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Práticas educativas de mães nordestinas e da criança

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P R Á TIC A S .E D U C A TIV A S D E M Ã E S N O R D E S TIN A S

E D E S E N V O LV IM E N TO D A C R IA N Ç A *yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

GLÁUCIA M. M. FERREIRAkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA**

Prof. a do Dept.? de Psicologia

da Universidade Federal do Ceará

Fortaleza - CE

Foram observados trinta e nove (39) pares de mãe-criança em situação de execução de tarefas objetivando caracterizar o estilo de ensinar da mãe, o comportamento de resolver problemas da criança e a relação entre estas duas variáveis. As mães eram representantes das classes sociais alta, média e baixa e as crianças eram do sexo fe-minino e tinham idade média de oito (8) anos e três (3) meses.

Os resultados mostraram que as mães definiram a existência de dois tipos de estilo de ensinar, chamados no estudo, de autoritário e autorizador. As implicações do uso desses estilos são discutidas em termos do desenvolvimento cognitivo da criança. No concernente às crianças os resultados mostraram ser as crianças de classe média as que apresentaram engajamento mais efetivo na situação. Os resulta-dos referentes ao relacionamento entre estas duas variáveis não fo-ram conclusivos.

1. Introdução

o

sucesso de uma criança em seus empreedimentos, sejam acadêmicos ou outros quaisquer, está na maioria das vezes condicionado à sua competência cog-nitiva em termos de modos de resolver problemas. O não desenvolvimento desta

(*) Agradecimentos são devidos ao Conselho Naciona! de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que possibilitou a realização deste estudo pela concessão de bolsa de pesquisa ao responsável pelo estudo.

(**) Pedidos de cópias do trabalho ou informações adicionais sobre o mesmo podem ser so-licitados diretamente ao autor no Departamento de Psicologia - Universidade Federal do Ceará. Av. da Universidade, 2762 - Benfica - 60.000 Fortaleza-CE.

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competência acarreta prejuizos inestimáveis que se traduzem em problemas tais como baixo nível de desempenho, sentimentos de inadequação, repetência e eva-são escolar, etc, Isto tudo se refletirá num baixo nível de funcionamento quando na vida adulta aquela criança tiver de assumir as funções exigidas pela sociedade para promoção de desenvolvilmento social e econômico.

Na análise deste problema iniciamos com a crença de que a inteligência

emerge da interação entre as potencial idades geneticamente doados ao

kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

indivrduo

e suas experiências ambientais (Hunt, 1961). Entretanto, nós precisamos enten-der o processo através do qual o impacto do ambiente é transmitido à criança, tendo em vista a possibilidade de manipular variáveis ambientais.

Nós sabemos que a criança, mesmo após seu ingresso na escola, ainda dispen-de grandispen-de parte dispen-de seu tempo na famrlia, mais especificamente com a mãe. En-tretanto, apesar do corpo de pesquisas na área, muitos dos estudos sobre efeitos da presença ou atuação dos pais (Bing, 1963; Freeberg e Payne, 1967; Blanchard e Biller, 1971) no desenvolvimento da criança tem baseado suas conclusões na análise de aspectos gerais tais como "permissividade" "envolvimento afetivo"

etc, Embora o conhecimento fornecido por estas pe;quisas seja útil, a questã~ básica continua sem resposta. O que fazem os pais no dia-a-dia com seus filhos que afeta de maneira consistente e diferencial o seu desenvolvimento cognitivo? Procurando respostas a esta questão, Hess e Shipman (1965, 1967, 1968a, 1968b, 1969) conduziram o mais exaustivo estudo sobre interação mãe-criança até hoje conhecido. Eles concluíram que o estilo de ensinar da mãe é um bom, senão o melhor, preditor da performance escolar e funcionamento intelectual da mesma. Estes resultados foram confirmados por outro estudo feito por Kogan e Winberger (1969) usando obsevações diretas da interação mãe-criança com outro tipo de amostra.

