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Relatório e Contas do Exercício 2017 CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA REGIÃO DO FUNDÃO E SABUGAL, C.R.L.

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CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA REGIÃO DO FUNDÃO E SABUGAL, C.R.L.

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Região do Fundão e Sabugal

Sede: Rua dos Três Lagares - 6230-421 Fundão — Tel: 275 750 420 - Fax: 275 752 511 fundao@creditoagricola.pt

Delegações:

Almeida - Tel: 271 574 180 - Fax: 271 574 497 Alpedrinha - Tel: 275 567 307 - Fax: 275 567 317 Belmonte - Telef: 275 912 213 - Fax: 275 912 212

Execusão gráfica e Impressão - Grafisete, F

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Nos termos do nº 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Região do Fundão e Sabugal, C.R.L., pessoa coletiva nº 500 978 930, com sede na Rua dos Três Lagares, 6230-421 Fundão, matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Fundão sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 11.063.920,00 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 28 de Março de 2018, pelas 17 horas, na sede da Instituição, para discutir e votar as matérias da seguinte

ORDEM DE TRABALHOS

1. Discussão e votação do Relatório de Gestão e das Contas da Caixa Agrícola relativo ao exercício de 2017 e do rela- tório anual do Conselho Fiscal.

2. Deliberação sobre a Proposta de Aplicação de Resultados.

3. Apreciação geral sobre a Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola.

4. Apresentação e apreciação do relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de remuneração prati- cadas na Caixa Agrícola.

5. Discussão e votação da alteração integral dos Estatutos da Caixa Agrícola, nos termos constantes da proposta cujo texto integral ficará à disposição dos Associados na sede da Caixa Agrícola a partir da publicação da presente con- vocatória, sem prejuízo de, na Assembleia Geral, poderem ser propostas pelos Associados redações diferentes.

6. Discussão e votação da alteração do Regulamento Eleitoral da Caixa Agrícola.

7. Discussão e votação da alteração da Política Interna de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola.

Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá, em segun- da convocatória, uma hora depois, com qualquer número.

Nota: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, nem o voto por representação, por for- ça do disposto no nº 1 do Artigo 42º e do nº 1 do Artigo 43º do Código Cooperativo, aprovado pela Lei nº 119/2015, de 31 de Agosto.

Fundão, 20 de Fevereiro de 2018 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Dr. Paulo Alexandre Bernardo Fernandes

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA REGIÃO DO FUNDÃO E SABUGAL C.R.L.

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA

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• Convocatória da Assembleia Geral 3

• ESTRUTURA E PRATICA DO GOVERNO SOCIETARIO DA CCAM 6

• DECLARAÇÃO DA POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES 9

• RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA POLITICA DE REMUNERAÇÕES 14 • RELATORIO DE GESTÃO 16

◊ Enquadramento Macroeconómico 16

- Economia Internacional 16

- Economia Nacional 18

- Mercados Bancários 20 Mercados Financeiros 23

Principais Riscos e Incertezas 26

Crédito Agrícola – Evolução Recente 27

Outros Fatores Relevantes 32

Evolução da Caixa de Crédito Agrícola da Região do Fundão e Sabugal 34

- Identificação e Objeto 34

- Evolução da CCAMRFS 34

- Evolução dos Recursos 37 - Evolução do Crédito Concedido e de outras Aplicações 38 - Evolução de C. V. Imóveis Recebidos e Provisões 39

- Responsabilidade Social 40

- Sistema de Gestão de Qualidade 41

- Política de Gestão de Riscos 42 - Auditoria Interna da CCAMRFS 44

- Proposta de Aplicação de Resultados 44-45 • DEMONSTRACOES FINANCEIRAS 46

◊ BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017 47

◊ DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO DE 2017 49

◊ DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO 50

◊ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA 51 ◊ MAPA COMPARATIVO 52

◊ CONTROLE ORÇAMENTAL RELATIVO AO EXERCÍCIO DE 2017 53 • ANEXO ÀS CONTAS 54

• Evolução da Caixa em Gráficos 108

• CERTIFICACÃO LEGAL DAS CONTAS 113

• PARECER DO CONSELHO FISCAL 120

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1. Estrutura de Governo Societário

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Região do Fundão e Sabugal, CRL adota o modelo de governação vulgar- mente conhecido como “latino reforçado”, constituído pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Revisor Oficial de Contas.

Os membros dos órgãos sociais e da Mesa da Assembleia Geral são eleitos pela Assembleia Geral, para um man- dato de 3 anos.

2. Organograma Geral da Caixa de Credito Agrícola

Assembleia Geral

Conselho

Fiscal ROC

Conselho Administração de

Estrutura e Prática de Governo Societário da CCAM

3. Assembleia Geral

A Mesa da Assembleia Geral é constituída por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário.

3.1. Composição da Mesa da Assembleia-geral

Presidente: Dr. Paulo Alexandre Bernardo Fernandes Vice-Presidente: Sr. Victor Manuel Antunes

Secretário: Sr. António Vinhas Ricardo Vogal: D.ª Maria Isabel Santos Gomes Vaz Vogal: Sr. Albertino Lopes Nunes

3.2.Competencia da Assembleia Geral

A Assembleia Geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a Lei e os Estatutos lhe atribuam competên- cias, competindo-lhe, em especial:

• Eleger, suspender e destituir os titulares dos cargos sociais, incluindo os seus Presidentes;

• Votar a proposta de plano de atividades e de orçamento da Caixa Agrícola para o exercício seguinte;

• Votar o relatório, o balanço e as contas do exercício anterior;

• Aprovar a fusão, a cisão e a dissolução da Caixa Agrícola;

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• Aprovar a associação e a exoneração da Caixa Agrícola da CAIXA CENTRAL e de organismos cooperativos de grau superior;

• Fixar a remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Caixa Agrícola;

• Decidir do exercício do direito de ação cível ou penal contra o revisor oficial de contas, administradores, geren- tes, outros mandatários ou membros do Conselho Fiscal e da Mesa da Assembleia Geral;

• Decidir da alteração dos Estatutos.

4. Conselho de Administração

O Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros efetivos, no mínimo de cinco e de um suplente. O Conselho de Administração era em 31/12/2017 composto por cinco membros, com mandato para o triénio 2016/2018.

4.1. Composição do Conselho de Administração

Presidente: Engo. Joaquim Marques Francisco Administrador: Sr. Joaquim Martins Filipe Administrador: Sr. Carlos Manuel Carrilho Lopes

Administrador: Dr. Helder Fernando Pitta Grós de Oliveira Administrador: Dr. Luis Carlos Carreto Lages

Suplente: Dr. António Trindade de Sena

4.2. Competências do Conselho de Administração

As competências do Conselho de Administração decorrem da lei, competindo-lhe, em especial e de acordo com os Estatutos:

• Administrar e representar a Caixa Agrícola;

• Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, uma proposta de plano de atividades e de orçamento para o exercício seguinte;

• Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, o relatório e as contas relativos ao exercício anterior;

• Adotar as medidas necessárias à garantia da solvabilidade e liquidez da Caixa Agrícola;

• Decidir das operações de crédito da Caixa Agrícola.

• Fiscalizar a aplicação dos capitais mutuados;

• Promover a cobrança coerciva dos créditos da Caixa Agrícola, vencidos e não pagos;

• Organizar, dirigir e disciplinar os serviços.

4.3. Reuniões do Conselho de Administração

O Conselho de Administração reúne, pelo menos, uma vez por semana, tendo realizado um total de 59 reuniões no ano de 2017.

Ao Presidente é atribuído voto de qualidade nas deliberações do Conselho de Administração.

