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Recursos de tecnologias computacionais para facilitação no manejo do cultivo do cogumelo do sol.

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8VA CONFERENCIA CIENTÍFICA INTERNACIONAL DE LA UNIVERSIDAD DE HOLGUÍN

Recursos de tecnologias computacionais para facilitação no manejo do cultivo do cogumelo do sol.

Gustavo Carolino Girardi1, Daniel Rodrigues Blanco2, Itamar Iliuk3

1PPGTCA-UTFPR-Universidade Tecnológica Federal do Paraná,

Brasil, gustavogirardi23@gmail.com, 2 UTFPR-Universidade Tecnológica Federal do Paraná, danielrblanco.utfpr@gmail.com, 3 UTFPR-Universidade Tecnológica Federal do Paraná, itamar.iliuk@gmail.com.

RESUMO

Dos vários cogumelos conhecidos no mercado o cogumelo do sol destaca-se por possuir inúmeros benefícios à saúde humana, tornando-se um poderoso complemento alimentar, possui propriedades que reforça o sistema imunológico combatendo doenças como diabetes, câncer e osteoporose. Rico em vitaminas B1, B2 e D2, auxilia em diversos tratamentos. A utilização de tecnologias computacionais facilita o monitoramento das variáveis bióticas de sua produção, sendo esse, condicionante para o alcance de resultados satisfatórios de qualidade e produtividade da safra. Considerando o exposto, este artigo tem por objetivo demonstrar e identificar as tecnologias computacionais que auxiliam no controle de umidade. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, de forma a compreender através de estudos já realizados a busca por soluções no controle das variáveis bióticas que envolvem o cultivo de cogumelo do sol. Evidencia-se que após a realização desta pesquisa destacamos como facilitador de controle de umidade aspersores de água, utilizados de forma a possibilitar a avaliação das capacidades de desenvolvimento dos cogumelos e número de pecíolos. Para essa avaliação as ferramentas que podem ser utilizadas são sensores de umidade e temperatura, arduino mega e componentes auxiliares para monitoramento, possibilitando, inclusive, ao produtor acessar remotamente e visualizar o controle de umidade do canteiro em tempo real. A programação da plataforma Arduino auxiliará no controle da série de sensores e atuadores abióticos dos canteiros. Conclui-se que a utilização destas tecnologias para a agricultura familiar é de grande importância, uma vez que a cultura de cogumelo do sol exige monitoramento constante.

PALAVRAS CHAVE: Cogumelo do sol, Saúde, Tecnologias, Agroindústria familiar.

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1. INTRODUÇÃO

A busca por alimentos que faz bem à saúde no mundo é cada vez maior o que demanda pesquisas na incrementação de novas técnicas para o cultivo destes alimentos. Os cogumelos por possuírem elevada fonte de proteínas e sais minerais, apresentam ações protetoras e fortalecedoras do sistema imunológico e são considerados fontes de princípios ativos na farmacologia considerando seu valor medicinal. Podem ser considerados uma alternativa para suplementação alimentar em países com alto índice de desnutrição, bem como, uma fonte extra de renda para pequenos produtores, devido à utilização dos recursos naturais, o baixo custo dos ativos e ciclo rápido da cultura (ZHANXI; ZHANHUA, 2001; SHAH;

AHARAF; SHTIAQ, 2004 apud VARGAS A., 2011). O nome cientifico do cogumelo do sol é Agaricus blazei, uma espécie de fungo medicinal e comestível que desde a década de 1990 é produzido no mundo em escala comercial (BRAGA, 1999). Esse cogumelo é altamente consumido devido ao seu valor medicinal, à sua ação protetora e fortalecedora do sistema imunológico e controle do diabetes (SING, 2006). Nos países desenvolvidos como Holanda, Estados Unidos, Alemanha e Japão, o cultivo do cogumelo é uma atividade controlada por lei, economicamente sustentável, industrial ou familiar, organizada em cooperativas e sociedades, que são sustentadas por órgãos de pesquisa, gerando recursos para o financiamento e o crescimento da produção deste cogumelo, permitindo o desenvolvimento das regiões que cultivam (BRAGA, 2006).