Com base nas conclusões destas pesquisas e na tentativa de conhecer nossa realidade no que concerne ao problema surgiu este estudo. Sendo o primeiro es-tudo de toda uma linha de pesquisa, ele foi planejado para fornecer dados que respondessem às seguintes questões:

1) Qual o estilo da mãe nordestina quando assume a tarefa de ensinar? 2) Qual o modo como a criança nordestina se engaja em situações de apren-dizagem?

3) Como estas duas variáveis (prática educativa da mãe e modo de aprender do filho) se relacionam nesta amostra?

A partir do conhecimento fornecido por estas respostas, o estudo fornecerá base para elaboração de programas de intervenção em educação da criança que venham elevar o nível de desenvolvimento de nossas crianças a partir da manipu-lação de variáveis maternas.

2. Material e Métodos

Sujeitos

Foram sujeitos deste estudo trinta e nove (39) pares de mãe-criança

selecio-124 Rev. de Psicologia, 1 (1): Pág. 123-132, jan.jdez. 1983

nados aleatoriamente de uma população de mães da zona urbana da cidade de Fortaleza, localizadas através do arquivo das Escolas onde seus filhos estudavam. A participação do par foi conseguida através de uma carta explicativa do estudo enviada à mãe. Cerca de sessenta por cento das mães abordadas deram sua anuên-cia em participar.

Os sujeitos foram agrupados com base nos critérios de nível educacional e at'vidade profissional da mãe. Deste modo, foram formados três grupos. No gru-po A, as mães tinham educação superior e eram profissionais liberais. No grupo B, as mães tinham 2.0 grau completo e eram Funcionárias Públicas, Bancárias e Professores do 1.0 Grau. As componentes do grupo C tinham educação de 1.0 grau incompleta ou eram analfabetas e não trabalhavam fora de casa. Quando ve-rificado o nível econômico da família (somada renda do pai e mãe) em acréscimo aos outros critérios trabalhamos com os três grupos com: Grupo A - represen-tante de classe social alta; Grupo B - represenrepresen-tante de classe social média e Gru-po C - representante da classe social baixa. As crianças eram do sexo feminino e tinham idade média de oito (8) anos e três (3) meses.

Equipamento:

O estudo foi realizado numa sala do Departamento de Psicologia da Univer-sidade Federal do Ceará, equipada com um espelho unidirecional, microfones embutidos, mobiliário infantil e brinquedos. Conectada pelo espelho unidirecio-nal havia ao lado, uma sala menor equipada com auto-falante e sistema de grava-ção que funcionava como câmara de observagrava-ção.

Situação:

Para eliciação das componentes da mãe e da criança foi usada a execução de tarefas de formar e reproduzir figuras, conforme indicação de cartelas, usando os seguintes brinquedos: Dominó de cores (Brinquedos Inteligentes); Descubra o bi-chinho (Estrela); Criatol (Trol) e Montatudo (Elka).

Proced imento:

Condução das Sessões de Observação.

Nas sessões para coleta de dados o par mãe-criança era recebido pela recep-cionista do setor de Psicologia. Após isto, o Pesquisador Responsável conduzia a mãe ao Laboratório e fornecia as instruções necessárias a execução das tarefas. Nessa ocasião a mãe era informada que seria observada pelo espelho unidirecio-nal e do que consistiria a sua participação em termos de número e duração das sessões.

Após as instruções dadas à "'ãe, o pesquisador introduzia a criança na situa-ção e retirava-se informando que retornaria após 20 minutos. Na câmara de observação era feito o registro do comportamento por dois observadores treina-dos, sendo um responsável pelo registro da mãe e outro pelo da criança. Paralelo a esse registro era feita a gravação da sessão em fita cassete o que permitia a com-plementação do protocoloo, após a observação ao vivo. As sessões tinham a dura-ção de 20 minutos.

