• Nenhum resultado encontrado

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia PROJECTO DE RELATÓRIO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "PARLAMENTO EUROPEU. Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia PROJECTO DE RELATÓRIO"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

PR\670373PT.doc PE 390.517v01-00

PT PT

PARLAMENTO EUROPEU

2004 2009

Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia

PROVISÓRIO 2007/2091(INI) 7.6.2007

PROJECTO DE RELATÓRIO

sobre fontes convencionais de energia e tecnologia energética (2007/2091(INI))

Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia

Relator: Herbert Reul



(2)

PE 390.517v01-00 2/11 PR\670373PT.doc

PT

PR_INI

Í N D I C E

Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU ...3 JUSTIFICAÇÃO...8

(3)

PR\670373PT.doc 3/11 PE 390.517v01-00

PT

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre fontes convencionais de energia e tecnologia energética

(2007/2091(INI)) O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta a comunicação da Comissão, de 10 de Janeiro de 2007, "Uma política energética para a Europa" (COM(2007)0001),

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão de 10 de Janeiro de 2007 "Produção

sustentável de electricidade a partir de combustíveis fósseis: rumo a emissões quase nulas do carvão após 2020" (COM(2006)0843),

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão de 10 de Janeiro de 2007, "Programa indicativo nuclear - apresentado em conformidade com o artigo 40º do Tratado Euratom para parecer do Comité Económico e Social Europeu (COM(2006)0844),

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão de 10 de Janeiro de 2007 "Rumo a um plano estratégico europeu para as tecnologias energéticas" (COM(2006)0847),

– Tendo em conta a sua resolução de 10 de Maio de 2007, sobre o balanço de 50 anos de política europeia no domínio da energia nuclear1 ,

– Tendo em conta a sua resolução de 14 de Dezembro de 2006, sobre a "Estratégia europeia para uma energia sustentável, competitiva e segura - Livro Verde"2,

– Tendo em conta a sua resolução de 1 de Junho de 2006, sobre a eficiência energética ou

"Fazer mais com menos" - Livro Verde3,

– Tendo em conta a sua resolução de 23 de Março de 2006, sobre a segurança do aprovisionamento energético na União Europeia4,

– Tendo em conta as conclusões da Presidência do Conselho Europeu de 8/9 de Março de 2007 relativas à adopção do plano de acção do Conselho Europeu (2007/2009) "Uma política energética para a Europa" (7224/07),

– Tendo em conta o artigo 45º do seu Regimento,

– Tendo em conta o relatório da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia e os pareceres da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar, bem como da Comissão do Comércio Internacional, da Comissão do Desenvolvimento Regional, da Comissão dos Assuntos Externos e da Comissão do Desenvolvimento (A6-0000/2007),

1 Textos aprovados, TA P6_TA-Prov(2007)0181.

2 Textos aprovados TA P6_TA-Prov(2006)0603.

3 JO C 298 E de 8.12.2006, p. 273.

4 JO C 292 E de 1.12.2006, p. 112.

(4)

PE 390.517v01-00 4/11 PR\670373PT.doc

PT

A. Considerando que a grande dependência da UE face às importações vem dar cada vez mais relevo, no contexto da política energética, às questões da segurança do

aprovisionamento, das fontes de energia renováveis, da eficácia energética e da diversificação do aprovisionamento energético,

B. Considerando que as fontes de energia convencionais (carvão, petróleo, gás, energia nuclear) continuarão a desempenhar um papel essencial no contexto do aprovisionamento energético,

C. Considerando que a dependência face às importações aumentará até 2030 em 70% no caso das fontes de energia fósseis e que o aprovisionamento em gás e em petróleo estará sujeito a incertezas em razão dos riscos geopolíticos e de aumento da concorrência a nível da procura,

D. Considerando que a produção bruta de electricidade da UE 25 é actualmente assegurada em 31% pela energia nuclear, em 29% pelo carvão, em 19% pelo gás, em 14% pelas energias renováveis e em 5% pelo petróleo,

E. Considerando que a utilização de fontes de energia fósseis exige esforços suplementares em matéria de luta contra as alterações climáticas,

1. Acolhe com satisfação as comunicações da Comissão sobre a produção sustentável de electricidade a partir de combustíveis fósseis, sobre um plano estratégico europeu para as tecnologias energéticas, bem como sobre o programa indicativo nuclear;

