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Epidemiologia da Hipertensão Arterial

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Academic year: 2021

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Epidemiologia da Hipertensão Arterial

2.1 – Pressão Arterial:

2.1.1 – Definição – a pressão arterial (PA) é a força executada pelo coração e exercida pelo sangue em circulação na parede interna das artérias. Tensão arterial é a resistência que ocorre na parede das artérias contrária a pressão correspondente; por isso, a pressão e tensão se equivalem, pois aferimos com o tensiômetro a tensão, que indiretamente estamos verificando a pressão, pois de acordo com a terceira lei de Newton pressão e tensão se assemelham. Essa circulação não se faz de forma contínua, mas sim por impulsos que correspondem aos batimentos cardíacos. Quando os ventrículos do coração se contraem, o sangue neles contido é impelido para a circulação geral, havendo nesse momento uma pressão mais elevada dentro dos vasos e que corresponde à tensão ou pressão máxima ou sistólica.

Quando os ventrículos se dilatam, permitindo a entrada de mais sangue no seu interior, a pressão baixa e os seus valores correspondem à pressão ou tensão mínima ou diastólica.

Estes valores são normalmente lidos em milímetros de mercúrio: por exemplo, uma tensão máxima de 140 corresponde à subida da coluna de mercúrio de um aparelho de medição arterial (esfigmomanômetro) até aos 140 mmHg. Também é por vezes utilizada a medição em cm, que é talvez mais conhecida junto do público, pelo que aquele valor será nesse caso lido como 14 mmHg. A pressão arterial está em permanente mudança, dependendo do esforço que em cada momento o coração esteja a fazer.

2.1.2 – Como se Verifica a Pressão – geralmente é aferida com um aparelho chamado esfigmomanômetro ou tensiômetro, que pode ser mecânico, de mercúrio ou eletrônico. Na maior parte dos casos é aplicada uma braçadeira na parte do braço logo acima da flexura do cotovelo, ficando o auscultador do estetoscópio ou do auscultador do aparelho eletrônico nessa zona, sobre a região onde passa a artéria braquial. Recentemente foram comercializados aparelhos que se aplicam no pulso. Com a ajuda de uma pequena bomba de mão introduz-se ar na braçadeira até que a pressão no seu interior não permita a passagem de mais sangue pela artéria, deixando-se nessa altura de ouvir as pulsações. Começa-se em seguida a libertar o ar da braçadeira lentamente. Quando se recomeçar a ouvir o pulsar da artéria, o valor marcado indica a tensão máxima.

Continua-se a deixar o ar sair lentamente, até que de novo se deixem de ouvir totalmente os sons da pulsação. Nessa altura o valor indicado representa a tensão mínima. Estes valores são lidos

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em milímetros de mercúrio (mm/Hg): 140/70 quer portanto dizer que a tensão máxima é de 140 mm/Hg, e a mínima de 70 mm/Hg. Por vezes usa-se a denominação em centímetros: neste caso seria 14/7.

2.2 – Introdução ao Estudo da Hipertensão Arterial – a hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou pressão alta é uma moléstia que tem acometido diversas pessoas do mundo e tendo sido um fator relevante no estabelecimento da causa mortis mais em países desenvolvidos do que naqueles em desenvolvimento. A HAS é uma doença crônica que afeta cerca de 20% da população adulta, sendo que a metade dos hipertensos desconhece a própria enfermidade.

Pode evoluir sem sintomas por mais de 20 anos e, quando não tratada, causa lesões em diversos órgãos e sistemas, produzindo graves complicações e contribuindo para o aumento da aterosclerose, podendo determinar sérias complicações, invalidez e levar ao óbito. A incidência de hipertensão arterial (HA) ocorre com mais freqüência entre os 30 e os 55 anos de idade, podendo-se então avaliar os prejuízos para o ser humano e para a sociedade. A HA, bem como suas complicações, pode ser controlada, bastando que se conheça melhor essa doença.

