-se tanto a superprodução e espera (no caso da co nstrução ),
quanto a tempo demandado e retrabalho (no caso do projeto).
Malard (2009), no entanto, apo nta para o fato da aplicação dos conceitos do lean
manufacturing, do qual se originaram a lean construction e o lean design, limitar-se às
últimas etapas do processo de projeto , mo mento em que as questões relativas à
qualidade arquitetônica já deverão ter sido asseguradas.
De acordo com este contexto, esta pesquisa vislumbra como pro blema de pesquisa
a carência de ferramentas que apóiem a retroalimentação dos dado s, obtido s junto
a avaliaçõ es de satisfação com moradores de co ndo mínios já conso lidado s, no
pro cesso de projeto, o que suscita a seguinte questão:
como melhorar a geração de valor no pro cesso de projeto da construção habitacio nal a partir da retro alimentação de dados o riundos de pesquisas de
satisfação com o usuário final?
O o bjetivo geral da pesquisa, portanto, é propo r diretrizes que auxiliem os
projetistas na geração de valor para os usuários de empreendimento s habitacionais
a partir de resultados de avaliações de satisfação.
O estudo aqui apresentado limita-se, no entanto, à primeira etapa desta pesquisa, a
qual se refere à análise de ferramentas de apoio à tomada de decisão e tem como
o bjetivo verificar a viabilidade de uso de cada uma delas durante as fases iniciais
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Neste item, são apresentadas quatro ferramentas de apoio à tomada de decisão
existentes na literatura. Duas delas se baseiam em matrizes, o Desdobramento da
Função Qualidade e o Processo de Análise Hierárquica, e as outras duas, a Teoria
da So lução Inventiva de Problemas e o Projeto Axiomático , relacionam-se com o
pro cesso criativo .
2 .1 . D ESD OBRAM EN TO DA FU N ÇÃO QU ALI D ADE
O Desdobramento da Função Qualidade (QFD) é uma ferramenta de projeto
o riginária da fábrica de navio s da Mitsubishi em Kobe que, a partir da década de
70, passo u a ser utilizada por o utros industriais japoneses (HAUSER e CLAUSING,
1988).
De acordo com Eureka e Ryan (1992), a metodolo gia utilizada no QFD compõ e-se
po r quatro matrizes (planejamento do pro duto , desdobramento de compo nentes,
planejamento do processo e planejamento da produção ) que desdobram as
necessidades do cliente e os requisitos técnicos a elas relacionado s (FIGURA 1).
Figura 1. Matrizes utilizadas na ferramenta QFD. Fonte: Adaptado de Eureka e Ryan (1992).
A primeira destas matrizes também é co nhecida co mo Casa da Qualidade
(FIGURA 2) e corresponde à relação entre as necessidades do cliente (o que) e os
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matriz passa a ser utilizado como o “ o que” da pró xima matriz, e assim
sucessivamente até que as quatro matrizes estejam completadas, como pode ser
visto na FIGURA 1.
Figura 2. Casa da Qualidade.
Fonte: Adaptado de Cariaga et al. (2007) e Kamara et al. (1999).
Segundo Kamara et al. (1999), o QFD é uma ferramenta que, entre o utras maneiras
de ser utilizado, auxilia na terceira etapa do processamento do s requisitos do
cliente, qual seja, a tradução dos requisitos em atributo s de projeto. Antes desta
etapa, po rém, o s requisitos devem ser definidos, através de questio nários o u
entrevistas estruturadas, e analisados, através da priorização , estruturação e
determinação dos peso s de cada requisito (FIGURA 3). Nesta terceira etapa, os
resultados da análise são inserido s, pela equipe de projeto, nos quadrantes
necessidades do cliente (o que) e requisitos de projeto (como) da Casa da
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Figura 3. Processamento dos requisitos do cliente. Fonte: Adaptado de Kamara et al. (1999).
