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COLÉGIO SÃO LUÍS ENSINO MÉDIO CURSO DE METODOLOGIA DE INCIAÇÃO CIENTÍFICA. Caio Vieira Chaves

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COLÉGIO SÃO LUÍS

ENSINO MÉDIO

CURSO DE METODOLOGIA DE INCIAÇÃO CIENTÍFICA

Caio Vieira Chaves

A importância de “Cidade de Deus” para o cinema brasileiro.

São Paulo 2021

Caio Vieira Chaves

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A importância de “Cidade de Deus” para o cinema brasileiro.

Artigo apresentado como requisito de aprovação em “Metodologia de Iniciação Científica”, na 2ª série do EM do Colégio São Luís Orientador(a): Prof.

Julia Gomes D'Almeida

São Paulo 2021

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Gostaria de dedicar esse projeto a todos os envolvidos na produção dele durante o período letivo principalmente aos envolvidos com filme que serviu de conteúdo base para esse TCC.

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AGRADECIMENTO

Gostaria de agradecer a Fátima Toledo por disponibilizar de seu tempo para uma entrevista que serviu de apoio ao projeto e a professora Julia Gomes D’Almeida por apoiar-me durante todo o período de produção desse TCC.

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Na Cidade de Deus, não dá pra saber o que é pior: encarar os bandidos ou a polícia. É um bangue-bangue sem mocinho. E sempre foi assim... Desde que eu...

(Bráulio Mantovani)

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SUMÁRIO

1 Introdução ... 9

2 Produção do filme ... 9

3 Universo dá obra ... 11

3.1 A Cidade de Deus e sua origem ... 11

3.2 A maldade da cidade chamada Zé Pequeno: ... 13

3.3 Bené a inveja da cidade ... 16

3.4 Mané a esperança corrompida de Deus ... 18

3.5 Buscapé o fugitivo da Cidade de Deus ... 21

4. Relações com a sociedade brasileira ... 23

5 Conclusão ... 25

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RESUMO

Desde pequeno sempre tive um carinho por obras brasileiras, mas não aquelas de comedia, e sim pelas que abusavam de seus temas trazendo pontos importantes que criticam o Brasil, obras como Tropa de elite, Carandiru: o filme, Bacurau entre outras que me marcaram no decorrer do meu desenvolvimento pessoal, e nesse TCC irei dedicá-lo a minha produção brasileira favorita Cidade de Deus. Um filme que por muito tempo escutei minha mãe falar que era muito violento para um jovem assistir, mas que graças a meu pai pude experimentar uma das melhores obras brasileiras, tanto no quesito roteiro, fotografia e principalmente as críticas feitas a sociedade. Com o passar do tempo a obra foi atraindo diferentes visões sobre o nosso cotidiano e sua desigualdade presente, e por meio desse projeto será abordo os meios de produção, as críticas realizadas e sua importância para o desenvolvimento do cinema brasileiro e de seu público em geral. Lembrando que tudo o que for descrito aqui fora levado em conta vários estudos sobre a obra, e tivera uma entrevista realizada por mim junto de Fátima Toledo, responsável pelo elenco do filme, como base para o desenrolar desse TCC.

Palavras Chaves: Críticas; Desigualdade; Cinema brasileiro; Importância.

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ABSTRACT

Seit ich klein war, hatte ich immer eine Vorliebe für brasilianische Werke, aber nicht für Komödien, sondern für diejenigen, die ihre Themen missbrauchten und wichtige Punkte brachten, die Brasilien kritisieren, Werke wie Elite Squad, Carandiru:

der Film Bacurau, unter anderem, die hat mich in meiner persönlichen Entwicklung geprägt, und in diesem TCC werde ich es meiner brasilianischen Lieblingsproduktion Cidade de Deus widmen. Ein Film, von dem ich meine Mutter lange Zeit sagen hörte, er sei zu gewalttätig für einen jungen Menschen, aber dank meines Vaters konnte ich eines der besten brasilianischen Werke erleben, sowohl in Bezug auf das Drehbuch, die Fotografie und vor allem die Kritik an der Gesellschaft.

Im Laufe der Zeit hat die Arbeit unterschiedliche Ansichten über unser tägliches Leben und seine gegenwärtige Ungleichheit gezogen, und durch dieses Projekt werden die Produktionsmittel, die vorgebrachte Kritik und ihre Bedeutung für die Entwicklung des brasilianischen Kinos und seines Publikums im Allgemeinen angesprochen. Da ich mich daran erinnerte, dass alles hier Beschriebene mehrere Studien über die Arbeit berücksichtigt hatte, führte ich ein Interview mit Fátima Toledo, verantwortlich für die Besetzung des Films, als Grundlage für die Entwicklung dieses TCC.

Schlüsselwörter: Bewertungen; Ungleichheit; brasilianisches Kino; Bedeutung.

