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PROJETO DE LEI ALTERNATIVO AO PLC Nº. 196, 2009 EM TRAMITAÇÃO NO SENADO FEDERAL (minuta)

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PROJETO DE LEI ALTERNATIVO AO PLC Nº. 196, 2009

EM TRAMITAÇÃO NO SENADO FEDERAL (minuta)

Dispõe sobre o exercício da profissão de PEDAGOGO e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

Artigo 1º. É livre, em todo o território nacional, o exercício da atividade de Pedagogo, profissão de natureza docente e técnico-científica; observadas as disposições desta Lei.

§ 1º. A designação profissional de PEDAGOGO é privativa dos habilitados como tal na forma da legislação educacional vigente.

§ 2º. O Pedagogo exercerá sua profissão como agente público, empregado, ou, profissional liberal autônomo, seja no âmbito governamental e privado, econômico e/ou social junto a quaisquer órgãos ou organizações que os componha, atuando em ambiente escolar ou não escolar.

§ 3º. Constituem objeto da Pedagogia, enquanto ciência e profissão, sempre na perspectiva da Docência: a Educação, o Magistério e a Didática, o Processo de Desenvolvimento Humano Cognitivo-Intelectual e seus Processos: Formativos Educativos e/ou de Ensino e Aprendizagem, em ambiente escolar e não escolar.

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§ 4º. Entende-se por docência para os efeitos desta lei a ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo.

§ 5º: Entende-se por magistério, a práxis profissional operativa de natureza educativa, seja ela sociocomunitária em monitoria ou correlato com formação popular artístico-cultural e social de oficio; ou, de formação técnico-científica, em ensino médio ou superior, como professor ou socioeducador, realizada de forma didática, em ambiente escolar ou não-escolar, vocacionada ao estimulo, motivação, promoção, mediação e realização, sob supervisão especializada técnico-pedagógica de um Pedagogo, de todo processo ensino e aprendizagem humano relativo a qualquer conteúdo ou disciplina.

§ 6º: São processos formativos educativos humanos todos aqueles inerentes ao ensino e aprendizagem educativo e sociocultural do ser humano, e em especial: o referencial-afetivo em ambiente familiar; o de ensino formal em ambiente escolar, regido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LBDEN; e, o socioeducativo comunitário e institucional em geral, em ambiente não-escolar que ocorre nas empresas, igrejas, órgãos do poder público, em execução penal e das medidas socioeducativas, ou noutras organizações privadas com e sem fins econômicos e lucrativos, assim como em quaisquer outros fenômenos socioeducativos comunitários.

Art. 2º. Poderão exercer livremente no País, a profissão de Pedagogo de que trata esta Lei, todas as pessoas que sejam portadoras de diploma obtido em Instituição de Ensino Superior, devidamente credenciada por autoridade competente no respectivo Sistema de Ensino, a partir da conclusão com aproveitamento de Curso de Graduação Plena em Pedagogia:

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I. Em nível de Licenciatura Plena com Bacharelado, sendo a licenciatura para o Magistério em ambiente escolar: na educação básica para a educação infantil, séries iniciais do ensino fundamental, educação especial, educação profissional, educação de jovens adultos, matérias pedagógicas no Ensino Médio, e, em ambiente não escolar, na socioeducação na comunidade, no serviço público, no vivido-compartilhado, e em onde ocorrer ação socioeducativa em geral ou for definido como tal em lei; assim como, concomitantemente, em nível de Bacharelado para a: gestão, Operador Especialista-técnico e Pesquisador educacional com de duração mínima com 3.200 (três mil e duzentas) horas (quatro anos letivos), da forma definida pelo Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso;

habilitando para o exercício pleno das atribuições pedagógicas profissionais, a partir da vigência desta lei.

II. Todos os Pedagogos com graduação em nível de bacharelado ou licenciatura plena em pedagogia, ou cursos de complementação pedagógicos, já formados ou já matriculados em cursos regulares em andamento, na data de vigência desta lei; ou aqueles formados em Pedagogia com quaisquer das habilitações especificamente permitidas aos cursos concluídos ou iniciados até o ano letivo de 2006, pela legislação então vigente, ou de Licenciatura Plena iniciada ou concluída posteriormente a tal data, nos termos da Resolução CNE/CP/MEC 01/2006, de 15 de maio de 2.006.

§ 1º: Os formados em graduação em Pedagogia, exclusivamente com bacharelado, ou licenciados com habilitações específicas, em cursos regulares concluídos ou iniciados até o ano letivo de 2006, pela legislação então vigente, terão assegurado o exercício profissional na área habilitada, salvo se, e até que, realizem complementação, nos termos desta lei, que transforme sua formação em Licenciatura Plena com bacharelado, nos termos

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§ 2º: As Instituições de Ensino Superior que mantenham Cursos de Pedagogia em nível de graduação poderão oferecer Cursos de Complementação de Estudos, exclusivamente a Pedagogos, que tenham concluído cursos de Pedagogia: exclusivamente em Bacharelado; ou, com formação em quaisquer das habilitações pedagógicas específicas, anteriores as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia 2006 – CNE/CP/MEC, com plano de estudos de no mínimo 400 (quatrocentas) horas, para transformação de sua graduação em habilitação pedagógica específica, na de Licenciatura Plena com Bacharelado de que trata o inciso I deste artigo.