Apó s o preenchimento do s quadrantes 1 e 2, o próximo passo da construção da
Casa da Qualidade é relacio nar as necessidades do cliente (o que) com os requisitos
de projeto (co mo) através de números (ou símbolos) que representem a
interferência que cada um do s requisitos tem so bre cada uma das necessidades
(KAMARA et al., 1999). Através deste cruzamento, torna-se po ssível, para os
projetistas, verificar as interferências positivas e negativas resultantes, e,
consequentemente, tomar decisõ es de uma maneira mais consciente.
A aplicação da ferramenta, contudo, não se limita ao que foi aqui apresentado, o
que compõ e apenas uma explicação simplificada do uso da Casa da Qualidade.
Aconselha-se, portanto, a leitura de Eureka e Ryan (1992) para um entendimento
mais apro fundado sobre o QFD.
2 .2 . PROCESSO DE AN ÁLI SE H I ERÁRQU I CA
Co nhecido como AHP (da sigla, em inglês, de Analytical Hierarchy Process), a
ferramenta Processo de Análise Hierárquica fo i desenvolvida pelo matemático
Thomas Saaty na década de 70 para auxiliar no pro cesso de tomada de decisões
subjetivas e nas suas justificativas (GASS, 1985). Cruz Júnio r e Carvalho (2003)
afirmam que o AHP po de ser utilizado em situações de definição de prioridade,
avaliação de custos e benefícios, determinação de requisito s, entre outras.
Segundo Gass (1985), o AHP utiliza um modelo de comparação quantitativa que
auxilia a verificar a relação entre opçõ es qualitativas e define a importância de cada
alternativa. O autor afirma que a escala utilizada (de 1-9, sendo os números pares
utilizado s apenas quando há uma espécie de compromisso entre do is números
consecutivos) baseia-se em estudo s psicológicos.
Para a utilização da ferramenta, o problema deve ser fo rmulado como uma árvore
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e SPOSTO, 2007). Na FIGURA 4, Gass (1985) apresenta um exemplo de decisão por
disciplinas optativas de uma grade curricular de um curso superio r, DO1, DO2 e
DO3; neste caso, o objetivo almejado foi a boa formação, e o s atributo s comparados
são (1) melhorar a nota geral, (2) promo ver a carreira e (3) ampliar o conhecimento.
Figura 4. Exemplo de árvore de decisão. Fonte: Adaptado de Gass (1985).
Os atributo s de cada nível são, primeiramente, comparados entre si (QUADRO 1).
Os valores que representam a impo rtância (1-9) são atribuídos pelo responsável
pela análise, já os valores de π, P e p (conforme pode ser visto nos QUADROS 1, 2 e
3) são definidos a partir de fó rmulas geométricas específicas. Em seguida,
realiza-se uma comparação entre as alternativas em função de cada atributo, conforme
exemplificado no QUADRO 2. A s alternativas e os atributo s são , por último
comparado s (QUADRO 3), para que, finalmente, o problema seja so lucio nado de
acordo com a melhor opção encontrada para a bo a fo rmação (GASS, 1985).
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Quadro 2. Comparação entre as alternativas em função da nota geral. Fonte: Adaptado de Gass (1985).
Quadro 3. Comparação geral entre atributos e alternativas. Fonte: Adaptado de Gass (1985).
De acordo com a exemplificação de Gass (1985), a disciplina optativa mais
adequada para o aluno é a DO2, já que o valor final fo i 0,48, sendo a DO3
descartada das opções em função do baixo valor atingido (0,14). Em relação à DO1,
esta resulto u num valor aproximado da DO2 (0,38), sendo, po rtanto, passível de ser
esco lhida (Quadro 3). Explicações mais detalhadas so bre este exemplo podem ser
encontradas em Gass (1985).
2 .3 . TEORI A DA SOLUÇÃO I N VEN TI VA D E PROBLEM AS
Co nhecida na literatura como TRIZ, a Teo ria da So lução Inventiva de Problemas fo i
criada na ex-União So viética, po r volta da década de 50, por Altshuller a partir do
estudo de patentes de diferentes áreas, conforme apresentam Carvalho e Back
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pro cessos envolvido s na obtenção das so luções criativas contidas nas patentes,
encontrando certas regularidades, e, assim, definindo princípios, leis e esta teoria.