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1 INTRODUÇÃO

Durante o período de pesquisa sobre “Cidade de Deus” passei por muitas mídias e diversos tipos de conteúdo, desde reações feitas por gringos como o react realizado pelo Cinema Rules até histórias sobre o elenco que descobri ao realizar uma entrevista com Fátima Toledo, as críticas vindas de sites como Adorocinema, Hotentomatos, Imdb e Omelete me ajudaram a achar um ponto em comum entre os críticos e o público comum, os livros referentes a obra (Cidade de Deus e O Oscar de melhor filme estrangeiro) me trouxeram mais informação sobre o enredo do filme e das injustiças que a obra teve que passar, além disso acompanhei críticas vindas de canais como Peewee (um canal que consegue transmitir mais a visão do público comum), Dalenogare Criticas (onde pude acompanhar um pouco mais sobre o drama do filme dentro do Oscar) e Elegante (um canal onde me ajudou a refletir sobre o roteiro e a crítica realizada pelo filme), me ajudando a ter uma visão mais clara do que o filme se propõe a criticar e como está inserido dentro da sociedade brasileira, em quanto mundo a fora não sabem como essa realidade funciona aqui.

Por meio dessas pesquisas feitas sobre a obra pude chegar numa conclusão, de que esse filme tem muito o que falar no quesito social e pessoal, e isso servirá de enredo para meu TCC, um texto que junta todos os pontos positivos e negativos da obra e como esse filme marcou as produções brasileiras a ponto de ser considerado um filme pesado e violento para os mais jovens, e conseguir transmitir a ideia de ser um filme caracterizado por ser “uma violência gráfica surreal e desnecessária” na visão dos críticos da academia de cinema.

2 PRODUÇÃO DO FILME

Uma produção que leva como inspiração o livro de mesmo nome “’Cidade de Deus”, que levou mais de 3,2 bilhões de pessoas a ver nas salas de cinemas, e que pode se considerar uma obra oprima do cinema brasileiro, um filme que até entre os grandes nomes se destaca. Escrito por Bráulio Mantovani (roteirista de Tropa de Elite 2 e Albatroz), a produção tinha como objetivo mostrar o surgimento da violência dentro das favelas trazendo sua principal característica à tona a desigualdade.

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Para isso a dupla de diretores Fernando Meirelles (diretor de Cidade dos homens e Felizes para sempre) e Katia Lund (diretora de Central do Brasil e Cidade dos Homens) mesclaram seu elenco com atores e moradores locais, que com ajuda da preparadora de atores Fátima Toledo conseguiram trazer a favela para dentro do filme, a falta de atores negros que possam completar elenco era grande assim realizando uma caçada por possíveis atores dentro da própria comunidade, com isso conseguindo transmitir de forma mais clara as críticas realizadas pelo roteiro, pois para eles era o mesmo que continuar seus cotidianos.

O elenco não poderia ficar de fora, composto majoritariamente por moradores locais, eles com ajuda de alguns preparadores de elenco conseguiram montar aquilo que podemos chamar de grande trunfo do projeto, tendo que passar por vários processos que os ajudaram a se preparar e encaixá-los de forma coerente as cenas preparadas pelo roteiro, como por exemplo o polêmico treinamento realizado para reproduzir como funciona uma boca de tráfico, isso é nos mostrado no Making of Cidade de Deus. Cada ator ou atriz estão em seus devidos lugares levando em conta que muitos estavam atuando pela primeira vez, valendo destaque para Alexandre Rodrigues nosso principal atuando como Buscapé nós traz uma ótima visão dos acontecimentos mostrados na história por meio de flashback e utilizando mais do trabalho de fotógrafo seu personagem possui, tornando uma peça importante para o entendimento da obra mas nunca como um personagem influente nela sempre obtendo aquilo que é necessária para o público entender os fatos mostrados.

Redirecionando a atenção do público para o principal da obra é nos apresentado ao famoso Dadinho que se alto proclama de Zé pequeno, mais um personagem atuado por um morador local chamado Leandro Firmino, conforme Fátima durante o preparo de Leandro para se tornar Zé Pequeno ele teve que ser levado ao estremo onde por meio de sua raiva pode finalmente desvincular seu eu verdadeiro e se tornar um ser de puro ódio e sofrimento, sendo entorno desse ódio que é nos apresentado no filme que ele se desenvolve, e consegue mostrar sua influência local sobre o tráfico e a violência dentro da favela. Outro que não deixa a peteca cair é o “antagonista” Cenoura interpretado por nada mais nada menos que Matheus Nachtergael ator profissional que pode atuar em obras como Auto da Compadecida, e que na obra serve como um dos realizadores do estopim da história.

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3 UNIVERSO DÁ OBRA

Cidade de Deus é um filme que não poupa tempo quando o assunto é criticar a sociedade em que vivemos, é como se fosse um tiro no sistema brasileiro, isso graças aos realizadores junto a um combo de atuação, direção e edição.

O filme inicia com uma breve e icônica cena, de uma perseguição a uma galinha e que termina com nosso “narrador” ou também conhecido como Buscapé pegando- a, ressaltando que nesse momento a direção se destaca por meio de seu jogo de câmera, e por meio de um 360° é nos mostra a enrascada que ele se meteu, ficando no meio de uma disputa entre policiais e uma gang criminosa da Cidade de Deus, soltando a icônica frase “Na Cidade de Deus, não dá pra saber o que é pior: encarar os bandidos ou a polícia. É um bangue-bangue sem mocinho. E sempre foi assim... Desde que eu...”.