Registro e análise de dados

Durante um estudo preliminar usando 26 pares de mãe-criança foram elabo-radas categorias de comportamento na situação e testada sua fidedignidade us

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do um procedimento de registro similar ao util izado por Marturano (1977). As categorias de comportamento usados neste estudo encontram-se transcritos abai-so:

Categorias de Comportamento da Mãe:

Instrução - informações verbais e/ou demonstrações fornecidas pela mãe vi-sando a compreensão da tarefa pela criança. Ex. "A tia disse que você tem que formar estas figuras (mostra a figura na cartela) com estas pedras (aponta para as pedras)".

Auxílio - ações ou verbalizações da mãe que visam diminuir dificuldades encontradas pela criança na execução da tarefa. Ex. "Vire a peça assim que você formar a figura."

Interferência - ocorrências onde a mãe interfere obstruindo a participação da criança e/ou interfere fazendo a tarefa pela mesma.

Recompensa - ações ou verbalizações da mãe expressando aprovação, elo-gios, entusiasmo pelo feito da criança. Ex. "Muito bem este menino é jóia".

Punição - ações ou verbalizações da mãe expressando crítica, ridiculariza-ção ou avaliaridiculariza-ção negativa do desempenho da criança: Ex. "Oh, menina, você é mesmo devagar". "Este menino é lerdo". "Oh, tu não acerta uma".

Fornecimento de Feedback - ações ou verbalizaçães da mãe expressa con-firmação ou negação da adequação do desempenho da criança na tarefa. Ex. "Certo agora forme o carneirinho". "Não, aí não, coloque na outra ponta.

Explicações - mensagens verbais da mãe contendo informações sobre as di-versas maneiras como chegar a solução da tarefa, fornecendo alternativas de exe-cução para a criança. Ex. "Você agora pode colocar o verde nesta ponta ou o ver-melho naquela ponta".

Comandos - ordens dadas pela mãe contendo informação sobre passos frag-mentados da execução da tarefa. Ex. "Ponha a verde agora". "Anda, menino bo-ta peça"; "olha aqui".

Categorias de Comportamento da Criança:

Solicitação de ajuda - mensagem verbal das crianças solicitando informa-ções extras da mãe para dar continu idade a ,execução da tarefa: Ex. "Agora, mãe, é o vermelho?"

Solicitação de feedback - mensagens verbais da criança solicitando da mãe uma avaliação do seu desempenho na tarefa. Ex. "~ assim mãe?"

Envolvimento ativo - criança executa a tarefa sozinha solicitando ajuda ou feedback da mãe apenas ao surgirem dificuldades.

Envolvimento passivo - criança executa a tarefa somente após uma ajuda verbal ou não verbal da mãe ou confirmação da mesma após a execução de cada passo da tarefa.

Objetivando analisar estatisticamente a correspondência entre dados das mães e dados das crianças nas diversas classes sociais, utilizou-se a análise de va-riância (Edwards, 1972) nas diversas categorias de comportamento.

Esta análise permitiu avaliar a influência de fatores que não puderam ser mantidos constantes no decorrer da experiência: Assim comprovamos a existên-cia de diferenças siqnificativasentre médias de vários grupos, como também a

in-126 Rev. de Psicologia, 1 (1): Pág. 123-132,jan.jdez. 1983

fluência, relativa dos diversos fatores e de suas interrelações mútuas sobre a variá-vel em estudo.

Em seguida, utilizou-se o teste proposto por Tukey (Edwards, 1972) para observar em que classe social estavam alocadas as diferenças acima.

3. Resultados

Os resultados da análise de variância e do teste de Tukey aplicados aos dados do comportamento das mães e das crianças são apresentados nas tabelas 1 e 2.

