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A materialização do espaço interior

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Academic year: 2022

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PROVAS DE APTIDÃO PEDAGÓGICA E CAPACIDADE CIENTÍFICA

PEDRO DUARTE SANTOS DE ALARCÃO E SILVA

FACULDADE DE ARQUITECTURA DA UNIVERSIDADE DO PORTO 1997

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TRABALHO DE SÍNTESE

A MATERIALIZAÇÃO DO ESPAÇO INTERIOR

Elaborado no âmbito da prestação de Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica

FACULDADE DE ARQUITECTURA DA UNIVERSIDADE DO PORTO 1997

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6 1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de síntese foi elaborado de acordo com o disposto na alínea b) do nº 2 do Artigo 58º do Estatuto da Carreira Docente Universitária, no âmbito da prestação de provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica.

Na sua realização não houve qualquer intenção de fazer uma obra de pesquisa, conclusiva e inovadora, pretendendo-se apenas fazer uma reflexão sobre um tema que considero da maior importância como arquitecto e docente da cadeira de Projecto II -2º ano do curso de Arquitectura da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

Se o processo de procura da forma tem, sobretudo nos primeiros anos do curso, que manter durante algum tempo um forte carácter de abstracção, essa forma necessita a dada altura, de ser materializada, introduzindo os materiais que vão caracterizar os diversos espaços; só assim se consegue evitar que os projectos dos alunos sejam

“abstracções mais ou menos agradáveis” ou “puras exercitações gráficas”1. Essa operação de materialização da forma e a sua consequência na caracterização do espaço, é o ponto de partida para a realização deste trabalho.

A materialização do espaço interior -ou, mais concretamente, o material utilizado para concretizar uma ideia espacial- não pode ser tratada isoladamente, desprezando a sua principal razão de existir: a de caracterizar esse mesmo espaço e de só ter sentido na medida em que satisfaça a função para o qual foi escolhido.

“Em arquitectura, o conteúdo social, o efeito psicológico e os valores formais materializam-se todos no espaço. Interpretar o espaço significa por isso incluir todas as realidades de um edifício.”2 O espaço é, portanto, a essência da arquitectura e temos que tratar cada facto arquitectónico tendo presente esse princípio.

Iniciado por uma premissa -em que tento situar o problema, clarificando algumas questões e a utilização de alguns termos- o trabalho vai limitando progressivamente o âmbito dos seus objectivos, até chegar à influência dos materiais na caracterização do espaço interior, como confirmação de uma ideia de arquitectura, tendo sempre presente que há uma série de factores que concorrem para a caracterização do espaço, e alguns são propriedades dos materiais utilizados, pelo que não importa

1 - “Os projectos que saem das faculdades de arquitectura têm forma mas não têm cor, do mesmo modo que não são claros no que se refere aos materiais que os compõem e, portanto, na sua realidade, inclusivamente, tecnológica: tratam- se, de um modo geral, de abstracções mais ou menos agradáveis, ou de puras exercitações gráficas.”

LUDOVICO QUARONI in Proyetar un Edifício: ocho lecciones de arquitectura, 1980, pág. 182.

2 - BRUNO ZEVI in Saber ver a arquitectura, 1977 (1951), pág. 137.

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7 quantificar a importância de cada factor, mas tratar um conjunto deles como uma característica especial.

O trabalho apoia-se no depoimento de cinco arquitectos entrevistados -Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, Manuel Graça Dias, Manuel Vicente e Vítor Figueiredo- para desenvolver o tema proposto e percorre quatro capítulos, onde se tratam os diversos conceitos de espaço e os elementos que caracterizam o espaço arquitectónico, a influência da memória e dos sentidos na criação e na percepção do espaço, o papel da decoração e, por fim, a materialização do espaço interior e as suas diversas condicionantes. Termina com um capítulo em que se fazem algumas considerações sobre a materialização do espaço interior, apoiado em três projectos de uma sala de espera para um Centro de Saúde, realizados pelos arquitectos Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura e Manuel Graça Dias.

As entrevistas e os projectos que se apresentam em anexo, cujos “discursos” penso confirmarem a ideia que estabeleci para o tratamento deste tema, foram peças fundamentais para o desenvolvimento do trabalho, constituindo parte integrante e indispensável para uma leitura completa do mesmo.

Referências

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