3.1 A Cidade de Deus e sua origem

Voltando no tempo, mais especificamente nos anos 60 onde podemos considerar o início de tudo, é nos apresentado um Busca-pé mais jovem que nós apresentamos um pouco mais sobre o Trio Ternura composto por Alicate que não é nos apresentado ao seu passado, Marreco irmão do Busca-pé e Cabeleira, que eram acompanhados por Dadinho e Bené irmão mais novo do Cabeleira, eram muito temidos pelos moradores locais pois eram conhecidos por seus diversos furtos, mas na verdade não passavam de três jovens que não tinham noção do que estavam fazendo. A chegada a Cidade de Deus foi como se ter um novo fio de esperança pois muitos que compunham a população local perderam suas moradias com incêndios criminais ou enchentes, mas na visão do governo era mais um local para abrigar quem não tinha onde morar, sem levar o necessário para se criar uma vida, pois não tinha água, luz entre diversos outros fatores que torna num local para que os ricos possam relocar essa população mais carente, um conceito que banaliza os direitos a cidade.

O direito à cidade está muito longe da liberdade individual de acesso a recursos urbanos: é o direito de mudar a nós mesmos pela mudança da cidade. Além disso, é um direito comum antes de individual já que esta transformação depende inevitavelmente do exercício de um poder coletivo de moldar o processo de urbanização. A liberdade de construir e reconstruir a cidade e a nós mesmos é, como procuro argumentar, um dos mais preciosos e negligenciados direitos humanos. (HARVEY, )

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O trio mais o Dadinho decidem fazer um grande assalto a um motel, o garoto mesmo inconformado ficou de vigia enquanto o assalto rolava. No fim Dadinho avisa e eles desesperados voltam para cidade de deus deixando Dadinho para traz.

Chegando lá Alicate e Marreco correm para a floresta e se escondem da polícia, enquanto isso Cabeleira se esconde na casa de uma moradora. Ao passar a noite Alicate decide se entregar a Deus deixar de lado a vida do crime, se juntando a igreja, já Cabeleira se entregou ao amor que sentia por Berenice uma garota que morava na casa que havia se escondido e Marreco entregou seu destino para seu pai.

Depois do assalto do Motel a polícia começou a rondar Cidade de Deus indo em busca dos responsáveis, assim gerando uma época em que muitos eram agredidos e oprimidos de forma gratuita, e como justificativa usavam o fator de conhecerem os rostos dos infratores que geraram o massacre no Motel. Passou três meses, pareceu que tudo estava de volta ao normal, mas uma vez malando sempre malando, o Marreco decide se envolver com a esposa do Paraíba dono de um bar local, e quando Paraíba descobriu sobre a traição de sua esposa, e revoltado a mata depois entregou Marreco para as autoridades, obrigando o fugir de casa e deixando a história do trio ternura para traz. Com isso Cidade de Deus começou a ser mais fiscalizada obrigando o malandro do Cabeleira a tentar fugir com Berenice assaltando um carro, mas devido a péssima qualidade do carro acabou tendo que empurrar o veículo e nesse processo foi baleado e morto.

Nos anos 70, uma transição feita, onde nos mostra o Busca-pé mais jovem transformando num adolescente, que junto de seus amigos vão para praia e lá ele encontra a Angelica, uma menina que faria de tudo para poder agradar, e com esse

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intuito vai para a boca do Apês buscar um baseado na boca que um amigo de escola tinha, vale ressaltar que conforme minha entrevista com Fátima Toledo e o makin of do filme (Makin of Cidade de Deus) descobri que para realizar essas cenas eles tiveram um preparo de como funciona a boca e como se produzia as drogas, mas voltando para história quando Busca-pé estava prestes a pedir o baseado Dadinho chega no local iniciando assim a análise dos personagens e seus finais durante a obra.

3.2 A maldade da cidade chamada Zé Pequeno:

Zé Pequeno também conhecido anteriormente como Dadinho e conhecido na nossa realidade como José Eduardo Barreto Conceição, é nos apresentado como um possível potencial a serial killer. Por meio de um flashback é no mostrado que desde pequeno sempre teve o sonho de ser dono da Cidade de Deus, e pra isso sabia, que teria de ser astuto e de alguma maneira impor sua marca a sociedade, então no mesmo motel que ocorreu o último assalto do Trio Ternura, podemos ver dadinho os traindo, obrigando-os a fugir antes da hora, e após a saída de seus superiores decide matar as pessoas que se encontrava no local, e o motivo para o massacre seria o fator de não saber lidar com suas emoções e por meio dá violência começou a expressar aquilo que sentia.

Dadinho sempre teve esse lado psicopata dentro dele e é nesse momento que se aflorou por completo. Sabendo que Cabeleira iria brigar com ele ficou um tempo fora da cidade, com isso teve que saber se virar, realizando assaltos com a ajuda de seu amigo Bené. Quando voltou para cidade encontrou-se com Marreco que tentou passar a perna em ambas as crianças, mas sem remorso matou o indivíduo, e por meio dessa cena a edição nos apresentada mais uma transição icônica do filme em que é no mostrando Dadinho atirando na direção da câmera e sua idade avançando a cada bala descarregada.

Aos 18 anos já era conhecido como o bandido mais procurado da favela.