2. Salienta que uma melhoria do rendimento energético contribui de forma considerável para o objectivo de sustentabilidade e de segurança do aprovisionamento, reforçando as

capacidades de exportação dos produtores europeus;

3. Considera importante a diversificação das fontes de energia face à exiguidade crescente de matérias-primas; recorda igualmente a importância da cisão e fusão nucleares para a segurança do aprovisionamento;

Tecnologia energética

4. Salienta que a investigação deverá desenvolver esforços consideráveis, a fim de salvaguardar um aprovisionamento energético durável na Europa;

5. Salienta que a Europa lidera, à escala mundial, os domínios da investigação e do desenvolvimento (I+D) em matéria de tecnologias energéticas inovadoras, incluindo no que concerne ao rendimento energético e às energias renováveis;

6. Salienta que outros Estados e regiões investem actualmente de forma considerável na investigação e no desenvolvimento, razão pela qual, a médio prazo, a posição dominante da UE em matéria de tecnologias poderá sofrer um decréscimo;

7. Realça que este avanço no domínio da investigação reforça a competitividade da indústria europeia e cria empregos na Europa;

8. Exorta a UE, os Estados-Membros e as empresas, em conformidade com o princípio da

(5)

PR\670373PT.doc 5/11 PE 390.517v01-00

PT

subsidiariedade, a redobrarem os esforços no que respeita à I+D em matéria de energia, a fim de aumentar a compatibilidade ambiental, de garantir as técnicas existentes e de desenvolver a tecnologia da acumulação das energias renováveis, bem como de reactores nucleares de nova geração e de novas tecnologias energéticas, incluindo a fusão nuclear;

9. Congratula-se com o facto de a Comissão ter anunciado que apresentará, para a Cimeira da Primavera 2008, um plano estratégico europeu em matéria de tecnologias energéticas;

10. Salienta que os auxílios públicos ao lançamento de novas tecnologias energéticas deverá permitir lograr a sua a comercialização;

11. Salienta que a introdução, à escala mundial, de uma percentagem mínima do orçamento a consagrar à investigação se revestiria de utilidade na luta contra as alterações climáticas;

Energias fósseis

12. Salienta que as energias fósseis deverão ser utilizadas a longo prazo para a produção de electricidade, uma vez que as energias renováveis “per se” não poderão cobrir as necessidades de base, mesmo melhorando a eficiência energética;

13. Chama a atenção para o facto de as fontes de energia fósseis internas contribuírem para a segurança do aprovisionamento, nomeadamente os importantes recursos de carvão existentes em alguns Estados-Membros;

14. Considera necessário redobrar os esforços para reduzir as emissões e aumentar o rendimento da electricidade produzida a partir de fontes de energia fósseis, salientando, porém, que as centrais europeias já são actualmente as mais eficazes à escala mundial;

15. Entende ser pouco oportuno, do ponto de vista da segurança do aprovisionamento e da rentabilidade, entravar a construção de centrais a carvão mais modernas e eficazes através de falsos estímulos ao mercado e de reforçar, em contrapartida, as centrais alimentadas a gás, o que é lesivo da segurança do aprovisionamento e comporta riscos a nível de preços;

16. Exorta a Comissão a examinar o sistema de comércio de emissões, a fim de verificar que o mesmo não entrava a substituição das instalações existentes, incluindo centrais nucleares, por instalações modernas e respeitadoras do clima;

17. Chama a atenção para o facto de a tecnologia de captação e armazenagem de carvão (CAC) se fazer acompanhar de uma redução do rendimento das centrais, salientando que as questões relativas à armazenagem de CO2 devem ser solucionadas;

18. Insta a que a investigação incida também nos processos químicos e biológicos de armazenagem de CO2 no quadro da tecnologia CAC;

19. Sublinha que a tecnologia CAC se alicerça em parte em elementos técnicos que já deram as suas provas mas não num conceito geral testado à escala industrial;

20. Considera inoportuno definir objectivos vinculativos para a produção de electricidade sem emissões de CO2 em todas as centrais alimentadas a carvão após 2020 enquanto a

viabilidade industrial da tecnologia CAC não for testada;

(6)

PE 390.517v01-00 6/11 PR\670373PT.doc

PT

21. Convida a Comissão a apresentar rapidamente uma proposta legislativa relativa à tecnologia CAC, a fim de responder às questões de ordem jurídica levantadas pela armazenagem de CO2;

