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Produção e valor nutritivo de capim-marandu e desempenho de bovinos de corte em sistemas integrados de produção agropecuária

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Produção e valor nutritivo de capim-marandu e desempenho de bovinos de corte em sistemas integrados de

produção agropecuária

Flabiele Soares da Silva

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

Área de concentração: Produção animal

Sinop, Mato Grosso

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FLABIELE SOARES DA SILVA

Produção e valor nutritivo de capim-marandu e desempenho de bovinos de corte em sistemas integrados de

produção agropecuária

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

Área de concentração: Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Bruno Carneiro e Pedreira

Coorientadores: Prof. Dr. Dalton Henrique Pereira e Prof. Dr. Luciano da Silva Cabral

Sinop, Mato Grosso

Março de 2019

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer

meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

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A Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele.

Aos meus pais, por todo amor, carinho, paciência, incentivo e suporte. Meus maiores exemplos são vocês, que por meio a tanta dificuldade e desafios, sempre me fortaleceu com palavras de Fé, abraços fortes e zelo por minha vida. Espero retribuir 1% de tudo que fizeram por mim, sei que mais que isso é impossível.

Aos Meus irmãos, cunhados e sobrinhas, por me proporcionarem a Melhor família do

mundo.

Á toda Família Silva, que celebra mais uma conquista.

A TODOS DEDICO!

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que com toda sua sabedoria me fez perceber o quanto vale a pena “fazer por onde” e “nunca desistir”.

Aos meus pais, Fátima Maria Caldas da Silva e Leopoldo Soares da Silva Filho, pelo amor incondicional e alicerce nessa caminhada.

Aos meus irmãos, Flabia e Leopoldo, cunhados, Fabiana e Sebastião e sobrinhas, Andrielly, Ester e Andressa, por todo amor e alegria que me proporcionaram em toda caminhada.

À toda família Silva, especialmente aos meus avós, Catarina e Benedito que todos os dias dobraram os seus joelhos orando pela minha vida.

Ao meu namorado Hozane, que me acompanhou e me ajudou por boa parte dessa caminhada, com sua amizade, companheirismo e paciência, a qual tive muita sorte em conhecer e ter em minha vida. Sua dedicação me inspira.

Agradeço a todos os meus amigos, Kel, Jhonata, Marinho, Cida, Armando, Karine, Alinne, Rafael, Camila e Thais por toda ajuda e amizade, mesmo à distância. Em especial ao Mateus, que sempre me acompanhou por todas as fases, um amigo sincero que posso contar em todas as horas.

Sincero agradecimento ao meu orientador Prof. Dr. Bruno Carneiro e Pedreira, por toda paciência, dedicação, convívio e compreensão. Superei as expectativas de ter trabalhado com ele, ótimo orientador e profissional, tenha certeza que levarei o máximo de seus ensinamentos em minha carreira profissional. Obrigada por ter confiado esse grande projeto em minhas mãos. Continue inspirando outras pessoas, e desculpe pelos cabelos brancos.

Agradeço ao meu Coorientador, Prof. Dr. Dalton Henrique Pereira, pelo comprometimento com o projeto desenvolvido, sempre firme com as considerações e questionamentos, visando o melhor para todos os envolvidos. Os ensinamentos para a vida profissional também foram de grande valia.

Agradeço ao meu segundo Coorientador, Prof. Dr. Luciano da Silva Cabral, pela colaboração ao desenvolvimento do projeto, mesmo à distância.

Agradeço ao Dr. Ciro Augusto de Souza Magalhães por ter participado da minha

banca de avaliação de qualificação e defesa, sempre demonstrando comprometimento

com a pesquisa na Embrapa e colaborando com sua experiência em sistemas integrados

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nos trabalhos desenvolvidos.

Agradeço ao Prof. Dr. Arthur Behling por ter aceito ser suplente da minha banca de defesa, e por toda colaboração com os projetos desenvolvidos na Embrapa.

Agradeço a minha eterna orientadora, Oscarlina Lucia dos Santos Weber por todo apoio em minha graduação e também no mestrado, sempre disposta a me ajudar e que me incentivou a seguir essa carreira, vibrante com as minhas conquistas e uma mãezona que ganhei, muito obrigada.

Agradeço aos colegas do Pedreira’s team, Ana Paula, Poliana, Isadora, Tschope, Perivaldo, Thiago, João, Cátia, Maira, Bazana, Débora, Hemython, Taynara, Alyce e Marília, por toda a ajuda durante a condução do projeto, momentos de alegria, descontração e convivência na Embrapa. Agradeço ao Dr. Fagner em especial, pela parceria no 3° ano do ILPF e por ter me ensinado tudo que deveria ser feito.

Agradeço imensamente aos Drs. Leandro e Mircéia (que considero coorientadores também) que por todas as vezes se mostraram comprometidos com o desenvolvimento do trabalho, sempre sanando as minhas dúvidas, corrigindo a minha escrita e me mostrando a importância de pensar diferente, sou muito grata a vocês.

Aos técnicos de laboratório João e Fábio, por toda ajuda e paciência na condução das análises.

À Embrapa Agrossilvipastoril que proporcionou a melhor estrutura durante a realização do experimento de mestrado.

Aos funcionários, Seu Antônio, Antônio Sérgio, Diego Xavier, Cledir Schuck, Renato Torres e Walcyr, pelos serviços prestados a execução do projeto.

Ao GEPI, Grupo de Estudos sobre Pecuária Integrada – da UFMT e seus integrantes, por todo trabalho destinado a realização do projeto. Me orgulho de ter participado e colaborado com o grupo.

À Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Sinop e ao Programa de Pós Graduação em Zootecnia, pela oportunidade de realização do curso de mestrado.

A todo corpo docente do Programa de Pós Graduação em Zootecnia, pelas disciplinas ministradas e enriquecimento técnico-científico da minha carreira profissional e de meus colegas.

A todos os colegas de mestrado do PPGZ, por toda a convivência e apoio durante

as disciplinas e estudos.

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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) pela concessão da bolsa de mestrado e pelo financiamento do projeto.

Aos parceiros, ACRIMAT, ACRINORTE, Fortuna Nutrição Animal, Timac Zootec, Agro Amazônia e UNIPASTO pelo apoio e fomento a realização dos experimentos em sistemas integrados de produção agropecuária.

Muito obrigada!

