• Nenhum resultado encontrado

Saúde, Doença e Trabalho: inter-relações e interdependências

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Saúde, Doença e Trabalho: inter-relações e interdependências"

Copied!
23
0
0

Texto

(1)

1

Saúde, Doença e Trabalho:

inter-relações e interdependências

António de SOUSA UVA 4 de Junho de 2015

Auditório da Casa das Histórias da Paula Rego

(2)

António Sousa Uva 08-06-2015

2

250 milhões de AT;

330.000 AT mortais;

67 a 157 milhões de D.P.;

3 a 5 doenças profissionais/1 000 doenças;

risco A.T. mortal = 14/100 000;

4% do PIB mundial em perdas económicas 30 a 40 % das doenças profissionais

evoluem para a CRONICIDADE;

10 % das doenças profissionais evoluem para a invalidez;

0,5 a 1 % das doenças profissionais são mortais;

……….

(3)

3

0 5 10 15 20 25 30 35

1995 2000 2005

raquialgias stress fadiga cefaleias

CEE INQUÉRITO DE OPINIÃO – 1990 a 2005 trabalho afecta a sua saúde

(4)

António Sousa Uva 08-06-2015

20 Março 2015 4

estimativa anual de 160 milhões de novos casos, no

mundo;

nº crescente de casos de sobrecarga de trabalho e de stress. Relação com um aumento de casos de alterações

do sono, de depressão e de doenças cardiovasculares, designadamente hipertensão;

Apenas 5 a 10% dos trabalhadores (e 20 a 50% nos países industrializados) têm acesso a prestação de

cuidados de SO;

Mesmo nos países com economias mais avançadas, uma proporção muito ampla de locais de trabalho não é

inspecionada em matéria de saúde e segurança.

Doenças “ligadas” ao trabalho

OMS, 1999

(5)

5 ANO Sector primário

(%) Sector secundário (%) Sector Terciário (%)

1960 43,6 27,1 29,3

1970 31,7 32,3 36,0

1981 19,3 39,1 41,6

1991 10,8 37,9 51,3

1996 12,2 31,4 56,4

2007 11,8 30,6 57,6

2011 9,9 27,3 62,8

Distribuição da população ativa (2011 - 4837 x 103 em Portugal pelos três grandes sectores de atividade económica e sua evolução ao longo do tempo

(1960 a 2011)..

Fontes: Santos e Uva , 2009; INE 2008;

PORDATA, 2012

(6)

António Sousa Uva 08-06-2015

20 Março 2015 6

A estrutura das empresas portuguesas tem, atualmente, um importante

predomínio do sector terciário (área dos serviços) que, em 1991, já representava 51,3% da sua totalidade e empregando, em 2011, cerca de 63% do número de pessoas. O setor secundário voltou aos valores de 1960. O setor primário

continua a diminuir.

Sectores de atividade

económica

.

(7)

7

Country Total

Employment Fatal

accidents Accidents absence > 4

days

Work-related

diseases Work-related mortality

Belgium 4.070.400 84 78.974 2.893 2.977

Czech Rep. 4.733.000 245 230.128 3.648 3.893

Greece 4.103.900 68 63.932 3.203 3.271

Germany 36.172.000 901 847.094 28.568 29.464

……. ….. …….. ……. ……. ……..

Portugal 5.127.000 346 325.299 3.888 4.234

Sweden 4.234.000 56 52.650 3.163 3.219

UK 27.820.000 224 210.598 20.778 21.002

total 205.431.242 7.460 7.013.545 159.485 166.945

Takala,J.;Urrutia,M.– Safety and Health at work: a European perspective. Revista Portuguesa de Saúde Pública. Número especial 25anos (2009) 21-30.

Cada 3,5 minutos na EU27 morre um trabalhador por “doença ligada ao trabalho”;

167.00 mortes: 7.640 por AT mortais e 159.000 por doenças profissionais;

Cerca de 1/3 é atribuída a exposição a substâncias químicas;

………

(8)

António Sousa Uva 08-06-2015

8

Situação de Trabalho

ACTIVIDADE CONSEQUÊNCIAS da ACTIVIDADE

PARA O PRÓPRIO

PARA O SISTEMA

RESPOSTA DO INDIVÍDUO ao conjunto das

exigências colocadas pelo Trabalho

CONDIÇÕES de

TRABALHO

(Observável e

Não-Observável)

Características individuais

Caracterizam a tarefa;