§ 3º: Fica automaticamente transformada em Licenciatura Plena com Bacharelado, podendo os concluintes requerer junto à respectiva Instituição de Ensino Superior, independente de qualquer complementação de estudos a retificação ou apostilamento correspondente, da graduação dos formados já concluintes ou a concluir para acadêmicos que estejam regularmente matriculados e frequentando Curso de Graduação em Pedagogia na vigência desta lei, cujos cursos de formação em Graduação já tenham sido promovidos em 04 (quatro) anos, ou, 3.200 (três mil e duzentas horas) de efetivo trabalho acadêmico, nos termos do artigo 7º, da Resolução CNE/CP/MEC 01/2006, de 15 de maio de 2.006 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais – DCNs, para o Curso de Pedagogia no País.

Artigo 3º. Constituem áreas e formas de atuação do profissional Pedagogo de que trata esta lei, sempre na perspectiva da docência, seja esta atuação em ambiente escolar e/ou não escolar:

I. A gestão educacional escolar e socioeducativa, por meio de planejamento, organização, direção, gestão, execução, controle e avaliação didática pedagógica de ações, instituições, organizações, estabelecimentos, órgãos públicos, escolas, políticas, planos, processos, programas, projetos, serviços, atividades e benefícios educacionais escolares e não escolares de natureza educativa e/ou socioeducativa;

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II. O magistério na educação formal escolar básica para crianças, na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental (1º e 2º ciclos ou 1ª a 5ª ano), na educação especial, na educação de jovens adultos, na educação profissional, em matérias pedagógicas do ensino médio; e/ou, em toda e qualquer ação socioeducativa em órgãos públicos e organizações privadas com e sem fins econômicos e lucrativos;

III. Como especialista pedagógico, técnico-educacional, didático- pedagógico, escolar e/ou socioeducativo, em: assessoria, consultoria, assistência, supervisão, orientação, coordenação, auditoria, perícia, avaliação, inspetoria, gerenciamento ou gestão de secretaria escolar ou socioeducativa, de natureza educacional, didática e/ou pedagógica e outras correlatas, seja em atendimento individual, em grupo, ou, integrando equipes técnicas multi, inter ou transdisciplinares, educacionais, socioeducativas, privadas ou públicas, e de serviços e políticas públicas sociais setoriais ou transversais; na perspectiva dos processos e fenômenos do desenvolvimento cognitivo humano, das ações formativo-educativas e de ensino e aprendizagem em geral, atuando com métodos e/ou técnicas psicomotoras (psicomotricidade), e atividades correlatas, pedagógicas, socioeducativas e psicopedagógicas: institucionais, operacionais, em ambiente escolar ou não-escolar; e,

IV. A pesquisa didática, pedagógica, educacional e socioeducacional, em avaliação e investigação de todas as ações, processos, fenômenos, relações, objetos, sujeitos e correlatos do interesse da educação, da socioeducação, do ensino, da aprendizagem, do desenvolvimento cognitivo e intelectual, da didática e da pedagogia em seus processos formativos educativos.

Art. 4º. É assegurado aos atuais ocupantes de cargos ou funções de Pedagogo, em órgãos ou instituições públicas e privadas, ainda que não atendam ao disposto no artigo 1º desta lei, o direito de continuar no exercício de suas respectivas atividades, desde que credenciados junto ao Conselho Regional de Pedagogia, na forma da

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§ 1º. Os beneficiados deste artigo que tiverem no exercício do respectivo cargo ou função de Pedagogo a 02 (dois) anos ou mais terão direito ao registro independente de qualquer outra comprovação.

§ 2º. Os beneficiários deste artigo que tenham tempo de exercício inferior ao previsto no parágrafo anterior estarão sujeitos à frequência com aproveitamento em curso de qualificação intensivo de no máximo 100 (cem) horas para obtenção do registro.

Art. 5º. São atividades e atribuições privativas ao Pedagogo, observado o disposto no artigo 2º desta lei:

I. A responsabilidade técnica pela elaboração; assinatura;

coordenação; supervisão; orientação; avaliação de projeto político- pedagógico a toda e qualquer ação de natureza educacional ou socioeducativa de caráter didático-pedagógica no território nacional, seja no âmbito público ou privado, em ambiente escolar ou não- escolar;

II. A gestão educacional didático-pedagógica:

a. De instituições, programas, projetos e/ou toda e quaisquer ações educativas e didático-pedagógica, no espaço escolar (educação formal) e não-escolar (educação social ou socioeducação);

b. De Cursos de Formação em Pedagogia em Graduação no Ensino Superior de que trata os incisos I e II do artigo 3º esta Lei;

III. O magistério:

a. Formal escolar como professor-cuidador na educação infantil (creches e pré-escolas) em ambiente escolar e/ou em ambiente não escolar, seja na Pedagogia Hospitalar e/ou correlata, com ou sem o auxilio nestas atribuições por Educadores Sociais com formação no ensino médio, no

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curso de Magistério ou de formação de Cuidadores e/ou Educadores Sociais para a Educação Infantil;

b. Formal escolar das séries iniciais do ensino fundamental da educação básica (1º e 2º ciclos do ensino fundamental I – primeiro a quinto ano ou séries), em ambiente escolar e/ou em ambiente não escolar, na Pedagogia Hospitalar e/ou correlata, e;

c. Formal escolar das disciplinas didático-pedagógicas no ensino médio da educação básica e nos cursos de formação de Professores e Pedagogos;

d. Socioeducativo comunitário não-escolar, nas ações de natureza educativa em organizações diversas das Políticas Públicas Sociais Setoriais em geral, e em especial nas áreas de seguridade social, educação ambiental, educação para a saúde, educação para a segurança alimentar e nutricional, educação fiscal, educação política, educação patrimonial cultural, educação continuada permanente de professores/educadores, educação para o trânsito, educação para o trabalho, educação multimeios em informática e tecnologias digitais, educação ocupacional para a segurança e a saúde do trabalho e do trabalhador, e outras promovidas no vivido-compartilhado, na comunidade, nas empresas, nas organizações governamentais e não-governamentais, nas igrejas, no trabalho e na vida social em geral;