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EPÍGRAFE

“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-

se ao fracasso, do que alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, onde não conhecem nem

vitória, nem derrota”

Theodore Roosevelt

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BIOGRAFIA

FLABIELE SOARES DA SILVA, filha de Fátima Maria Caldas da Silva e Leopoldo Soares da Silva Filho. Nascida em Cuiabá, Mato Grosso, em 16 de Novembro de 1993. Iniciou a graduação em novembro de 2012, concluindo em julho de 2017 o curso de Bacharel em Zootecnia pela Universidade Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá.

Realizou o estágio obrigatório na Embrapa Agrossilvipastoril de maio a julho de 2017,

onde seguiu com os trabalhos. Iniciou o curso de mestrado em Zootecnia em agosto de

2017 pela Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop, na área de Produção

Animal, submetendo-se à defesa de dissertação em 07 de março de 2019.

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RESUMO

SILVA, Flabiele Soares. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, março de 2019, 48f. Produção e valor nutritivo de capim-marandu e desempenho de bovinos de corte em sistemas integrados de produção agropecuária. Orientador: Prof. Dr. Bruno Carneiro e Pedreira.

Coorientadores: Prof. Dr. Dalton Henrique Pereira e Prof. Dr. Luciano da Silva Cabral.

A intensificação dos sistemas de produção, principalmente por meio da integração entre a lavoura, pecuária e a floresta, pode resultar em maior potencial produtivo. Nosso objetivo foi comparar a produção e valor nutritivo de capim-marandu (B. brizantha cv.

Marandu) e desempenho de novilhos Nelore (Bos taurus indicus) em sistemas integrados de produção agropecuária no Bioma Amazônia. O experimento foi conduzido em Sinop, MT, de 17 de julho de 2017 a 24 de maio de 2018, em delineamento em blocos completos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram de três sistemas de produção (pecuária, pecuária-floresta e lavoura-pecuária) em duas épocas do ano definidos pelo regime pluviométrico (seca e chuvosa). Os novilhos com peso inicial médio de 338 ± 10 kg PC, manejados em lotação contínua e taxa de lotação variável. O maior desempenho agronômico e melhor valor nutritivo foram observados no sistema lavoura-pecuária e na época chuvosa. Por consequência, os resultados em produção animal também foram superiores no sistema lavoura-pecuária, com ganho em peso por área de 860 kg PC ha

-1

, embora o sistema pecuária e pecuária-floresta tenham apresentado desempenho animal acima da média nacional, com ganho em peso por área em média de 750 kg PC ha

-1

. Portanto, concluímos que o sistema de integração lavoura-pecuária apresenta grande potencial de produção de forragem de alto valor nutritivo e desempenho animal, podendo ser uma alternativa para a intensificação de sistemas agropecuários no Bioma Amazônia. Sistemas de produção animal em pastagens, com adequado manejo do pastejo e manutenção da fertilidade do solo associado à suplementação nutricional, possibilitam aumentar a produção de forragem e animal, assegurando a sustentabilidade do sistema.

Palavras-chave: Brachiaria brizantha, composição química, lavoura-pecuária, produção

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ABSTRACT

SILVA, Flabiele Soares. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, march 2019, 48f. Production and nutritive value of Marandu palisade grass and beef cattle performance in integrated crop-livestock system. Adviser: Prof. Dr. Bruno Carneiro e Pedreira. Coadvisers: Prof.

Dr. Dalton Henrique Pereira and Prof. Dr. Luciano da Silva Cabral.

Intensification of production systems, mainly through the integration of crop, livestock and forest, can result in greater productive potential. Our objective was to compare the yield and nutritive value of marandu grass (B. brizantha cv. Marandu) and performance of Nelore steers (Bos taurus indicus) in integrated systems of agricultural production in the Amazon Biome. The experiment was conducted in Sinop, MT, from July 17, 2017 to May 24, 2018, in a randomized complete block design with four replicates. The treatments consisted of three systems of production (livestock, forest-livestock and crop-livestock) in two seasons of the year defined by the rainfall regime (dry and rainy). The steers with mean initial weight of 338 ± 10 kg PC were managed under continuous stocking and variable stocking rate. The higher agronomic performance and better qualitative indicators were observed in the crop-livestock system and in the rainy season. As a consequence, the results in animal production were also higher in the crop-livestock system, with a gain in weight per area of 860 kg PC ha

-1

, although the livestock and livestock-forest system presented animal performance above the national average, with gain by weight per area on average of 750 kg PC ha

-1

. Therefore, we conclude that the crop-livestock integration system presents great potential of forage production of high nutritional value and animal performance, being able to be an alternative for the intensification of farming systems in the Amazon Biome. Livestock animal production systems, with adequate management of grazing and maintenance of soil fertility associated with nutritional supplementation, make it possible to increase forage and animal production, ensuring the sustainability of the system.

Key-words: agroforestry, animal production, chemical composition, Brachiaria

brizantha, crop-livestock, silvopastoral.

(13)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Precipitação, radiação fotossinteticamente ativa (RFA), temperatura do ar de

julho de 2017 a junho de 2018 e as médias de precipitação e temperatura do ar entre 2013

a 2018. ... 39

Figura 2. Contagem do número de espumas m-2 de cigarrinhas-das-pastagens nos

sistemas produção pecuária (P), pecuária-floresta (PF) e lavoura-pecuária (LP) ... 40

Figura 3. Representação esquemática das linhas de árvores, medições de altura e

localização das gaiolas de exclusão nos sistemas pecuária-floresta (a), pecuária e lavoura-

pecuária (b). ... 41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Análise química de solo nos sistemas de produção ... 42 Tabela 2. Altura média do dossel nos sistemas de produção ... 43 Tabela 3. Composição química do suplemento proteico e energético fornecido aos animais. ... 44 Tabela 4. Desempenho agronômico e produção animal nos sistemas durante todo o período experimental ... 45 Tabela 5. Desempenho agronômico e composição morfológica da forragem nos

sistemas de produção durante as épocas seca e chuvosa ... 46

Tabela 6. Composição morfológica e valor nutritivo da forragem oriunda do pastejo

simulado nos sistemas de produção durante as épocas seca e chuvosa ... 47

Tabela 7. Desempenho animal nos sistemas de produção durante as épocas seca e

chuvosa. ... 48

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ... 1

REVISÃO DE LITERATURA ... 2

Bovinocultura de corte no Brasil ... 2

Sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) ... 3

Sistema de integração Lavoura-Pecuária (ILP) ... 5

Sistema de integração Pecuária-Floresta (IPF) ... 7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 10

CAPÍTULO I: ... 15

Produção e valor nutritivo de capim-marandu e desempenho de bovinos de corte em sistemas integrados de produção agropecuária ... 15