Constituem as exigências do

trabalho INTERNAS EXTERNAS

Efeitos sobre o próprio

(saúde, segurança,

... )

Efeitos sobre o sistema

(9)

9

AMBIENTE

condições de trabalho

INDIVÍDUO

saúde/doença

(10)

António Sousa Uva 08-06-2015

10

Os problemas de SHSTLT não são unicamente problemas de

saúde individual dos

trabalhadores mas, acima de tudo, problemas do trabalho e

do ambiente de trabalho

(11)

11

4.301,30 4.331,50

4.324,50

3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 5.500 6.000 6.500 7.000

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 (Acidentes de trabalho ocorridos no ano civil / População empregada no ano civil) x 100,000 (1985-2011)

Pordata, 2013

Sousa-Uva, A; Serranheira, F. Saúde, Doença e Trabalho: ganhar ou perder a vida a trabalhar. Lisboa:

Diário de Bordo, 2013.

(12)

António Sousa Uva 08-06-2015

12

Acidentes de trabalho mortais

0 2 4 6 8 10 12 14

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Sousa-Uva, A; Serranheira, F. Saúde, Doença e Trabalho: ganhar ou perder a vida a trabalhar. Lisboa: Diário de Bordo, 2013.

ACT, 2013; Sind. C. Civil

Acidentes de trabalho mortais por 100.000 trabalhadores

AT mortais (número absoluto)

102 139 109

113 110

111 83

103 78

76 67

57 42 33 0

50 100 150

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

AT mortais C. Civil (número absoluto)

(13)

13 0

500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2008

químicos ap. resp. d. cut

físicos d. inf. paras. outras

Doenças profissionais

Fontes: MESS – Instituto de Informática.

Departamento gestão da informação, 2008 e EUROGIP, 2012; Uva e Serranheira. 2013.

(14)

António Sousa Uva 08-06-2015

14

0,1 8,4

86,3

2,4 1,7 1,1

0 20 40 60 80 100

%

2008

químicos ap. resp. físicos

d. cut biológicos outras

Doenças profissionais (2008)

Fonte: EUROGIP, 2012

(15)

15

Homens e mulheres com predomínio de doenças causadas por agentes físicos (predomínio de LMELT e surdez sonotraumática).

As doenças respiratórias são a segunda doença profissional (em número absoluto discretas variações).

Reduzem-se as doenças cutâneas e aumentam as doenças causadas por agentes (micro)biológicos. As intoxicações

profissionais continuam no padrão anterior (pouco identificadas), com tendência para diminuir.

DP - Trabalhadores atingidos/patologias

(16)

António Sousa Uva 08-06-2015

16

rel. ACTIVIDADE BIOLÓGICOS

PSICOSSOCIAIS FÍSICOS

FACTORES RISCO DE

QUÍMICOS

http://www.spmtrabalho.com/

(17)

17

a penosidade ligada ao trabalho, ilustrada na frase “trabalharás com o suor do teu rosto” ou no seu étimo, pode não ajudar a perspetivar o trabalho como valor positivo

de saúde que o trabalho certamente também encerra.

No entanto a frase “o trabalho dá saúde” é muito popular, ainda que usada muitas vezes como o contrário de “a preguiça é a

mãe de todos os vícios”.

Sousa-Uva, A.; Serranheira, F.: Saúde, Doença e Trabalho: ganhar ou perder a vida? (no prelo)

stress vs. engagement

(18)

António Sousa Uva 08-06-2015

18

OSH

(Occupational Safety &

Health)

Wellness Programs

EAP

(Employee Assistance

Programs

Drug Screen Initiatives

WHP

(Workplace Health Promotion)

HRM (Human Resources

Management)

Occupational

Welfare

Services

(19)

19

Sousa-Uva, A.; Serranheira, F.: Saúde, Doença e Trabalho: ganhar ou perder a vida? (no prelo)

Considerou-se (e ainda se considera com muita frequência) o trabalho como imutável, centrando apenas no trabalhador as

ações de promoção da saúde, “aligeirando” a

responsabilidade partilhada em termos de ambiente de trabalho.

Tal contradição levou mesmo a que a Promoção da Saúde no Local de Trabalho (PSLT) fosse encarada por alguns como um conjunto de programas promotores de incrementos na saúde

dos trabalhadores mas que, incoerentemente, “esqueciam”

os fatores de risco laborais muitas vezes fonte de desconforto ou de doença (ou de acidente).