Dadinho ao perceber que o que gerava lucro agora não era mais os assaltos, mas sim o tráfico, planeja junto de Bené como capturar cada uma das bocas da região. Nos dias seguintes iria se iniciar uma grande caçada pelas bocas, até quase monopolizar todos os pontos de Cidade de Deus.

Logo após as capturas Zé introduz dentro da favela um plano de carreira, que obriga os indivíduos que vivem dentro dela a aderirem esse plano, usando a proposta

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de que por meio dele pode-se arranjar um meio de lucrar. Junto dos conceitos de Peter Berger (1985) podemos identificar como o tráfico se desenvolve em Cidade de Deus, e como ele altera todo o meio social dos indivíduos locais, que fora moldando e tornando o tráfico apresentado por Zé a maneira mais fácil de se crescer na vida.

Isso tudo devido o fator do homem não ser devidamente desenvolvido – uma vez que nasce incompleto - cria uma interação com a cultura e a população local e assim sendo influenciando em seu desenvolvimento.

Por meio desse conceito de que a sociedade é um produto gerado pelo homem e o homem um produto da sociedade, Meireles conduz o filme com cenas que mostram, como a violência gerada pela gang de Zé influencia a todo do conjunto habitacional. A cena que mais impõe o conceito antes abordado é o caso dos garotos da caixa baixa, que é nos apresentado por meio da narração de Buscapé.

Os garotos eram responsáveis por quebrar várias regras impostas pelo Pequeno, que tinha como objetivo de reduzir a atenção que a favela gerava as autoridades. Então não demorou muito para Zé ir atras da caixa baixa, quando os encontrou a grande maioria consegui-o escapa menos dois, e por meio da brutalidade da cena, podemos enxergar como o delinquente abusava de sua autoridade ameaçando ambas as crianças, falando a famosa frase “Vocês dois aí vão pagar pelos que fugiram. Vai ser o quê? Tiro no pé ou na mão?”,ambas as crianças relutantes na cena mostram a mão, infelizmente o tiro foi em seus pés, para o grande final obriga um garoto que os acompanhava matar uma delas. Dando destaque ao trabalho de atuação que abusa do fator vivencia, a cena conseguiu gerar grandes polémicas promovendo a dúvida se aquilo mostrado era realmente algo presente nas favelas.

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Zé era o tipo de homem que não possuía qualidades muito marcantes como beleza, gingado ou empatia, mas compensava tudo isso com suas ações brutais e desumanas. Vemos isso na festa de despedida de Bené, que ao não saber lidar com a recusa da jovem que havia pedido para dançar, acabou descontando em seu rival Mané Galinha o acompanhante dela, e num outro momento de estrece, tenta tirar satisfação do porquê Bené estava deixando a vida do crime, recebendo as simples palavra de que não interessava mais continuar no mundo do tráfico.

No fim vemos que Zé acaba pagando por sua ignorância, perdendo seu único companheiro, pois sua imprudência acabou levando a Bené a uma morte trágica com um tiro que era para ter recebido. Finamente a obra nós mostramos um Zé Pequeno que se encontrava sozinho, sem familiares, pois o filme nunca insinuou nenhuma pessoa com parentesco ao personagem e sem aquele que considerava seu irmão, mostrando que o filme iria mostrar um outro Zé Pequeno logo após o ocorrido.

Zé conforme o passar do tempo foi juntado raiva cada vez maior por Mané e o motivo era simples diferente do traficante Mané era lindo, possuía moral e era uma pessoa boa, então o traficante decide arruinar a vida desse indivíduo estuprando a mulher que tanto cobiçava, isso na frente de seu rival e junto de sua gang descarrega toda sua munição na casa de Mané. Iniciando assim um período de guerra que será mais abordado quando for falar sobre o Mané Galinha.

O desfecho de sua história acaba sendo causado por um monte de consequências geradas por sua influência na Cidade de Deus. Pois aquele local que ele tanto contribuiu para seu desenvolver de forma brutal, lhe devolve com a mesma brutalidade, os mesmos jovens que formavam a Caixa Baixa e que foram oprimidos por ele antes, agora descontam suas raivas com pura brutalidade e violência, em forma de tiros dado assim finalmente uma morte rápida para nosso vilão.

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3.3 Bené a inveja da cidade

Bené era famosos dentro da favela por ser muito querido por todos, diferente de Zé que impunha medo nos moradores. Bené conseguia socializar com todos e não tinha rancor com ninguém, mas tinha um sonho de deixar de ser um indivíduo de classe baixa, e para isso entro em contato com Tiago agora ex-namorado de Angélica sua futura amante, e por meio dele começou a moldar seu estilo para se parecer cada vez mais com aquilo que ele definia jovem de padrão classe alta. Então aos poucos Bené começo a entrar no mundo das roupas de marca e logo após pintou o cabelo de amarelo.

Conforme a jornalista Ana Lúcia Enne (2006) os indivíduos que não possuem o meio para adquirir mercadorias, serviços e ideias, é colocado de escanteio pela sociedade, sendo o motivo o fator deles não se encaixarem naquilo que o consumismo define como padrão de vida. Podemos identificar isso no Zé também mas fica mais escancarado em Bené, sendo ele a representação de muitos jovens que se aliam ao crime para alcançar seus sonhos de consumo.

