FALANDO COM DEUS
orações bênçãos devoções do povo
Pe. José Dias Goulart
FALANDO
COM DEUS
2ª edição, 2019
Editoração, impressão e acabamento PAULUS
© PAULUS – 2019
Rua Francisco Cruz, 229 • 04117-091 – São Paulo (Brasil) Tel.: (11) 5087-3700
paulus.com.br • editorial@paulus.com.br ISBN 978-85-349-5092-3
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Ao Waldemar Pedro Bósio, nosso saudoso padre Bernardo, colega e amigo, que sugeriu este livro.
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Fé e Oração
Unem a criatura ao Criador.
A Fé ensina a orar.
A Oração aumenta a Fé.
Porque a oração é dirigida sempre:
Ao Deus eterno, único e verdadeiro, que é Pai, e nos criou;
que é Filho, e em si nos manifesta o Pai;
que é Espírito Santo, Sopro-Amor que nos faz viver.
Por meio de Jesus, Deus Filho que se fez nosso irmão,
o Mediador todo-poderoso,
o Diálogo entre o Criador e as criaturas.
Com a Virgem Maria, Mãe de Deus, por Ele feita Mãe de todos, para nos levar a Ele.
E com os Santos, Amigos de Deus, exemplos de oração,
que nos ensinam a viver, e oram por nós a Jesus.
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FALANDO COM DEUS
“Oração é a elevação da mente a Deus.”
A distância entre Deus e as criaturas é infini- tamente maior do que a distância que vai entre o abismo mais profundo e o espaço azul sem fim.
No entanto, o próprio Deus se revela no seu livro sempre aberto, o Universo. Aí, a criatura pode ver, sentir, perceber e amar o Autor invisível, que a tudo deu existência, e que em tudo está pre- sente, vivo, amando as suas criaturas.
Admirando o Universo, o coração huma- no conversa com Deus. Mas a criatura foi de- saprendendo. Já não sabia ler. Então, o Eterno fez a criatura mesma reler e contar a história da criação. E surgiu, na História, também a Bíblia, palavra de Deus.
O Universo, a História e a Bíblia iam prepa- rando a revelação total do Projeto “escondido desde os séculos eternos em Deus, e que foi re- velado em Jesus Cristo” (Cl 1,26). E Jesus estava no mundo, mas o mundo não o compreendeu.
Até que ele se manifestou claramente em nosso
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meio: “E nós vimos, com nossos próprios olhos, o Filho de Deus” (1Jo 1,1).
E conversamos com ele. Sentimos, no fundo do coração, a voz do Espírito Santo de Deus, que é o Sopro-Amor do Pai e do Filho.
E com a voz do Espírito Santo, nós falamos como Jesus mesmo nos ensinou:
Pai-nosso que estais nos céus…
Pai-nosso que estais aqui…
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“SENHOR, ENSINE A GENTE A ORAR”
O Pai Celeste vê e escuta o nosso pensamen- to. Ele sabe tudo, ainda antes que alguém che- gue a pensar (Mt 6,1-8). No entanto, ele gosta de ouvir os seus filhos abrindo o coração e se desabafando com ele, no mais fundo da alma.
Aí, nós falamos dos altos e baixos da vida. Ale- grias e tristezas. Sucessos e fracassos. Vitórias e derrotas. Tudo o que nos acontece na vida, na própria família, na comunidade, no povo.
Por isso, as fórmulas “feitas”, breves ou lon- gas, literatas ou simples, lidas ou decoradas, to- das têm um sentido claro: ajudar a gente a falar com Deus. A conversar com ele, de igual para igual. De filhos e filhas com o seu Deus. Cada pessoa da sua maneira, “no coração, com sin- ceridade”, como disse Jesus, falando com Deus.
Ele é Pai e Mãe, Fonte única da vida, do amor, da confiança total (Jo 4,24). Se Deus é tão bom, por que não abrir para ele o coração?
* * *
Como Jesus garantiu, seu Pai atende todo e qualquer pedido nosso. Sempre. Mas não exa- tamente quando e da maneira que desejamos.
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Porque ele sabe o que é melhor, no momento certo, para cada uma de suas criaturas. Além disso, Deus concede sempre muito mais do que esperamos. Ele derrama, como chuva, na vida de quem reza, a confiança e o amor. Porque a oração faz a pessoa compreender, sempre mais, que o importante é amar a Deus, acima dos seus dons, por melhores que sejam. Por isso, com os apóstolos, pedimos de coração aberto: “Senhor, ensine a gente a rezar” (Lc 11,1).
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BREVE CATEQUESE
Só conhecendo, se pode amar.
Só amando, se pode entender.
Em tudo e sempre, se comunicando.
E Oração é a comunicação de conhecimento e amor entre as criaturas e o Criador.
ORAÇÃO, O ENCONTRO COM DEUS Um mergulho nos mistérios revelados pelo amor infinito: Criação, Encarnação, Redenção, Glorificação.
DEUS, o Amor, se revela na Criação, dando existência ao universo,
e no universo, a suas criaturas humanas.
“No princípio, Deus criou o céu e a terra…”
(Gn 1,1).
E ao chegar a hora por ele estabelecida, a Criação se fez Encarnação,
quando o Espírito Santo de Deus gerou, no ventre da santa Mulher Maria, o Deus Filho, feito Filho Humano,
que assim tomou para si a nossa vida criada.
Seu nome é Jesus Cristo.
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“Ele é a Palavra Eterna que se fez Carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14; p. 61).
* * * Jesus manifestou no tempo
o que desde sempre ele é na eternidade:
o Modelo, a Fonte, a Meta final do universo visível e invisível.
Porém, as criaturas inteligentes se corrom- peram, e se tornaram vazias, anuladas pelo pecado.
Já não estavam de acordo com o Modelo.
Eis por que a Encarnação se fez também Redenção, a Libertação total,
quando Jesus deu a própria vida para refazer a vida de todos.
“Ele padeceu, morreu crucificado e ressuscitou por todos nós”.
Criação. Encarnação. Redenção…
Três momentos do Reino acontecendo no tempo,
para durar eternamente na glorificação final,
“quando Deus será tudo em todos, por meio de Jesus Cristo” (1Cor 15,28).
15 Será então o Reino da Bem-aventurança sem fim.
Reino que começa aqui em vida de Oração, para continuar em Contemplação eterna.
Aqui e lá, sempre falando ao Pai, com a voz mesma do Espírito Santo, por Cristo, com Cristo e em Cristo, na companhia da Virgem Mãe e dos Anjos e Santos.
Agora e para sempre.
IGREJA, COMUNIDADE VIVA
O Senhor Jesus continua presente entre nós, sempre ensinando o mundo a viver com ele, e como ele viveu. É a nossa fé. Assim cremos, por- que assim ele revelou. E para manter acesa essa fé, Jesus deixou entre nós um sinal vivo do Reino de Deus neste mundo. É a Igreja: uma comuni- dade, não privilegiada, apenas encarregada de viver e anunciar a Vida e Mensagem de Jesus.
Vida e Mensagem contidas na Tradição escrita e oral dos Apóstolos, especialmente na Bíblia.
Cada dia mais compreendidas e explicadas pela própria comunidade, que as vai meditando, com as luzes do Espírito Santo de Jesus, para comu- nicá-las ao mundo inteiro.
A Igreja é uma comunidade pecadora, como toda a humanidade, da qual faz parte. Mas, com