22. Convida a Comissão a apresentar um plano visando a promoção da investigação no domínio da tecnologia CAC ;

23. Adverte contra uma independência unilateral relativamente a determinados fornecedores ou vias de aprovisionamento no que respeita ao gás e destaca a importância do gás natural liquefeito (GNL) para efeitos de diversificação das importações de gás;

24. Lamenta que a Comissão não tenha aprofundado a questão da segurança do aprovisionamento em petróleo no pacote sobre questões energéticas e convida-a a apresentar uma comunicação nesta matéria;

Energia nuclear

25. Congratula-se com o relatório PINC, que constitui uma ampla base de debate da opção nuclear para a Europa;

26. Apoia a proposta do Conselho Europeu de realizar um debate sem ideias pré-concebidas sobre as oportunidades e os riscos da energia nuclear;

27. Reconhece a importância da energia nuclear para a produção de electricidade em numerosos Estados-Membros;

28. Constata que a energia nuclear constitui no momento presente a fonte de energia com emissões de CO2 mais baixas na UE e sublinha o papel destacado da energia nuclear na luta contra as alterações climáticas;

29. Recorda o terceiro relatório do PIAC (Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas), que destaca a importância da energia nuclear para a realização dos objectivos de luta contra as alterações climáticas;

30. Chama a atenção para o facto de a escolha de um Estado-Membro a favor ou contra a energia nuclear poder ter consequências na evolução dos preços da electricidade em outros Estados-Membros;

31. Salienta que, no caso de abandono da energia nuclear, não poderão ser atingidos os objectivos em matéria de protecção ambiental;

32. Recorda que os Estados-Membros que utilizam a energia nuclear se comprometerem a respeitar as normas mundiais em matéria de segurança e de não proliferação e reconhece, neste domínio, o papel importante desempenhado pelo Tratado Euratom;

33. Saúda a criação de um grupo de Alto Nível “Segurança nuclear e gestão de resíduos” e apoia a criação de um fórum sobre a energia nuclear;

34. Salienta que as reservas de urânio conhecidas no mundo serão suficientes para cobrir um período de aproximadamente 200 anos e que essas reservas se encontram

(7)

PR\670373PT.doc 7/11 PE 390.517v01-00

PT

maioritariamente em países seguros;

35. Destaca as declarações da Comissão no que se refere à competitividade da energia nuclear e salienta que as dotações da UE do 7º Programa-quadro de Investigação são concedidas, em grande parte, à investigação sobre a segurança e a fusão nucleares;

36. Salienta, face aos prazos mais alargados de investimento, a necessidade de condições estáveis a nível jurídico e político;

37. Recorda a sondagem Eurobarómetro de 2006, de acordo com a qual o nível de conhecimentos da população exerce grande influência na sua atitude relativamente à energia nuclear;

38. Salienta que a questão do armazenamento final pode ser solucionada do ponto de vista técnico e que as quantidades de resíduos a armazenar são relativamente exíguas em relação à quantidade de electricidade produzida;

39. Convida a Comissão e os Estados-Membros a criarem e a aplicarem métodos de eliminação, a fim de reduzir ao mínimo a armazenagem provisória de resíduos;

40. Recorda que os reactores de quarta geração melhoram a eficácia dos combustíveis e reduzem a quantidade de resíduos;

41. Recorda que estão previstas ou em curso de construção dezenas de centrais nucleares no mundo, sendo essencial para a UE, do ponto de vista estratégico, participar na sua construção;

42. Chama, por fim, a atenção, para o papel dos empréstimos Euratom e convida os Estados- Membros a viabilizarem também no futuro este importante instrumento;

43. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão.

(8)

PE 390.517v01-00 8/11 PR\670373PT.doc

PT

JUSTIFICAÇÃO

I. Introdução

A quota-parte das energias fósseis no consumo interno bruto da UE-25 elevava-se, em 2004, a 79%, cabendo a maior fatia ao petróleo (37,2%), seguido do gás (23,9%) e do carvão (17,9%).

O carvão desempenha um papel de destaque na produção de electricidade, ao passo que o petróleo domina o sector dos transportes. O gás natural é utilizado em partes quase iguais na produção de electricidade e de calor. Em razão do seu papel destacado e da inexistência de outras soluções eficazes e a preços razoáveis, as energias fósseis continuarão, segundo todas as previsões, a constituir um elemento central do cabaz energético da UE em 2020 e além dessa data.