RESUMO: ... 15

CHAPTER I:... 16

Production and nutritive value of marandu palisade grass and beef cattle performance in integrated crop-livestock system ... 16

ABSTRACT: ... 16

INTRODUÇÃO ... 17

MATERIAL E MÉTODOS ... 18

Local e delineamento experimental ... 18

Avaliações agronômicas ... 20

Composição morfológica e valor nutritivo da forragem oriunda do pastejo simulado ... 21

Avaliação do desempenho animal ... 22

Análises estatísticas ... 23

RESULTADOS ... 24

Anual ... 24

Épocas ... 25

Respostas agronômicas ... 25

Composição morfológica e valor nutritivo do pastejo simulado ... 26

Desempenho animal ... 26

DISCUSSÃO ... 27

CONCLUSÕES ... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 32

ANEXOS ... 39

(16)

INTRODUÇÃO GERAL

A bovinocultura de corte brasileira exerce papel fundamental no cenário socioeconômico mundial. Em decorrência do aumento da demanda por proteína de origem animal, principalmente em países emergentes como a Índia, China e Rússia, que apresentam grande potencial de consumo devido ao efetivo populacional. No entanto, os sistemas de produção animal em pastagens ainda apresentam vários desafios relacionados as práticas inadequadas no manejo do pasto e do pastejo, resultando em baixa produtividade.

Os índices de produtividade ainda são desafiadores, já que a taxa de ocupação média das pastagens brasileiras é de 1,3 cabeças ha

-1

e a produtividade 120 kg PC ha

-1

(Abiec, 2018). Além disso, a pecuária brasileira é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa (Almeida e Medeiros, 2014), com destaque para a emissão de metano (Filho et al., 2019). Nesse cenário, a pecuária brasileira é questionada pela sociedade consumidora e órgãos ambientais em relação ao aumento da produtividade aliado ao uso responsável dos recursos naturais.

Nessa perspectiva, é necessário a intensificação dos sistemas pecuários aumentando a eficiência de utilização dos recursos e tornar mais produtiva as áreas de pastagens (Pedreira et al., 2018). Como alternativa, os sistemas integrados de produção agropecuária (lavoura-pecuária, pecuária-floresta e lavoura-pecuária-floresta) começam a ganhar destaque, pois apresentam características que asseguram a sustentabilidade dos sistemas de produção.

Os sistemas lavoura-pecuária apresentam grande potencial em produção de

forragem e produção animal, já os sistemas pecuária-floresta podem propiciar melhores

índices de conforte térmico de animais em pastejo (Domiciano et al., 2018) e melhor valor

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nutritivo, embora a produção de forragem possa ser reduzida pelo sombreamento das árvores (Lima et al., 2018; Lopes et al., 2017; Santos et al., 2018).

Para isso, é necessário conhecer os efeitos dos componentes (lavoura, pecuária e floresta) na produção de forragem e na produção animal, com o intuito de gerar informações que subsidiem a tomada de decisão no processo de intensificação dos sistemas pecuários de produção em pastagens.

O capítulo um foi formatado de acordo com as normas da revista Agroforestry Systems.

REVISÃO DE LITERATURA

Bovinocultura de corte no Brasil

O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, com o rebanho de aproximadamente 222 milhões de cabeças. O país ocupa o segundo lugar no ranking mundial de produção de carne em sistemas mantidos quase que exclusivamente em pastagens (Abiec, 2018).

A pecuária brasileira está em evolução, em 2017 o abate foi de 39,2 milhões de cabeças, o volume de carne produzida chegou a 9,7 milhões de toneladas, com 523 bilhões de reais de movimentação financeira na economia nacional, com um crescimento de 3,6%

em relação ao ano de 2016. Em 2017, o setor pecuário contribuiu com 31% do PIB do agronegócio (Abiec, 2018).

Essa evolução é importante no atual cenário socioeconômico mundial, com perspectiva de aumento na demanda por proteína animal nos próximos anos (Fao, 2015).

No entanto, os índices de produtividade no Brasil ainda são baixos quando comparados

(18)

ao potencial das áreas de pastagens e com as tecnologias existentes para os sistemas de produção.

A taxa de ocupação média das pastagens brasileiras é de 1,3 cabeças ha

-1

e a produtividade 120 kg PC ha

-1

(Abiec, 2018). Isso ocorre devido à ausência ou subutilização de práticas de adubação de manutenção (Macedo et al., 2013) e do manejo inadequado do pastejo. Esse cenário resulta em sistemas de produção ineficientes, com baixa produção de forragem e produção animal. Ainda, 80% dessas áreas de pastagens estão em algum estádio de degradação (Dias-Filho, 2016).

A intensificação dos sistemas de produção em pastagens é necessária para melhorar o cenário de baixa produtividade, para promover pastagens cada vez mais produtivas e melhor utilizadas, que se transforme em aumento na produção animal sem a necessidade de abertura de novas áreas (Pedreira et al., 2018). Além disso, a sociedade consumidora e a nova legislação ambiental pressionam o setor pecuário em busca de um uso responsável dos recursos naturais, que quando atendidos, poderá possibilitar uma discussão estratégica aos aspectos relacionados à comercialização e concorrência com outros países.

Nessa perspectiva, os sistemas integrados de produção agropecuária são discutidos como alternativas de otimização de sistemas pecuários, buscando conciliar o aumento da produtividade aos aspectos de utilização responsável dos recursos naturais.

Sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA)

É considerado um sistema de integração quando pelo menos duas atividades são

conduzidas na mesma área, em períodos sucessivos do tempo. Os sistemas integrados são

uma forma de produzir a mesma quantidade do produto, ou até aumentar a produção, sem

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a necessidade de incorporar novas áreas, que tem sido denominada de efeito “poupa- terra” (Kluthcouski et al., 2015).

O SIPA é composto pelo cultivo vegetal ou produção animal em uma propriedade rural, definidos com base nos fatores de produção (terra, capital e mão de obra), conectados por um processo de gestão, com objetivo de maximizar o uso da área e diversificar as fontes de renda (Hirakuri et al., 2012) por meio dos efeitos sinérgicos entre os componentes “solo-planta-animal” (Macedo et al., 2013) visando promover maior resiliência ambiental.

No Brasil, a integração da lavoura, pecuária e floresta foi introduzida pelos imigrantes europeus que adaptaram os sistemas para as condições tropicais (Machado, Balbino e Ceccon, 2011). Atualmente no Brasil, cerca de 11,5 milhões de hectares são explorados com algum modelo de integração e a região Centro-Oeste com uma área de 4,53 milhões, correspondendo a 40% das áreas de integração no Brasil (Embrapa, 2017).