4.4. Distribuição de Pelouros pelos Membros do Conselho de Administração

O Conselho de Administração deliberou a distribuição de pelouros entre os seus membros da seguinte forma:

Presidente: Engo. Joaquim Marques Francisco

— Representação da Caixa e Administração Geral

— Controlo genérico

Administrador: Sr. Joaquim Martins Filipe

— Manutenção e Conservação de Instalações e património Administrador: Dr. Helder Fernando Pitta Grós de Oliveira

— Área de Auditoria

— Área Jurídica

— Área de Crédito

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Administrador: Sr. Carlos Manuel Carrilho Lopes

— Área Comercial

— Rede de balcões

— Gestão de Pessoal

Administrador: Dr. Luis Carlos Carreto Lages

— Área Contabilística, Administrativa e Financeira

— Controlo Genérico e Gestão de Risco

— Acompanhamento da área comercial da zona Norte da área de intervenção

5. Órgãos de Fiscalização

A fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola compete a um Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de Contas ou uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas. As competências dos órgãos de fiscalização são as que decorrem da lei, competindo, ainda, ao Conselho Fiscal, de acordo com os Estatutos, emitir parecer sobre o relatório e contas e sobre a proposta de plano de atividade e de orçamento.

5.1. Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal é composto por três membros efetivos e um suplente.

5.1.1. Composição do Conselho Fiscal

Presidente: Dr. Viriato Francisco Teresa dos Santos

Vogal: Dra. Angelina Maria Ribeiro Proença Brojo Santos Pinto Vogal: Sr. João José Couto Rebordão

Suplente: Sr. Manuel Francisco Cardoso Morgadinho

5.1.2. Reuniões do Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal reúne, por regra, uma vez por mês, tendo realizado, em 2017, um total de 12 reuniões.

5.2. Revisor Oficial de Contas

O Revisor Oficial de Contas é designado pela Assembleia Geral, sob proposta do Conselho Fiscal. O mandato atual do Revisor Oficial de Contas é de 2016 a 2018, encontrando-se designado para o cargo:

Efetivo: Cascais, Pega Magro & Roque SROC Lda. Nº 125, representada por Dr. Fernando José Pega Magro ROC Nº 819Suplente: Dr. João Alberto da Cruz Martins ROC Nº 735

6 - Política de Remunerações

A) Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e Fiscalização

6.1.

A declaração sobre a Politica de Remunerações dos órgãos de Administração e de Fiscalização da Caixa Agrícola para o ano de 2017 foi aprovada na Assembleia-geral ordinária reunida em 21 de dezembro de 2016, em cumprimento do disposto no art.º 2º, nº1, da lei nº 28/2009, de 19 de Junho, do disposto no aviso nº 1/2010 e do disposto na Carta Circular nº 2/2010/DSB do Banco de Portugal, com as alterações introduzidas pelo decre- to-lei nº 88/2011, de 20 de Julho e pelo Aviso nº 10/2011 do Banco de Portugal

6.2. Nos termos e para os efeitos do nº 4 do art. 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, reproduz-se na presente sede a referida Declaração, nos exatos termos em que foi aprovada pelos Associados da Caixa de Cré- dito Agrícola Mútuo.

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Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola

Mútuo da Região do Fundão e Sabugal, C.R.L.

Nos termos do número 4 do Art. 115º-C do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto- -Lei nº 157/2014, de 24 de Outubro, e dos Arts. 7º, número 3, e 20º, número 4, do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo, vem o Conselho de Administração da CAIXA DE CRÉDITO AGRÍ- COLA MÚTUO DA REGIÃO DO FUNDÃO E SABUGAL, C.R.L. (doravante CAIXA AGRÍCOLA), submeter à aprovação da Assembleia Geral a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2017.

Propõe-se que a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2017 seja aprovada nos seguintes termos:

1. Introdução

Em cumprimento do normativo aplicável, a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA foi definida e elaborada de modo a reflectir adequada e proporcionalmen- te a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o âmbito e a complexidade da atividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos assumidos e a assumir e o grau de centralização e delegação de poderes estabelecido no seio da mesma Instituição.

A mesma Política de Remuneração, atento o facto do Banco de Portugal não ter ainda aprovado qualquer instru- mento regulamentar que revogue, altere ou substitua o Aviso nº 10/2011, sendo que as Instruções nºs 4/2015 e 5/2015, publicadas em 15 de Junho de 2015, referem-se à matéria das Políticas de Remuneração, mas somente quanto a divulgação de informação quantitativa a ela atinente, teve em consideração os seguintes instrumentos:

a. O RGICSF;

b. O Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, quanto às normas neste contidas que não sejam incompatíveis com a actual redacção do RGICSF, atentas as alterações neste introduzidas pelo Decreto-Lei nº 157/2014 e por diplomas subsequentes, e que não devam, por isso, considerar-se revogadas em função de tais alterações;

c. A Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014;

d. A Directiva nº 2013/36/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho (IV Directiva de Requisitos de Capital);

e. O Regulamento nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho (Regulamento de Requisitos de Capital);

f. As Orientações da Autoridade Bancária Europeia nº EBA/GL/2015/22;

g. O Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.

2. Princípios Gerais

O regime legal e regulamentar ora em vigor preserva a aplicação do princípio da proporcionalidade na definição das políticas de remuneração, pelo que se mantém a relevância dada a elementos como a natureza jurídica de cooperativa da Instituição e a imposição de restrições de natureza geográfica à atuação da dita Instituição, fato- res que determinam que a tais funções correspondam muitas vezes remunerações de valor idêntico ao da média dos Colaboradores da Instituição, com funções de chefia, sendo por conseguinte tais remunerações insusceptí- veis de qualquer comparação com as que são auferidas no resto do Sector Bancário, tal como são insusceptíveis de levar à assunção de riscos excessivos ou de pôr em causa os interesses de longo prazo da Instituição, a sua estabilidade financeira ou a sua base de capital.

Nesta perspetiva, para além de se terem que considerar inaplicáveis à CAIXA AGRÍCOLA todas as disposições do RGICSF, da Lei nº 28/2009 e do Aviso nº 10/2011 (os últimos na medida em que se considerem compatíveis com o primeiro) que pressuponham que as entidades às mesmas sujeitas revestem a natureza jurídica de sociedades

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anónimas, houve que ponderar a aplicação de muitas das demais normas, sempre por referência ao princípio da proporcionalidade ínsito no corpo do nº 3 do art. 115º-C do RGICSF.

Consequentemente, o referido princípio da proporcionalidade presidiu à elaboração da presente Política de Re- muneração que, nos termos do RGICSF e dos Arts. 7º, número 4, e 20º, número 5, do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo, prossegue ainda os seguintes objetivos:

a. Promover e ser coerente com uma gestão de riscos sã e prudente e não incentivar a assunção de riscos superiores ao nível de risco tolerado pela Instituição;

b. Ser compatível com a estratégia empresarial da Instituição, os seus objectivos, valores e interesses de longo prazo e incluir medidas destinadas a evitar conflitos de interesses;

c. Distinguir de forma clara os critérios para a fixação da componente fixa da remuneração, fundamentados principalmente na experiência profissional relevante e na responsabilidade organizacional de cada Mem- bro de Órgão de Administração ou de Fiscalização.

3. Considerações Gerais

Nos termos e para os efeitos do nº 1 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, declara-se que:

a) A Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é definida pela Assembleia Ge- ral, sem a intervenção de quaisquer consultores externos, cabendo à mesma revê-la periodicamente, pelo menos uma vez por ano, em sede da sua aprovação nos termos do nº 4 do art. 115º-C do RGICSF;

b) A presente política não contempla a atribuição de remunerações variáveis;

c) Vistas a natureza e dimensão da Instituição, a inexistência de remunerações variáveis, o valor das remu- nerações pagas aos Membros dos respetivos Órgãos de Administração e de Fiscalização e o facto de, não sendo a Instituição uma sociedade anónima, lhe ser impossível pagar qualquer remuneração sob a forma de ações ou instrumentos nos termos do nº 3 do art. 115º-E do RGICSF, não será diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração;

d) A Política de Remuneração é propícia ao alinhamento dos interesses dos Membros do Órgão de Adminis- tração com os interesses de longo prazo da Instituição e é igualmente consentânea com o desincentivo de uma assunção excessiva de riscos, na medida em que preconiza a atribuição de uma remuneração de valor moderado, compatível com as tradições e com a natureza específica do Crédito Agrícola;

e) Atenta a natureza cooperativa da CAIXA AGRÍCOLA, o desempenho dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é, em primeira linha, avaliado pelos Associados em sede de Assembleia Geral, refletindo tal avaliação não só o desempenho económico da Instituição, mas também outros critérios diretamente rela- cionados com a sobredita natureza cooperativa, incluindo a qualidade da relação estabelecida entre Admi- nistração e Cooperadores e da informação prestada aos membros sobre o andamento dos negócios sociais.