Restringindo-se, inicialmente, ao campo do desenho industrial, atualmente, a TRIZ
passou a ser utilizada em o utros campos do co nhecimento , como administração ,
comércio , pedagogia e arquitetura (KIATAKE, 2004).
De acordo com Yang e Zhang (2000), a TRIZ é uma meto do logia para auxiliar os
projetistas e inventores no processo de co ncepção de produtos, evitando o método
convencional baseados no know-how e na “ tentativa e erro ” e resolvendo os
problemas de uma maneira criativa.
Segundo Kiatake (2004), a TRIZ é estruturada em diversas partes, sendo
classicamente composta por leis baseadas nos principais conceitos da teoria e por
méto dos para a formulação e para a solução de problemas. A metodologia se baseia
na utilização de 40 princípios inventivos (QUADRO 4), estes po dem ser utilizados
diretamente ou a partir do uso de uma matriz das co ntradiçõ es, confo rme po de ser
o bservado na FIGURA 5 (CARVALHO e BACK, 2001).
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Figura 5. Fluxograma para uso dos conceitos da TRIZ. Fonte: Adaptado de Carvalho e Back (2001).
2 .4 . PROJETO AXI OM ÁTI CO
Desenvolvido pelo Pro fessor Nam Suh, do M assachusetts Institute of Technology,
aproximadamente na década de 80, a Teo ria do Projeto Axio mático buscava
auxiliar o s projetistas de Engenharia Mecânica a identificar os pro blemas,
existentes no processo de projeto , que geravam so luções inferio res (MONICE e
PETRECHE, 2004). Suh (1998) afirma, no entanto , que esta teoria po de ser utilizada
em qualquer outro tipo de projeto.
Segundo So zo (2002), a abordagem axiomática dos projetos inicia-se a partir da
premissa de que existem princípios generalizáveis definido res do processo de
projeto; neste sentido, o objetivo da metodo logia é ampliar a experiência dos
projetistas fornecendo linhas gerais de princípios a fim de que eles possam usar
plenamente a sua criatividade (MONICE e PETRECHE, 2004).
Os projetistas devem considerar quatro princípios na abo rdagem axiomática: os
do mínios, as hierarquias, o “ ziguezague” e os axiomas. Os domínios totalizam
quatro – o do usuário , o funcio nal, o físico e o de pro cesso, co nfo rme pode ser visto
na FIGURA 6, e respondem às questõ es:
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o que o profissional deseja obter como resultante do projeto? (domínio funcional);
como eu posso obtê-lo s? (domínio físico).
Respondendo a estas três questões, o quarto do mínio, o de processo, é formado
(MONICE e PETRECHE, 2004).
Figura 6. Domínios do Projeto Axiomático. Fonte: Adaptado de Suh (1998).
Os domínios, consequentemente, possuem uma relação hierárquica entre o que se
pretende alcançar e como este o que pode ser alcançado . Já o “ ziguezague” ,
mostrado na FIGURA 7, representa a análise desta relação (SUH, 1998; MONICE e
PETRECHE, 2004).
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contrário s ou exceções (SUH, 1998). O projeto axiomático, segundo Suh (1998),
baseia-se em dois axiomas:
Axioma da Independência: os requisito s funcionais devem ser, sempre, independentes entre si;
Axioma da Informação: entre o s projeto s que satisfazem o axioma da independência, aquele que po ssui o menor número de info rmaçõ es é
considerado a melho r solução.
3 . M ETOD OLOGI A
Co nforme relatado , este estudo representa a primeira etapa meto doló gica de uma
pesquisa e refere-se à análise de ferramentas de apoio à tomada de decisão. Esta
etapa possui um caráter exploratório, pois, de acordo com Gil (1988, p. 41), “ estas
pesquisas têm como objetivo proporcio nar maio r familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito” .
Com base na classificação de Gil (1988) quanto aos pro cedimentos técnicos
utilizado s, este estudo insere-se no grupo cujas fo ntes são fornecidas através de
do cumento s; portanto , trata-se de uma pesquisa bibliográfica, “ desenvo lvida com
base em material já elabo rado , constituído principalmente de livro s e artigos
científico s” (GIL, 1988, p.44).