Os sistemas integrados são classificados em quatro modalidades de acordo com Balbino et al. (2011):

Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP): sistema que integra as componentes agrícola e pecuária em consórcio, com rotação e sucessão em períodos consecutivos.

Sistema de Integração Pecuária-Floresta (IPF): sistema que integra os componentes, floresta e pecuária consorciada, de forma a produzir carne, madeira e/ou fibras.

Sistema de Integração Lavoura-Floresta (ILF): sistema que integra o componente florestal e agrícola consorciados com plantio agrícola anual ou perene.

Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): sistema de produção que

integra os componentes agrícola e pecuária de forma intermitente e na mesma área o

cultivo florestal.

(20)

Em sistema ILP, o componente forrageiro pode ser integrado em consórcio com o componente lavoura e após a colheita de grãos, a produção pecuária é sucedida na mesma área. Em sistemas mais complexos com a presença do componente florestal, pode ocorrer o consórcio com o componente lavoura e árvores (ILF) e, após a colheita de grãos, a forragem é pastejada animais na mesma área (ILPF), ou apenas o consórcio entre os componentes florestal e pecuária (IPF). As árvores sempre estarão em consórcio com os demais componentes (Kluthcouski et al., 2015).

No Brasil, o sistema ILP é o mais utilizado, principalmente, nas regiões Centro- oeste e Sul do país (Embrapa, 2017), devido ao grande potencial de produção. No entanto, os sistemas com o componente florestal (IPF, ILF e ILPF) ainda são pouco difundidos devido as discussões sobre os efeitos que o componente florestal ocasiona em consórcio aos demais componentes, como o operacional que é mais complexo durante as atividades realizadas no sistema de produção.

Sistema de integração Lavoura-Pecuária (ILP)

O sistema ILP se consolidou há muitas décadas, em diferentes partes do mundo (Kunrath et al., 2015) devido ao insucesso da pecuária tradicional que ainda apresenta baixa produtividade e menor retorno econômico. A pecuária contribui com uma opção de diversificação de renda, elevação da produtividade por área plantada, palhada para a semeadura (Sulc e Franzluebbers, 2014) e maior aproveitamento do solo durante todo o ano.

Os objetivos do produtor determinam o perfil do sistema ILP, de acordo com as

condições de infraestrutura e tecnologia da propriedade. Fazendas destinadas ao cultivo

de grãos que utilizam as gramíneas apenas para palhada em sistema plantio direto,

fazendas destinadas a pecuária que utilizam a lavoura para recuperar as áreas de pastagens

(21)

e fazendas que integram as duas atividades com finalidade de produção de ambas, ou seja, produção animal e de grãos (Vilela et al., 2011).

Inicialmente, a recuperação das áreas de pastagens foi de suma importância por parte dos agricultores e pecuaristas, e posteriormente o enfoque na produtividade de ambos e a redução na abertura de novas áreas (Salton et al., 2015) fez com que esse sistema fosse difundido principalmente na região do Centro-Oeste do Brasil.

Dentre os benefícios que esse sistema promove, a melhoria nas características físicas e de fertilidade do solo são as mais discutidas (Salton et al., 2013). Após a colheita de grãos, a palhada deixada sobre o solo e as raízes das culturas anuais promovem o aumento da saturação por bases, capacidade de troca catiônica, formação de agregados maiores, reestruturação do solo e, principalmente, o incremento da matéria orgânica no solo (Salton et al., 2014).

A forragem também contribui com esse incremento, principalmente as do gênero Brachiaria que apresentam sistema radicular de até 2,0 m de profundidade (Crusciol et al., 2012) resultando em maior estoque de C no solo aliado a maior atividade biológica no solo. Bonini et al. (2016) avaliaram os atributos químicos e físicos do solo em sistemas integrados ILP, ILPF no 1ª ano e 2ª ano dos sistemas e floresta exclusiva nas camadas do solo 0,00–0,05, 0,05–0,10 e 0,10–0,20 m. Os autores observaram melhoria nos atributos químicos e físicos do solo no sistema ILP, principalmente, maiores teores de matéria orgânica e fósforo no solo, além de propiciar condições de maior umidade e taxa de infiltração no solo.

Domiciano et al. (2018) avaliaram a produção de forragem e desempenho animal

de novilhos Nelore nos sistemas integrados de produção de pecuária exclusiva, IPF e ILP

e observaram maior ganho de peso por área no sistema ILP, com 30% de diferença em

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sistema ILP em animais Canchim (Mahlmeister et al., 2015) comparado ao sistema de pecuária exclusiva.

Os benefícios da utilização da forragem em sistemas ILP se baseiam na utilização da palhada na semeadura das culturas anuais, alimentação animal, competição com plantas invasoras e, principalmente, na rotação de culturas. A quebra no ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas no sistema ILP resulta em redução do uso de agroquímicos (Vilela et al., 2011).

Vale ressaltar que, ao inserir o componente forrageiro no sistema, deve-se tomar algumas precauções quanto ao objetivo principal do produtor. Para isso, é imprescindível conhecer as características e potencialidades de cada espécie forrageira dentro dos sistemas integrados (Machado, Balbino e Ceccon, 2011) quanto a flexibilidade à altura de pastejo, boa capacidade de rebrota, cobertura de solo e menor formação de touceiras seguido da maior sensibilidade a dessecação, ocasionando em menor onerosidade ao produtor (Almeida et al., 2014).

As espécies do gênero Brachiaria são as mais utilizadas, devido a sua alta capacidade de adaptação às diferentes condições edafoclimáticas. O capim-marandu (Brachiaria brizantha) é o capim mais cultivado no Brasil (Pedreira et al., 2017) devido à alta produção de biomassa e valor nutritivo comparada as demais Brachiarias, mesmo na época seca do ano (Maia et al., 2014) e plasticidade fenotípica. O alto potencial de produção do capim-marandu em sistema ILP foi observado em estudos (Macedo e Zimmer, 2007; Domiciano et al., 2018).

Sistema de integração Pecuária-Floresta (IPF)

A produção de madeira no Brasil é realizada em cerca de 8 milhões de hectares, e

91% dessa produção é proveniente de árvores plantadas. A estimativa em 2050 é que a

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demanda de madeira no mercado mundial poderá atingir 250 milhões de hectares de árvores plantadas (Ibá, 2017). Com isso, uma das alternativas para o aumento da produção de madeira seja a introdução de árvores em sistemas de produção agrícolas e pecuários.