Tabela 1

Resultados referentes ao comportamento das mães

Categorias de Representação Valores de Nível de

Comportamento das diferenças F certeza

Instrução B*AC

kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

11,71 99%

Explicação C*AB 14,71 95%

Comando A=B=C 2,77 99%

F. Feedback C*AB 15,68 99%

Auxílio B*,A,C 6,29 99%

Recompensa C*AB 7,73 95%

Punição B-i-AC 11,83 99%

Tabela 2

Resultados referentes aos comportamentos das crianças

Categorias de Comportamento

Representação das diferenças

Nível de certeza Valores de

F

Eng. Ativo Env. Passivo Sol. Ajuda Sol. Feedback

C*AB A=B=C A=B=C A*BC

24,89 4,37

1,50 11.72

95% 95% 95% 99%

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Uma representação gráfica dos dados de freqüência de ocorrência das cate-gorias de comportamento das mães e das crianças encontra-se delineada nas Figu-ras 1 e 2.

BA

P u

I--B

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B

A

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B C

A

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B

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100 150

fR éQ u tC IA S ,

128

LKJIHGFEDCBA

F ig . 1 - R e p r e s e n ta ç ã o g r á fic a d o s d a d o s r e la tiv o s a o c o m p o r ta m e n to d a s m ã e s .

Rev. de Psicologia, I (I): Pág. 123-132, jan./dez. 1983

EA

8

C

A LEGENDA

ACI

EA - Envolvimento ativo

& EP - Envolvimento passivo

SA - Solicitação de ajuda SFdb - Solicitação de Feedback

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8

A

C

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SA

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50

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fR fQ U Ê N C I A S

F ig . 2 .- R e p r e s e n ta ç ã o g r á fic a d o s d a d o s r e fe r e n te s a o c o m p o r ta m e n to d a s c r ia n ç a s .

150

zoo

Os resultados do teste de correlação aplicado aos dados das mães e das crian-ças encontram na tabela 3.

Tabela 3

Resultado do teste de correlação relativos aos comportamentos das mães e das crianças

Grupos Valores de r

A B

C

0,08 0,69 0,16

4. Discussão

Discutindo os resultados obtidos visando responder às questões objetivo do estudo, analisaremos aqueles referentes ao comportamento das mães, depois os relativos ao comportamento das crianças e por último os que sugerem a relação entre este par de dados.

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Como tem sido mostrado em vários estudos (Bee et alii 1968), Bee et alii 1970, Laosa, 1980) mães diferem no seu estilo de interargir com seus filhos se-gundo a classe social a qual pertencem. A responsabilidade da determinação des-tas diferenças tem sido atribu (da às variações de nível educacional e exposição a atividades profissionais destes diferentes grupos sociais. Na amostra aqui estuda-da verificamos que estas diferenças foram confirmadas (V. tabela 1). Fazendo uma análise mais detalhada destas diferenças podemos verificar pelos dados da Fig. 1 que existem predominâncias na utilização de certos tipos de qornporta-mento pelas mães a partir das quais pode-se fazer uma caracterização de estilos. Por esta análise verificamos que podemos agrupar as mães desta amostra quanto a dois tipos de estilos específicos: 1) Estilo autoritário - onde a mãe interfere e auxilia bastante no desempenho da criança. Neste estilo a mãe manipula o com-portamento da criança por comandos dando pouca instrução e fornecendo pou-co feddback para orientar a expressão do comportamento de resolução de pro-blemas da mesma. As mães que apresentaram uma tendência maior a adotar este estilo foram aquelas do grupo C, que representavam a classe social baixa. Entre-tanto, verificamos que as mães de classe alta também apresentaram uma propen-são a adotar nuanças deste estilo. Elas utilizavam comandos com relativa fre-qüência, embora neutralizado pela adoção do comportamento de dar explicações e fornecer feedback. Este estilo quando puro, como no caso das mães do grupo C, poderá impor uma restrição ao desenvolvimento cognitivo pelo impedimento da expressão das potencial idades intelectuais da criança determinando assim um baixo nível de funcionamento cognitivo posterior (Maccoby, 1980); 2) Estilo au-torizador - onde a mãe deixa que a criança se exponha a situação problema, emita as primeiras respostas para então manipular a evolução comportamental da criança pelo uso de explicações e fornecimento de feedback. Neste estilo as mães do grupo A e B apresentaram-se similares. A implicação mais direta da utilização deste estilo é fornecer condições para que a criança expresse suas potencial ida-des, inove modos de resolver problemas, sofisticando assim seu mundo cognitivo. Isto, acreditamos, pode levar a geração de indiv íduos mais aptos a atacar proble-mas de várias maneiras, aumentando assim a probabilidade de-encontrar soluções viáveis.