4. Remuneração dos Membros do Orgão de Fiscalização:

A remuneração dos Membros do Conselho Fiscal, tendo em consideração a natureza da composição desse Órgão Social, consiste exclusivamente numa componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em doze me- ses, de valor fixado pela Assembleia Geral, nos termos da lei, dos Estatutos e do Art. 20º, número 6, do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo, sem prejuízo das disposições transitórias con- tidas no mesmo Estatuto.

Acresce a esta remuneração o direito ao reembolso das despesas em que os Membros do Conselho Fiscal justifi- cadamente incorram no exercício das suas funções.

5. Remuneração dos Membros do Órgão de Administração:

5.1. Remuneração dos Administradores Executivos

A remuneração dos Membros executivos do Conselho de Administração consiste exclusivamente numa compo- nente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em (catorze meses, em termos análogos àqueles em que sejam pagos aos trabalhadores da Instituição os respetivos salários, subsídios de férias e subsídios de Natal), de

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valor fixado pela Assembleia Geral, nos termos da lei, dos Estatutos e do Art. 9º, nº 1, do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo, sem prejuízo das disposições transitórias contidas no referido Estatuto etc. consoante a prática da CCAM.

Os Administradores Executivos que sejam oriundos do quadro de pessoal e cujos contratos de trabalho tenham sido suspensos por consequência da sua eleição para o Conselho de Administração terão direito a receber uma remuneração fixa cujo valor global seja, pelo menos, idêntico ao que aufeririam se o referido contrato de trabalho se mantivesse em vigor, sem prejuízo da possibilidade da sua atualização, nos termos aplicáveis à generalidade dos trabalhadores da Instituição, bem como a manter os benefícios sociais, incluindo de natureza não pecuniá- ria, a que teriam direito enquanto trabalhadores, exceto os incompatíveis com a suspensão do vínculo laboral.

Nos termos da presente Política, os Administradores Executivos oriundos do quadro de pessoal não têm direito a receber remuneração variável, ainda que esta seja atribuída à generalidade dos trabalhadores da Instituição.

Acresce à referida remuneração:

A) No caso do Administrador Executivo com dedicação exclusiva e com o pelouro da Área Comercial:

I) utilização de viatura de serviço, no uso exclusivo da sua atividade profissional;

II) utilização de telemóvel;

III) direito ao reembolso de despesas de serviço desde que devidamente justificadas, nos mesmos termos em que tal é admitido à generalidade dos colaboradores da Instituição;

B) No caso do Administrador Executivo com dedicação exclusiva:

I) Utilização de telemóvel;

II) direito ao reembolso de despesas de serviço desde que devidamente justificadas, nos mesmos termos em que tal é admitido à generalidade dos colaboradores da Instituição;

C) No caso dos Administradores Executivos sem dedicação exclusiva:

I) direito ao reembolso de despesas de serviço desde que devidamente justificadas, nos mesmos termos em que tal é admitido à generalidade dos colaboradores da Instituição.

II) utilização de telemóvel.

Nos termos e para os efeitos dos arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, mais se declara que:

5.1.1 Quanto à avaliação do desempenho

a) O órgão competente para a avaliação do desempenho individual dos Administradores Executivos é o Órgão de Fiscalização, sem prejuízo da competência da Assembleia Geral, nos termos acima descritos;

b) A remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável, pelo que são inapli- cáveis os arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011.

5.1.2 Quanto aos mecanismos de malus e clawback

Conforme referido acima, a remuneração dos Administradores executivos não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis as regras constantes do RGICSF quanto à aquisição do direito à mesma e aos mecanis- mos de redução (“malus”) ou reversão (“clawback”).

5.1.3 Disposições gerais

a) Uma vez que a remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável, são inaplicáveis as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011;

b) No exercício de 2017 não foram pagas nem se mostraram devidas compensações e indemnizações a Mem- bros do Órgão de Administração devido à cessação das suas funções;

c) A Instituição não celebrou com os Membros do seu Órgão de Administração qualquer contrato que lhes confira direito a compensações ou indemnizações em caso de destituição, incluindo pagamentos relacio- nados com a duração de um período de pré-aviso ou cláusula de não concorrência, pelo que o direito a tais

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compensações ou indemnizações se rege exclusivamente pelas normas legais aplicáveis, sendo desneces- sários os instrumentos jurídicos a que alude o art. 10º do Aviso nº 10/2011; de igual modo, não vigora na Instituição qualquer regime especial relativo a pagamentos relacionados com a cessação antecipada de funções, pelo que é igualmente inaplicável o nº 11 do art. 115º-E do RGICSF;

d) Os Membros do Órgão de Administração da Instituição não auferiram quaisquer remunerações pagas por sociedades em relação de domínio ou de grupo com a Instituição;

e) Não vigoram na Instituição quaisquer regimes complementares de pensões ou de reforma antecipada, nem são concedidos benefícios discricionários de pensão;

f) Inexistem outros benefícios não pecuniários relevantes que possam ser considerados como remuneração.

g) Os Membros do Órgão de Administração não utilizam quaisquer seguros de remuneração ou responsabili- dade, ou quaisquer outros mecanismos de cobertura de risco tendentes a atenuar os efeitos de alinhamen- to pelo risco inerentes às suas modalidades de remuneração

h) Caso seja atribuída qualquer remuneração a Administrador Executivo eleito para o seu primeiro manda- to que vise compensá-lo pela cessação de funções anteriores, esta terá em consideração os interesses de longo prazo da Instituição e será sujeita às regras que em cada momento vigorem quanto a desempenho, indisponibilidade mediante retenção pela Instituição, diferimento e reversão, sem prejuízo de, conforme referido, não ser atualmente diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração.

5.2 Remuneração dos Administradores não Executivos

A remuneração dos Membros não executivos do Órgão de Administração é fixada pela Assembleia Geral, nos ter- mos da lei, dos Estatutos e do Art. 9º, nº 1, do Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agríco- la Mútuo, sem prejuízo das disposições transitórias contidas no referido Estatuto, consiste exclusivamente numa componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em catorze meses, em termos análogos àqueles em que sejam pagos aos trabalhadores da Instituição os respetivos salários, subsídios de férias e subsídios de Natal; etc.

consoante a prática da CCAM.

Acresce à referida remuneração o direito ao reembolso de despesas de serviço desde que devidamente justifica- das, nos mesmos termos em que tal é admitido à generalidade dos colaboradores da Instituição.

6. Revisor Oficial de Contas

A remuneração do Revisor Oficial de Contas é estabelecida com base nas práticas de mercado e definida no âm- bito de contrato de prestação de serviços de revisão de contas.

Política de Remuneração de Colaboradores

Dando cumprimento ao disposto no nº 3 do artigo 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, é prestada a seguinte informação, atinente à política de remuneração de colaboradores:

1. Os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011 auferem uma remuneração fixa paga 14 vezes por ano, de acordo com as condições dispostas no ACT do Crédito Agrícola, a qual pode ainda integrar um complemento remunerativo mensal fixo, estabelecido contratual- mente ou na sequência de reajustamento remunerativo casuístico.

2. Também se atribui uma ou duas horas de Isenção de horário de trabalho às funções cujo nível de respon- sabilidade e exigência de disponibilidade assim o justifique.

3. Pode ser atribuída anualmente uma remuneração variável, definida com base num processo de avaliação de um conjunto de competências críticas para a função, a qual corresponde apenas a um prémio de desempenho.

