EDITOR IAL
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Artigo 1 º da Lei nº 8.142 de 28/12/90, define as instâncias cole giadas do SUS e, estabelece os objetivos da Conferência de Saúde.Está expresso, muito explicitamente, que a conferência de Saúde é a reunião da "representação dos vários segmentos sociais para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a polftica de saúde".
Parece descabido que a representação dos segmentos sociais teve que se organizar e reivindicar, ao Executivo, o cumprimento da Lei.
No entanto, os "vários segmentos sociais" se viram na obrigação ci vil de buscar fazer valer o que está consignado na Lei; reivindicar a reali zação da 9ª Conferência Nacional de Saúde, ao Ministério da Saúde. E não foi fácil e, nem tão pouco uma ação sem ónus e custos (polfticos e financeiros) para todos que se empenharam neste processo. A suspensão da 9ª CNS foi justificada pelo Ministério da Saúde pela inexistência de recursos financeiros. No momento da decisão Ministerial quase todos os Municfpios e Estados da Federação já tinham realizado suas Conferên cias Estaduais. Em todas estas "instâncias" recursos públicos tinham si do gastos e os "segmentos sociais" já tinham se mobilizado na direção do cumprimenro de um dever/direito conquistado: avaliar a situação e propor as diretrizes de polfticas de saúde do Pafs.
Suspender a 9ª CNS, constituiu no mfnimo: um desperdfcio do di nheiro público (Estados e Municfpios já haviam realizado suas conferên cias); um desrespeito às leis do Pafs; e, uma cassação de direitos polfti cos sociais. O Conselho Nacional de Saúde (CNS), reorientou o processo e indicou a manutenção da
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CNS para o perfodo de 9 a13
de dezem bro/91. Os Estados, através do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) reinterou a decisão do CNS.A realização da
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CNS, se concretizada, representará mais uma conquista do direito de cumprir um dever. Entre tantas outras, a Asso ciação Brasileira de Enfermagem foi parceira social e polftica da defesa e garantia deste direito.Na perspectiva da construção de outros parâmetros para a vida quo tidiana de cada um e de todos e, de reorientação das práticas de saúde e, de enfermagem, a ABEn tem assumido "frentes de trabalho", como parte de um processo maior de sociedade e, em particular, da enfermagem, no que lhe
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próprio e inerente. Com base nos princfpios que orientam o "Plano de Trabalho" da Entidade, algumas "conquistas" podem ser con tabilizadas,à
exemplo da defesa da realização daIX
CNS: a conquista de um convênio com o Ministério da Saúde, onde está consignada uma contra-proposta ao Programa Nacional de Agentes Comunitários (indi cando a profissionalização destes e dos trabalhadores de Enfermagem sem qualificação, já inseridos na produção de serviços de saúde, como auxiliar de enfermagem); a conclusão do processo de reformulação do currículo mínimo para a formação do enfermeiro (protocolada no Ministé rio da Educação); a regularização da REBEn; a consolidação do Fórum Nacional de Entidades da Enfermagem e, de Escolas de Enfermagem estão no caminhar deste processo de construção.Maria Auxiliadora Córdova Christófaro