Além disso, a dependência face às importações de energias fósseis sofrerá um aumento, cifrando-se em, aproximadamente, 70% em 2030, contra 47% em 1990. A dependência face às importações de petróleo será particularmente elevada e situar-se-á aproximadamente em 94%. Também no que diz respeito ao gás natural, esta dependência passará de 47,5% em 2004 para, aproximadamente, 85% em 2030. Estes dois aumentos explicam-se antes de mais pela diminuição da produção local devido ao depauperamento dos poços de petróleo e de gás natural. Além disso, a procura de energia aumenta, sensivelmente, 1% por ano. A procura de electricidade aumenta de uma forma duas vezes mais rápida no que respeita a outras fontes de energia.

Esta a razão pela qual a UE deve no momento presente preparar o futuro do aprovisionamento energético. Assim sendo, deve fazer, nomeadamente, face ao desafio que representa a procura de um equilíbrio entre os três elementos da política energética, nomeadamente

competitividade, sustentabilidade e segurança do aprovisionamento. As três comunicações da Comissão constituem um passo nesta direcção.

2. A importância da tecnologia

As tecnologias inovadoras em matéria de energia não constituem apenas um factor económico importante, mas contribuem igualmente para uma considerável segurança do

aprovisionamento energético. A UE, os Estados-Membros e as empresas da Europa devem redobrar os esforços para estimular a investigação e o desenvolvimento de novas tecnologias energéticas. Neste contexto, a redução do impacto no ambiente e a segurança de instalações existentes, o desenvolvimento de novas fontes de energia, a utilização mais eficaz e mais limpa das energias fósseis, bem como o desenvolvimento das tecnologias de cisão e fusão nucleares revestem-se de importância particular.

O potencial de exportação destas tecnologias tem vindo a ganhar importância. Em 2004, a UE já exportava tecnologias ecológicas no valor total de 22 mil milhões de euros. À escala

mundial, o volume do mercado das tecnologias da energia poderia atingir, aproximadamente, 2.200 mil milhões de euros até 2020.A promoção das tecnologias na EU deve ter por

objectivo garantir às empresas europeias a maior quota-parte possível deste volume de mercado, incluindo todos os domínios tecnológicos. Tal contribuirá também de forma

(9)

PR\670373PT.doc 9/11 PE 390.517v01-00

PT

considerável para garantir e criar postos de trabalho na UE.

Para esse efeito, importa que a política de apoio à investigação no domínio da energia, que representava 0,04% do PIB da UE em 2004, seja reforçada para o nível bastante mais elevado observado nos Estados Unidos e no Japão e que a mesma seja organizada de forma mais eficaz. Em conformidade com o princípio de subsidiariedade, essa política deve alicerçar-se nas tecnologias que respondam ao interesse estratégico do conjunto da UE e ser portadora de um valor acrescentado importante e visível em relação ao apoio individual dos Estados- Membros. Afigura-se igualmente indispensável uma melhor coordenação entre programas nacionais e comunitários.

Para além da promoção da investigação, o financiamento ao arranque constitui também um instrumento importante de promoção das tecnologias do futuro. Estes financiamentos devem, porém, ser conducentes à comercialização de um produto, a fim de evitar distorções de concorrência e lucros astronómicos. Convém conferir uma maior importância à criação de uma plataforma europeia das tecnologias inovadoras, de acordo com a proposta da Comissão, que considera que a mesma deve constituir uma plataforma de comunicação entre produtores e clientes. Essa plataforma deverá permitir obter rapidamente uma visão de conjunto das tecnologias existentes à escala europeia e das tecnologias inovadoras em curso de desenvolvimento.

3. Fontes de energia fósseis

No momento presente, o custo da produção de electricidade a partir de fontes de energia fósseis na UE atinge, em média, metade do custo da produção a partir de fundos de energia renováveis (4,7 cêntimos/Kwh em relação a 9,5 cêntimos/Kwh). Assim sendo, na perspectiva da competitividade da indústria europeia no mercado mundial, é irresponsável renunciar às energias fósseis, enquanto as soluções alternativas acarretarem consideráveis custos

suplementares, quer para as empresas, quer para os consumidores. Os objectivos de crescimento da UE e os objectivos de Lisboa ficariam, assim, gravemente comprometidos.