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Então levando o contexto visto anteriormente, Bené deixou de lado tudo aquilo que considerava fora dos padrões da classe baixa, para assim finalmente poder se autoproclamar um “Playboy”. No ponto de vista de Enne sair do subúrbio é se autoproclamar um cidadão. Então podemos identificar o “consumo como estratégia não só de emulação social, mas, principalmente, de construção de referências públicas acerca do lugar social que se deseja ocupar, do estilo de vida que se busca partilhar e, fundamentalmente, da construção de si que se quer projetar” (ENNE, 2006:

22). Vale destacar que durante as cenas de transformação de Bené é tocado a música

“Metamorfose ambulante (1988)” do falecido cantor Raul seixas (1945-1989).

Angélica convence Bené de largar a vida do crime e ir embora, como uma forma de despedida resolve realizar uma festa que envolvia quase a favela inteira, pois sua influência era muito grande assim como a de Zé, mas de forma menos extremista.

Sendo esse momento o grande final do arco de Bené a edição realiza um conjunto de cortes que vai capitando vários personagens num mesmo momento, e com uma luz meio apagada tornado cada vez mais claustrofóbico o local, num momento foca na briga que Zé criou com Bené por conta da câmera que Buscapé havia acabado de ganhar, mais um corte agora que mostra Buscapé se levantando e voltando pra briga, Neguinho um homem que possuía rancor de Zé por ter arruinado sua carreira como traficante se infiltra cada vez mais na festa, Buscapé e Angélica se aproximam dos dois amigos para tentar separar a briga, lembrando que a edição não nos mostra cenas mas sim o que se parece mais com várias fotos que vai compondo a cena, Neguinho retira o revolver de baixo da camisa e aponta na direção da briga e

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sem mais nem menos atira no Bené, Zé sem entender nada vai na direção de Bené e vê que ele caiu no colo de Angélica que estava chorando, e desesperado começa a ameaçar todos em volta para chamarem a ambulância logo se vira e coloca a culpa em angélica por Bené ter morrido e a ameaça para sair de perto, na cena podemos ver a menina pondo a mão na região da barriga insinuando que estava grávida, por fim Zé assiste seu amigo morrer e começa atirar para o teto.

Bené sempre fora uma pessoa com intenções negativas, mas devido seu carisma acabava roubando o coração de muitas das pessoas que o conhecia. Porém seu objetivo não era mais viver na Cidade de Deus, mas sim em bairros de luxo, para isso primeiro teria que se moldar por completo mostrando que estava se adaptando aos padrões da burguesia, em meio a isso descobriu o amor e por meio dele criou objetivos que iam muito mais além de seu sonho, mas a recompensa que a cidade lhe dá é simplesmente a morte, ironicamente morrendo por se tornar inocente demais assim como suas vítimas no início de sua carreira no crime.

3.4 Mané a esperança corrompida de Deus

Mané Galinha era homem que a sociedade considerava honesto e dedicado ao seu cotidiano, foi uma grande engrenagem usada por Bráulio para mudar o rumo da história. Sendo um personagem que caracteriza bastante a segunda metade do filme, inicialmente era apresentado como um atendente de ônibus que Buscapé um dia tentou assaltar, e teve o grande azar por ter esbarrado nas ganancias de Zé Pequeno, que inicialmente o humilhou na festa de Bené ameaçando sua namorada e obrigando- o a tirar suas roupas.

Zé conforme o passar do tempo foi juntado raiva cada vez maior por Mané, e o motivo era simples, diferente do traficante Mané era lindo, possuía moral e era uma pessoa boa, então Pequeno decide nada mais que estuprar a mulher que tanto cobiçava e isso na frente de seu amado, mas Zé ainda não o tenta matar. Com raiva volta pra casa se perguntando o que ele havia feito para que chamasse tanta atenção das invejas do traficante, o irmão o irmão de Mané tenta o acalmar para que não realize nenhuma burrada que custasse sua vida, mas o memo irmão decide tentar esfaquear Zé, como resposta junto de sua gang descarregam toda sua munição na casa de Mané, Mané na sorte ainda estava vivo e vendo todas a merdas que fizeram com sua pessoa decide buscar um caminho de vingança.

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Mané foi a gota de esperança que Cenoura necessitava, Mané era um monstro em comparação com o resto dos traficantes da gang de Zé, pois havia participado do exército e com isso venho uma imensa bagagem que o tornava o melhor atirador da região. Sem mais e nem menos Mané iniciou um conflito que iria durar dias na Cidade de Deus, onde duas facções iriam brigar por território e vingança. Na visão de muitos moradores Mané finalmente iria acabar com os conflitos gerados por Zé, mas não era isso que a Cidade decidiu para seu futuro.

Nesse momento podemos acompanhar a degradação daquilo que consideramos um herói para nossa história, um herói pois era uma pessoa com motivações que o levava para soluções boas, como o fim do império de Zé, mas aos poucos vamos vendo como a mesma maldade do traficante vai o corrompendo, uma ideia parecida ao que acontece com diversos heróis, como em Star Wars com Darth Vader, Boromir de Senhor dos Anéis e entre vários outros exemplos de personas que acabaram se corrompendo para o lado da escuridão, mas com uma diferença, sendo ela o fator que estamos falando de um filme que leva a realidade como base.