4. A metodologia e critérios de avaliação de desempenho, aprovados pelo órgão de administração, são divul- gados internamente, aprovados e aplicados de forma idêntica, para a generalidade dos colaboradores da instituição. O órgão de administração valida os resultados finais da avaliação de desempenho efetuada pela hierarquia direta dos colaboradores.

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5. Para os colaboradores em apreço a componente variável da remuneração tem tido como limite máximo 7

% da remuneração total anual (excluindo a majoração prevista no nº 4 da cláusula 71ª do ACT do Crédito Agrícola), percentagem esta que corresponde a cerca de 1 salário bruto por empregado. O limite e as orien- tações de atribuição são revistos anualmente pelo Conselho de Administração.

6. A componente variável é assim atribuída anualmente, considerando os resultados da avaliação de com- petências específicas e transversais, que permitem verificar o respeito pelas regras e procedimentos apli- cáveis à atividade, designadamente as regras de controlo interno e as que são relativas às relações com clientes e investidores. Pretende-se, deste modo, promover a sustentabilidade da instituição e a criação de valor a longo prazo.

7. A remuneração variável quando atribuída é sempre paga em numerário tendo por base o desempenho do ano transato.

8. Não é diferida qualquer parte da componente variável da remuneração, porquanto o valor desta não tem expressividade para que o seu pagamento imediato e de uma só vez possa impedir que se atinja qualquer um dos objetivos que o diferimento visaria prosseguir.

9. Atento o disposto no nº 3 do artigo 17º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, em 2017 os colabora- dores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do mesmo Aviso auferiram uma remuneração variável, inferior a um salário bruto.

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Relatório de Avaliação da Implementação Politica de Remuneração 2017

A. Enquadramento

A Política de Remuneração que vigorou na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Região do Fundão e Sabugal, CRL (doravante Caixa Agrícola) durante o ano de 2017 seguiu o disposto na legislação e regulamentação vigentes à data da sua formulação, ou seja, o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), tendo em conta as alterações neste introduzidas pelo Decreto-Lei nº 157/2014, de 24 de Outubro, e diplomas subsequentes, o Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento e do Conselho, a Directiva nº 2013/36/EU, as Orientações da EBA nº EBA/GL/2015/22 e o Aviso nº 10/2011 do Banco de Portugal, que se considera parcial- mente em vigor, na parte em que não contraria as demais normas citadas. A mesma Política foi elaborada atentas as características e a regulamentação específicas da Banca Cooperativa e o princípio da proporcionalidade, legal- mente previsto, tendo a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização para o ano de 2017 sido aprovada na Assembleia Geral de 21 de Dezembro de 2016.

Foi igualmente tido em conta o Estatuto Remuneratório do SICAM (Estatuto Remuneratório), normativo emitido pela Caixa Central nos termos do art. 69º, nº 6, do Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo e que se reveste de natureza vinculativa para todas as suas Associadas.

As Políticas de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização e de Colaboradores da Caixa Agrícola para o ano de 2017 seguiram os princípios orientadores que já tinham presidido à Politica de Remu- neração para o ano de 2016, tendo-se em consideração o enquadramento legal das políticas de remuneração in- troduzido a partir da entrada em vigor dos sobreditos Regulamento (UE) nº 575/2013 e Decreto-Lei nº 157/2014.

O presente Relatório enquadra-se nas obrigações legais e regulamentares previstas no nº 6 do art. 115º-C do RGICSF, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014 e no Aviso nº 10/2011 do Banco de Portugal, tendo em atenção que:

- O nº 6 do art. 115º-C do RGICSF dispõe que “a implementação da política de remuneração deve ser sujeita a uma análise interna centralizada e independente, com uma periodicidade mínima anual, a realizar pelo comité de remunerações, se existente, pelos membros não executivos do órgão de administração ou pelos membros do órgão de fiscalização, tendo como objecto a verificação do cumprimento das políticas e procedimentos de remu- neração adoptados pelo órgão societário competente”;

- O nº 2 do art. 14º do Aviso nº 10/2011 determina que “no desenvolvimento da avaliação referida no número anterior devem participar de forma activa as unidades responsáveis pelo exercício das funções de controlo da ins- tituição”, sendo que, por um lado, a referência feita ao Decreto-Lei nº 104/2007 no nº 1 daquele art. 14º do Aviso nº 10/2011 deve agora considerar-se como uma referência ao art. 115º-C, nº 6, do RGICSF, e, por outro lado, deve considerar-se que o referido nº 2 do art. 14º do Aviso nº 10/2011 continua a aplicar-se, nos termos acima referidos.

O período de referência deste relatório é o que decorre de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2017.

A avaliação efectuada pressupõe a análise das Políticas de Remuneração em vigor na Caixa Agrícola e da sua implementação, em especial quanto ao respectivo efeito na gestão de risco de capital e de liquidez da Instituição.

Teve-se no entanto em consideração que o disposto no Estatuto Remuneratório quanto aos valores das remune- rações dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização não foi aplicável à Caixa Agrícola no período de referência acima indicado, nos termos dos números 2 e 3 do seu art. 40º.

B. Intervenientes

Em concordância com as disposições legais e regulamentares acima citadas, as unidades responsáveis pelo exer- cício das funções de controlo da Caixa Agrícola participaram de forma activa no processo de avaliação, em arti- culação entre si e sob a orientação da entidade responsável pela avaliação.

C. Política de Remuneração de Órgãos Sociais e Colaboradores em vigor no ano de 2017

A Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização para o ano de 2017, aprovada pela Assembleia-Geral, encontra-se integralmente reproduzida no Relatório e Contas da Caixa Agrícola referente ao exercício de 2017, documento esse que será apresentado aos Associados da Caixa Agrícola na pri- meira Assembleia Geral Ordinária do ano de 2018 e do qual constarão igualmente as características essenciais da Politica de Remuneração dos Colaboradores, em cumprimento dos deveres de informação, quantitativos e

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qualitativos, consagrados no normativo aplicável.

Foi dado pleno acesso aos documentos estruturantes das Políticas de Remuneração para efeitos da elaboração do presente relatório de avaliação.

D. Descrição do Processo de elaboração do Relatório

Para efeitos da elaboração do presente relatório foram consultados e analisados os seguintes documentos e adoptados os seguintes procedimentos:

a. Documentos consultados (Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização aprovada em AG, outras deliberações, ACT, eventuais contratos firmados com as pessoas cujas remunerações são abrangi- das pela avaliação);

b. Procedimentos analisados (O processo de aprovação, processamento e registo contabilístico das remunera- ções dos Órgãos Sociais e Colaboradores abrangidos pelos deveres em matéria de política de remuneração).

O Processo adoptado teve por objectivo determinar com toda a exactidão possível qual o teor das políticas de remu- neração vigentes na Caixa Agrícola para, em função de tal determinação, não só avaliar o grau de cumprimento das mesmas, mas também verificar se as mesmas se mostram adequadas aos objectivos que prosseguem e conformes à legislação e regulamentação aplicáveis, nos termos acima referidos, e despistar eventuais desvios ou insuficiências no processo de execução da Política de Remuneração, com efeitos na gestão global de riscos da Caixa Agrícola.

Note-se que as remunerações são processadas por via de uma aplicação (CAMRH), transversal a todo o Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo e gerida centralmente pela Caixa Central, que reúne um conjunto de me- canismos de controlo específicos.

E. Conclusões

Devidamente analisadas as Políticas de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscaliza- ção e dos Colaboradores, não foram detectadas quaisquer desconformidades com o normativo aplicável, aqui se incluindo o Estatuto Remuneratório, e, devidamente analisada a implementação das mesmas Políticas, não foram identificados desvios ou incumprimentos relativamente a quanto aprovado, conforme melhor explicaremos infra.

As Políticas de Remuneração de Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e de Colaboradores que vigoraram no período a que se reporta o presente relatório não são susceptíveis de induzir distorções ao nível dos diferentes tipos de risco, considerando-se adequadas à prossecução de objectivos relacionados com a boa gestão de riscos e de capital.