IV. Como Especialista Educacional e/ou Didático-Pedagógico:

a. No ambiente escolar ou não escolar, em atendimento individual, familiar ou em grupo: de orientação, assessoria, consultoria e acompanhamento didático-pedagógico e psicopedagógico, inerente a escuta, análise, orientação, avaliação, encaminhamento de demandas educacionais e didático-pedagógicos junto educadores, comunidades, a pais, responsáveis e famílias com dificuldades do exercício da função educativa referencial-afetiva que lhes são de

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competência e a educandos com dificuldades cognitivas de aprendizagem;

b. No recrutamento e seleção, assim como a elaborar programas de treinamento e projetos técnico-educacionais e integrar equipes técnicas interdisciplinares em Organizações, inclusive empresariais e em Programas de diversas naturezas;

c. Na participação para definição de parâmetros e diretrizes de aprendizagem e avaliação em projetos pedagógicos específicos e em especial nas ações de pedagogia multimeios incorporadora didático-pedagógica de técnicas e tecnologias digitais, de informática e tecnologia da informação ao processo ensino e aprendizagem e qualificação multimeios de educadores para sua apropriação, uso, manejo e aplicação, assim como na elaboração, organização e manutenção de programas de Ensino a Distância – EAD, sua avaliação, controle e qualidade, e tutoria geral ou na específica em cursos de formação didático-pedagógica;

d. Na ação técnica na orientação, consultoria, assessoramento, assistência, supervisão, coordenação, auditoria, inspeção, perícia, avaliação, educacional e atuando com métodos e/ou técnicas pedagógicas, socioeducativas, operacionais e/ou integrando equipe disciplinar ou multi, inter e transdisciplinar, em ambiente escolar ou não-escolar.

§ 1º: Entende-se por gestão educacional todas as atividades escolares e não- escolares, de administração e gestão; de apoio, suporte e serviços educacionais e socioeducativos, e, de suporte didático-pedagógico ao magistério, inerentes a: direção, assistência à direção, planejamento, supervisão, assessoria, orientação, inspeção, coordenação e secretaria em instituições, programas, projetos e outras ações didático-pedagógicas de natureza educacional, técnica ou administrativas, inclusive a oferta de cursos livres em geral.

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§ 2º: Especificamente em relação ao magistério formal escolar de que trata o inciso II, alíneas “a” e “b” deste artigo, o exercício das referidas atividades poderá ser feito por outros profissionais, nos termos previstos no artigo 62 da Lei Federal nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

§ 3º: Integra ainda as atribuições do Pedagogo enquanto profissional, de forma não privativa, a realização da pesquisa educacional, incluindo a formulação de políticas públicas e ações a ela pertinentes de natureza educacional, escolares e não-escolares e o desenvolvimento de novas tecnologias educacionais nas diversas áreas do conhecimento;

§ 4º: Preservadas as peculiaridades de cada profissão, as ações dispostas no inciso IV, alínea “b” deste artigo são concomitantemente exercidas também por profissionais da Psicologia, consoante o disposto no artigo 13, § 1º da Lei Federal nº. 4.119, de 29 de agosto de 1962 e de outras profissões se e quando a lei assim o definir expressamente.

§ 5º: Consoante ao disposto no inciso IV, inciso “c” deste artigo é atribuição privativa do Pedagogo a Coordenação Educacional dos Programas de que trata o artigo 74, § 1º da Lei Federal nº. 9.503, de 23 de setembro de 1.997.

§ 6º: A educação ocupacional e para a segurança e saúde do trabalho e do trabalhador, de que trata a alínea “d” do inciso III deste artigo, inclui inclusive a gestão educacional e o enfoque didático-pedagógico de ações, treinamentos, orientações e avaliações socioeducativas destinados à capacitação e qualificação dos trabalhadores e gestores para o cumprimento do disposto na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, com as alterações da Lei Federal nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e normas regulamentadoras administrativas decorrentes.

§ 7º: As equipes de referencia públicas ou privadas, em ações de Proteção Social Básica e Especial de Média e Alta Complexidade socioassistenciais,

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que tenham em suas ações natureza educacional ou socioeducativa, terão obrigatoriamente de incluir entre seus integrantes um profissional Pedagogo.

§ 8º: O profissional da área de educação de que trata o caput do artigo 12 da Lei Federal nº. 12.594, de 18 de janeiro de 2012, deverá ser necessariamente um profissional Pedagogo.

§ 9º: É permitida, excepcionalmente, em função do perfil dos educandos, nas classes escolares de educação infantil em creches e pré-escola a presença de Educador Social, Profissional do Magistério em Ensino Médio, ou correlato, com formação no mínimo em Ensino Médio, atuando como cuidador, desde que sob a supervisão de profissional Pedagogo.

Art. 6º. Para o exercício da profissão de Pedagogo, seja ele como empregado, profissional liberal, autônomo ou de qualquer outra natureza, independente da denominação que se dê ao cargo ocupado, se as funções e atribuições a ele inerentes sejam uma das elencadas nos artigos 4º ou 5º desta lei, é obrigatória a inscrição do profissional junto ao órgão de fiscalização profissional competente.