Morrer com um mesotelioma da pleura consequência de exposição profissional, alimentando-se de forma saudável, magro, fazendo exercício físico, ….

(20)

António Sousa Uva 08-06-2015

20

1. When I get up in the morning, I feel like going to work.

2. At my work, I feel bursting with energy.

3. At my work I always persevere, even when things do not go well.

4. I can continue working for very long periods at a time.

5. At my job, I am very resilient, mentally.

6. At my job I feel strong and vigorous.

Dedication (DE)

1. To me, my job is challenging.

2. My job inspires me.

3. I am enthusiastic about my job.

4. I am proud on the work that I do.

5. I find the work that I do full of meaning and purpose.

Absorption (AB)

1. When I am working, I forget everything else around me.

2. Time flies when I am working.

3. I get carried away when I am working.

4. It is difficult to detach myself from my job.

5. I am immersed in my work.

6. I feel happy when I am working intensely.

Vigor (VI)

Schaufeli et al., 2001

(21)

21 Work & Well-being Survey (UWES) ©

The following 17 statements are about how you feel at work. Please read each statement carefully and decide if you ever feel this way about your job. If you have never had this feeling, cross the “0” (zero) in the space after the statement. If you have had this feeling, indicate how often you feel it by crossing the number (from 1 to 6) that best describes how frequently you feel that way.

Almost never Rarely Sometimes Often Very often Always 0 1 2 3 4 5 6

Never A few times a Once a month a few times Once a week a few times Every day year or less or less a month a week

1. ________ At my work, I feel bursting with energy

2. ________ I find the work that I do full of meaning and purpose 3. ________ Time flies when I'm working

4. ________ At my job, I feel strong and vigorous 5. ________ I am enthusiastic about my job

6. ________ When I am working, I forget everything else around me 7. ________ My job inspires me

8. ________ When I get up in the morning, I feel like going to work 9. ________ I feel happy when I am working intensely

10. ________ I am proud of the work that I do 11. ________ I am immersed in my work

12. ________ I can continue working for very long periods at a time 13. ________ To me, my job is challenging

14. ________ I get carried away when I’m working 15. ________ At my job, I am very resilient, mentally 16. ________ It is difficult to detach myself from my job

17. ________ At my work I always persevere, even when things do not go well

© Schaufeli & Bakker (2003). The Utrecht Work Engagement Scale is free for use for non-commercial scientific research. Commercial and/or non-scientific use is prohibited, unless previous written permission is granted by the authors

(22)

António Sousa Uva 08-06-2015

22

compromisso organizacional;

informação aos empregados e boa comunicação;

envolvimento dos trabalhadores no processo de decisão (em saúde);

cultura organizacional de respeito por esses valores;

organização das tarefas e processos mais na perspetiva da promoção da saúde do que na prevenção da doença;

políticas e práticas de escolhas saudáveis que também sejam as mais fáceis;

reconhecimento que as organizações têm impacto nas pessoas e que nem sempre esse impacto conduz à saúde e ao bem-estar;

trabalho que contribua para a saúde e que não seja um

“tripalium”.

exige:

Promoção da saúde no trabalho

(23)

23

Saúde, Doença e Trabalho:

inter-relações e interdependências

António de SOUSA UVA 4 de Junho de 2015

Auditório da Casa das Histórias da Paula Rego

Referências

Documentos relacionados

Nesse trabalho, procuramos avaliar os efeitos do Programa Bolsa Família (PBF) e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), os dois maiores programas brasileiros de

A prevalência global de enteroparasitoses foi de 36,6% (34 crianças com resultado positivo para um ou mais parasitos), ocorrendo quatro casos de biparasitismo, sendo que ,em

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

Conforme esclarecido por Aith (2006, p. 101), o Direito à saúde é reconhecido como um direito social e exige uma interação viva entre Estado e sociedade, voltada ao constante

Tal como já foi destacado, existem várias razões para o fazer: o stress é um problema para o trabalhador, para a sua empresa e para a sociedade; os problemas do stress no trabalho

Dessa forma, a partir da perspectiva teórica do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o presente trabalho busca compreender como a lógica produtivista introduzida no campo

Ou seja, não obstante, viveu períodos transitórios entre o tradicional e o moderno, e produziu poemas que percebemos estarem tanto na classificação moderna em

Nesse sentido, quando os autores do texto em tela afirmam que “a interpretação solidarista passou a ser uma filosofia intrínseca de orientação do programa no âmbito do Ministério