A estrutura de remunerações não incentiva a assunção excessiva e imprudente de riscos e é compatível com os interesses a longo prazo da instituição.

Não se identificaram insuficiências ao nível da política, práticas e procedimentos de remuneração implementa- dos pela Caixa Agrícola.

Não se observaram deficiências estruturais e/ou organizacionais que se possam traduzir em riscos para a Caixa Agrícola, quer ao nível financeiro, quer no âmbito das normas, legislação e regulamentação em vigor.

Os Responsáveis pela Avaliação:

Os Responsáveis pela Avaliação:

O Coordenador da Avaliação Dr. Paulo Manuel Raposo Fortuna

Auditor Interno Conselho Fiscal

Dr. Viriato Francisco Teresa dos Santos

Dra. Angelina Maria Ribeiro Proença Brojo Santos Pinto Sr. João José Couto Rebordão

Compliance e Gestão de Risco Auditoria Interna

Função de Controlo

Dr. Paulo Manuel Raposo Fortuna Dr. Pedro Gonçalves

Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL.

Direcção de Auditoria Função de Controlo

Unidades Participantes na Elaboração do Relatório e Respectivas Funções:

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1. Enquadramento Macroeconómico

1.1 Economia Internacional

A economia internacional registou um desempenho robusto em 2017, beneficiando da atenuação de alguns fa- tores de risco de ordem política, de condições financeiras acomodatícias nos principais blocos desenvolvidos e da retoma do comércio internacional. Destacaram-se pela positiva as economias europeias – desenvolvidas e emergentes – e também os países asiáticos, regiões onde o crescimento esperado para 2017 tem sido revisto genericamente em alta. O ritmo de crescimento dos preços tem vindo a aumentar nos países desenvolvidos, mas aquém do desejado pelas autoridades monetárias. O Banco Mundial elevou as suas estimativas de crescimento do PIB Mundial para 3% em 2017.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

Em 2017, a economia da Zona Euro manteve-se robusta, apoiada pela manutenção das condições financeiras acomo- datícias, baixo preço dos bens energéticos, recuperação da confiança entre os agentes económicos e redução dos ris- cos políticos. Ao longo de 2017, a economia ganhou ímpeto à medida que alguns receios que limitavam o crescimento e otimismo se foram dissipando, sendo que a procura interna continuou a ser o principal impulsionador do cresci- mento, mas a recuperação das exportações, graças à retoma da economia a nível global, permitiu que o contributo da procura externa fosse igualmente positivo.

Os 19 países que compõem a Zona Euro fecharam o ano de 2017 a crescer ao ritmo mais forte em quase sete anos, fican- do o crescimento real do PIB acima dos 2% no conjunto dos países da Área do Euro. O investimento de capital também apresentou um forte crescimento em resposta à manutenção das políticas acomodatícias do Banco Central Europeu.

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Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

Com as condições económicas favoráveis na Zona Euro, a taxa de desemprego diminuiu, tendo ficado no final do ano nos 8,7%, valor que não se registava desde Janeiro de 2009. No entanto, a recuperação do emprego não foi acompa- nhado por um acréscimo nos salários. Assim, a variação anual dos preços ao consumidor manteve-se entre 1% e 2%

ao longo do ano, tendo encerrado 2017 em 1,4%, valor que se situa ainda abaixo da meta do BCE.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

O BCE decidiu manter as principais taxas diretoras inalteradas ao longo de todo o ano, em 0% no caso da taxa princi- pal de refinanciamento, em -0,4% no caso da taxa dos depósitos, e em 0,25% no caso da taxa de cedência de fundos.

Relativamente ao plano de compra de ativos, em Abril, os montantes das compras mensais foram reduzidas para 60 mil milhões de euros, menos 20 mil milhões do que anteriormente. Em Outubro, em resposta às condições económicas favoráveis, o BCE decidiu cortar o seu programa de compras de obrigações para metade, i.e., 30 mil milhões de euros mensais a partir de Janeiro de 2018, tendo ficado expresso que este nível seria mantido até Setembro de 2018.

A economia americana acabou o ano de 2017 num ritmo forte, sendo estimado um crescimento de 2,3% do PIB, apro- veitando a continuação de uma dinâmica positiva registada no segundo e terceiro trimestres do ano, com os números dos mercados de capitais, confiança dos consumidores e de emprego a apresentarem os melhores resultados dos últimos anos – em alguns casos, de sempre.

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A taxa de desemprego ficou nos 4,1% perto do final do ano, sendo este o valor mais baixo em quase 17 anos. Os gan- hos no mercado de trabalho foram consistentes e os empregadores estiveram ativamente a recrutar para preencher as vagas em todo o país. Esta dinâmica de recuperação do mercado de trabalho suportou o consumo privado. Num ambiente de maior confiança quanto à evolução da procura interna e externa assistiu-se também à recuperação do investimento que, numa primeira fase, se focou no sector energético, estendendo-se depois a outros sectores, nomea- damente à atividade industrial.

Em Dezembro, a inflação nos EUA registou a maior subida em 11 meses, com a inflação subjacente a subir para os 1,8%

em termos homólogos, impulsionada pelo sector automóvel, imobiliário e de transportes.

Já a encerrar o ano, a aprovação da reforma fiscal veio dar suporte à permanência de um cenário de crescimento em 2018. Os objetivos do plano são estabelecer um conjunto de cortes permanentes de impostos para empresas e indi- víduos e simplificar o regime de deduções e créditos concedidos às famílias e empresas, eliminando ou reduzindo algumas das deduções agora previstas como forma de financiar a redução de impostos.

A Reserva Federal Americana subiu a sua taxa de benchmark 3 vezes ao longo de 2017, estando esta atualmente no intervalo entre 1,25 e 1,50%.

1.2 Economia Nacional

A economia portuguesa, em 2017, cresceu mais do que o conjunto dos países da Zona Euro (2,60% versus 2,40%), algo que já não acontecia desde 1999, beneficiando do fortalecimento da procura interna e do desempenho favorável das exportações associado ao bom momento económico dos principais parceiros comerciais.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

Na procura interna, o consumo privado beneficiou da recuperação do emprego e do rendimento disponível, tendo registado um crescimento médio anual de 2,2%. Já o investimento beneficiou da permanência dos baixos custos de financiamento e do fortalecimento da procura global que contribuiu para a recuperação da capacidade produtiva ins- talada, a qual se situava em 81,8% no 3º trimestre de 2017, valor acima dos 80,6% da média de longo prazo. Assim, o investimento registou um crescimento médio anual de 10,3% nos três primeiros trimestres do ano, depois de, durante o mesmo período de 2016, ter estagnado, tirando partido do investimento realizado pelo sector privado. O contributo da procura externa foi positivo, com as exportações nacionais a ficarem acima das importações. As exportações na- cionais atingiram os 42% do Produto Interno Bruto em 2017 (que compara com 39,9% do PIB em 2016), um sinal da resiliência da economia nacional face a uma evolução na política monetária europeia.

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Fonte: Banco de Portugal (Dezembro 2017), Banco Central Europeu (Dezembro 2017) e Bloomberg (Janeiro 2018) tav: Taxa anual de variação; vma: variação média anual

Os principais indicadores económicos divulgados, no que se refere ao último trimestre do ano, sugerem um crescimento sólido e superior à Zona Euro que contribui para a redução do gap de riqueza por habitante entre Portugal e a região da moeda única.

A taxa de desemprego nacional registou um das descidas mais acentuadas entre os países da Europa, situando-se no final de 2017 perto dos 9,1% (11,0% em 2016).

O ritmo de crescimento dos preços ao consumidor registou, ao longo do ano, um movimento de gradual acelera- ção. Esta dinâmica foi particularmente alimentada pela subida dos preços dos bens energéticos, cujo contributo para a taxa de inflação média anual foi ganhando importância ao longo do ano. O assinalável dinamismo regis- tado no turismo teve impacto nos preços praticados no sector hoteleiro e, consequentemente, contribuiu para a aceleração da inflação durante o ano. Contudo, em Dezembro, a taxa estabilizou em 1,5% (1,2% de excluirmos energia e alimentação), tendo-se verificado maior agravamento de preços nos transportes, restaurantes e hotéis (mais de 3% face ao mesmo período do ano anterior).