§ 1º. São órgãos de fiscalização profissional dos Pedagogos, ora criados, o CONSELHO FEDERAL DE PEDAGOGIA – COFEPe e os CONSELHOS REGIONAIS DE PEDAGOGIA – COREPe(s), instalados em cada um dos Estados da Federação e no Distrito Federal, com funções e atribuições definidas em sua regulamentação, sendo requisitos à inscrição:

a. A satisfação das exigências de habilitação profissional previstas nesta Lei;

b. Ausência de impedimentos legais para o exercício de qualquer profissão;

c. Inexistência de conduta desabonadora no âmbito educacional, assim entendida, o processo criminal com indiciamento em tipificação criminal ou contravencional cuja pena seja superior a dois anos, ou qualquer que seja ela nos crimes previstos ou vinculados ao Estatuto da Criança e do Adolescente, enquanto não houver transito em julgado da sentença; a condenação criminal

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transitada em julgado, a cassação para o exercício profissional; e a suspensão para o exercício profissional,no período de seu cumprimento.

§ 2º. O Conselho Federal de Pedagogia – COFEPe e os Conselhos Regionais de Pedagogia – COREPe(s) constituem em seu conjunto, uma entidade com personalidade jurídica e forma federativa, com o objetivo básico de disciplinar, normatizar, defender e fiscalizar o exercício legal, ético e de qualidade da profissão de Pedagogo em todo o território nacional.

§ 3º. Os Conselhos Regionais de Pedagogia – COREPe(s) são dotados de autonomia administrativa e financeira sem prejuízo de sua vinculação ao Conselho Federal, nos termos da legislação em vigor.

§ 4º. O Pedagogo que exercer sua atividade em outra região, ainda que provisoriamente, ficará obrigado a visar, nela, o seu registro.

§ 5º. O Conselho Federal de Pedagogia definirá em Resolução o Código de Ética Profissional dos Pedagogos e os símbolos representativos da profissão.

Art. 7º. Compete ao Conselho Federal de Pedagogia – COFEPe, que terá sede e foro no Distrito Federal, na qualidade de órgão normativo de grau superior, o exercício das seguintes atribuições:

I. Orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício da profissão de Pedagogo, em conjunto com os COREPe(s);

II. Assessorar os COREPe(s) sempre que se fizer necessário;

III. Aprovar seu Regimento Interno e os regimentos internos dos COREPe(s) no fórum máximo de deliberação do conjunto COFEPe/COREPe(s);

IV. Aprovar o código de ética profissional dos Pedagogos, juntamente com os COREPe(s), no fórum máximo de deliberação do conjunto COFEPe/COREPe(s);

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V. Cadastrar as Instituições de Ensino que mantenham curso de formação de Pedagogos e fiscalizar junto aos respectivos cursos a operacionalização e prática do Estágio Acadêmico nos termos regulamentares definidos pelo Ministério da Educação, regulamentando as diretrizes de supervisão e participação acadêmica e de campo nele dos profissionais Pedagogos;

VI. Definir o Código de Ética Profissional dos Pedagogos e suas alterações e atualizações;

VII. Definir seu Regimento Interno, em reunião conjunta com os CREPes;

VIII. Funcionar como Tribunal Superior de Ética Profissional;

IX. Julgar em última instância administrativa, os recursos contra as sanções impostas pelos COREPe(s);

X. Estabelecer os sistemas de registros dos profissionais habilitados, observado o disposto nesta lei;

XI. Promover oportunidade de avaliação nacional de conhecimentos específicos anualmente aos profissionais Pedagogos recém- formados, e a cada quatro anos de todos os profissionais Pedagogos, com foco na qualidade da educação oferecida nas instituições de ensino superior e na qualificação profissional em serviço, para fins exclusivamente de autoavaliação pelos profissionais, sendo vedada a divulgação pública, a utilização dos resultados como forma de impedimento de inscrição ou permanência nos Conselhos, bem como de mecanismo classificatório dos profissionais;

XII. Prestar assessoria técnico-consultiva aos organismos públicos ou privados, em matéria de Educação, Pedagogia e Didática;

XIII. Promover interface, intercâmbio e integração com órgãos internacionais de Pedagogos ou da área de educação, didática e pedagogia.

§ 1º: O fórum máximo de deliberação da profissão do conjunto, para fins desta lei é constituído por reunião conjunta do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais constituídos, da forma que definir o Regimento Interno do CFPe.

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§ 2º: O Regimento Interno do COFEPe, aprovado por deliberação do conjunto COFEPe/COREPe(s), definirá o percentual de participação do Conselho Federal nas taxas, mensalidades fixadas e demais receitas obtidas pelos COREPe(s).

§ 3º: O Conselho Federal será mantido pelo percentual de repasse das receitas, taxas, emolumentos e anuidades feitos pelos Conselhos Regionais, por doações e legados e por outras rendas permitidas em lei.

§ 4º: Caberão as Unidades de Ensino de Cursos de Pedagogia credenciar e comunicar aos Conselhos Regionais de sua jurisdição os campos de Estágio de seus alunos e designar os Pedagogos responsáveis por sua Supervisão Acadêmica e apontar os Pedagogos que exercerão neles a Supervisão de Campo dos respectivos estagiários, observadas as diretrizes definidas pelo Ministério da Educação quanto ao Estagio Acadêmico e pelo Sistema COFEPe/COREPe(s) quando a participação dos profissionais Pedagogos.