Um sociólogo chamado Homi Bhabha (2005) disse que um indivíduo não nasce completo, mas que a sociedade vai o compondo trazendo bagagem e conhecimento para o indivíduo. Portanto se o indivíduo nasce num lugar onde a violência é bastante presente naquele local, é essa violência que vai ser oferecida como conhecimento, e com isso o indivíduo vai se habituando a conviver e se parecer cada vez mais com o resto que compõe aquele local.

“O Outro deve ser visto como a negação necessária de uma identidade primordial – cultural ou psíquica – que introduz o sistema de diferenciação

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que permite ao cultural ser significado como realidade linguística, simbólica, histórica’ (BHABHA, 2005: 86).

Conforme o tempo passa Mané acaba se tornando dono da boca do Cenoura, mas mesmo assim não aceita matar inocente por se autoafirmar também como inocente, portanto nos primeiros assaltos Mané impedia que o resto da gang matasse as pessoas, mas no segundo descobri-o que teria que haver exceções para aqueles que revidassem, e no terceiro matou sem pensar. Esse momento da história confirma aquilo que Bhabha afirmou, Mané era um homem que não possuía a bagagem para ser considerada um assaltante, mas aos poucos foi recebendo e se tornado cada vez mais parecido com os demais.

Com o dinheiro dos assaltos eles foram se preparando para a guerra conta Pequeno, nesse momento a vida na favela era o mesmo que passar no inferno onde o fogo era a principal característica do local, Buscapé com medo decide que o melhor era ir embora, então começou a trabalhar no jornal começando sua carreira como distribuidor de jornais, por conta de um conhecido ficou cada vez mais próximo de seu sonho de fotógrafo.

Mané Galinha numa das disputas é baleado por um dos indivíduos da gang e capturado pela polícia, e entrevistado pelos jornais e televisões o que gera uma sequência de ironias do destino, Pequeno com inveja vai atrás do Buscapé para tirar uma foto dele e de sua gang, e que novamente numa ironia do destino faz com que Buscapé finalmente consiga trabalhar naquilo que mais sonhava.

Voltamos para cena inicial onde nos encontramos num churrasco e lá Zé reencontra a caixa baixa e oferece armas pela cabeça da cenoura já o resto está tudo informado no começo, ao avançar um pouquinho mais vemos que a polícia com medo fugiram e lá Buscapé saiu da treta e descolou mais uma foto que tornaria mais conhecido no jornal, mas a cena ainda mão acabou pois no momento do click Mané aparece com sua gang e começa a tirar na gang do zé que como reação começou a fugir.

Zé no caminho assalta um caminhão, Buscapé continua tirando fotos do momento e Mané começa a caçar o resto que não consegui fugir. No caminho Mané mata o motorista que estava com Zé, e bate o caminhão. Um garoto chamado Otto que estava com Mané acaba sendo baleado e nos mostra ele apontando a arma para o Mané que está indo atras do Pequeno.

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A edição inicia um flash back que mostra que Otto era filho do inocente que Mané matou em seu terceiro assalto e que ele já havia tentado o matar, mas não havia acertado nenhum ponto vital do líder da gang e no fim Otto atira no Mané pelas costas assim ambos morrendo. A câmera começa a transitar pelos corpos mostrando a chacina que ocorreu no loca e isso com a edição tirando o som e retomando com a chegada dos policiais que capturam o que sobrou da gang do Mané.

Mostrando que a Cidade de Deus escolhe um final trágico para nosso assustador herói corrompido, onde a mesma vingança que fora sua fonte de motivação um dia, também lhe traria seu fim, um homem que um dia já fora inocente morrendo nas mãos de um jovem inocente.

3.5 Buscapé o fugitivo da Cidade de Deus

Buscapé é o narrador e principal da obra, seu ponto de vista é o que dita o rumo dela, portanto mesmo não sendo presente no mundo do crime, por meio deles podemos identificar a vida de um cidadão comum, que convive com essas diversas dificuldades que impossibilita essas pessoas de comunidade crescer mais.

Carla Araújo (2001) realiza uma reflexão sobre as brutalidades impostas e testemunhadas pelas comunidades da periferia de Belo Horizonte, concluindo que ter o reconhecimento como morador da favela é uma realidade que gera conflitos para seus moradores, principalmente jovens, pois, morar na comunidade gera tranquilidade devido ao fato de serem conhecido por aqueles que a comandam, diminuindo a possibilidade de ser assaltado e morto. Mas, como contraponto, esse reconhecimento gera perda de possibilidades e um preconceito estrutural que faz com que muitos que moram nas favelas serem jugados ou perderem oportunidades devido seu local de vivência ser considerado violento para padrões sociais.

“quanto maior a violência, maior será o medo e menor a satisfação com o bairro, a ligação com o lugar, o espírito de comunidade, a identificação com os outros, a disponibilidade para ações coletivas e para a cooperação”

(ARAÚJO, 2001: 151).