Indicadores macroeconómicos (2015-2017)

2015 2016 2017

Procura Externa tav 3,8 2,0

EUR/USD Taxa de Câmbio 1,09 1,05 1,20

Preço do Petróleo (Brent, USD por barril) 51,2 58,5 66,4

Produto Interno Bruto tav 1,6 1,5 2,6

Consumo Privado tav 2,6 2,1 2,2

Consumo Público tav 0,8 0,6 0,1

Formação Bruta de Capital Fixo tav 4,5 1,6 8,3

Exportações tav 6,1 4,1 7,7

Importações tav 8,2 4,1 7,5

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor tav 0,5 0,6 1,6

Taxa de Poupança (%) vma 7,0 5,0 4,4

Taxa de Emprego % 57,5 59,1 61,0

Taxa de Desemprego % 12,4 11,0 9,1

Remunerações por Trabalhador (sector privado) tav 0,4 2,1 2,0

Balança Corrente e de Capital (%PIB) tav 1,7 1,7 1,5

Balança de Bens e Serviços (%PIB) tav 1,8 2,2 1,8

Taxa de referência do BCE (média) % 0,05 0,00 0,00

Euribor 3 meses (média) % 0,00 -0,27 -0,33

Yield das OT Alemãs 10 anos (média) % 0,63 0,20 0,35

Yield das OT Portuguesas 10 anos (média) % 2,52 3,76 1,94

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Fonte: Banco de Portugal, Janeiro 2018

O défice do conjunto das Administrações Públicas fechou o ano de 2017 em 2.574 milhões de euros, o que se traduziu numa melhoria de 1.607 milhões de euros face a 2016. Apesar da redução do défice em contabilidade pública entre 2016 e 2017, o seu valor em termos brutos ficou 104 milhões de euros acima da meta traçada. Em Outubro, aquando da atualização das estimativas para o ano de 2017 (O. E. 2018), o Governo fixou a meta do défice para 2017 em 1,4%. Posteriormente, o Governo tem vindo a apontar para objetivos mais ambiciosos, com o primeiro-ministro, António Costa, a adiantar que o défice do ano de 2017 terá ficado em torno de 1,2% do PIB.

1.3 Mercado Bancário Nacional

O ano de 2017 ficou marcado pela conclusão de vários processos de reforço de capital e de reestruturação em alguns dos principais bancos a operar no mercado nacional, realçando-se mudanças na gestão e nas estruturas de controlo acionista. Em termos sucintos, temos: a operação de aumento de capital no BCP (1,3 mil milhões de euros) com a entrada de um novo acionista (Fosun); a conclusão da 2ª fase do plano de recapitalização da CGD, com a injeção de 2,5 mil milhões de euros no capital do banco público; a conclusão da oferta pública de aquisição lançado pelo CaixaBank sobre o capital do BPI (adquirindo uma posição maioritária de 84,52%); a conclusão da alienação de 75% do capital do Novo Banco ao Fundo Lone Star, mantendo-se os restantes 25% como proprieda- de do Fundo de Resolução; e o processo de integração do Banco Popular Portugal no Santander Totta, resultado do processo de resolução e venda do Banco Popular ao Banco Santander.

1.3.1 Evolução do mercado nacional de depósitos (Dezembro 2012 – Dezembro 2017)

Segundo a informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal, o volume de depósitos aumentou 2,8% em 2017 face a Dezembro de 2016. Para essa evolução contribuiu o acentuado crescimento dos depósitos de empresas em 14,9% (+5,9 p.p. que em 2016), sendo que nos particulares ocorreu uma estagnação no volume de depósitos 0,0% (-1,0 p.p. que em 2016).

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1.3.2 Evolução do mercado nacional de crédito (Dezembro 2012 – Dezembro 2017)

Ao invés, o crédito bruto total concedido a clientes registou um decréscimo de 2,8% em Dezembro de 2017 face ao registado no final de 2016, em parte justificado pela alienação de carteiras de crédito não produtivo (NPL) verificada em várias instituições do sector bancário. A quebra mais significativa verificou-se no crédito a empre- sas (-5,5%), mas também foi assinalada uma redução no crédito a particulares (-1,0%), ambos face a Dezembro de 2016.

De acordo com a informação divulgada pelo Banco de Portugal, entre Dez.2016 e Dez.2017, o crédito total re- duziu 2,8%.

Analisando detalhadamente o crédito a particulares, verifica-se que o decréscimo se deveu essencialmente à di- minuição do crédito à habitação (-1,4% em Dezembro de 2017 face a Dezembro de 2016) que representa 81,3%

do total do crédito a particulares. Relativamente ao crédito vencido de clientes particulares, este situou-se nos 3,8%, agravado, principalmente, pelo crédito a outros fins que, ainda assim, tem vindo a perder peso no agrega- do de crédito (-13,0% em Dezembro de 2017 face a Dezembro de 2016).

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“No caso do crédito a empresas, o decréscimo de 5,5% deveu-se principalmente à redução do crédito a empresas do sector do transporte e armazenagem, construção, e energia. Nos sectores da agricultura e pescas, indústrias extrativas, alojamento e restauração e atividades imobiliárias foi possível verificar um aumento do crédito con- cedido (3,0%, 7,8%, 1,4% e 4,3%, respetivamente).

Relativamente ao crédito vencido a empresas, este situou-se nos 12,7%, sendo que os sectores com maior in- cumprimento continuam a ser o da construção, das atividades imobiliárias e do comércio, que mantêm elevada representatividade no total do crédito a empresas.”

Evolução do mercado de crédito a particulares por tipologia - Dez.2017

Tipologia Volume de crédito (M€) Var. Homóloga Peso total % Crédito vencido %

Habitação 93.216 -1,4% 81,3% 2,1%

Consumo 13.857 11,1% 12,1% 4,6%

Outros fins 7.616 -13,0% 6,6% 22,4%

Total 114.689 -1,0% 100% 3,8%

Fonte: Banco de Portugal

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1.4 Mercados Financeiros

Mercados acionistas

O mercado de ações americano fixou sucessivos máximos históricos ao longo de 2017, com o Dow Jones a bater pela primeira vez os 20.000 pontos em Janeiro, 21.000 em Março, 22.000 em Agosto e finalmente 24.000 no último dia de Novembro, tendo terminado o ano nos 24.719,22 pontos. Já o S&P 500 arrecadou uns impressio- nantes 62 novos recordes em 2017, encerrando o ano nos 2.673 pontos. Os níveis de confiança das empresas e dos consumidores mantiveram-se em níveis elevados ao longo do ano. Os líderes deste crescimento foram sem dúvida os grandes nomes do sector tecnológico como a Amazon, Facebook, Apple, Microsoft e Alphabet.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

Com desenvolvimentos políticos favoráveis e dados económicos fortes, o mercado de capitais na Europa também se valorizou. Os investidores ficaram aliviados em Maio quando Emmanuel Macron ganhou as eleições francesas, no entanto, mais tarde, as preocupações voltaram com a incerteza política na Alemanha e em Espanha. O Stoxx 600 encerrou o ano a avançar 7,68%. Na Alemanha, apesar da incerteza política na segunda metade do ano, o DAX ganhou 12,51%. Nos periféricos, o PSI 20 encerrou o ano a subir 15,15% e a Borsa Italiana 13,61%. O IBEX 35 teve uma performance inferior, penalizado pela crise da Catalunha tendo, ainda assim, registado uma valori- zação de 7,4%.