Artigo 8º: Aos Conselhos Regionais de Pedagogia – COREPe(s), que terão sede e foro das Capitais dos Estados e no Distrito Federal, em suas respectivas áreas de circunscrição estadual, na qualidade de órgãos executivos e de primeira instância, compete o exercício das seguintes atribuições:

I. Organizar e manter o registro profissional dos Pedagogos e o cadastro das instituições públicas e privadas de natureza educativo-pedagógica, expedindo, respectivamente a Carteira de Identificação Profissional e o Certificado de Habilitação para atuação profissional na área Pedagógica;

II. Fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de Pedagogo na respectiva região circunscrita;

III. Expedir carteiras profissionais de Pedagogos, fixando a respectiva taxa;

IV. Zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando

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V. Aplicar as sanções previstas no Código de Ética Profissional e na presente lei e legislação pertinente quando for o caso;

VI. Fixar, em assembleia geral da categoria, as anuidades que devem ser pagas pelo Pedagogo ao Conselho;

VII. Elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e aprovação no fórum máximo de deliberação do conjunto COFEPe/COREPe(s);

VIII. Criar, instalar e extinguir, com homologação do Conselho Federal, delegacias seccionais dentro do seu território de circunscrição, com atribuições executivas e subordinadas ao Conselho Regional, quando o volume de profissionais assim o justificar e permitir oferecer melhores condições de comunicação, fiscalização e orientação.

§ 1º: Se e enquanto não se constituir Conselho Regional em determinado Estado da Federação ou no Distrito Federal, caberá ao Conselho Federal, criar na capital do respectivo Estado uma Delegacia Seccional Estadual que atenderá as atribuições do mesmo, se e até que se constitua o COREPe(s) correspondente.

§ 2º: A inscrição nos Conselhos Regionais sujeita o profissional ao pagamento das contribuições compulsórias (anuidades), taxas e demais emolumentos que forem estabelecidos em regulamentação baixada pelo Conselho Federal, em deliberação conjunta com os Conselhos Regionais.

Art. 9º. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais serão constituídos por 09 (nove) conselheiros membros titulares cada um, exercendo suas atividades de forma colegiada em plenário nacional ou regional, respectivamente, e exercendo ainda entre os mesmos concomitantemente, conforme definido em chapa na própria eleição cargos executivos não cumulativos de: Presidente, Vice-Presidente, Secretário Geral, Secretário Adjunto, Tesoureiro Geral e Tesoureiro Adjunto, além de três membros da Comissão Fiscal.

§ 1º: A eleição para o Conselho Federal será para mandato de quatro anos, com possibilidade de recandidatura e dar-se-á por meio do voto direto,

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secreto, livre e democrático em Assembléia Geral Nacional, instalada na Capital Federal, de delegações dos COREPe(s) compostas por um delegado para cada 1.000 (mil) profissionais inscritos ou fração destes superior a 500 (quinhentos), tendo cada delegado direito a um voto.

§ 2º: A eleição para os Conselhos Regionais será para mandato de quatro anos, com possibilidade de recandidatura e dar-se-á por meio do voto obrigatório, direto, secreto, livre e democrático, proibido, portanto o voto por procuração, de todos os profissionais inscritos regularmente e em dia com suas obrigações econômicas junto ao respectivo COREPe.

§ 3º: O processo eleitoral de que trata o parágrafo anterior, será convocado com no mínimo 90 (noventa) dias de antecedência, ocorrerá necessariamente em dia não útil, com captação de votos em no mínimo seis horas entre 08h00 e 22h00 e com mesas e urnas eleitorais na Capital do Estado e em todas as delegacias seccionais em funcionamento, podendo, conforme definir o edital de convocação outras urnas serem instaladas em locais dentro do território de circunscrição que se julgar necessários e oportunos, ou requeridos, com antecedência de 45 (quarenta e cinco) dias da data do pleito, por no mínimo 100(cem) profissionais Pedagogos inscritos.

§ 4º: Serão eleitos nove conselheiros suplentes, os quais serão convocados a assumir na ordem inscrita na chapa, para substituir titular em caso de licença ou impedimento pelo respectivo período ou em caso de vacância pelo restante do mandato.

§ 5º: No caso de substituição do Presidente esta será feita pelo Vice- Presidente e no caso de substituição do Secretário Geral ou Tesoureiro Geral, esta será feita pelos respectivos adjuntos, cabendo ao conselheiro suplente convocado substituir o Vice-Presidente ou os adjuntos, observado o disposto no parágrafo anterior.

§ 6º: As delegacias seccionais constituídas serão dirigidas por um Delegado,

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da respectiva área de circunscrição daquela Delegacia, e concomitantemente ao pleito eleitoral e para igual mandado do respectivo COREPe(s) a que estiver vinculada.

Art. 10. São infrações disciplinares:

I. Transgredir preceito de ética profissional;

II. Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;

III. Praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como crime;

IV. Descumprir determinações dos órgãos competentes, em matéria de competência destes, depois de regularmente notificado;

V. Deixar de pagar, na data prevista, as contribuições e as taxas devidas ao órgão competente.

Art. 11. As infrações disciplinares estão sujeitas à aplicação das seguintes penas:

I. Advertência;

II. Multa;

III. Censura;

IV. Suspensão do exercício profissional até trinta dias;

V. Cassação do exercício profissional.

Art. 12. O Pedagogo desenvolverá seu exercício profissional como empregado, empregador, ou por conta própria como profissional liberal ou autônomo, em Organizações públicas governamentais ou sociais (terceiro setor), ou ainda, em Organizações Privadas, escolares e não-escolares, e em outras situações de caráter educativo, sendo obrigatória a presença desse profissional nas ações de que trata o artigo 4º e 5º desta lei.

PARÁGRAFO ÚNICO: O exercício do Pedagogo em qualquer atribuição em ambiente escolar, no ensino formal, nos Sistemas de Ensino, inerente a profissão, ainda que fora da sala de aula (professor), mas na mediação da

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prática didático-pedagógica em atribuições de gestor, pesquisador ou especialista, é considerado para todos os efeitos, quando o mesmo não requerer diferente, como atribuição docente para todos os fins legais, em especial aqueles inerentes à carreira, promoção e evolução funcional, salvo se e quando estabelecida carreira institucional específica para os Pedagogos.