A bem da futura segurança do aprovisionamento e da protecção ambiental, é determinante a substituição de unidades de produção de electricidade obsoletas por novas instalações com níveis de eficiência até 55%. Assim, a substituição de um terço das centrais termoeléctricas a carvão na UE até 2020 por unidades modernas permitirá reduzir em um terço as emissões de CO2 na UE. Em relação à questão da fonte de energia utilizada na construção de novas capacidades, a decisão deve caber aos produtores de electricidade que dispõem da melhor visão de conjunto em relação aos custos e às vantagens de cada uma das fontes de energia.

Por razões de segurança do aprovisionamento, os esforços de protecção do clima não devem levar a que uma determinada fonte de energia seja negligenciada. Tal aplica-se,

nomeadamente, ao carvão cujas reservas mundiais existentes no mundo são suficientes para, pelo menos, 200 anos. Assim sendo, o carvão constitui, a nível mundial, a fonte de energia fóssil mais importante. Refira-se que 26% das reservas se encontram nos EUA, enquanto que 23% das mesmas se situam no território da antiga União Soviética. Na União Europeia, a Alemanha (7%) e a Polónia (2%) possuem uma quota-parte considerável das reservas mundiais. É determinante que as principais reservas se situem em Estados politicamente estáveis e, ao contrário do que sucede com o petróleo e o gás, a volatilidade dos preços é extremamente reduzida. Pelas razões aduzidas, o carvão constitui uma fonte de energia fóssil

(10)

PE 390.517v01-00 10/11 PR\670373PT.doc

PT

indispensável para a UE.

O carvão também não deve ser negligenciado por razões de ordem tecnológica. Só a

continuação da sua utilização na produção de electricidade na EU permitirá que as empresas europeias efectuem progressos tecnológicos e os exportem para Estados emergentes, como sejam a China e a Índia, que dispõem também de importantes reservas de carvão. Tal permite salvaguardar postos de trabalho na UE, prestando também um importante contributo para a protecção ambiental a nível mundial.

O êxito das empresas europeias neste domínio está patente no facto de, a despeito de um aumento considerável da procura de electricidade desde 1990, apenas se ter observado um aumento moderado das emissões de CO2 na produção de electricidade. Em contrapartida, a quota-parte do sector dos transportes nas emissões de CO2 a nível europeu sofreu um crescimento considerável. Os esforços visando a redução das emissões de CO2 deverão, portanto, abranger todas as fontes energéticas.

Embora a captura de CO2 seja, por princípio, de saudar, importa recordar que esta tecnologia propicia inevitavelmente uma redução de eficiência na ordem dos 14% no caso das centrais a carvão. Uma tal situação tem repercussões para a futura segurança do aprovisionamento em fontes de energia fósseis e suscita também questões de ordem ambiental. Além disso, importa esclarecer de forma conclusiva questões de ordem técnica e jurídica relativas à captação e armazenamento de CO2.

4. Papel da energia nuclear

Com uma quota-parte de 31% da produção de electricidade na UE, as centrais nucleares constituem um importante elemento das fontes básicas da energia. Para além do seu

contributo central para a segurança do aprovisionamento, patente na sua competitividade, as centrais nucleares também prestam um importante contributo para a protecção ambiental. A construção de uma quinta central nuclear na Finlândia permitiu per se lograr uma redução na ordem dos 15% das emissões de CO2. De igual modo, só na Alemanha as centrais nucleares existentes contribuem para uma poupança de 160 milhões de toneladas de emissões de CO2, montante esse que, a nível mundial, atinge mesmo 70 milhões de toneladas. Em 8-9 de Março de 2007, o Conselho Europeu constatou justificadamente que a energia nuclear presta um importante contributo para a segurança do aprovisionamento e para a redução de emissões de CO2.

A AIE destaca também a correlação entre uma quota-parte elevada de energia nuclear e baixas emissões de CO2 no seu último relativo ao ano de 2006. As emissões de CO2 da Alemanha, que dispõe de 17 centrais nucleares, são seis mais elevadas do que as observadas em França, que dispõe de 59 reactores. As mais de 50 centrais planeadas ou em curso de construção à escala mundial contribuirão, de forma considerável, para a protecção do ambiente e para a segurança no aprovisionamento. Os peritos internacionais em matéria de clima também tiveram oportunidade de salientar esta questão no seu último relatório PIAC sobre as alterações climáticas. O contributo será tanto mais importante quanto a última

geração de centrais é mais eficaz e os custos de exploração são também menores, sendo que o balanço do ponto de vista ambiental é mais favorável. Além disso, as reservas de urânio mais importantes encontram-se em países politicamente estáveis, tais como a Austrália e o Canadá.