A busca por rendimento e qualidade no cultivo de cogumelos comestíveis, é um estimulo que deriva desde a procedência do fungo inoculado (nível de tecnologia utilizada no processo, substrato de cultivo, camada de cobertura de terra, entre outros) até o cultivo em situações ambientais apropriadas, é um fungo que exige rigorosas habilidades operacionais e alto controle de pragas e contaminantes. Dessa forma inúmeros fatores determinam a produção de cogumelo do sol, entre eles destacam-se a umidade

relativa do ar e a temperatura, pois interferem diretamente na produtividade durante todo o período da safra (BRAGA,1999). Vale ressaltar que o crescimento de basidiomas não depende somente da linhagem genética do micélio, dependem também dos elementos externos como umidade do ar e temperatura, com isso é que se torna viável a utilização de tecnologias para a produção do fungo. O objetivo é demonstrar e identificar as tecnologias computacionais que auxiliam no controle de umidade e monitoramento da temperatura do ambiente.

2. TECNOLOGIAS

COMPUTACIONAIS NO

CONTROLE DA PLANTAÇÃO

Desde século XVIII o controle automático é desenvolvido, um exemplo foi a construção de um controlador centrífugo, feito por James Watt, para monitorar a velocidade de uma máquina a vapor. As ideias de monitoramento e controle, desde então, começaram a se desenvolver e hoje em dia significam muito para o avanço da ciência. O emprego desses princípios é indispensável, nos dias de hoje para controlar ações dos sistemas de comando de aviões, veículos espaciais, processos industriais e muitos outros que estão em nosso cotidiano (OGATA, 1985).

3. A PLATAFORMA ARDUINO

O controle de sistema pode ser implantado de várias maneiras. A maneira mais descomplicada é o controle manual de uma malha aberta. Um agente emprega uma energia no procedimento por meio de um operador. O ajuste de regulação do operador determina, com exatidão, o total de energia que é aplicada. O procedimento utiliza esta energia no sentido de gerar sua saída.

Alterando a regulagem do operador, se modifica a energia no sistema e a saída resultante do processo (RIBEIRO, 2001). De acordo com cada ação que atua nos processos, os controladores automáticos podem ser classificados. Segundo Ogata (1985) essa ação pode ser do tipo: liga-

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desliga, proporcional, integral, proporcional mais integral, proporcional mais derivativo, proporcional mais integral mais derivativo.

Das formas de funcionamento de controle automático, o mais descomplicado é o de duas posições, popular controle liga-desliga.

Neste exemplo de ação o operador atribui as posições de 0 ou 1. É uma maneira inconstante, muito empregada para controle de sistemas simples com dinâmicas lentas, como o controle de umidade e temperatura (FACCIN, 2004). O Arduino, de acordo com sua proposta de aplicação, é um programa eletrônico de código aberto baseado em hardware e software de simples aplicação (ARDUINO.CC,2015). Proposta italiana iniciada em 2005 tinha em um momento inicial a finalidade de ser empregado em práticas de caráter educativo e de convívio com propósitos escolares. Especificamente o Arduino é uma plataforma física. Ele dispõe de um espaço de desenvolvimento para escrever o código e introduzi-lo no micro controlador com comunicação serial. A utilidade do arduino é desenvolver peças que podem comunicar-se, mediante sensores, chaves e outros, usados como meio de interagir com o mundo real. O plano traçado no Arduino pode ser de forma autônoma, ou

capaz de comunicar-se com

um software executado em um computador.

Os circuitos são capazes de ser montados à mão ou adquiridos pré-montados. A obtenção do software de programação é código-livre e gratuito. A linguagem de programação do Arduino é uma instalação do Wiring, referindo-se a uma plataforma computacional física equivalente a este, onde se baseia no

ambiente multimídia de

programação Processing (ARDUINO.CC, 2015). De acordo com Ribeiro et al. (2014), uma peculiaridade do programa Arduino, diferentemente em relação aos outros micro controladores, é que a mesmo dispõe de permissão livre para uso nos hardware e software. Vale destacar da mesma forma permite a integração com Linux, Macintosh e Windows, apresentando a melhor relação de custo benefício do mercado. Para que este sistema opere são necessários os sensores de umidade e temperatura.

4. A IMPORTANCIA DA UTILIZAÇÃO DE SENSORES DE UMIDADE E TEMPERATURA

Sensores são instrumentos eletrônicos que colhem informações do local e as transformam em sinais elétricos que podem ser expostos pelo Arduino (MIDENA, 2014).

A instalação de sistemas de sensoriamento e controle chega como uma alternativa para reduzir o trabalho do produtor na medida que torna o trabalho mais preciso e as tomadas de decisões mais rápidas quanto a umidade de produtos agrícolas (LEMOS et. al., 2004).

