SINPREV- Sindicato Nacional dos Participantes das Entidades Fechadas de Previdência Complementar
Ao
Ministério da Economia
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho
Esplanada dos Ministérios, Bloco F, Edifício Anexo, Ala A, Térreo, CEP 70059-900. Brasília-DF
Assunto: Anteprojeto de alterações do marco regulatório – Projeto IMK Alterações das Leis Complementares 108 e 109
Prezado Senhor Secretário;
1. Através de publicações nas mídias sociais e em sitios, tomamos conhecimento de anteprojeto sendo preparado pelo grupo denominado Iniciativas de Mercado de Capitais do Ministério da Economia – IMK-ME, que altera o marco regulatório consolidado nas Leis Complementares 108 e 109 de 31/05/2001.
2. A percepção é de que, da necessária regulamentação do art. 33 da Emenda Constitucional 103 de 12/11/2019, caminha-se para a alteração de marco consolidado que protege participantes e assistidos das entidades fechadas de previdência complementar, sem que a referida emenda determine tal amplitude de alterações.
3. Desta forma, e em nome dos filiados do SINPREV – SINDICATO NACIONAL DOS PARTICIPANTES DE ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDENCIA COMPLEMENTAR, vimos manifestar nossa preocupação com referido Projeto que contem dispositivos que podem prejudicar os Participantes das entidades fechadas de previdência complementar.
4. O foco de nossas inquietudes, basicamente, se resume nos seguintes pontos:
Principais alterações na Lei Complementar n° 108 de 31/05/2001, segundo as fontes citadas ao final:
1. Acaba a carência de 60 contribuições para o participante se tornar elegível ao benefício de renda, o que pode reduzir a duration dos planos de
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benefícios, dotando-os de elementos mais financeiros do que previdenciários;
• NOTA 1: O duration tem impacto na amortização dos Planos de Equacionamento de Déficits, entre outros impactos, podendo agravar a situação financeira de assistidos e participantes que venham ser atingidos por novos planos de equacionamento de déficits;
• NOTA 2: Sem a carência, há impacto na fase de acumulação e pode ocorrer saída prematura de recursos nas entidades.
2. Restringe o caráter previdenciário dos planos de benefício definido administrados pelas EFPC e afasta as Entidade Abertas dos principais riscos do sistema;
3. Adota a possibilidade de multiplicidade de opções previdenciárias, que tende a aumentar os custos e a complexidade de gestão por parte do patrocinador, resultando no seu distanciamento do tema, como ocorre com a saúde suplementar no âmbito dos servidores públicos federais;
• NOTA: Reduz o envolvimento do patrocinador que atualmente tem responsabilidades claras na Supervisão das EFPC;
4. Impede que as entidades fechadas administrem benefícios de risco – morte e invalidez – caracterizando reserva de mercado para as seguradoras;
• NOTA: traduz redução de direitos nas EFPC e ampliação dos interesses das seguradoras, que visam lucro, ao contrário das EFPC;
5. Retira do Conselho Deliberativo – que conta com a participação de representantes dos participantes e assistidos – a prerrogativa de autorizar operações de investimentos cujos valores sejam iguais ou superiores a 5%
dos ativos garantidores, remetendo o assunto para a política de investimentos;
• NOTA: Grave retrocesso na Governança e redução dos poderes dos Conselhos Deliberativos
Este documento foi assinado eletronicamente por Rogério Ulisses Guimarães.
Para verificar as assinaturas vá ao site https://www.portaldeassinaturas.com.br e utilize o código 8409-07B4-3C7D-0318.
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• NOTA: Cria um “faz de conta” de que existe paridade de Gestão, consolidando a prática então existente nas EFPC.
Principais alterações na Lei Complementar n° 109 de 31/05/2001, segundos as fontes abaixo citadas:
6. Inclui na Lei a prerrogativa da inscrição automática, o que pode ser questionável no âmbito dos patrocinadores privados, resultando em barreira de entrada de novos patrocinadores;
7. Faculta a redução de benefícios concedidos (desde que haja anuência dos assistidos), o que gera precedente grave ao afrontar o princípio do direito adquirido;
• NOTA: Alteração de alto risco e impacto, sob o impoluto argumento da “anuência”, quando se sabe que grande parte dos assistidos são hipossuficientes e presas fáceis do poderoso marketing do “sistema”, além de se tratar de mais uma ameaça ao direito adquirido;
8. Desloca para o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), ou seja, para o Poder Executivo) várias atribuições atualmente constantes da lei (Poder Legislativo), o que pode fragilizar o sistema, face à ausência do processo democrático parlamentar para regulação do segmento;
• NOTA 1: Ressalta-se o já precário quadro de representação dos participantes no CNPC, pois os milhares de participantes possuem apenas um voto no CNPC, para contrapor todos os votos dos patrocinadores e das Entidades (representados na prática pela ABRAPP) além dos demais votos do setor público;
ou seja, mesmo com a atual desequilíbrio de representação no CNPC, amplia-se o poder deste Conselho, sem necessidade e sem determinação legislativa;
• NOTA 2: seria desejável que, uma vez que se propõe alterar o marco regulatório, que se definisse com mais clareza a responsabilização dos órgãos reguladores, quando falham na execução dos seus papeis, quer seja por ação ou por omissão, conforme inúmeros registros de denúncias formuladas por participantes e assistidos, e que acabam sem o tratamento devido.
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9. Inclui a possibilidade de liquidação judicial das EFPC, o que amplia a insegurança jurídica das relações previdenciárias - uma entidade poderia ser liquidada mediante decisão judicial; um retrocesso para o qual não vemos objetividade diante do marco regulatório atual;
10. Cria Comitês externos de assessoramento das entidades, tema polêmico por representar um deslocamento de competência dos órgãos estatutários atuais das EFPC (Diretoria, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal), com o agravante de não haver paridade em sua composição vez que prevê a presença majoritária de representantes governamentais:
• NOTA: consolida-se mais um ataque à Governança e Gestão das EFPC.
5. No nosso entendimento, o Projeto deveria focar somente na regulamentação do art. 33 da Emenda Constitucional 103, deixando a cargo de outros projetos de Lei eventuais ajustes no marco regulatório, expresso nas Leis Complementares 108 e 109, de forma possibilitar debate ampliado e necessário no Parlamento Brasileiro.
6. Diante do exposto, no momento em registramos nossas preocupações com o referido Projeto e certos do devido encaminhamento por V.Exa. nos colocamos ao inteiro dispor para participarmos destes estudos visando contribuir, e por consequência, proteger os interesses de nossos filiados/associados.
Atenciosamente,
Rogério Ulisses Guimarães Vice-Presidente
Presidente em exercício
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77FE5B9C17AFAB44D1A047B88B912256CE8B41B65BE5A7AAC4C99B996126B684 O(s) nome(s) indicado(s) para assinatura, bem como seu(s) status em 24/09/2021 é(são) :
Rogerio Ulisses Guimaraes (Signatário) - 149.725.141-91 em 23/09/2021 17:37 UTC-03:00 Tipo: Assinatura Eletrônica
Identificaçao: Por email: rogeruli.guima@gmail.com Evidências
Client Timestamp Thu Sep 23 2021 17:37:57 GMT-0300 (Horário Padrão de Brasília)
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