(11)

PR\670373PT.doc 11/11 PE 390.517v01-00

PT

A elevada taxa de reciclagem no contexto da utilização de combustível nas centrais modernas contribui igualmente de forma considerável para a segurança do aprovisionamento, tanto mais que a duração das reservas de urânio, suficientes para várias gerações, pode ser prorrogada através da utilização de centrais de última geração. Esta elevada taxa de reciclagem pode também contribuir para evitar resíduos altamente radioactivos. Convém destacar que a questão da armazenagem definitiva de resíduos radioactivos pode ser solucionada. A

armazenagem definitiva é muitas vezes bloqueada por razões políticas e não científicas. Neste contexto, a Comissão e os Estados-Membros deveriam finalmente apresentar e adoptar um plano claro de armazenagem definitiva.

O aumento dos preços do urânio deixou de constituir fonte de apreensão, contrariamente à subida observada no preço do petróleo e do gás natural, uma vez que os custos de exploração de uma central nuclear apenas representam 5% do total dos custos. Encontra-se, por

conseguinte, garantida uma grande independência em relação às flutuações de preços. Além disso, a produção de electricidade nuclear é já hoje bastante menos onerosa do que a produção a partir de fontes de energia fósseis e de energias renováveis. As centrais modernas também já são bastante competitivas no momento em que o preço do petróleo se situa entre 40 e 45 dólares norte-americanos por barril e o do gás natural entre 4,70 e 5,70 dólares norte- americanos por MBtu.

A fusão nuclear poderia também prestar um outro contributo para a protecção do ambiente e para a segurança do aprovisionamento. A criação do reactor termonuclear experimental internacional, no qual a UE participa de forma determinante, constitui um importante progresso para a futura segurança do aprovisionamento energético. Refira-se que 6% dos fundos concedidos à investigação no orçamento de 2007 da UE já são consagrados à

investigação relativa à fusão. No contexto do orçamento da UE em matéria de energia, 27%

das dotações destinam-se à investigação nuclear, grande parte das quais são reservadas à segurança nuclear.

Além disso, as normas de segurança das centrais nucleares europeias são elevadas. Tendo em vista o reaparecimento da energia nuclear à escala mundial, a UE deve velar por que as suas normas de segurança rigorosas sejam também respeitadas à escala mundial. Desta forma, a UE poderá prestar um importante contributo para a segurança do aprovisionamento e para a protecção ambiental à escala mundial. Tal permitirá também desenvolver um mercado

importante para as tecnologias europeias de ponta, o que permite também assegurar postos de trabalho na UE.

Referências

Documentos relacionados

São eles, Alexandrino Garcia (futuro empreendedor do Grupo Algar – nome dado em sua homenagem) com sete anos, Palmira com cinco anos, Georgina com três e José Maria com três meses.

Crisóstomo (2001) apresenta elementos que devem ser considerados em relação a esta decisão. Ao adquirir soluções externas, usualmente, a equipe da empresa ainda tem um árduo

A par disso, analisa-se o papel da tecnologia dentro da escola, o potencial dos recursos tecnológicos como instrumento de trabalho articulado ao desenvolvimento do currículo, e

A reinserção, nesta perspectiva, convoca um papel mais activo da sociedade e, nesta medida, é preferível, enquanto conceito que encerra um programa de acção para a

A iniciativa parti- cular veiu em auxílio do govêrno e surgiram, no Estado, vá- rios estabelecimentos, alguns por ventura falseados em seus fins pelos defeitos de organização,

Os principais objectivos definidos foram a observação e realização dos procedimentos nas diferentes vertentes de atividade do cirurgião, aplicação correta da terminologia cirúrgica,

Como parte de uma composição musi- cal integral, o recorte pode ser feito de modo a ser reconheci- do como parte da composição (por exemplo, quando a trilha apresenta um intérprete

psicológicos, sociais e ambientais. Assim podemos observar que é de extrema importância a QV e a PS andarem juntas, pois não adianta ter uma meta de promoção de saúde se