O sensor de umidade do solo YL69 acionará a válvula solenoide para aspergir água com o bico de micro aspersão na ponta do cano, o sensor para monitoramento da umidade relativa do ar e temperatura do ambiente, é o DHT22 que acionará outra solenoide para ligar uma mangueira em cima do telhado.

Estes atuadores são dispositivos que funcionam com uma corrente de tensão, acionando os relês que criam um campo magnético que atrai ou repele uma chave, que aciona um circuito elétrico. A inexistência de gerência das variáveis impostas pelo ambiente poderá ocasionar alterações e atrasos no desenvolvimento do cogumelo do sol, atrasando significativamente sua safra. A temperatura é uns dos componentes mais importantes para produção de cogumelos A.

Blazei, por ser um fungo altamente sensível, seu controle é indispensável, devendo ser mantido em torno de 27°C e a umidade relativa do ar entre 80% a 90% (MINHONI, 2005). Quando os micélios estão se formando ficam suscetíveis a uma série de fatores, tais como: estágios de colonização do substrato em contato com a terra ou material que fará a sua cobertura, concentração de CO², temperatura ambiente e particularidades físico e químicas do material de cobertura da produção (FLEGG, 1985). Em técnicas de produção já testadas para o Agaricus bisporus, cogumelo que apresenta características de produção próximas do cogumelo do sol, o início da produção e o nascimento dos frutos se dá entre 17 a 21 dias após a cobertura do micélio e do substrato, ocorrendo numa sucessão de fluxos com intervalos de 6 a 12 dias (BRAGA, 2006).

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Localidade

Este experimento foi conduzido em uma chácara localizada na área rural da cidade de Maringá-PR - Brasil, com barracão próprio para produção de A. blazei, tendo seu início em 31/03/2012 onde foram avaliadas a temperatura e a umidade relativa do ar.

5.2 Ambiente De Cultivo

Os exemplares de A. blazei foram cultivados em um barracão construído com madeira rústica, cobertura de telha de fibrocimento e fechamento das laterais por lonas, pé direito de 3 m de altura e com dimensões de 10 m x 10 m. A ventilação, no seu interior ocorreu de forma natural através da passagem de ar durante o período em que as lonas eram retiradas. O plantio foi efetuado em dois estrados de madeira fincados a 25 cm do chão com 1,5 m x 10 m, sendo, 30 m² de cama para produção, revestida com lona plástica preta de 1mm de espessura, furada em seu compartimento inferior para escoamento de excesso de água.

5.3 Preparo Do Substrato E Semente Para A Produção

O substrato para o cultivo foi adquirido da cooperativa Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, sediada na cidade de Castro- PR – Brasil. É composto de bagaço de cana em decomposição, palha de trigo e esterco de cavalo, revirado a cada dois dias para manter a homogeneização e irrigado constantemente. As sementes são oriundas do laboratório da Universidade Estadual de São Paulo - Botucatu (UNESP-BOTUCATU), tendo sua espécie reconhecida de acordo com Heinemann (HEINEMANN, 1993). Para cada tonelada solicitada pelo produtor a cooperativa adquire 10 kg de sementes infectadas com fungo de A. blazei, correspondendo a 1% do total de substrato.

O substrato preparado pela cooperativa seguiu as metodologias tradicionalmente utilizadas para o A. blazei abrangendo todas as fases de formulação do composto, a

primeira fase denominada compostagem, ou seja, um condicionamento inicial; a segunda pasteurização, após, tem-se a inoculação da semente e a colonização do substrato. Após pasteurizada, a bagaceira descansou a uma temperatura média de 50 °C por 42 dias.

Logo após, o composto foi resfriado a temperatura ambiente e inserido em sacos com capacidade de 10Kg sendo vendidos ao produtor.

5.4 Plantio

Foram adquiridas 3 toneladas de substrato para plantio. Para início do plantio, o substrato foi espalhado e distribuído na cama de produção, o processo de inoculação e desenvolvimento do micélio levou em média 18 dias, após, foi introduzido um composto de 30% de carvão, 30% de vermiculita e 40%

de cobertura de terra sobre o substrato colonizado (CHANG,1989; VEDDER, 1991;

EIRA, 1997). Os materiais a serem utilizados para cobertura podem variar entre: terra, terra e carvão ou terra, carvão e vermiculita (ANDRADE, 2006).

