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O garoto é meu colega de classe. O garoto se identifica bastante com o estudo da Língua Portuguesa.

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Academic year: 2021

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Texto

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Funções sintáticas do pronome relativo

Teoria

Os pronomes relativos desempenham função sintática na oração adjetiva. Para analisá-los, o melhor procedimento é montar a oração adjetiva, substituindo o pronome relativo pelo seu antecedente. Para que possamos apreender de forma concreta o assunto que por ora vamos estudar, seria muito interessante analisarmos juntos duas orações, que se encontram demarcadas a seguir:

O garoto é meu colega de classe.

O garoto se identifica bastante com o estudo da Língua Portuguesa.

Temos duas orações nas quais podemos constatar que, tratando-se do sujeito, este se apresenta de forma idêntica em ambas, uma vez expresso por “o garoto”. Depois de identificarmos esse termo, tão importante na construção de uma oração, vamos tentar unir essas duas orações e fazer com que esse conjunto de termos se transforme em um período composto? Vamos lá?

O garoto que se identifica bastante com o estudo da Língua Portuguesa é meu colega de classe.

Temos agora um período composto, uma vez que constatamos a presença de mais de um verbo (identifica/é – verbo ser). Assim, notamos também que no lugar do sujeito da segunda oração foi colocada uma palavrinha, representada pela palavra que, cuja função é substituir o sujeito, de modo a evitar possíveis repetições. Essa palavra é um pronome relativo e, em decorrência de tal substituição, ocupa a função sintática de sujeito.

Vamos ver, agora, as diferentes funções sintáticas que esse pronome relativo pode exercer numa oração, para além da função de sujeito que foi analisada acima.

Objeto direto: Os trabalhos que faço me dão alegria.

O período composto acima, se dividido em duas orações, ficaria: Eu faço trabalhos./ Os trabalhos me dão alegria.

Veja que, no período composto, o pronome relativo “que” está fazendo referência ao termo “Os trabalhos”. Afinal, o verbo “faço” exige um complemento direto – que é o objeto “os trabalhos”. Assim, o pronome relativo apresenta função sintática de objeto direto.

(2)

Predicativo do sujeito: O atleta saudável, que ele sempre foi, hoje está fora das pistas devido ao acidente.

Dividindo o período composto em duas orações, temos: Ele sempre foi um atleta saudável/ O atleta saudável hoje está fora das pistas devido ao acidente.

Temos, nesse período composto, o pronome relativo “que” referindo-se ao termo “o atleta saudável”.

Repare, na primeira oração acima, que esse termo equivale ao predicativo que modifica o sujeito “Ele”.

Logo, o pronome relativo exibe a função sintática de predicativo do sujeito.

Complemento nominal: O filme a que fizeram referência foi premiado.

Dividindo o período composto em duas orações, temos: Fizeram referência ao filme/ O filme foi premiado.

Nota-se que, no período composto, o pronome relativo “a que” refere-se ao termo “o filme”, certo? Assim, vendo na primeira oração acima, o termo “ao filme” é um complemento do nome “referência”. Desse modo, o pronome relativo exibe a função sintática de complemento nominal.

Adjunto adnominal: O menino, cujo pai é médico, deverá seguir a carreira do patriarca.

Dividindo o período composto em duas orações, temos: O pai do menino é médico/ O menino deverá seguir a carreira do patriarca.

Vê-se que, no período composto, o pronome relativo “cujo” faz referência ao termo “o menino”. Quando reparamos na primeira oração acima, vemos que “do menino” é um adjunto adnominal do substantivo

“pai”, visto que é um termo acessório que complementa tal substantivo. Portanto, o pronome relativo exibe a função sintática de adjunto adnominal.

Adjunto adverbial: A cidade em que moro é bem tranquila.

Dividindo o período composto em duas orações, temos: Eu moro na cidade/ A cidade é bem tranquila.

Observa-se que, no período composto, o pronome relativo “em que” refere-se ao termo “a cidade”, correto? A partir disso, vê-se, na primeira oração acima, que “na cidade” funciona como adjunto adverbial do verbo “morar”. Assim, o pronome relativo exibe a função sintática de adjunto adverbial.

Agente da passiva: A jornalista por quem fui entrevistado me deixou muito confortável.

Dividindo o período composto em duas orações, temos: Fui entrevistado pela jornalista/ A jornalista me deixou muito confortável. Veja que, no período composto, o pronome relativo “por quem” refere-se ao termo “A jornalista”. Repare que, na primeira oração acima, “pela jornalista” é o agente da passiva da oração (se a oração estivesse em voz ativa, teríamos “A jornalista me entrevistou”, lembra?). Logo, o

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Exercícios

1.