O sistema de produção com a inserção do componente florestal melhora a utilização das áreas de pastagens e permite a diversificação de atividades pelo produtor, por meio da comercialização da madeira (Salton et al., 2015), ou, até mesmo a utilização na propriedade.

A ciclagem de nutrientes também é uma das características benéficas que o componente florestal promove, além disso, melhora os aspectos físicos do solo devido ao incremento de carbono, disponibilidade de nutrientes, aumento na diversidade dos microrganismos do solo (Almeida et al., 2014). As árvores também promovem a chamada

“poupança de carbono”, devido ao potencial de sequestro de carbono e a mitigação de gases de efeito estufa por meio da absorção do gás carbônico presente no ambiente (Alvarenga e Neto, 2012).

As plantas forrageiras em condições de ausência parcial de luz podem apresentam maior valor nutritivo quando comparadas as plantas em pleno sol. O teor de proteína bruta é maior (Neel e Belesky, 2015; Lopes et al. 2017; Santos et al. 2018; Lima et al. 2018), devido a maior concentração de moléculas de clorofila por cloroplasto (clorofila b), aumento na concentração de enzimas de ciclos fotossintetizantes (Salisbury e Ross, 1991) e demanda maior concentração de N metabólico (Dale e Causton, 1992).

Isso ocorre devido a atividade microbiana que é favorecida em condições de

sombreamento e ocorre maiores taxas decomposição e mineralização dos resíduos

orgânicos e da matéria orgânica e, consequentemente, maior liberação de nitrogênio para

o crescimento e desenvolvimento das plantas forrageiras (Willson, 1990; Wilson, Shelton

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As árvores no sistema também favorece um microclima mais ameno comparado aos sistemas sem árvores, favorecendo o conforto térmico aos animais (Karvatte Jr et al., 2016; Morais, Carbonieri e Reis, 2013; Paciullo et al., 2009). Quando são observados condições de alta temperatura e umidade do ar, ocorre o aumento da demanda de energia dos animais para manter a homeotermia (equilíbrio da temperatura corporal), causando o estresse térmico e refletindo negativamente no desempenho (Naãs, 1989) e no sistema imunológico (Costa e Silva, 2003).

O componente florestal ainda é discutido em relação aos efeitos que o sombreamento causa no dossel forrageiro. A redução na produção de forragem é observada em alguns estudos (Neel e Belesky, 2015; Lopes et al., 2017; Santos et al., 2018; Lima et al., 2018; Nascimento et al., 2019) e, ocorre devido à alta influência da redução da radiação fotossinteticamente ativa (RFA) no dossel forrageiro (Crestani et al., 2017; Geremia et al., 2018; Mendonça et al., 2017) e a qualidade da luz (Paciullo et al., 2008; Peri, Lucas e Moot, 2007) influenciando o potencial fotossintético da planta. No entanto, foram observados desempenho animal similar ao sistema de pecuária exclusiva (Domiciano et al., 2018; Oliveira et al., 2014; Paciullo et al., 2011; Santos et al., 2018).

Para reduzir os efeitos causados pelo sombreamento na produção das plantas forrageiras, a escolha da espécie é extremamente importante. De acordo com Almeida et al. (2011) as gramíneas Brachiaria brizantha (cvs. Marandu, Xaraés e Piatã) e Brachiaria decumbens cv. Basilisk são consideradas tolerantes e permite o consórcio com o componente arbóreo em sistemas integrados de produção animal.

A escolha da espécie florestal também é de suma importância e deve ser realizada

com muita atenção, partindo de avaliações desde o arranjo espacial das árvores (Almeida

et al., 2011), fácil estabelecimento, crescimento rápido, copa pouco densa, não apresentar

toxidade aos animais e ter viabilidade econômica para a região.

(25)

O sistema IPF são pouco difundidos comparado ao sistema ILP, embora muitos trabalhos tenham estudado esse sistema a algum tempo. Nessa perspectiva, mais estudos aditivos são necessários para elucidar os aspectos relevantes de eficiência de utilização desse sistema nos diversos cenários do Brasil.

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(30)

CAPÍTULO I:

Produção e valor nutritivo de capim-marandu e desempenho de bovinos de corte em sistemas integrados de produção agropecuária

RESUMO: Nosso objetivo foi avaliar os sistemas pecuária-floresta e lavoura-pecuária sobre a produção e valor nutritivo de capim-marandu (B. brizantha cv. Marandu) e desempenho de novilhos Nelore (Bos taurus indicus) comparado ao sistema de pecuária em monocultivo no Bioma Amazônia. De 17 de julho de 2017 a 24 de maio de 2018. Os novilhos foram manejados em lotação contínua e taxa de lotação variável para manter a altura de dossel a 30 cm. Os sistemas pecuária e pecuária-floresta apresentaram acúmulo (13215 kg ha

-1

) e taxa (40 kg ha

-1

dia

-1

) de forragem semelhante, enquanto que o sistema lavoura-pecuária apresentou maior AF (127%) e TAF (158%). Portanto, o sistema lavoura-pecuária apresentou ganho em peso por área (860 kg PC ha

-1

) 15% maior que nos sistemas pecuária e pecuária-floresta (em média, 750 kg PC ha

-1

). A maior produção de capim-marandu e o desempenho animal após dois anos de produção de soja sustentam o sistema agropecuário como alternativa de intensificação sustentável. O acúmulo de forragem e ganho em peso por área semelhantes no sétimo ano dos sistemas de pecuária e pecuária-floresta indicam que os sistemas de pastagens com árvores necessitam de arranjos mais amplos para assegurar a produtividade a longo prazo. A manutenção da fertilidade do solo, o manejo adequado do pastejo e a suplementação nutricional podem melhorar significativamente os sistemas baseados em forragem no bioma Amazônia.

Palavras-chave: Brachiaria brizantha, lavoura-pecuária, produção animal, silvipastoril.

(31)

CHAPTER I:

Production and nutritive value of marandu palisade grass and beef cattle performance in integrated crop-livestock system

ABSTRACT: Our objective was to evaluate a silvopasture (eucalyptus-Brachiaria brizantha cv. Marandu) and a crop-livestock (soybean-Brachiaria brizantha cv.