Art. 13. Cabe ao Sistema Sindical dos Pedagogos, composto pela Confederação Nacional, Federações Estaduais e Sindicatos locais e/ou regionais de Pedagogos a representação coletiva, trabalhista, previdenciária e de segurança do trabalho, em juízo ou fora dele, no interesse geral ou individual dos Pedagogos, no cumprimento desta lei e/ou nos limites da legislação vigente.

Art. 14. A condição de Pedagogo não conflita com a condição de profissional do ensino escolar e/ou da educação básica ou superior, gestor ou professor escolar, quando optar exclusivamente por tal atuação e nos limites dela enquanto atividade de Ensino Formal Escolar integrante do Sistema Nacional de Ensino Básico e tampouco o exercício privativo das atribuições inerentes ao Pedagogo conflitará com o exercício de educação popular tradicional não formal em ambiente não escolar ministrada em decorrência de tradição, usos e costumes culturais.

§ 1º: Estará obrigada a inscrição especial, mas com pagamento de anuidade com desconto de 80%, e será inscrito em categoria especial o Pedagogo que exercer exclusivamente cargo, função e atribuição de magistério escolar em sala de aula, como professor-cuidador da educação infantil ou de professor nos anos iniciais (1º e 2º ciclo) do Ensino Fundamental, não se enquadrando nessa exceção o profissional que exercer outra atribuição pedagógica, mesmo que concomitantemente com esta, na mesma ou em outra instituição.

§ 2º: Não estará obrigado ao registro o Pedagogo de formação que não esteja exercendo cargo, função ou atribuição que exija tal formação, ai incluída a exclusiva de professor em outras disciplinas específicas escolares em ambiente escolar no ensino formal, não enquadradas no inciso II do artigo 3º desta lei, exceto as de matérias pedagógicas no Ensino Médio, cursos

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técnicos de educação profissional e disciplinas nos Cursos de Formação de Pedagogos ou professores em nível de graduação ou pós-graduação.

§ 3º: Os COREPe(s), poderão certificar a condição de Educadores Sociais Populares, nos casos previstos no caput deste artigo, inclusive firmando ajustes com entidades representativas dos mesmos para tanto e prestando- lhes dentro das possibilidades apoio e colaboração didático-pedagógica, não configurando tal prática como exercício ilegal da profissão para todos os efeitos.

§ 4º: A condição de educador social popular não pressupõe o exercício de cargos, funções e atribuições de gestor e coordenador e orientador educacional e as privativas de profissional Pedagogo de que trata esta lei.

§ 5º: O exercício profissional do pedagogo, além da função técnica para os casos de gestão, especialista e cientista, também é efetivamente, a de profissional da educação, para todos os efeitos, como função de docência e magistério para todos os efeitos legais, funcionais e trabalhistas.

Art. 15. A duração do trabalho do Pedagogo empregado, no exercício de qualquer de suas atividades privativas previstas nesta lei, tenha o cargo ou função qual for à denominação, e tiver nas suas funções e atribuições àquelas previstas na presente lei, são de no máximo 30 (trinta) horas semanais.

§ 1º.: Aos profissionais com contrato de trabalho em vigor na data de publicação desta Lei é garantida a adequação da jornada de trabalho, vedada qualquer redução salarial em função disto.

§ 2º.: Ficam preservadas como estão as jornadas de trabalho que na data desta lei já sejam inferiores a esta, permitindo-se, por mutuo acordo patrão e empregado, a sua adaptação com o devido reajuste salarial proporcional correspondente.

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§ 3º.: Os serviços extraordinários para além da limitação deste artigo observarão, no que couber o previsto para a espécie na legislação trabalhista comum vigente, em especial na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Art. 16. A Carteira de Identificação Profissional de Pedagogo, expedida por Conselho Regional de Pedagogia, servirá de prova para fins de exercício profissional e de Carteira de Identidade Pessoal, e terá fé pública em todo território nacional.

Art. 17. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão legitimidade para agir contra qualquer pessoa ou instituição pública ou privada que infringir as disposições que digam respeito às prerrogativas, à dignidade e ao prestigio da profissão de Pedagogo.

Art. 18. Na Lei Federal nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em todo o seu conteúdo, e em especial o que dispõe o seu Título VI e consoante o que define o seu artigo 1º e respectivo § 1º, substitua onde constar “profissional de educação”, ou, “profissionais de educação”, respectivamente, por “profissional do ensino formal escolar”, ou, “profissionais do ensino formal escolar”.

Art. 19. O artigo 90 e seu inciso II, da Lei Federal 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a ter a seguinte redação:

“Art. 90. As Organizações de atendimento, públicas governamentais ou privadas, com ou sem finalidades econômicas e lucrativas, são responsáveis pela sustentabilidade e manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de seus programas de ação educacionais, sócio-educativos e de proteção destinados a crianças, adolescentes e famílias, em regime de:

I – ... omissis ...;

II – de ação nos processos formativos educativos em geral, a saber:

a. as de ensino formal da Política Pública de Ensino, devidamente autorizada a funcionar pelo respectivo Sistema de Ensino ao qual estiver vinculada na forma da lei, e;

b. na ação, desenvolvimento e apoio em ações socioeducativas comunitárias didático-pedagógicas não-escolares das demais e diversas Políticas Públicas Sociais Setoriais, devidamente cadastradas junto ao Conselho Regional de Pedagogia da respectiva circunscrição, promovidas no vivido-compartilhado;