(UNESP - 2016) Leia o trecho extraído do livro A dança do universo do físico brasileiro Marcelo Gleiser para responder à questão.

Durante o século VI a.C., o comércio entre os vários Estados gregos cresceu em importância, e a riqueza gerada levou a uma melhoria das cidades e das condições de vida. O centro das atividades era em Mileto, uma cidade-Estado situada na parte sul da Jônia, hoje a costa mediterrânea da Turquia. Foi em Mileto que a primeira escola de filosofia pré-socrática floresceu. Sua origem marca o início da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da ciência moderna. De acordo com Aristóteles, Tales de Mileto foi o fundador da filosofia ocidental.

A reputação de Tales era legendária. Usando seu conhecimento astronômico e meteorológico (provavelmente herdado dos babilônios), ele previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de antecedência. Sendo um homem prático, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite de oliva da região e, quando chegou o verão, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso das prensas, que acabou fazendo uma fortuna.

Supostamente, Tales também previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da guerra entre os lídios e os persas. Quando lhe perguntaram o que era difícil, Tales respondeu: “Conhecer a si próprio”. Quando lhe perguntaram o que era fácil, respondeu:

“Dar conselhos”. Não é à toa que era considerado um dos Sete Homens Sábios da Grécia Antiga. No entanto, nem sempre ele era prático. Um dia, perdido em especulações abstratas, Tales caiu dentro de um poço. Esse acidente aparentemente feriu os sentimentos de uma jovem escrava que estava em frente ao poço, a qual comentou, de modo sarcástico, que Tales estava tão preocupado com os céus que nem conseguia ver as coisas que estavam a seus pés.

(A dança do universo, 2006. Adaptado.)

Em “Tales também previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C.” (3° parágrafo), o termo destacado exerce função de:

a) Adjunto adnominal b) Adjunto adverbial c) Sujeito

d) Objeto indireto e) Objeto direto

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2.

(PUC-MG) TRECHO A

Pronomes relativos são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. (...)

Onde, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a em que: A casa onde moro (= em que) foi de meu avô.

Assinale a alternativa em que o uso do pronome em destaque possa ser exemplo da definição de PRONOME RELATIVO proposta por Cegalla no trecho A.

a) Quero saber onde você guardou as lâminas.

b) Meu lema é: só amo quem me ama.

c) Todos sabem que ele não é feliz com a esposa há muitos anos.

d) Minha mãe me disse que aonde eu vou ninguém mais pode ir.

e) A mulher cuja lembrança me dói nem sabe que existo.

3.

(UNESC - 2016) Assinale a alternativa que contém a função sintática do pronome relativo (em negrito) nesta oração: “Este é o carro que meu pai vendeu.”

a) objeto direto b) objeto indireto c) sujeito

d) agente da passiva e) complemento nominal

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4.

(FGV - 2016) Por que o senhor não escreve coisas poéticas, soltas, gostosas? As crônicas, antigamente, nos deixavam mais leves, de bem com a vida e o mundo. Agora, tudo o que a gente lê nos leva para baixo. Está difícil de suportar. Escrevo na manhã de um domingo. Sete horas. Aquele sol que nos tem castigado, começava a dar sinais de ardência profunda. Olhei pela porta de vidro do terraço e descobri, maravilhado e feliz, que a pitangueira plantada em vaso, que chegou há dois anos, estava repleta de frutos vermelhos, reluzentes, envernizados. Os primeiros. Fiquei admirado. Os pássaros não tinham descoberto? Aquelas frutinhas tinham se salvado? Chupei uma, duas três, queria todas, mas precisava guardar para a família, afinal, eram as primeiras. Pitanga, coisa de infância, do interior. Uma das frutas mais sofisticadas do Brasil, a meu ver. Antigamente, quando viajávamos pela Varig, ao sair do Recife, recebíamos um copo de suco fresco de pitanga, perfumado. Dia desses, Maria Eduarda, amiga pernambucana, me disse: “Você está chegando aqui, sabemos que gosta de vinhos. Que vinho prefere?”. E eu: “Nenhum! Quero suco de pitanga”. Maria Eduarda: “Pois vai tomar das pitangas do pomar de meu pai, Cornélio”. Foi uma celebração”

Esta é a pitada de poesia que encontrei neste momento. Mas ficaram em minha mente essas perguntas cotidianas que todos estão fazendo. Ouço no dia a dia, pela manhã ao comprar o pão e o leite, no supermercado, no bar, numa escola, na livraria, ao entrar no cinema. Ouvi agora, ao percorrer cinco cidades do litoral (...). Jovens e mais velhos, acreditando que o escritor tem as respostas, me olhavam:

“O senhor acha que a gente sai dessa?”. Só consegui dizer: “Não sei e acho que ninguém sabe”.