Marandu) to evaluate herbage accumulation and nutritive value of Marandu palisadegrass, and animal performance compared with a livestock systems (grass monoculture) in the Amazon Biome. From July 2017 to May 2018 all experimental units were stocked continuously using a variable stocking rate to maintain a Marandu canopy height of 30 cm. The livestock and silvopasture systems had similar herbage accumulation (on average, 13215 kg ha

-1

) and rate (on average, 40 kg ha

-1

day

-1

), whereas crop-livestock system presented greater HA (127%) and HAR (158%) than both.

Therefore, the crop-livestock system had a weight gain per area (gain ha

-1

; 860 kg BW ha

-1

) 15% higher than the livestock and silvopasture systems (on average, 750 kg BW ha

-

1

). The higher of Marandu palisadegrass production and the animal performance after two years of soybean production support the crop-livestock system as an alternative of sustainable intensification. The similar herbage accumulation and gain ha

-1

in the seventh year of the silvopasture and livestock systems indicates tree-pastures systems need wider arrangements to assure long-term productivity. The maintenance of soil fertility, the appropriate grazing management and nutritional supplementation can greatly improve forage-based systems in the Amazon Biome.

Key words: agroforestry, animal production, Brachiaria brizantha, crop-livestock,

silvopastoral.

(32)

INTRODUÇÃO

A demanda por proteína animal deve aumentar consideravelmente nos próximos anos (OECD-FAO 2018) e o Brasil tem sido considerado como um dos países que deverá suprir parte dessa demanda mundial. Contudo, o setor pecuário brasileiro ainda enfrenta grandes desafios relacionados às pastagens degradadas e baixa produtividade animal (Dias-Filho 2011).

Neste sentido, o processo de intensificação da pecuária brasileira é uma necessidade, assim como a diversificação das atividades no sistema de produção, para aumentar a eficiência de utilização das áreas de pastagem, sem a necessidade de abertura de novas áreas, aliada ao uso responsável dos recursos naturais (Pedreira et al. 2018).

Os sistemas integrados de produção agropecuária são alternativas que atendem aos anseios da sociedade em termos de produção sustentável e aos desafios enfrentados na pecuária atual. Esses sistemas buscam a intensificação e a sinergia entre solo, plantas e animais para aumentar a produção do sistema (Magalhães et al. 2018).

O componente florestal no sistema em pastagens propicia melhores índices de conforto térmico para animais (Domiciano et al. 2018), o sequestro de carbono (Adewopo et al. 2014) atributos do solo e retenção de água no solo (Rieger et al. 2016). De fato, o sombreamento pode reduzir a radiação fotossinteticamente ativa para o pasto (Crestani et al. 2017) reduzindo a fotossíntese do dossel (Nascimento et al. 2019), acúmulo de forragem (Lopes et al. 2017; Santos et al. 2018a) e aumenta o valor nutritivo (Neel e Belesky 2015; Lima et al. 2018).

Os sistemas de lavoura-pecuária têm sido usados para recuperar pastagens

degradadas, melhorando a fertilidade do solo (Salton et al. 2012; Silva et al. 2014),

ciclagem de nutrientes e eficiência do uso de fertilizantes (Carvalho et al. 2010). Além

(33)

disso, a rotação de culturas reduziu os custos ao longo do tempo em função do enriquecimento do solo (Carvalho et al. 2010).

O entendimento dos efeitos causados pela lavoura e, ou, floresta e os processos que regem a produção quantitativa e qualitativa nas plantas forrageiras em sistemas de pastagens é de suma importância para auxiliar nas tomadas de decisão e no processo de intensificação dos sistemas pecuários de produção.

Com base nesses fatores, a nossa hipótese é de que os sistemas integrados (pecuária- floresta e lavoura-pecuária) afetam quantitativa e qualitativamente o capim-marandu e a produtividade animal. Por esta razão, nosso objetivo foi avaliar a produção de forragem e valor nutritivo de capim-marandu e o desempenho animal em sistema de pecuária- floresta e lavoura-pecuária em comparação com o sistema de pecuária em monocultivo no Bioma Amazônia.

MATERIAL E MÉTODOS

Local e delineamento experimental

Este experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso Animal (008/2015 – CEUA da Embrapa Agrossilvipastoril).

O experimento foi conduzido na Embrapa Agrossilvipastoril, Sinop – MT, Brasil, bioma Amazônia. O clima da região é classificado segundo os critérios de Köppen como Am - clima de monções, ou seja, alternância bem definida entre as estações chuvosas e seca (Alvares et al. 2013), com temperatura média anual de 25 °C e precipitação acumulada de 1.800 mm média do período experimental (Embrapa 2018).

Os elementos climáticos durante o período experimental foram obtidos pela Estação

Meteorológica da Embrapa Agrossilvipastoril, localizado a 500 metros do local do

experimento. A radiação fotossinteticamente ativa (RFA) (média das 07:00 às 17:00

(34)

horas) e temperatura média do ar foi mensurada de junho de 2017 a maio de 2018, além das médias de precipitação e temperatura de 2013 a 2018. O balanço hídrico (Thornthwaite e Mather 1955) foi calculado considerando uma capacidade de água no solo de 40 cm (Figura 1).

A área experimental foi implantada em outubro de 2011 (detalhes em Magalhães et al. 2018) em solo classificado como Rhodic Hapludox pelo sistema de taxonomia de solos norte americano (Soil Survey Staff 2014) e Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico (Santos et al. 2018b), com relevo suave ondulado. Foi realizada a análise química do solo em setembro de 2017, com amostragem na profundidade de 0-20 cm (Tabela 1).

O experimento seguiu um delineamento em blocos completos casualizado em parcelas subdivididas no tempo com arranjo 3 × 2 (três sistemas de produção e duas épocas) com quatro repetições. Os sistemas de produção foram: pecuária em monocultivo de Brachiaria brizantha (sinonímia Urochloa brizantha) cv. Marandu (P); sistema de integração pecuária-floresta (IPF) com de cultivo eucalipto (Eucalyptus urograndis, clone H13) em linhas triplas (3 m entre árvores x 3,5 m entre linhas × 30 metros entre renques), totalizando 270 árvores ha

-1

com altura média de 28±3 metros, cultivado no entre-renques com B. brizantha cv. Marandu; e sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) com cultivo de soja (Glycine max L.) nas safras 15/16 e 16/17 consorciado com B. brizantha cv. Marandu e sucedido com produção pecuária.

A unidade experimental (U.E.) consistiu em piquetes de 2 ha, totalizando 24 ha de

área experimental. No sistema IPF, a área destinada ao uso da pastagem foi de 1,5 ha e

0,5 ha com árvores. Deste modo, os cálculos apresentados para este sistema foram com

base na produtividade de área de pastagem, desconsiderando-se a área ocupada com

árvores (Santos et al. 2016). Em setembro/2016, o sistema IPF foi seletivamente

desbastado em cerca de 50%, resultando em 135 árvores ha

-1

.