Meireles nos apresenta situações, que se encaixa com a visão da repórter, mas a que mais converge com o tema abordado é a que, nosso narrador arranja um trabalho após tomar um fora de sua amada, estava trabalhando num mercado, já cansado cruza o caminho com a caixa baixa que assalta o local, resultando na sua

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demissão, por seu chefe achar que estava de complô com os meliantes. Assim ficando sem seu dinheiro e trabalho para comprar sua tão sonhada câmera.

Nesse momento é nos mostrado que Buscapé percebe, que mesmo se ele tentasse crescer na vida ainda teria uma grande parede chamada Cidade de Deus, que impediria seu alcance para novas oportunidades devido o preconceito existente as pessoas que moram nesses locais, locais esse que a violência e a pobreza são bastante presentes.

Revoltado com sua situação e vendo como os traficantes estavam se dando bem Buscapé decide também tentar se juntar ao mundo do crime, e logo em seu primeiro assalto escuta de um cobrador de ônibus chamado Mané Galinha que o crime não é recompensador, mas os estudos e a dedicação sim e graças as falas reconfortantes de Mané decide deixar de lado o assalto ao ônibus.

Com o tempo a guerra local foi chamando atenção das autoridades, tornado todo morador novamente num possível participante das gangs locais, e os bandidos dividiram os dois territórios, obrigado seus moradores a ficarem sem acesso a nenhum dos lados, era o muro de Berlin das favelas, um conceito que existe até hoje. Com o passar do tempo vária situações ocorrem tornado a vida dentro da cidade cada vez mais perigosa, com medo decide que precisa sair daquele local e procurar um emprego de preferência no ramo que tanto admirava.

Zé Pequeno entra em contato com a intenção de que tirassem fotos dele, pois ficou sabendo que Mané Galinha agora seu rival havia sido preso e apareceu nos noticiários, com inveja pede para o Buscapé tirar fotos de e de sua gang, mas o que não esperava era que quando fora revelar as fotos acabou chamando atenção e viu uma delas numa reportagem nos jornais.

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Com medo da situação, pois não sabia como Zé ia recebê-lo ao saber que colocaram as fotos no jornal, decidiu pedir para que alguém possa abrigá-lo. No dia seguinte encontra Zé, que pedi para fotografar a cena que sua gang espantou a polícia. No mesmo local começa uma disputa que acaba gerando a morte de Mané.

Perseguindo a polícia pela favela, ele descobre que ela estava liberando Pequeno em troca de todo o resto do dinheiro que tinha acumulado, tudo isso por ter roubado a arma que estavam financiando dentro da favela. Por fim Zé é cercado pela caixa baixa e morto quanto isso Buscapé retrata cada segundo sabendo que com isso iria conseguir um emprego no jornal.

Buscapé capturou todas a cenas, mas ocultou as dos policiais corruptos pois sabia que no fim ele iria acabar se ferrando, mas já o resto pode se dizer que foi uma mina de ouro que mais do que adianta se ter ouro se para você ter ele todo você tem que arriscar sua vida, mesmo assim o resto lhe garantiu um estágio e sendo futuramente conhecido como Wilson Rodrigues um fotógrafo que realmente existiu e que se destacara por conseguir capturar esses momentos de violência dentro da favela.

Mas diferente dos demais, a Cidade de Deus o poupa de um destino terrível como a morte, mas o deixando uma grande bagagem que nunca o permitiria crescer mais na vida, pois um dia tentou fugir dela, mas dessa vez a Cidade o capturou novamente e prendendo-o para sempre aos preconceitos geradas pelas favelas.

4. RELAÇÕES COM A SOCIEDADE BRASILEIRA

Após quase 10 anos que cidade de deus foi lançado, podemos ter uma visão de um filme que faz os jovens e adultos darem a devida atenção para situação das pessoas que compões as classes mais pobres. Logo após o público ter contato com o filme, a fórmula para se fazer cinema mudou bastante, aderindo ideias que tornam os filmes cada vez mais próximos da realidade, mas com um teor crítico bastante presente, temos exemplos como Tropa de Elite (2007), Carandiru (2003) e na última década Bacurau (2019) que esteve presente em diversas premiações como o Oscar sendo representante brasileiro para melhor filme estrangeiro.

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Mas o filme não acabou agradando a todos, muitos dos colaboradores não saíram muito satisfeitos após os resultados mesmo tendo arrecadado US$ 30 641 770, os produtores negam a possibilidade de haver um próximo filme sobre a favela, pois os custos para se fazer um filme como esse foi de R$ 8.200.000, um orçamento a parecido com blockbuster* (filmes que consideramos populares na visão do público/indústria) para o padrão brasileiro dá época.

Uma coisa que não dá para se negar é que Meirelles acertou bastante quando falamos de valores e questões sociais transmitida pela obra, chegando a promover debates que estão durando por quase uma década. Debates esses que por meio da temática busca-se várias soluções para os temas abordados pelo filme.

Por meio de Cidade de Deus, as ideias de desigualdade e violência fora muito trabalhada, trazendo pontos positivos e negativos da produção. Primeiramente o filme trabalha muito bem as questões sociais, as vezes sabendo informar de forma tão explícita quanto os casos de violência que acompanhamos nos noticiários, isso devido a violência explícita no filme que é mascarada quando mostrada nos meios de informações.