Ignácio de Loyola Brandão, O Estado de S. Paulo, 02/10/2015.

Na frase “Aquele sol que nos tem castigado”, o pronome “que” exerce função de sujeito, da mesma forma que em:

a) “Agora, tudo o que a gente lê”

b) “descobri (...) que a pitangueira plantada em vaso”.

c) “que chegou há dois anos”.

d) “sabemos que gosta de vinhos”.

e) “Que vinho prefere?”.

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5.

(UNESP - 2011) A questão toma por base o seguinte fragmento do diálogo Fedro, de Platão (427-347 a.C.).

Fedro

SÓCRATES: – Vamos então refletir sobre o que há pouco estávamos discutindo; examinaremos o que seja recitar ou escrever bem um discurso, e o que seja recitar ou escrever mal.

FEDRO: – Isso mesmo.

SÓCRATES: – Pois bem: não é necessário que o orador esteja bem instruído e realmente informado sobre a verdade do assunto de que vai tratar?

FEDRO: – A esse respeito, Sócrates, ouvi o seguinte: para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal – pois é pela aparência que se consegue persuadir, e não pela verdade.

SÓCRATES: – Não se deve desdenhar, caro Fedro, da palavra hábil, mas antes refletir no que ela significa. O que acabas de dizer merece toda a nossa atenção.

FEDRO: – Tens razão.

SÓCRATES: – Examinemos, pois, essa afirmação.

FEDRO: – Sim.

SÓCRATES: – Imagina que eu procuro persuadir-te a comprar um cavalo para defender-te dos inimigos, mas nenhum de nós sabe o que seja um cavalo; eu, porém, descobri por acaso uma coisa: “Para Fedro, o cavalo é o animal doméstico que tem as orelhas mais compridas”...

FEDRO: – Isso seria ridículo, querido Sócrates.

SÓCRATES: – Um momento. Ridículo seria se eu tratasse seriamente de persuadir-te a que escrevesses um panegírico do burro, chamando-o de cavalo e dizendo que é muitíssimo prático comprar esse animal para o uso doméstico, bem como para expedições militares; que ele serve para montaria de batalha, para transportar bagagens e para vários outros misteres.

FEDRO: – Isso seria ainda ridículo.

SÓCRATES: – Um amigo que se mostra ridículo não é preferível ao que se revela como perigoso e nocivo?

FEDRO: – Não há dúvida.

SÓCRATES: – Quando um orador, ignorando a natureza do bem e do mal, encontra os seus concidadãos na mesma ignorância e os persuade, não a tomar a sombra de um burro por um cavalo, mas o mal pelo bem; quando, conhecedor dos preconceitos da multidão, ele a impele para o mau caminho, – nesses casos, a teu ver, que frutos a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou?

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um negócio que nada tem que ver com a arte. O lacônio declara: “não existe arte retórica propriamente dita sem o conhecimento da verdade, nem haverá jamais tal coisa”.

(Platão. Diálogos. Porto Alegre: Editora Globo, 1962.)

... para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal ...

Neste trecho da tradução da segunda fala de Fedro, observa-se uma frase com estruturas oracionais recorrentes, e por isso plena de termos repetidos, sendo notável, a este respeito, a retomada do demonstrativo o e do pronome relativo que em o que de fato é justo, o que parece justo, os que decidem, o que é bom ou belo, o que parece tal. Em todos esses contextos, o relativo que exerce a mesma função sintática nas orações de que faz parte. Indique-a.

a) Sujeito.

b) Predicativo do sujeito.

c) Adjunto adnominal.

d) Objeto direto e) Objeto indireto.

6.

(FUVEST) Conheci que (1) Madalena era boa em demasia… A culpa foi desta vida agreste que (2) me deu uma alma agreste. Procuro recordar o que (3) dizíamos. Terá realmente piado a coruja? Será a mesma que (4) piava há dois anos? Esqueço que (5) eles me deixaram e que (6) esta casa está quase deserta. Nas frases acima o que aparece seis vezes; em três delas é pronome relativo. Quais?

a) 1, 2, 4 b) 2, 4, 6 c) 3, 4, 5 d) 2, 3, 4 e) 2, 3, 5

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7.

(FGV - SP - 2018) Texto para a questão:

A revolução chama Pedro Bala como Deus chamava Pirulito nas noites do trapiche. É uma voz poderosa dentro dele, poderosa como a voz do mar, como a voz do vento, tão poderosa como uma voz sem comparação. Como a voz de um negro que canta num saveiro o samba que Boa-Vida fez:

“Companheiros, chegou a hora...”