(35)

Foi realizada adubação fosfatada com 80 kg de P

2

O

5

na forma de superfosfato simples no dia 18 de novembro de 2017, adubação potássica e nitrogenada parcelada com 100 kg de N e K

2

O ha

-1

nas formas de cloreto de potássio e ureia, respectivamente, em 17 de janeiro e 07 de março de 2018.

O monitoramento da cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta, Notozulia entreriana e Mahanarva spp.) foi realizada quinzenalmente na época chuvosa (Figura 2).

Foram lançados aleatoriamente nos piquetes quatro molduras de 1 m

2

para a quantificação de espumas. Foi realizado duas aplicações com o controle químico, e duas aplicações com controle biológico. O controle químico foi realizado em 15/11/2017 no sistema P e, em 31/11/2017 nos sistemas P e PF, utilizando 0,3 L ha

-1

de Thiamethoxam (141 g L

-1

) + Lambda-cialotrina (106 g L

-1

). O controle biológico foi realizado em 13/01/2018 e 07/03/2018 nos sistemas IPF e ILP, utilizando 0,5 kg ha

-1

de Metarhizium anisopliae.

O período experimental teve duração de 311 dias, com início em 17 de julho de 2017 e término em 24 de maio de 2018. As avaliações foram divididas em duas épocas do ano, considerando uma baixa precipitação (seca: 17/07/2017 a 02/11/2017; 07/04/2018 a 24/05/2018) e alta precipitação pluvial (chuvosa: 03/11/2017 a 06/04/2018).

Avaliações agronômicas

A altura do dossel foi monitorada semanalmente durante o período experimental com mensuração em 50 pontos aleatórios, com auxílio de régua e transparência. Para os sistemas P e ILP, os pontos foram mensurados em diagonal em ziguezague e para o sistema IPF mensurou 25 pontos na face norte e 25 pontos na face sul em ziguezague.

O acúmulo de forragem (AF) e massa de forragem (MF) foram quantificados a cada

28 dias na época seca e chuvosa. O AF foi estimado utilizando o método da gaiola

emparelhada proposto por Klingman et al. (1943), utilizando gaiolas circulares de

(36)

exclusão de pastejo (0,64 m

2

e 1,2 m de altura). Nos tratamentos P e ILP foram alocadas quatro gaiolas em pontos aleatórios e no sistema IPF foram quatro em cada face (norte e sul) distribuídas em pares nas distâncias de 7,5 e 15 m da borda lateral do renque central (Figura 3).

A MF foi quantificada através da coleta no interior de molduras circulares de mesma área que as gaiolas (0,64 m

2

). O AF foi obtido pela diferença entre a MF acumulada na gaiola e a MF amostrada anteriormente. Na mesma ocasião, novas áreas do piquete foram escolhidas para alocação das gaiolas segundo a altura média pré-mensurada do dossel.

Após a coleta, as amostras foram secas em estufa de circulação forçada a 55°C até atingir peso constante.

A taxa de acúmulo de forragem (TAF) foi calculada pela razão entre o AF e o intervalo entre os cortes. A densidade de forragem (DF) foi obtida pela razão da MF e a altura média do dossel no momento da avaliação da MF.

A composição morfológica da MF foi realizada em quatro ciclos, duas na época seca (agosto e outubro de 2017) e duas na época chuvosa (janeiro e março de 2018). Em cada ciclo, as sub-amostras de MF (descritas anteriormente) foram separadas em forragem integral, folha, colmo + bainha e material morto. As amostras foram secas a 55°C em estufa de circulação forçada até atingir peso constante.

Composição morfológica e valor nutritivo da forragem oriunda do pastejo simulado

Em cada piquete, nos mesmos quatro ciclos (descritos anteriormente), foram

selecionados 20 locais que representavam a condição média do dossel e as amostras foram

coletadas manualmente. Cada amostra composta foi separada em folha, colmo + bainha

e material morto e seca em estufa de circulação de ar forçada a 55 ° C até um peso

constante, para a determinação das proporções dos componentes.

(37)

As amostras destinadas a composição química, após processo de secagem, foram moídas em moinhos de facas tipo “Willey”, com peneira de 1 mm de diâmetro, e levadas para análise química. Foram analisados os teores de proteína bruta (PB) (N × 6,25) conforme AOAC (1990), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) e em detergente ácido (FDA) de acordo com Van Soest e Robertson (1985) em duplicata.

Avaliação do desempenho animal

Foram utilizados novilhos não-castrados da raça Nelore (Bos taurus indicus) com peso corporal (PC) inicial médio de 338 ±

10

kg. Os animais foram pesados no início do experimento e distribuídos nos piquetes de maneira que todos os sistemas mantivessem grupos de animais semelhantes em função de peso.

O método de pastejo foi de lotação contínua com taxa de lotação variável por meio da técnica “put and take” (Mott e Lucas 1952) com critério de ajuste da taxa de lotação a altura média do pasto de 30 ± 5 cm (Euclides et al. 2014), monitorados semanalmente.

Os animais tinham livre acesso a água nos piquetes e foram ofertados 2 g kg

-1

PC dia

-

1

de suplemento proteico e energético comercial durante todo o período de avaliação, contendo 300 g kg

-1

de PB no período da seca e 200 g kg

-1

de PB no período chuvoso (Tabela 3).

Os animais foram pesados a cada 28 dias, após jejum de líquido e sólido de 16 horas

para avaliação de desempenho e ajuste da taxa de lotação. Para tanto, dois grupos de

animais foram definidos como traçadores e reguladores (Difante et al. 2009). Os

traçadores (três animais) permaneceram nos piquetes durante todo o período

experimental, e os reguladores foram inseridos ou retirados da área de acordo com o

critério de ajuste de taxa de lotação.

(38)

Os traçadores foram utilizados para mensuração do ganho em peso médio diário (GMD), calculado pelo quociente entre o ganho em peso e o período avaliado. A taxa de lotação média (TLméd) foi calculada pelo quociente do peso médio dos animais (traçadores e reguladores) e o número de dias que permaneceram nos piquetes (Mott 1960; Petersen e Lucas 1968).