Após 45 dias estava pronto para ser colhido, finalizando a primeira safra, após 25 dias obteve-se a 2º safra e mais 25 dias, a 3ª safra, importante ressaltar que a colheita deve ser feita antes da abertura do “chapéu”

do Cogumelo, ou seja, ainda imaturo, caso seja colhido após sua abertura, ficam escuros perdendo seu valor comercial. Antes de abrir o “chapéu”, o cogumelo possui altos teores de proteínas, vitaminas B e minerais, são considerados alimentos ou suplementos alimentares saudáveis. Além dessas vantagens e em decorrência dos compostos químicos constatados são valorizados pelas suas propriedades medicinais, características que favorecem a comercialização na indústria de alimentos naturais e saudáveis (BRAM, 2007).

5.5 Parâmetros Experimentais E Planejamento

Os parâmetros experimentais avaliados foram: temperatura ambiente do barracão (graus Celsius °C), temperatura do substrato (graus Celsius °C) e umidade relativa do ar (porcentagem %). Para medir a temperatura

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ambiente e a umidade relativa do ar foi utilizado o “termo-higrômetro” analógico, da marca Incoterm, Tabela e Gráfico, que servem para medir a umidade relativa do ar, funciona com dois bulbos, um seco e um molhado, a evaporação remove o calor, portanto o termômetro de bulbo úmido vai marcar uma temperatura menor que no de bulbo seco, quanto mais o ar está seco maior a evaporação, maior a diferença de temperatura e consequentemente menor a umidade. Para medir a temperatura do substrato foi utilizado o termômetro de mercúrio comum, da marca accumed, colocado em um ponto estratégico para a medição, no meio da cama de produção. As avaliações para o planejamento do experimento foram feitas diariamente com coleta de dados na parte da manhã e da tarde, durante o total de períodos da safra, 1ª, 2º, 3ª, totalizando 95 dias, sendo o primeiro dia de plantio 31/03/2012.

Para exibição dos resultados utilizou-se o box plot, como é conhecido diagrama em caixa, que mostra os valores da mediana no centro, a dispersão dos resultados entre o primeiro e o terceiro quartil e os valores máximos e mínimos (SEADE, 2008).

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A metodologia de pesquisa utilizada foi a estatística de análise de dados, sendo analisado 95 dias de produção restrita ao ano de 2012, com as medições de temperatura do barracão, temperatura do substrato e umidade relativa do ar (Tab. I)

Tabela I. Condições de temperatura do composto e do ar e a umidade relativa, média diária.

Condições Ambientais

Média dos 95 dias de produção

Desvio padrão dos 95 dias de produção Temperatura do

Substrato °C 22 5

Temperatura do

Ambiente °C 20 5

Umidade relativa

% 81 11

Fonte: Dados compilados pelos autores.

Pela manhã, a temperatura média do composto oscilou em 6°C, já temperatura do ambiente em oscilou em média 16°C e a umidade relativa do ar em média de 11%, nos 95 dias de safra (Tab.II).

Tabela II. Condições de temperatura do composto e do ar e a umidade relativa, referente ao período matutino.

Condições Ambientais

Média dos 95 dias de produção

Desvio padrão dos 95 dias de produção Temperatura do

Composto °C 21 6

Temperatura do

Ambiente °C 18 16

Umidade relativa % 83 11 Fonte: Dados compilados pelos autores.

A tabela III a seguir demonstra a temperatura média no período da tarde, evidenciando que a temperatura do composto oscilou em 23°C, do ambiente em 22°C e a umidade relativa do ar em percentual de 79%, demonstrando que o ar esteve mais seco (Tab.III)

Tabela III. Condições de temperatura do composto e do ar e a umidade relativa, referente ao período vespertino.

Condições Ambientais

Média dos 95 dias de produção

Desvio padrão dos 95 dias de produção Temperatura do

Composto °C 23 5

Temperatura do

Ambiente °C 22 5

Umidade relativa % 79 11 Fonte: Dados compilados pelos autores.

O clima da região onde a plantação foi efetuada é subtropical temperado, as temperaturas médias anuais são de 21,95ºC, a média Mínima 10,3ºC e Máximas de 33,6ºC. A umidade relativa do Ar 66%, o índice pluviométrico anual é de 1500ml. Está localizado, a Longitude: 51º 57’W, Altitude:

596m (n/m), cortado pelo Trópico de Capricórnio.