A obra peca bastante ao não enfatizar que aquilo que o público está acompanhando, é simplesmente uma obra fictícia, assim trazendo várias visões que podemos considerar como “romantizadas”, sobre uma realidade que possa se considerar simples para os que compõe essas comunidades. As pessoas que compõe o público do filme não presenciam em seus cotidianos ou essas realidades, assim transformando aquilo que vemos durante a produção como real e não um mundo que Bráulio Mantovani (2002) criou por meio de sua adaptação do livro Cidade de Deus.

Portanto Cidade de Deus é uma obra que por vontade dos criadores acaba gerando uma visão romantizada, mas que não deixa de ser real em certos pontos, transformando-a num documentário que não existe pois nunca propusera mostra uma coisa concreta e real, mas sim um filme que possui suas similaridades com a realidade.

Podemos ver isso quando o filme nos apresenta como funciona o tráfico dentro da comunidade. É nos introduzido que drogas são vendidas da mesma forma que vários produtos de nossos cotidianos, basta você saber planejar bem seus passos, tentar produzir aquilo de mais atraente na região. Primeiramente o fornecedor entrega o peso (as drogas), depois entra num processo de endolação ou mais conhecida como linha de montagem, nessa cena é nos explicado um pouco melhor

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como as bocas produzem seus produtos para distribuição. Para se montar essa cena o elenco teve de ter a experiencia de como funciona a boca e sua linha de montagem, então por meio de vários ensaios o elenco aprendeu com montar cada uma das drogas apresentadas pelo Buscapé, isto é, nós apresentado no Makin of Cidade de Deus (2004) e fora complementado pela Fátima Toledo na entrevia que realizamos.

Um segundo fator apresentado ao público é a falta de qualidade no monitoramento do governo local, que leva a muitos com vida precária a buscar um meio de sobrevivência no crime, fator esse que ajudou no crescimento do comercio de drogas nas favelas. Ressaltando uma ideia, de que o preconceito dentro de nossa sociedade é baste presente, gerando assim discriminação e falta de direitos que deveriam fazer parte do cotidiano de nós brasileiros.

5 CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cidade de Deus nos permite ter a visão de uma realidade composta por injustiças, injustiças essas que não permitem o desenvolvimento de nosso País. Tornando um Brasil de muitos para poucos, poucos esses que compõe a mais alta classe, que apoiam esse sistema desigual e sem possibilidade de desenvolvimento.

Fora declarado pela União Europeia e com apoio das Nações Unidas, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com a ideia de se montar um mundo melhor até o ano de 2030. Objetivos esses que visão a erradicação da pobreza (Objetivo 1:

Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares), boa saúde e bem-estar (Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades), educação de qualidade (Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos) e entre outros direitos que devem ser reforçados durante esse período de 10 anos que faltam.

No filme vemos que temos ainda muito o que melhorar durante esses próximos 10 anos, motivos esses devidos problemas estruturais presente antes mesmo do filme existir e expor para grande massa, mas que devido se ter uma grande ignorância da

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população acabam sendo acobertados, por promessas mal cumpridas pelo governo e expostas de forma extremamente censuradas para a população, na busca de amenizar revoltas ou reações violentas vindas do público geral.

Concluindo obras como Cidade de Deus possuem uma grande importância para expor as mazelas dessa atual sociedade, ajudando a apoiar movimentos que visão a melhora de nosso sistema, mostrando consequências que foram se acumulando ao passar do tempo. Pois uma ideia que visava abrigar a população sem moradia acabou virando um meio para o governo e a alta classe isolar esse pessoal mais pobre, assim retirando seu direito a cidade.

REFERÉNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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1 DVD (130 min.).

City of God (2002) INCREDIBLE MOVIE REACTION! FIRST TIME WATCHING!!. [S.

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CIDADE DE DEUS e a Violência que ASSUSTOU os GRINGOS | FILMES TOP #03.

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Cidade de Deus e o esnobe no Oscar de melhor filme estrangeiro em 2003 - Histórias do Oscar #5. [S. L.: s. n.]. Publicado pelo canal Dalenogare Críticas. Disponível em:

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Cidade de Deus e o esnobe no Oscar de melhor filme estrangeiro em 2003 - Histórias do Oscar #5. Acesso em: 20 mar. 2021

MAKING OF CIDADE DE DEUS. [S. L.: s. n.], 2015. 1 vídeo (25 min). Publicado pelo canal bigBonsai. Disponível em: MAKING OF CIDADE DE DEUS. Acesso em: 11 abr.

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Como Cidade de Deus foi feito!. [S. L.: s. n.], 2018. 1 vídeo (8 min). Publicado pelo canal Gustavo Cruz. Disponível em: COMO CIDADE DE DEUS FOI FEITO!. ACESSO 11 ABR. 2021

BRAULIO, Mantovani. Roteiro Cidade de Deus. [S.l.]: PDF digital. Disponível em:

http://www.roteirodecinema.com.br/banco/cidadededeus12.pdf

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IGOR, Rodrigues. UM PEQUENO ESTUDO CRIMINOLÓGICO ACERCA DO PODER DOS TRAFICANTES NAS FAVELAS CARIOCAS: QUESTÃO ESTEREOTIPADA NA FIGURA DE “ZÉ PEQUENO”. v. 4, n.1, p. 1-18, 2009. Disponível em:

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