Neste estudo, os autores percorreram cinco passos (FIGURA 8) a fim de que o
o bjetivo seja atingido. Baseados numa análise geral da literatura, os auto res
definiram quatro ferramentas a serem estudadas (QFD, AHP, TRIZ e Projeto
Axiomático). Estas foram escolhidas, aleatoriamente, a partir da leitura sobre
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Figura 8. Etapas metodológicas Fonte: dados primários.
Em seguida, foi realizado um levantamento bibliográfico, em anais de evento s e
periódicos, além do banco de dados de dissertaçõ es de algumas universidades
brasileiras e em livros, confo rme sugerido por Gil (1988). O terceiro passo foi a
compilação dos aspectos positivos e negativos de utilização de cada ferramenta
através da identificação destes no referencial bibliográfico . Finalmente, a análise
destas segundo a ótica do projeto arquitetônico, bem como a viabilidade de uso , foi
verificada.
4 . RESU LTAD OS
A partir da escolha das ferramentas a serem estudadas, fo i realizado o
levantamento bibliográfico ; buscou-se um equilíbrio entre a quantidade de
publicaçõ es das ferramentas. Assim, para cada uma delas, foram encontradas
aproximadamente dez referências (QUADRO 5).
Quadro 5. Levantamento bibliográfico. Fonte: dados primários.
Gil (1988, p. 44) destaca que “ os livros co nstituem as fo ntes bibliográficas por
excelência” . Embora não tenham sido encontrado s livros sobre cada ferramenta,
verifica-se que foram co letado s artigos cujo s objetivo s eram apresentar o escopo da
ferramenta. Quanto à TRIZ , Carvalho e Back (2001, p.1), em artigo publicado em
congresso, definem que “ um objetivo adicional deste trabalho é ser um guia para os
interessado s em utilizar o s conceitos fundamentais da TRIZ e o MPI”2. Já o artigo
relacio nado ao Projeto Axiomático tem como autor o próprio professo r que
desenvo lveu a teoria (SUH, 1988).
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O material bibliográfico levantado engloba tanto o campo de conhecimento da
construção civil quanto o de o utras engenharias e da manufatura. Portanto , os
aspecto s a seguir apresentado s (QUADROS 6 e 7) referem-se a uma abo rdagem
mais ampla do que a da arquitetura.
Em relação ao QFD, Cariaga et al. (2007) classificam os aspectos po sitivo s da
ferramenta como tangíveis e intangíveis. No primeiro grupo , inserem-se fatores
como a redução do tempo de desenvolvimento do pro jeto, a eliminação das
alterações tardias e a alocação mais eficaz dos recurso s necessários para o
desenvo lvimento do produto; no segundo , estão o aumento da satisfação do
cliente, a melhor comunicação através da formação de equipes multidisciplinares e
a transferência de co nhecimento por meio da construção de uma base de dados
(CARIAGA et al., 2001; CARNEVALLI et al., 2004). Dikmen et al. (2005)
complementam com a coleta e a identificação precisas das necessidades e das
expectativas do cliente, o que auxilia o entendimento mais apro fundado sobre os
requisito s do produto (KAMARA et al., 1999).
Embo ra apresente os benefício s acima, o QFD também po ssui aspectos negativo s.
Entre o s destacados po r Dikmen et al. (2005) estão as limitações globais, co mo o
caráter qualitativo e subjetivo da ferramenta e o desconhecimento acerca da mesma
po r parte das empresas, e as limitaçõ es específicas, como a aplicação do pro cesso e
a dificuldade de fo rmação de equipes multidisciplinares. Carnevalli et al. (2004)
apontam, como outras limitações, o lo ngo tempo consumido e a dificuldade em
trabalhar com matrizes muito grandes.
A segunda ferramenta, o AHP, tem como aspectos po sitivo s a possibilidade de
inco rporar fato res qualitativos e quantitativos no processo de tomada de decisões
(CRUZ JUNIOR e CARVA LHO, 2003), a capacidade de tornar este processo de
seleção, ordenamento e julgamento transparente (CARVA LHO e SPOSTO, 2007), e
a versatilidade de emprego em diferentes situaçõ es (GASS, S., 1985). Mo ta et al.