Mercados monetários - Taxas de câmbio e taxas de juro de referência

No que diz respeito às principais moedas, o ano de 2017 foi um ano de valorização do euro relativamente às moedas rivais. Ao longo do ano, o euro registou uma apreciação acumulada de 14,15% face ao dólar, 9,16% face ao franco suíço, 10% face ao iene japonês e 4% face à libra esterlina. No início do ano com o EUR/USD nos 1,052 dólares, referia-se como provável a paridade entre as duas moedas. No entanto, o par fechou o ano a 1,20 dólares, valor que não era verificado desde 2015. Efetivamente, as expectativas quanto à solidez do crescimento da Zona Euro e quanto à remoção das medidas monetárias não convencionais levaram à maior procura do euro contra as restantes moedas.

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Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

Segundo o Bank of International Settlements, o dólar continua a ser a moeda dominante em mais de 80% das transações cambiais. Com as expectativas de maior suporte ao crescimento por parte das políticas da nova Admi- nistração a desvanecerem-se à medida que o tempo ia passando, nomeadamente com o adiamento dos planos de obras públicas e de introdução de um novo pacote fiscal, a moeda norte americana foi perdendo força ao longo do ano. Em termos políticos, foi igualmente significativa a forte oposição do Congresso às medidas prometidas em campanha eleitoral, como o fim imediato do programa conhecido por Obamacare. Quanto à política monetá- ria, a Fed prosseguiu o ciclo de subida das taxas de juro que, embora tenha ampliado o diferencial de juros para o euro, não trouxe uma significativa apreciação da moeda, visto que os movimentos já tinham sido antecipados pelos mercados e tornaram-se num não-evento.

A libra acabou por ter um comportamento de maior estabilização no segundo semestre do ano, depois do movi- mento de depreciação que ocorreu entre Maio e Agosto. Ao longo de 2017, o comportamento da libra foi condi- cionado pelo Brexit e os avanços e recuos decorrentes de todo o processo. Até à data de Março de 2019, data final para o divórcio definitivo do Reino Unido da EU, será sempre um dos principais fatores de mercado.

No mercado monetário, a taxa Euribor a 1 mês apresentou uma tendência de subida encerrando o ano de 2017 a -0,368% e a Euribor a 1 ano desceu, fechando o ano em -0,186%.

Matérias-primas

O mercado do petróleo teve alguns fatores relevantes que condicionaram de forma significativa a sua evolução ao longo de 2017. Do lado dos produtores, esteve a preocupação para com um maior equilíbrio entre a oferta e a procura, uma vez que o desfasamento existente estaria a colocar em risco a evolução dos preços. O petróleo ini- ciou o ano perto dos $60, com fortes expectativas de retoma e reforço do consumo ao longo do ano de 2017. No entanto, o ciclo de crescimento em curso nos vários blocos não iria trazer acréscimos significativos da procura, havendo até, durante algum tempo, dúvidas em relação ao crescimento da atividade na China. Face à possibili- dade de ocorrer um abrandamento mais expressivo do crescimento chinês, surgiram reações negativas nos mer- cados de commodities. O petróleo chegou a registar um mínimo de $44 no final de Junho. Na segunda metade do ano houve uma recuperação dos preços do petróleo, com a maior visibilidade nos cortes de produção na OPEP e com a perspetiva de um aumento do consumo no ano seguinte. Assim, a tendência de subida dos preços foi surgindo de forma consistente e sistemática, levando o petróleo a encerrar o ano em torno dos $66.

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Mercado obrigacionista

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

O mercado obrigacionista continuou condicionado pela permanência de políticas monetárias acomodatícias e baixos níveis de inflação. Estes fatores limitaram o movimento de subida das yields dos principais benchmarks na Zona Euro e EUA que, embora tenham recuperado dos mínimos registados no ano anterior, se mantiveram em níveis historicamente muito baixos.

Já entre os países da periferia da região da moeda única, foram verificados movimentos mais significativos, no- meadamente no caso da dívida pública nacional, que beneficiou do facto de duas agências de notação financeira terem elevado a avaliação do risco, voltando a colocar Portugal na classe de investimento. Nos 10 anos a yield portuguesa desceu dos 3,76% para os 1,94%, com o spread face à dívida alemã no mesmo prazo a cair para os 152 pontos.

Contrariamente, Espanha e Itália viram as suas yields subir face ao seu valor de fecho de 2016, tendo as yields fechado 2017 a 1,56% e 2,29%, respetivamente, no prazo dos 10 anos. Em Espanha, a instabilidade política decorrente da situação da Catalunha e os receios quanto às consequências económicas prejudicaram as yields espanholas. Em Itália, os receios concentraram-se em torno das próximas eleições nacionais onde o Movimento 5 Estrelas tem aparecido bem posicionado nas sondagens.

A yield do Bund alemão a 10 anos transacionou num intervalo entre 0,18 e 0,60%, continuando condicionado pelo programa de compra de ativos do BCE e também pelo baixo nível de oferta, reflexo da sua saudável situação fiscal.

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1.5 Principais Riscos e Incertezas para 2018

Para 2018, a maior fonte de incerteza está relacionada com o impacto da reversão das políticas monetárias aco- modatícias dos Bancos Centrais na economia mundial e nos índices de confiança dos agentes económicos, no- meadamente relacionado com a indecisão em torno do término do programa de compra de ativos do Banco Cen- tral Europeu e no aumento das taxas de juro da Reserva Federal. Acresce que a instabilidade geopolítica (oriunda do Brexit e da crise na Catalunha, do resultado das próximas eleições em Itália, e dos efeitos que poderão advir da nova política expansionista e da reforma fiscal de Donald Trump) pode constituir um fator determinante em 2018, particularmente tendo em consideração a crescente tensão entre EUA e China. O panorama do comércio mundial poderá sofrer alterações em 2018, permanecendo incertos os movimentos no mercado cambial, após a queda registada no início de 2018 do dólar, a valorização do euro face a uma expectável retoma das economias europeias, e o interesse potencial de alguns players mundiais na classificação do Renminbi como a primeira moeda no comércio de petróleo.

Em 2018, o papel da regulação e supervisão adquire uma relevância elevada no sector financeiro, no panorama europeu, através do Banco Central Europeu e da Autoridade Bancária Europeia, como também no sistema ban- cário nacional por intermédio do Banco de Portugal. Esta atuação mais rigorosa é justificada não apenas pela tentativa de garantir maior resiliência das instituições financeiras face a futuras crises, mas também pela neces- sidade de regular o surgimento de novos players (ex. fintechs) no mercado bancário europeu.

Os maiores desafios da banca nacional para 2018 estão relacionados com:

I. A melhoria da rentabilidade do negócio bancário, por via:

(I) Do aumento da eficiência operacional e controlo de custos, nomeadamente através do esforço de digitali- zação e robotização das operações;

(II) Da resolução adequada dos stocks de crédito não produtivo; e, (III) Da revisão da oferta e dos serviços prestados aos clientes.

II. A pressão sobre o capital e liquidez, por via:

(I) Da dificuldade na captação de capital privado (apesar dos resultados positivos apresentados pela banca nacional e a capacidade de geração de resultados via capital interno) e da dificuldade de implementar, com sucesso, os investimentos e parcerias necessárias para operar numa indústria com ameaças e em perma- nente mutação (ex. digital, regulação); e,

(II) de compliance, com novas exigências relacionadas com os requisitos de absorção de risco (ex. Basel IV, MREL), de alavancagem e de liquidez (ex. LCR, NSFR).

III. A adaptação às novas exigências regulatórias e assegurar a sua observância, os demais requisitos requeridos às instituições financeiras visam não só a maior defesa dos direitos do consumidor (ex. GDPR, PSD2, DMIF2), como também assegurar maior prudência e segurança na condução da atividade bancária (ex. IFRS9, PBC/FT);

IV. A revisão dos modelos de negócio, ajustando-os às novas exigências dos consumidores (ex. mobile banking, serviço 24/7, procedimento de abertura de conta e concessão de crédito online) e às alterações de contexto (ex. surgimento das fintechs no contexto do open banking).

(29)

2. Crédito Agrícola: Evolução Recente

2.1 Resultado E Balanço

2.1.1 Análise Financeira do Negócio Bancário do Grupo CA (SICAM)

Nota: Os dados económico-financeiros apresentados para o SICAM (Caixa Central e Caixas Associadas), referen- tes ao exercício de 2017, constituem valores provisórios e não auditados.