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A produção teve início no final de março, início do outono, na primeira quinzena de março apresentava temperaturas elevadas, com chuvas, a partir de 15 de março a chuva diminuiu e registramos temperaturas mais amenas, entre 18 a 27ºC. Pode-se observar no Gráfico I que a média matutina de temperatura do substrato ficou em 21°C, com variações maiores dentro das porcentagens do gráfico, de 18 a 26°C, no período vespertino a média da temperatura subiu, ficando em 22°C com uma menor variação, de 20 a 26°C.

Gráfico I – Box-Plot das medições de temperatura do substrato entre o período matutino e vespertino.

Box Plot of multiple variables Spreadsheet2 10v*95c

Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier Range

Median 25%-75%

Non-Outlier Range Outliers Extremes Temp. Substrato Manhã

Temp. Substrato Tarde 5

10 15 20 25 30 35 40

Fonte: Dados compilados pelos autores.

Para o desenvolvimento do A.

blazei, diversos autores como Park, Oei, e Unicorn concordam que a temperatura deve permanecer entre 22 a 30°C para que o desenvolvimento do micélio seja satisfatório (PARK, 2001; OIE, 2003; UNICORN, 2013).

Pode-se verificar que no período vespertino houve a constatação de um Outlier, um valor atípico, contudo, acredita-se que não houve interferência para a composição dos resultados, aconteceu em apenas 2 dias durante toda safra, sendo que um dia foi de 7°C e o outro dia foi 10°C. A produção totalizou 33.554 kg de produto desidratado, uma média de 11.184,66 kg de cogumelos

secos por tonelada. A primeira safra produziu 14.551 kg, a segunda safra produziu 10.852 kg e a terceira colheita da safra produziu 8.151 kg. Considerando, que no Brasil a média de produção para o A. blazei é de 13,9 kg de cogumelos secos por tonelada de substrato (HERRERA, 2001), a produção não alcançou a média brasileira. Para indução do desenvolvimento do cogumelo é de extrema importância que o clima apresente chuvas fortes, promovendo assim choques térmicos na produção. No gráfico II, podemos observar maior discrepância de temperatura do barracão, nos períodos matutino e vespertino, podendo verificar que a média no período da manhã foi de 17°C, com variação de 15 a 22°C, no período da tarde a média aumentou consideravelmente para 23°C, com variação de 19 a 26°C.

Gráfico II – Box-Plot das medições de temperatura do barracão entre o período matutino e vespertino.

Box Plot of multiple variables Spreadsheet3 10v*95c

Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier Range

Median 25%-75%

Non-Outlier Range Outliers Extremes Temp. Barracão Manhã

Temp. Barracão Tarde 0

5 10 15 20 25 30 35

Fonte: Dados compilados pelos autores.

É pertinente ressaltar que a temperatura do ambiente influencia consideravelmente na temperatura do substrato, uma vez que quanto maior a temperatura do barracão, mais umidade do substrato é retirada, aquecendo-o. A temperatura do ambiente deve ficar em uma média de 28°C, não havendo necessidade de luz (HERRERA, 2001). Para a melhor germinação e crescimento é importante que as

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temperaturas sejam amenas, na região de Piedade-SP, onde o cogumelo A. blazei é nativo, a temperatura média é de 21°C, essa região tem apresentado altas taxas de produção no cultivo. Em Piedade – SP – Brasil, o plantio acontece, em sua maioria, em ambientes abertos com temperaturas que compreendem o intervalo de 23 a 30°C e com umidade relativa do ar entre 80 a 95%

(URYU, 1999). O espaço de cultivo do cogumelo A. blazei tem em sua aplicação principal os aspectos da praticidade, criando locais favoráveis à espécie cultivada (ANDRADE, 2007). Podendo ser realizado em ambientes fechados, como nessa pesquisa. No gráfico III, é possível observar que pela manhã a umidade relativa do ar se manteve em média de 85%, com variação de 75 a 95%, pela tarde, em função da temperatura do ambiente, a porcentagem média de umidade relativa do ar foi de 80%

menor que no período da manhã, variando 70 a 90%.

Gráfico III – Box-Plot das medições de umidade relativa do ar pela manhã e à tarde.