(2009) ainda destacam o envolvimento de uma equipe multidisciplinar (e a melhor
comunicação ), a realização de uma análise mais completa do problema e a
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Como aspectos negativos, repetem-se algumas limitações encontradas para o QFD,
como a falta de conhecimento da ferramenta por parte das empresas e a
dificuldade de fo rmação de equipes multidisciplinares (CARVALHO e SPOSTO,
2007). O número de critérios e alternativas, que pode to rnar-se excessivo , (GASS,
1985) e o rápido crescimento da quantidade de comparações pareadas (CRUZ
JUNIOR e CARVALHO, 2003) são outras limitações do AHP.
Quanto à TRIZ , o principal aspecto positivo apresentado é a possibilidade de
reso lver os problemas de projeto de uma maneira criativa, em vez do processo
o correr através de tentativas e erros (YANG e ZHA NG, 2000). Carvalho e Back
(2001) também destacam a transparência de requisito s co nflitantes e a verificação
do s recursos passíveis de serem utilizados, tanto em reformas quanto em novos
projetos, co mo outros benefício s da teoria. No entanto, estes mesmos auto res
classificam, como aspecto s negativos, a necessidade de revisão do s princípios
inventivos em função de soluçõ es eletrô nicas, em vez de mecânicas, e o caráter
antigo dos conceito s fundamentais da TRIZ.
Assim como ocorre com a TRIZ, o Pro jeto Axiomático (PA) também tem como
principais aspectos po sitivo s, apontados por Yang e Zhang (2000), a eliminação das
tentativas e erro s do processo de projeto e a realização deste pro cesso de forma
criativa. Monice e Petreche (2004) complementam esta relação listando, como
benefício s desta teo ria, a abordagem mais facilitada da questão do projeto , a
po ssibilidade de reutilização das informações de um projeto em outro s similares e
o auxílio na verificação das relações (além das implicações) das decisõ es de projeto .
Po r último, o Projeto Axiomático co labora para o entendimento do s problemas de
projeto (YANG e ZHA NG, 2000) e elucida o s pontos críticos no momento em que
o corre um conflito entre as partes do sistema (MONICE e PETRECHE, 2002).
Finalmente, como aspectos negativos, há a falta de conhecimento da teo ria e a
necessidade de adaptaçõ es conceituais para outro s campos de co nhecimento ,
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A partir da análise de cada ferramenta, conclui-se que todas elas são passíveis de
serem utilizadas no pro cesso de projeto da construção civil. O QFD e o Pro jeto
Axiomático auxiliam no desdobramento das necessidades do cliente em requisitos
de projeto e gerenciam o s trade offs que po ssam o correr neste pro cesso. O AHP, por
o utro lado , determina a prio rização entre os requisitos. Po r último, a TRIZ aponta
para po ssibilidades de soluçõ es de projeto .
O próprio levantamento bibliográfico já havia indicado esta supo sição, uma vez
que, na co nsulta relativa ao banco de dados de dissertações e teses das
universidades brasileiras, co nstato u-se a existência de pesquisas referentes a cada
uma das ferramentas – QFD (LIMA, 2007), AHP (GONDIM, 2007), TRIZ
(KIATAKE, 2004) e Projeto Axio mático (MONICE, 2003). Com exceção da
dissertação de Gondim (2007), que se aplica aos materiais da construção civil, as
demais se referem a projetos arquitetô nicos.
Alguns aspectos po sitivo s enco ntrados têm relação com o s princípio s de Ko skela
(1992), o que vai ao encontro à geração de valor. O principal deles é o aumento da
consideração das necessidades do cliente, conforme po de ser observado como o
o bjetivo principal das ferramentas. Além deste, a redução da parcela de atividades
que não agregam valo r, a redução da variabilidade, a redução do tempo de ciclo, o
aumento da transparência do pro cesso e o controle no pro cesso glo bal também
podem ser alcançados, co nforme po de ser visualizado no QUADRO 8, o qual
relacio na os aspectos positivos de cada ferramenta com o s princípio s de Koskela
(1992).