De modo semelhante, a taxa de lotação mínima (TLmín) e taxa de lotação máxima (TLmáx) foram estimadas pela mínima e máxima taxa de lotação de cada época. A oferta de forragem (OF) foi obtida pela equação: OF = ([MF/n + TAF)/TLméd] ×100, em que, n é o nº de dias entre as avaliações (da Trindade et al. 2016). O ganho em peso médio por área (GPA) foi obtido como o produto do GMD e capacidade suporte de cada U.E. por dia (Petersen e Lucas 1968).

Análises estatísticas

Os sistemas foram analisados em duas perspectivas: anual e épocas. A avaliação anual compreendeu todo o período experimental. A análise de épocas foi realizada com arranjo em parcelas subdivididas no tempo, em que os sistemas (P, PF e LP) foram as parcelas principais e as épocas (seca e chuvosa) foram as subparcelas.

Os modelos estatísticos utilizado para analisar o período anual e épocas foram, respectivamente:

Y

ij

=µ + S

i

+ b

j

ij

e

Y

ijk

= μ + S

i

+ b

j

+ ω

ij

+E

k

+ (SE)

ik

+ ε

ijk

Em que: Y

ijk

= valor observado do i-ésimo sistema da k-ésima época no j-ésimo

bloco; μ = constante geral associada ao experimento; b

j

= efeito aleatório do bloco j, j =

4; S

i

= efeito fixo do sistema i, i = P; PF e LP; ω

ij

= erro aleatório associado à parcela,

assumindo que ω

ij

~ N(0, Iσ

ω2

); E

k

= efeito fixo de época na subparcela k, k = seca e

(39)

chuvosa; (SE)

ik

= efeito da interação sistema × época; ε

ijk

= efeito aleatório associado ao erro experimental, assumindo que o ε

ijk

~ NID(0, Iσ

ε2

) e Iσ

ε2

como a matriz de variância e covariância.

Os dados foram analisados pelo método de modelos mistos com estrutura paramétrica especial na matriz de covariância por meio do procedimento MIXED do software estatístico SAS (Littell et al. 2006) com medidas repetidas e usando o método da máxima verossimilhança restrita (REML).

Sistema e época foram consideradas como efeitos fixos, bloco e interação bloco × sistema como efeito aleatório. A matriz de covariância foi escolhida considerando o critério de informação de Akaike (AIC) (Wolfinger 1993) e a correção dos graus de liberdade feita usando o método de Kenward e Roger (1997) (DDFM = KR). As médias dos tratamentos foram estimadas pelo LSMEANS e a comparação foi realizada pelo teste de Tukey-Kramer (P < 0,05).

RESULTADOS

Anual

As maiores respostas agronômicas e desempenho animal foram observados no sistema ILP (Tabela 4).

A MF no sistema ILP foi 62% e 105% maior em relação aos sistemas P e PF, respectivamente. O AF no sistema ILP foi 127% maior que os sistemas P e PF, assim como a TAF foi 158% maior em ILP em comparação aos demais sistemas.

A DF, OF e TLméd no sistema ILP foram superiores aos sistemas P e PF, os quais

foram semelhantes (Tabela 4). O incremento na DF do sistema ILP foi de 78% em relação

aos demais, enquanto que na OF foi de 62% e na TLméd foi de 22%.

(40)

O GPA no sistema ILP foi superior em 15% aos sistemas P e IPF, com diferença absoluta de 110 kg PC ha

-1

. No entanto, não houve diferença para o GMD entre os sistemas, apresentando média de 0,670 kg PC dia

-1

. Os animais foram abatidos com PC médio final de 536 ± 17 kg com rendimento de carcaça de 536 ± 8 g kg

-1

PC.

Épocas

Respostas agronômicas

A altura média dos dosséis foi mantida dentro da meta estipulada durante as épocas (Tabela 2). Houve interação sistema × época para MF, AF, TAF, DF e para as proporções de folha, colmo e material morto da MF (Tabela 5).

O sistema ILP propiciou as maiores MF nas duas épocas. Na época seca, a MF do sistema ILP foi 40% e 77% maior que o sistema P e PF, respectivamente, e 131% maior que os sistemas P e IPF na época chuvosa. Os sistemas P e IPF, na época das águas, reduziu a MF em 49% e 46%, respectivamente.

Os maiores AF foram registrados no sistema ILP, independente da época do ano. O sistema ILP apresentou AF 74% maior na época seca, e 164% maior na época chuvosa, em relação aos sistemas P e IPF. Na época chuvosa, o AF aumentou em 110% no sistema ILP e 60% no sistema P comparado a época seca.

A TAF e a DF do sistema ILP também foram maiores que os demais sistemas nas

duas épocas do ano. Na época seca, o sistema ILP aumentou em 138% a TAF, enquanto

que na época chuvosa foi de 172% quando comparados aos sistemas P e PF. A TAF

reduziu, em média, 54% na época seca comparado a época chuvosa, independente dos

sistemas. De modo semelhante, houve um incremento de 60 e 115% na DF nas épocas

seca e chuvosa, respectivamente, no sistema ILP comparado aos sistemas P e IPF.

(41)

As proporções de folha e colmo foram maiores no sistema ILP, o qual não diferiu entre as estações e apresentou menor proporção de material morto (Tabela 5). No entanto, nos sistemas pecuária e IPF, as proporções de folha e caule foram as maiores e o material morto foi o menor na época chuvosa.

Composição morfológica e valor nutritivo do pastejo simulado

Houve interação sistema × época para as proporções de folha, colmo e material morto, FDN e PB (Tabela 7).

A maior proporção de folhas e a menor proporção de material morto foi observada durante a época chuvosa. O sistema IPF apresentou menor proporção de folhas, independentemente da época do ano. Além disso, durante a época seca, o sistema ILP apresentou maior proporção de folhas e menor proporção de material morto comparado aos sistemas P e IPF.

Na época chuvosa, a FDN não diferiu entre os sistemas. O sistema ILP apresentou teores semelhantes de FDN em ambas as épocas, no entanto, durante a época seca o sistema ILP apresentou menor teor de FDN. Os maiores teores de PB foram observados no sistema ILP em ambas as épocas, porém foi semelhante ao sistema IPF durante a época chuvosa. Os teores de PB foram menores na época seca, ao contrário do teor de FDA que foi maior nessa época.

Desempenho animal

A OF e a TLmín diferiram entre sistemas e épocas (Tabela 7). Maior OF foi registrada

para o sistema ILP, seguido de P e PF, e na época seca, um incremento de 59% comparado

à época chuvosa. De modo semelhante, maior TLmín foi observado no ILP e na época

chuvosa.

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