Box Plot of multiple variables Spreadsheet5 10v*95c

Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier Range

Median 25%-75%

Non-Outlier Range Outliers Extremes Umidade Relativa do Ar Manhã

Umidade Relativa do Ar Tarde 0,55

0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05

Fonte: Dados compilados pelos autores.

Constata-se que as variações obtidas no tratamento dos dados do presente trabalho não se encontram em total conformidade com o descrito na literatura, situação comum em ambientes rústicos e improvisados. Em decorrência disso a safra analisada de cogumelos A. blazei apresentou produção em quantidades inferiores à média esperada, fator comum no mercado brasileiro (ANDRADE, 2007; KOPYTOWSKI, 2006;

MINHONI, 2006). Essa média se dá por conta das variações nos quartis, que neste gráfico teve como o primeiro quartil a umidade relativa do ar mais baixa pelo período da tarde, ficando em 70% e no período da manhã a umidade mais alta em 95%. No gráfico IV, comparamos os quartis, conhecidos como medida separatriz, observamos que a temperatura do substrato variou entre o primeiro quartil com mínima 18°C e terceiro quartil com máxima de 26°C, nos 2 períodos do dia. Com o monitoramento da temperatura do ambiente podemos observar que o primeiro quartil (temperatura do barracão pela manhã) ficou em 15°C e o terceiro quartil (no período da tarde) na máxima de 26°C.

Gráfico IV – Box-Plot das medições temperatura do substrato períodos da manhã e da tarde, temperatura do barracão períodos manhã e tarde.

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8VA CONFERENCIA CIENTÍFICA INTERNACIONAL DE LA UNIVERSIDAD DE HOLGUÍN Box Plot of multiple variables

Spreadsheet1 10v*95c Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier

Range

Median 25%-75%

Non-Outlier Range Outliers

Extremes Temp. do Substrato Manhã Temp. do Barracão Manhã Temp. do Substrato Tarde Temp. do Barracão Tarde

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Fonte: Dados compilados pelos autores.

A variação entre os quartis demonstra como surgiu as médias de cada temperatura indicada pelo gráfico.

7. CONCLUSÕES

A partir dos resultados apresentados podemos concluir que para um maior desempenho da safra de cogumelo do sol, o cultivo deve ser feito em ambiente que possibilite o controle rigoroso de umidade e monitoramento da temperatura, proporcionando ao cogumelo condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento. No presente trabalho a safra teve um ciclo de 95 dias, contudo, em virtude das variações de temperatura e umidade, apresentou produção inferior à média, demonstrando que seu cultivo em ambientes apropriados impacta diretamente na qualidade e quantidade da produção.

Dessa forma, o uso das tecnologias computacionais demonstradas é de grande

importância para o futuro da cultura, caso o produtor aplicasse as tecnologias citadas neste trabalho, poderia ter maior qualidade, quantidade e facilitação no manejo da produção, pois o monitoramento de temperatura e controle de umidade feito através da plataforma arduino e sensores de monitoramento possibilitam ao produtor influenciar no ambiente de cultivo no momento apropriado, diminuindo os riscos de perdas.

8. REFERENCIAS

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URYU, EN. Cogumelo medicinal Agaricus blazei. Campinas, SP: CATI, Boletim técnico, 239. 1999; 27.

VARGAS, Alexandre Maia. Análise Diagnóstica da Cadeia Produtiva de Cogumelos do Distrito Federal. Dissertação (mestrado) – Universidade de Brasília (UNB).

Programa de Pesquisa e Pós-graduação em Agronegócios– Brasília, 2011.

VEDDER PJC. Cultivo Moderno Del Champignon. Madrid: Ediciones Mundi- Prensa. 1991; 370.

SOBRE OS AUTORES

1 Gustavo Carolino Girardi, mestrando do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar Tecnologias aplicadas ao agronegócio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campus Medianeira-PR. E- mail: gustavogirardi23@gmail.com.

2 Daniel Rodrigues Blanco, professor Doutor do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar Tecnologias Aplicadas ao Agronegócio da Universidade Tecnológica

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8VA CONFERENCIA CIENTÍFICA INTERNACIONAL DE LA UNIVERSIDAD DE HOLGUÍN

Federal do Paraná – UTFPR, Campus Medianeira-PR.

E-mail: danielrblanco.utfpr@gmail.com.

3 Itamar Iliuk, professor Doutor da UTFPR – Universidade Tecnóligica Federal do Paraná, Campus Santa Helena.

E-mail: itamar.iliuk@gmail.com.

Referências

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