A HA ocorre em cerca de metade das pessoas idosas e está entre as principais causas de doenças cérebro-vasculares, cardiovasculares e renais. É uma das principais causas da doença das coronárias (angina de peito e infarto do miocárdio), sendo também a principal fator de acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH). Também é uma das três principais causas que levam a aposentadoria por invalidez, juntamente com os distúrbios mentais e às doenças osteo- articulares. Há 20 anos somente 15% das pessoas hipertensas eram tratadas, porém o reconhecimento da sua importância como fator de risco das doenças cardiovasculares fez com que atualmente cerca de 60% das pessoas hipertensas estejam sendo tratadas. O tratamento da hipertensão é fundamental, pois o seu controle efetivo é a principal arma contra a doença vascular cerebral e contra as doenças das artérias coronárias. Deve ser iniciado por diminuição da ingestão de sódio, perda de peso, e prática regular de exercícios físicos. O álcool, o fumo, e a emoção são fatores que devem ser controlados. O uso de remédios antihipertensivos deve ser feito com critério e consciência de seus efeitos colaterais.

Na grande maioria das vezes não se sabe a causa da hipertensão arterial, e nesse caso ela é denominada essencial. Trata-se de uma situação em que o organismo apresenta dificuldade em eliminar o sódio do organismo, pois o seu acúmulo favorece ao aumento da pressão arterial. O processo de arteriosclerose contribui para o seu agravamento devido ao endurecimento das artérias. O fator alimentar é fundamental no processo, pois uma dieta rica em sal é considerada o

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principal fator agravante da pressão alta. O estado emocional e o ambiente tenso são fatores também importantes, como também a hereditariedade.

Uma medição isolada que constate pressão alta não tem grande valor, sendo recomendada várias medições em dias diferentes para confirmar o diagnóstico de hipertensão. A medida da PA deve ser realizada em pelo menos duas posições, de preferência a deitada e a sentada sendo a medida em posição deitada levemente superior. Considera-se pressão alta valores superiores a 140 mmHg (para pressão sistólica ou “máxima”) e valores superiores a 90 mmHg (para pressão diastólica ou “mínima”).

O indivíduo portador de hipertensão arterial desde jovem tende a ter sua doença piorada na velhice se não tomar os devidos cuidados. Por outro lado à pessoa não hipertensa pode apresentar uma tendência a leve hipertensão na velhice. É estimado que em 2.020 dois terços do surgimento global de doenças será atribuído a doenças crônicas não comunicáveis, a maioria delas fortemente associada à dieta. A nutrição teve sua transição através de alimentos refinados, alimentos de origem animal, e o aumento das gorduras exercem um papel primordial para a epidemia global corrente da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, entre outras condições não comunicáveis. O estilo de vida sedentária e o tabaco também são fatores de risco significativos. A epidemia não pode ser finalizada simplesmente através do encorajamento das pessoas para reduzir seus fatores de risco e adotar estilo de vida saudável, embora tal encorajamento seja indubitavelmente benéfico se as pessoas puderem responder a ele.

Infelizmente, o aumento de ambientes “obesos” e muitas mudanças culturais associadas à globalização, tornam até mesmo a adoção de estilo de vida saudável, especialmente por crianças e adolescentes, cada vez mais difícil. A situação apresenta vários países com custos não controláveis, ao mesmo tempo continuam a existir problemas de desnutrição. Uma resolução multisetorial planejada em conjunto, envolvendo o uso da política, educação e mecanismos comerciais, é necessário para resolver estes problemas.

Se não for tratada, a hipertensão tende a se agravar e ocasionar lesões nas artérias de todo o organismo, sobretudo no cérebro, nos olhos, no coração e nos rins. Além disso, a hipertensão contribui para o agravamento da aterosclerose, provocando doenças graves como os acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou o conhecido derrame cerebral; infarto do miocárdio, angina do peito, arritmia, insuficiência cardíaca, doenças vasculares periféricas, doença da retina e insuficiência renal. É importante saber que todas as complicações da HA podem ser prevenidas.

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2.3 – Definição – o coração funciona como uma bomba, impulsionando o sangue, cuja função é levar oxigênio e nutrientes para todo organismo, através das artérias, que são tubos musculares.

