PROJETO DE LEI Nº ___/2020.
Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano no Município de Gramado e dá outras Providências.
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Para fins administrativos, fiscais e urbanísticos, o território do Município de Gramado divide-se em zona urbana e zona rural, conforme Perímetro Urbano indicado no ANEXO II - Mapa de macrozoneamento urbano e rural da Lei do Plano Diretor, cujos limites estarão definidos por coordenadas georreferenciadas, bem como a identificação das divisas territoriais.
Art. 2º O parcelamento do solo urbano, somente será admitido nas macrozona urbana, na Macrozona Povoados autossustentáveis e na Macrozona industrial e será regido por esta Lei, bem como pelas legislações estaduais e federais, pertinentes ao assunto.
§ 1º As definições das macrozonas constam no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado, ANEXO II.2.
§ 2º Os parcelamentos do solo no Município de Gramado deverão contar com a infraestrutura mínima previstas nesta Lei.
Art. 3º Considera-se parcelamento, a divisão da gleba, área ou lote, em unidades juridicamente independentes.
Art. 4º A critério do Município, com parecer favorável da Comissão
Técnica do C-PDDI - Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado,
e do CONDEMA - Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, poderão
ser criados "Povoados autossustentáveis", fora do perímetro urbano principal,
além daqueles já previstos no PDDI. Para tanto, necessariamente, haverá lei específica, a qual deverá estabelecer os limites dos mesmos, representados graficamente, em planta georreferenciada, que fará parte da respectiva Lei.
Art. 5º O parcelamento do solo, para fins urbanos, será realizado sob a forma de loteamentos abertos ou fechados, desmembramento e condomínio de lotes por unidade autônoma, conforme segue.
§ 1º Considera-se loteamento aberto ou de acesso restrito a subdivisão de gleba em lotes, destinados à edificação, que implique na abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou o prolongamento, modificação e ampliação dos já existentes.
§ 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes, destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário e da infraestrutura existente, desde que não implique na abertura de novas vias de logradouros públicos nem no prolongamento, modificação e ampliação dos já existentes.
§ 3º A abertura de via de circulação situada nas divisas da gleba a ser desmembrada, cuja execução seja exigida pelo Município nos termos do parágrafo 5º infra não configura loteamento.
§ 4º Considera-se condomínio de lotes por unidade imobiliária a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, composto por partes de uso exclusivo e por partes de uso comum de todos os condôminos.
§ 5º Nos condomínios de lotes e nos desmembramentos o Município
poderá exigir, quando necessário, a fim de evitar a impossibilidade de
expansão da malha viária, a doação ao Município de área externa, extra muros
do condomínio para futura expansão da malha viária, cuja implantação poderá
ser exigida do empreendedor como contrapartida.
Art. 6º Todo o imóvel urbano de Gramado ou os localizados na Macrozona Povoados Autossustentáveis, para a aprovação de projeto de uso do solo, por qualquer uma de suas modalidades, que não se enquadrem no disposto nos Artigos 170 e 171 do Plano Diretor – PDDI (Lei nº____) deverão atender o estabelecido nesta Lei.
Parágrafo Único: No caso de existir linha de transmissão de energia, aqueduto, gasoduto, ou outro equipamento urbano, desta natureza ou assemelhado, deverá ser obedecida à regulamentação dos órgãos competentes, bem como as demais legislações, pertinentes ao assunto.
Art. 7º O parcelamento do solo não será permitido:
I - em áreas alagadiças, sem que antes tenham sido realizadas as obras necessárias para escoamento das águas do alagamento ou do seu represamento e decorrente transformação em lagos, com a garantia de escoamento de forma controlada e sem apresentar riscos às atividades a jusante;
II - em áreas com águas estagnadas ou aterradas com materiais nocivos à saúde pública, sem que tenham sido antecipadamente saneadas e aprovadas para uso urbano pelas autoridades Municipais, Estaduais e Federais competentes;
III - em áreas onde as condições geológicas não aconselhem a edificação, devidamente comprovadas por estudo técnico realizado por profissional da área;
IV - em áreas que possuam declividade superior a 30% (trinta por
cento), sem que tenham sido tomadas medidas de contenção ou tenham os
cuidados necessários à estabilidade do terreno, conforme determina a
autoridade Municipal, sendo vedado o parcelamento em áreas com declividade
superior a 45º (quarenta e cinco graus), por serem enquadradas como áreas de APP - Área de Preservação Permanente;
V - em áreas definidas como APP - Área de Preservação Permanente, pela Lei Federal nº 12.651/2012, e Código Ambiental Estadual – Lei Estadual nº 15.434 de 9 de janeiro de 2020.
VI - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.
§ 1º É permitido o cruzamento do sistema viário sobre as APPs citadas no inciso "V" acima quando não for possível outra solução, devendo ser aprovado pelo órgão ambiental responsável.
§ 2º
O parcelamento do solo deverá observar o disposto Lei da Mata Atlântica (11.428/2006), esta lei regulamenta os percentuais de uso permitido da mata nativa segundo seu estágio e segundo o período em que o dito imóvel passou a integrar a zona urbana.§ 3º