Em relação aos aspectos negativo s, estes se restringem, praticamente, à falta de
conhecimento das ferramentas, à complexidade de utilização de algumas delas,
bem como a dimensão que as matrizes relacionadas a elas podem alcançar e à
dificuldade de fo rmar equipes multidisciplinares. Almeja-se, no entanto , que,
numa pró xima etapa da pesquisa, seja apresentado como as ferramentas devem ser
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(baseadas nas ferramentas) a serem co nsideradas nas etapas iniciais do pro cesso de
projeto.
Quadro 8. Relação entre os aspectos positivos das ferramentas analisadas e os princípios de Koskela.
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Inserida numa abo rdagem mais ampla, a primeira etapa da pesquisa apresentada
neste artigo buscou analisar ferramentas de apo io à tomada de decisão que
pudessem auxiliar a atividade dos projetistas da co nstrução civil nas fases iniciais
do processo de projeto. Assim, foram esco lhidas quatro ferramentas (QFD, A HP,
TRIZ e Projeto Axiomático) para serem analisadas.
Através de um levantamento bibliográfico, foram identificado s, além das funçõ es
de cada ferramenta, o s aspecto s positivos e negativos de utilização destas. Desta
fo rma, tornou-se possível a verificação da viabilidade de uso das ferramentas no
contexto da retro alimentação de dado s no projeto arquitetônico, uma vez que estas
possibilitam o pro cessamento das necessidades do s clientes, o desdobramento
destas em requisitos de projeto e o gerenciamento de trade offs. Ou seja, os pro jetos
são aperfeiço ado s e contribuem para a entrega de valor para o usuário final.
No entanto, algumas limitaçõ es de uso das ferramentas foram verificadas, nas
quais se inclui a necessidade de adaptação das ferramentas para o co ntexto do
projeto arquitetô nico. Esta, po rtanto, será objeto de estudo da pró xima etapa desta
pesquisa.
Vislumbra-se, a princípio, que as ferramentas po ssam ser utilizadas na primeira
etapa do pro cesso de projeto, qual seja, a concepção do produto, seguindo as
seguintes diretrizes de uso:
Apó s uma avaliação de satisfação (realizada em co ndomínios habitacio nais com padrões similares ao no vo edifício planejado), as
necessidades do s clientes podem ser definidas.
As necessidades dos clientes são , em seguida, desdobradas em primárias, secundárias e terciárias através de um diagrama de
afinidades3.
3
Vol . 5, n 1, Julho 2010 Ge st ã o & Tecn ol og ia d e Pr oj e t os [ I SSN 1981154 3 ] 76 As necessidades insatisfatórias são prio rizadas com o auxílio da
ferramenta Processo de Análise Hierárquico.
Baseado s nesta prio rização , as necessidades dos clientes são transformadas em parâmetros/ requisitos de projeto através de
conceito s do Projeto Axiomático e da Teoria da So lução Inventiva de
Pro blemas.
As interferências, po sitivas e negativas, entre as necessidades do cliente e os parâmetro s/ requisito s de projeto são avaliadas por meio
da Casa da Qualidade, da ferramenta Desdobramento da Função
Qualidade.
Finalmente, o s dado s gerados são consolidados em um documento único acerca do projeto do empreendimento em questão, po dendo ,
este, ser consultado durante to do o pro cesso e em no vos projetos de
padrão semelhante.
Faz-se importante relatar que a utilização destas diretrizes vem sendo verificada
pelo s pesquisadores, e contemplam, portanto , uma possibilidade de agregar valor
ao processo de projeto.
Percebe-se, assim, que o estudo o ra apresentado aponta para uma po ssibilidade de
suprimento das questõ es apo ntadas anteriormente por Ko walto wski e Moreira
(2008), Ornstein (2008) e Malard (2009), co mo a necessidade de pesquisas que
contribuam com a retroalimentação de dado s no processo de projeto, nos dois
primeiros caso s, e a tentativa de utilização de princípios do lean manufacturing nas
primeiras etapas do processo projetual.
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AGRAD ECI M EN TOS
O presente trabalho fo i realizado com o apo io do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecno lógico – CNPq – e da Coo rdenação de