Como vimos, no que se refere ao estilo geral, as mães desta amostra reprodu-ziram os dados apresentados pela literatura na área quanto a relação entre classe social e modo de interagir com a criança. Entretanto, no uso de outras categorias de comportamento apareceram dados que realmente parecem ser característicos mais particulares de nossa amostra. No que tange ao controle de freqüência de ocorrência de comportamentos das crianças verificamos que mães do grupo C apresentaram-se mais primitivos e menos recompensadores do que as mães do grupo A e B que se mostraram mais uma vez similares (Vide Fig. 1). A similarida-de similarida-de estilo entre os grupos A e B parecem mostrar que em nossa realidasimilarida-de a combinação entre um nível melhor de educação (acima de 1.0 grau) com a expo-sição a uma atividade profissional parece influenciar o estilo da mãe na direção de possibilitar a participação da criança no seu próprio desenvolvimento. Uma característica que nos parece também particular a amostra foi a baixa util ização

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de instruções para desencadear o comportamento da criança que somente foi uti-lizado em maior freqüência pelas mães da classe média. Isto pode ter uma grande implicação para o desenvolvimento se for característica básica do estilo, pois dei-xa a criança muito vulnerável a apresentar comportamento de ensaio e erro para iniciar tarefas, podendo levar a experiências de insucesso e conseqüente perda de motivação para futuros empreedimentos.

Os resultados obtidos a partir das observações das crianças nos leva a con-cluir que as crianças da amostra são bastante diferentes entre si na sua expressão de comportamento de resolução de problemas (Vide dados das tabelas). Pela aná-lise da Fig. 2 podemos caracterizar os tipos de crianças que apareceram. Verif)ca-mos que no referente a fazer a tarefa as crianças do grupo B foram superiores às outras. Estas crianças se envolveram em maior freqüência com as tarefas Q que pode significar uma maior riqueza comportamental na tentativa de solucionar um problema. Por outro lado, verificou-se que elas se envolviam ativamente na tarefa com maior freqüência demonstrando uma capacidade de gerar respostas de resolução superior aos outros grupos. Por outro lado essas crianças apresentaram a mais baixa freqüência tanto de solicitação de feedback quanto de solicitação de ajuda. Estes resultados sugerem uma criança mais preparada para enfrentar pro-blemas, tendo pois maior probabilidade de encontrar as soluções adequadas. Analisando em termos relativos (totais de freqüência) podemos concluir que as crianças do grupo A e C nos parecem de uma certa maneira similares, embora aquelas do grupo A tenham apresentado um envolvimento ativo na tarefa com

mais alta freqüência que o grupo C. Entretanto nas categorias de solicitação de

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fe e d b a c k e ajuda, elas se assemelharam bastante. Pelas conclusões permitidas por este corpo de dados essas crianças apresentam-se menos aptas a enfrentar proble-mas que aquelas do grupo B. Estas condições fornecem resposta à indagação lan-çada pelo estudo, embora não esgote uma caracterização da nossa criança.

No que concerne ao relacionamento entre o comportamento das mães e de seus filhos (vide tabela 3) os dados deste estudo não foram muito efetivos em responder a questão inicialmente lançada. Verificamos que as correlações entre os comportamentos das mães e de seus filhos, com excessão do grupo B, apresen-tar arn-se muito fracas para serem tomadas como conclusivas.

Portanto, as propensões sugeridas por estes resultados devem ser verificadas por estudos posteriores e mais específicos que centrem o seu interesse neste

tópi-co a fim de obter dados mais tópi-coerentes e reveladores.

kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

5. Referências Bibliográficas

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