III – em colocação familiar ou, atuando em apoio, suporte ou incentivo a guarda, tutela ou adoção, adotados e adotantes, inclusive quanto ao previsto no inciso VII do artigo 87 e no § 2º do artigo 260, ambos desta lei;

IV – em Acolhimento Institucional ou Familiar, devidamente inscrita junto ao Conselho Municipal de Assistência Social e ao Conselho Regional de Pedagogia da respectiva

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VI – na supervisão e coordenação operativa das medidas de proteção aplicadas nos termos do artigo 101 ou das medidas pertinentes aos Pais ou responsável, de que trata o artigo 129, ambos desta lei;

V – em medida sócioeducativa em meio aberto de: obrigação de reparação do dano, liberdade assistida, prestação de serviços a comunidade, ou equiparadas as medidas de Proteção a crianças nos termos do artigo 105 e a adolescentes nos termos do inciso VII do artigo 112, combinados com o artigo 101 desta lei;

VI – em medida sócioeducativa de semiliberdade (comum ou invertida);

VIII – em medida sócioeducativa de internação (acautelamento inicial (artigo 175, §§

1º e 2º), provisória (artigo 183), sanção (artigo 122, inciso II e § 1º) ou sentenciada (artigo 121), todos da presente lei);

IX – em atendimento aos serviços especiais de que tratam os incisos III a VI do artigo 87 da presente lei.

X – em atuação no assessoramento a Entidades de Atendimento ou Usuários;

XI – em Defesa e Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente.”

Art. 20. O artigo 17 da Lei Federal nº. 7.210, de 11 de julho de 1984, passa a ter sua redação acrescida de parágrafo único da seguinte forma:

“Art. 17. ... omissis ...

PARÁGRAFO ÚNICO: A assistência educacional de que trata este artigo e seguintes terá necessariamente a Coordenação Pedagógica de um profissional Pedagogo.

Artigo 21. Por deliberação do Conselho Federal de Pedagogia, por no mínimo 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá ser instituído exame de certificação profissional, por meio de cem perguntas técnicas objetivas com opções de múltipla escolha, para avaliação da qualidade da formação para fins de inscrição do profissional, assegurada aos que consigam responder com acerto de no mínimo metade das mesmas, não sendo permitido qualquer tipo de avaliação subjetiva neste sentido.

Art. 22. Os Pedagogos terão o prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, a contar da implantação do Conselho Regional ao qual estiver circunscrito ou do Conselho Federal para promover a sua inscrição regular na forma da presente lei.

Artigo 23. O Conselho Federal será instalado em assembleia de Pedagogos convocada pelo Grupo Nacional dos Pedagogos e na qual será eleita entre os pedagogos presentes, uma Comissão Diretora provisória de cinco membros, a qual promoverá a inscrição inicial dos Pedagogos, gerenciará provisoriamente o Conselho respectivo e convocará eleição de constituição do primeiro Conselho,

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somente após vencido o prazo de que trata o artigo anterior e dará posse ao mesmo na data em que completar o primeiro ano de instalação do mesmo.

PARÁGRAFO ÚNICO: Cabe ao COFEPe, instalar os Conselhos Regionais por meio de convocação de Assembléia Geral na Capital do referido Estado, devendo neste processo assegurar no processo eleitoral de escolha de sua direção, no máximo de cidades possível, mesas eleitorais e necessariamente em todas as cidades, com mais de quatrocentos mil habitantes no respectivo Estado.

Artigo 24. O artigo 3º da Lei Federal nº. 5.564, de 21 de dezembro de 1968 passa a ter a seguinte redação:

Art 3º. A formação de orientador educacional é inerente ao profissional Pedagogo e também àquele que obtenha titulação no ensino superior em pós-graduação de orientador educacional em curso reconhecido pelo Ministério da Educação.

Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, e em especial: o artigo 64 da Lei Federal nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e o artigo 4º da Lei Federal nº. 5.564, de 21 de dezembro de 1968.

Sala da Comissão, em de de 2013.

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JUSTIFICATIVA:

O PLC 196/2009 que tramita no Senado Federal busca regulamentar a profissão de PEDAGOGO, porém em função de uma visão equivocada no decorrer de sua tramitação junto a Câmara dos Deputados, a partir do original proposto pelo Deputado Arnaldo Faria de Sá, acabou por meio de um substitutivo sendo desvirtuado no seu objetivo e proposta e assim se manteve até a versão atualmente tramitando, razão pela qual o Grupo Nacional dos Pedagogos, depois de intensa discussão e análise de seus membros, propõe uma proposta alternativa ao Relator designado para o mesmo.

Inicialmente vale salientar que ao contrário do colocado nas discussões junto a Câmara dos Deputados, não procede à afirmação de que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN (Lei Federal nº. 9.9394, de 20 de dezembro de 1996 já regulamenta a profissão e o exercício profissional do Pedagogo).

A LDBEN trata exclusivamente as diretrizes e bases para o Ensino Formal Escolar e não para a educação e nem a pedagogia como um todo, seu artigo primeiro deixa claro que a educação é constituída pelos três processos formativo- educativos, a saber: educação referencial-afetiva familiar; educação formal escolar e socioeducação comunitária, e no § 1º do artigo referido deixa claro que só tratará de uma delas, a educação formal escolar, não abarcando a educação não formal em ambiente não escolar onde, igualmente atua o Pedagogo.