 

Balanço

Em  milhares  de  euros

Abs. %

Activo

Disponibilidades 415.824 480.485 64.661 15,5%

Aplicações  em  Instituições  de  Crédito 6.035 6.957 922 15,3%

Crédito  a  Clientes  (líquido) 7.997.636 8.782.890 785.254 9,8%

Crédito  a  Clientes  (bruto) 8.713.284 9.435.024 721.740 8,3%

Provisões  /  Imparidades  Acumuladas 715.648 652.134 -­‐63.514 -­‐8,9%

Aplicações  em  Títulos  (líquido) 5.311.976 6.031.113 719.138 13,5%

Activos  não  correntes  detidos  para  venda 395.045 334.274 -­‐60.770 -­‐15,4%

Invest.  Filiais,  Tangíveis  e  Intangíveis 320.780 314.505 -­‐6.275 -­‐2,0%

Outros  Activos 433.319 486.886 53.567 12,4%

Total  Activo 14.880.614 16.437.110 1.556.496 10,5%

Passivo

Recursos  de  bancos  centrais  e  OIC 1.578.903 1.935.086 356.182 22,6%

Recursos  de  Clientes 11.770.738 12.638.189 867.451 7,4%

Passivos  Subordinados 116.534 106.782 -­‐9.752 -­‐8,4%

Outros  Passivos 187.064 312.860 125.796 67,2%

Total  Passivo 13.653.239 14.992.916 1.339.677 9,8%

Capitais  Próprios 1.227.375 1.444.194 216.819 17,7%

Total  do  Capital  Próprio  +  Passivo 14.880.614 16.437.110 1.556.496 10,5%

2016 2017 Variação

(30)

 

Demonstração  de  Resultados Em  milhares  de  euros

Abs. %

Juros  e  rendimentos  similares 396.270 407.803 11.534 2,9%

Juros  e  encargos  similares 120.256 118.124 -­‐2.132 -­‐1,8%

Margem  Financeira 276.013 289.679 13.666 5,0%

Comissões  líquidas 138.192 148.122 9.930 7,2%

Result.  de  operações  financeiras 38.561 79.382 40.821 105,9%

Outros  resultados  de  exploração  (*) 21.766 15.473 -­‐6.294 -­‐28,9%

Produto  Bancário 474.532 532.655 58.124 12,2%

Custos  de  Estrutura 313.331 316.435 3.104 1,0%

Custos  de  pessoal 175.410 176.753 1.343 0,8%

Gastos  gerais  administrativos 124.682 127.193 2.511 2,0%

Amortizações 13.238 12.488 -­‐750 -­‐5,7%

Provisões  e  imparidades 56.123 14.563 -­‐41.561 -­‐74,1%

Resultado  antes  de  impostos 105.078 201.658 96.580 91,9%

Impostos,  após  correc.  e  diferidos 33.020 54.027 21.006 63,6%

Resultado  Líquido 72.057 147.631 75.574 104,9%

Variação

2016 2017

(*)  Inclui  rendimentos  de  instrumentos  de  capital,  resultados  de  reavaliação  cambial,  resultados  de  alienação  de  outros   activos  e  outros  resultados  de  exploração.

Em 2017, o Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido proveniente do negócio bancário (SICAM) de cerca de 147,6 milhões de euros, que representa um aumento de 75,5 milhões de euros face aos 72,1 milhões de euros alcançados em 2016.

(31)

Valores em milhões de euros 31-mar-17 30-jun-17 30-set-17 31-dez-17

Caixas Associadas 22,8 41,6 68,5 89,4

Caixa Central 0,8 8,2 46,3 55,2

SICAM (Consolidado) 23,5 43,6 119,3 147,6

Evolução do Resultado Líquido

O resultado líquido registado no SICAM em 2017 é significativamente superior ao do ano anterior, em parte justificado pelo aumento do produto bancário que verificou um aumento de 58 milhões de euros (+12,2%).

Este aumento resulta de um acréscimo verificado nas principais componentes do Produto Bancário, designada- mente nos resultados de ativos financeiros (+105,9%), da margem financeira (+5,0%) e das comissões líquidas (+7,2%).

Valores em milhões de euros, excepto percentagens

2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %

Margem Financeira 245 276 290 14 5,0%

Margem Complementar, da qual: 258 199 243 44 22,4%

Comissões líquidas 130 138 148 10 7,2%

Resultado de operações financeiras 99 38,6 79,4 41 105,9%

Outros resultados de exploração 29 22 15 -6 -28,9%

Produto Bancário 503 475 533 58 12,2%

Decomposição do Produto Bancário - SICAM

A margem financeira do SICAM aumentou 5,0%, passando de 276 milhões de euros em 2016 para 290 milhões de euros em 2017, tendo esta variação positiva sido resultante do efeito da redução das taxas de remuneração dos novos depósitos e das revisões nas renovações, ainda que este efeito tenha sido atenuado com o aumento do volume de depósitos face ao período homólogo.

No ano de 2017, as taxas de referência (EURIBOR) mantiveram uma tendência de queda, em resultado da maior liquidez existente na economia europeia promovida pelas políticas monetárias de quantitative easing do BCE.

Deste modo, a taxa de remuneração dos recursos das Caixas Associadas na Caixa Central foi ajustada à evolução das taxas praticadas no mercado.

Valores em milhões de euros, excepto percentagens

2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %

Custos de Estrutura 301 313 316 3 1,0%

Custos de Pessoal 167 175 177 1 0,8%

Gastos Gerais Administativos 121 125 127 3 2,0%

Amortizações 13 13 12 -1 -5,7%

Evolução dos Custos de Estrutura - SICAM

Quanto aos custos de estrutura do SICAM, verificou-se um aumento de 1,0% (3,1 milhões de euros). Este agrava- mento justifica-se pelo aumento dos custos com o pessoal em 1,3 milhões de euros (+0,8%) e dos gastos gerais administrativos em 2,5 milhões de euros (+2,0%).

(32)

Valores em milhões de euros, excepto percentagens

2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %

Correcção de valor em crédito de clientes 82 -8 -3 4 -57,5%

Imparidade de outros activos 45 64 18 -46 -72,1%

Provisões e imparidades do exercício 127 56 15 -42 -74,1%

Provisões e imparidades (stock) 852 716 652 -64 -8,9%

Rácio de cobertura do crédito vencido 128% 131% 124% -6,68 p.p. -

Evolução das Provisões/Imparidades

Nas contas de 2017, é possível verificar que foram constituídas provisões e imparidades líquidas no valor de 15 milhões de euros, o que representa uma redução de 42 milhões de euros face a 2016. Em relação ao rácio de co- bertura do crédito vencido registou-se uma redução, passando de 131% em 2016 para 124% em 2017, em linha com a evolução verificada nos parâmetros de risco que beneficiaram da retoma económica.

Valores em milhões de euros, excepto percentagens

2015 2016 2017 Δ Abs. Δ %

Crédito total sobre clientes 8.430 8.713 9.435 722 8,3%

Crédito e juros vencidos (total) 668 547 525 -22 -4,0%

Relativamente à estrutura de balanço, registou-se um aumento de 10,5% no ativo total do SICAM que passou de 14.881 milhões de euros em 2016 para 16.437 milhões de euros em 2017, contribuindo para este crescimento do ativo líquido o aumento do crédito a clientes de 9,8% (785 milhões de euros) e o aumento das aplicações em títulos (+696 milhões de euros).

O crédito a clientes consolidado aumentou 8,3%, com o crédito a empresas e administração pública a crescer 11,3% e o crédito a particulares a crescer 4,6% face a 2016.

“Relativamente ao Crédito Vencido do SICAM, verificou-se uma redução de 6.53% no final de 2016 para 5,67%

no final de 2017 e o Crédito Vencido Liquido registou um aumento de 1,14% para 2,28% de 2016 para 2017.”

Referências

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