Denomina-se pressão arterial, aquela que o sangue exerce contra as paredes das artérias. Quando o coração se contrai a pressão verificada é a “Máxima” ou a “Sistólica”; à medida que o sangue escoa das artérias para os capilares, o coração se dilata, a pressão vai diminuindo e o valor medido antes da próxima contração é a “Mínima” ou “Diastólica”.

Hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou simplesmente “Hipertensão Arterial” ou mais popularmente “Pressão Alta” é o aumento da pressão que o sangue exerce dentro das veias e artérias da circulação acima dos valores considerados como referenciais que arbitrariamente são considerados em 140x90 mmHg. Trata-se de uma doença muito importante, pois está íntima e diretamente relacionada às doenças cardiovasculares, principalmente o infarto do miocárdio (IM) e o acidente vascular cerebral (AVC) ou simplesmente “derrame cerebral” que são as nossas maiores causas de mortalidade. Além disso, a HA pode lesar os rins causando insuficiência renal e obstruir as artérias dos membros inferiores causando uma doença chamada

“insuficiência vascular periférica”. Essas complicações geralmente levam à invalidez parcial ou total, sendo na sua globalidade permanente, provocando a morte em um número significativo de casos e acometendo as pessoas geralmente a partir de 40 anos de idade; época em que esses indivíduos são muito importantes do ponto de vista social, econômico e familiar, pois eles já têm formação profissional, ocupam um papel na sociedade e possuem famílias que dependem dele. A doença não só prejudica sob estes aspectos, mas ainda onera o sistema previdenciário com o seu afastamento do trabalho e gastos com médicos e tratamentos.

A hipertensão arterial é uma situação bastante freqüente, muitas vezes não diagnosticada, visto que geralmente não se acompanha de sintomas específicos. No entanto, as suas conseqüências podem ser extremamente graves, estando na base da maioria das doenças cardiovasculares, que só por si são a primeira causa de morte em Portugal e nos restantes países desenvolvidos. Pensa- se que afeta cerca de um em cada quatro adultos, e que acima dos 60 anos metade das pessoas sofra desta doença.

A hipertensão é tanto mais perigosa para a saúde quanto mais elevada for e quanto mais tempo permanecer sem ser tratada e quanto mais elevada for, maior esforço é exigido ao coração para bombear o sangue, o que por sua vez pode levar a que este acabe por perder eficácia. A HA facilita também o aparecimento da aterosclerose, que consiste na deposição de placas de ateroma (constituídas por gordura e outros elementos) no interior das artérias, o que aumenta grandemente os riscos de ataque cardíaco ou AVC. Esse excesso de pressão pode ainda causar

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deformações em certas zonas das paredes das artérias e levar à formação de aneurismas, que são dilatações em zonas de menor resistência e que, como tal, podem romper subitamente ocasionando uma situação de extrema gravidade. Outra zona freqüentemente atingida são os rins, que devido à sua estrutura delicada e muito vascularizada são especialmente sensíveis.

A HAS é uma doença muito comum e ocorre, sobretudo, nas pessoas que tem história de hipertensão familiar. Na maioria dos casos, o hipertenso não apresenta sintomas, com a doença sendo diagnosticada por exames médicos de rotina ou devido ao surgimento de complicações. Os órgãos mais sujeitos às complicações da hipertensão são: coração, rins, cérebro e olhos. A hipertensão tem causas variadas, sendo controlada através de tratamento feito de acordo com a orientação médica. A pressão alta é mais problemática para pessoas que possuem os chamados

“fatores de risco”: consumo excessivo de sal, fumo, estresse emocional, obesidade, diabetes, hiperlipidemia, vida sedentária e herança familiar (genético). Quanto maior for o número de fatores de risco, maior será a chance de desenvolvimento da hipertensão arterial e de complicações nos órgãos alvo.

Nota – este texto é, na realidade, uma breve introdução, por isso queremos esclarecer aos interessados no assunto, que para obter o texto na íntegra (total), basta solicitá-lo, que atenderemos todos os pedidos e enviaremos os mesmos pelos Correios e Telégrafos;

portanto, entre em contato conosco através dos nossos telefones ou e-mail.

À Direção.

Maceió, Janeiro de 2.012 Autor: Mário Jorge Martins.

Prof. Adjunto de Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL).

Mestre em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Médico da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).

Referências

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