Outra questão que precisa preliminarmente ficar ersclarecida é que, sem qualquer juízo de valor, mas por questão fática, impende fique claro que PEDAGOGO é PEDAGOGO e PROFESSOR e PROFESSOR, ainda que, todo Pedagogo seja professor, embora o inverso não é verdadeiro, nem todo professor é um Pedagogo. O que une ambas as categorias é a EDUCAÇÃO e condição comum de PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.

Cabe aqui registrar a compreensão de que o argumento da docência como base epistemológica do Pedagogo não se sustenta na perspectiva de limitar a

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atuação deste profissional tão somente como professor ou magistério, uma vez que conduzir ao saber é para além do facilitar o saber (papel da competência da prática do magistério, ou seja, de um professor). Ser o Pedagogo (uma espécie de acompanhante do aprendiz, em tempos remotos), mostra que a sua função esta intimamente ligada não só com a de executor didático do processo (ensino), mas sim e também à questão de garantidor da qualidade e da base científica pedagógica do processo educativo daquele que aprende, logo injusto e inadequado, buscar no argumento da docência para invalidar o Pedagogo como cientista da educação, como se tem historicamente tentado alguns, para limitar a ação deste profissional apenas ao de ser executor do processo educativo, igual ao trabalho por excelência dos professores no exercício do magistério em suas diversas áreas, ai incluindo o próprio Pedagogo, quando nesta atividade.

O artigo 5º, inciso XIII da Constituição Federal define que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Porque no caso da profissão do Pedagogo é importante estabelecer em lei regulamentadora profissional tais qualificações?

Esta é a pergunta que importa para fundamentar o projeto de lei em questão e a resposta é a de que educar é um processo fundamental para o Desenvolvimento Humano e a ação didático-pedagógica é essencial para que o processo ensino e aprendizagem ocorram de forma adequada a mover e promover aquele Processo de Desenvolvimento Humano, logo a formação e o desenvolvimento adequado do ser humano, notadamente da criança e do adolescente é o fundamento de interesse público para assegurar que tal ação ocorra com apoio, suporte, assessoria, consultoria, ensino e aprendizagem adequados e mediados por profissional devidamente formado, qualificado e que exerça esta atuação de forma ética, profissional e com qualidade.

Por fim, nas preliminares, importante ressaltar que a atuação do Pedagogo se dá não só no ambiente escolar, mas também e cada vez de forma mais expressiva no ambiente não escolar, seja como gestor, socioeducador ou operador técnico especialista no atendimento pedagógico individual ou em grupo, ou ainda,

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atuando na esfera pública governamental (Primeiro Setor) ou público-privada social (Terceiro Setor) ou ainda privada com fins econômicos (Segundo Setor).

Posto isto se justifica o proposto pelo seguinte:

 O artigo 1º define o exercício da profissão de pedagogo;

 O artigo 2º define quem pode exercer a profissão de pedagogo, regulando as diversas situações anteriores e padronizando a formação em graduação no ensino superior como licenciatura plena com bacharelado, considerando que o pedagogo tanto tem formação para o magistério (licenciatura) quanto para outras ações para além do magistério: gestão, especialista técnico e pesquisa (bacharelado);

 O artigo 3º elenca as áreas e formas de atuação de um profissional pedagogo, em suma: gestão, magistério, especialista e pesquisador, em ambiente escolar e não escolar e em órgão público ou organização privada, ou então como profissional liberal autonomo;

 O artigo 4º assegura aos que já venha livremente exercendo funções e atribuições de Pedagogo tenham seu direito adquirido assegurado;

 O artigo 5º define quais atividades e atribuições são privativas do profissional pedagogo, e que são assim consideradas em função do interesse público e social de que sejam desenvolvidas por profissional qualificado e com formação adequada;

 O artigo 6º define o sistema de fiscalização ética e da qualidade profissional, e cria o Sistema de Conselhos de Classe para tanto;

 O artigo 7º define as competências do COFEPe – Conselho Federal de Pedagogia;

 O artigo 8º define as competências dos COREPes – Conselhos Regionais de Pedagogia;

 O artigo 9º regulamenta outras questões inerentes ao Sistema de Conselhos de Classe;

 Os artigos 10 e 11 definem as infrações e sanções disciplinares profissionais;

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 O artigo 12 define as formas de exercício da profissão e sua vinculação como ação docente;

 O artigo 13 define com clareza as atribuições do Sistema Sindical dos Pedagogos que não se confunde com o Sistema de Conselhos de Classe;

 O artigo 14 regula a situação especial de pedagogos que optam pelo exercício exclusivo do magistério, ou não exercem a profissão, assim como daqueles educadores sociais populares, evitando equívocos ocorridos na regulamentação de outras profissões, em desrespeito ao conhecimento e práticas educativas populares;

 O artigo 15 define a jornada de trabalho máxima do pedagogo e as questões inerentes a ocupação de cargos, funções e atribuições em relação a profissão;

 O artigo 16 trata da carteira de identificação profissional do Pedagogo;

 O artigo 17 trata da legitimidade do Sistema de Conselhos para agir em nome dos profissionais de Pedagogia;

 O artigo 18 organiza os termos na LDBEN para profissionais de ensino, mais adequado a educação escolar que aquela lei regulamente e define diretrizes;

 O artigo 19 inclui no artigo 90 do Estatuto da Criança e do Adolescente as questões inerentes a atividades educacionais e socioeducativas que foram omitidas;

 O artigo 20 e 24 compatibilizam legislação vigente com a presente lei;

 Os artigos 21 a 23 tratam do exame de qualificação para certificação profissional e instalação dos Conselhos de Classe;

 O artigo 25 estabelece a vigência da lei e revoga as disposições em contrário.

GNPe

GRUPO NACIONAL DOS PEDAGOGOS

Referências

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