A voz o chama. Uma voz que o alegra, que faz bater seu coração. Ajudar a mudar o destino de todos os pobres. Uma voz que atravessa a cidade, que parece vir dos atabaques que ressoam nas macumbas da religião ilegal dos negros. Uma voz que vem com o ruído dos bondes onde vão os condutores e motorneiros grevistas. Uma voz que vem do cais, do peito dos estivadores, de João de Adão, de seu pai morrendo num comício, dos marinheiros dos navios, dos saveiristas e dos canoeiros. Uma voz que vem do grupo que joga a luta da capoeira, que vem dos golpes que o Querido-de-Deus aplica. Uma voz que vem mesmo do padre José Pedro, padre pobre de olhos espantados diante do destino terrível dos Capitães da Areia. Uma voz que vem das filhas de santo do candomblé de Don’Aninha, na noite que a polícia levou Ogum. Voz que vem do trapiche dos Capitães da Areia. Que vem do reformatório e do orfanato. Que vem do ódio do Sem-Pernas se atirando do elevador para não se entregar. Que vem no trem da Leste Brasileira, através do sertão, do grupo de Lampião pedindo justiça para os sertanejos.

Que vem de Alberto, o estudante pedindo escolas e liberdade para a cultura. Que vem dos quadros de Professor, onde meninos esfarrapados lutam naquela exposição da rua Chile. Que vem de Boa-Vida e dos malandros da cidade, do bojo dos seus violões, dos sambas tristes que eles cantam. Uma voz que vem de todos os pobres, do peito de todos os pobres. Uma voz que diz uma palavra bonita de solidariedade, de amizade: companheiros. Uma voz que convida para a festa da luta.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

Na frase “Como a voz de um negro que canta num saveiro o samba que Boa-Vida fez”, o pronome relativo “que”, em relação ao verbo “canta”, exerce a função de ___________ e, em relação ao verbo “fez”, exerce a função de ___________.

Essas lacunas dessa frase devem ser preenchidas, respectivamente, por:

a) sujeito; objeto indireto.

b) sujeito; objeto direto.

c) objeto direto; sujeito.

d) objeto direto; objeto indireto.

e) objeto indireto; objeto direto.

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8.

(UEA - 2012) Leia um fragmento de O Cortiço para responder à questão:

Jerônimo levantou-se, quase que maquinalmente, e seguido por Piedade, aproximou-se da grande roda que se formara em torno dos dois mulatos. Aí, de queixo grudado às costas das mãos contra uma cerca de jardim, permaneceu, sem tugir nem mugir, entregue de corpo e alma àquela cantiga sedutora e voluptuosa que o enleava e tolhia, como à robusta gameleira brava o cipó flexível, carinhoso e traiçoeiro.

E viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar.

A lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher. [...]

O chorado arrastava-os a todos, despoticamente, desesperando aos que não sabiam dançar. Mas, ninguém como a Rita; só ela, só aquele demônio, tinha o mágico segredo daqueles movimentos de cobra amaldiçoada; aqueles requebros que não podiam ser sem o cheiro que a mulata soltava de si e sem aquela voz doce, quebrada, harmoniosa, arrogante, meiga e suplicante. E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.

Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.

(Aluísio Azevedo. O Cortiço. www.dominiopublico.gov.br.)

Jerônimo levantou-se, quase que maquinalmente, e seguido por Piedade, aproximou-se da grande roda que se formara em torno dos dois mulatos.

Na última oração do período, o pronome relativo que desempenha a função sintática de:

a) sujeito.

b) objeto direto.

c) objeto indireto.

d) adjunto adverbial.

e) predicativo.

(10)

Gabarito

1. C

O pronome relativo faz referência ao termo “eclipse solar”, o qual atua como sujeito do verbo

“ocorreu”. Logo, “que” exerce função de sujeito.

2. E

O único pronome relativo dentre as alternativas é o “cujo”, na letra E, porque, além de ele fazer referência a um elemento (“mulher”), ele possui função sintática de complemento nominal, diferentemente do que se vê nas outras opções.

3. A

O pronome relativo “que” faz referência ao termo “o carro”. Assim, considerando que, no período, o verbo

“vendeu” possui “o carro” como o seu complemento direto, a função sintática do pronome relativo é, também, de objeto direto.

4. C

O pronome relativo, na sentença “que chegou há dois anos”, retoma o substantivo “pitangueira”, exercendo função sintática de sujeito do verbo “chegar”. O pronome em destaque no item A exerce função de objeto direto; nos itens B e D, o “que” é conjunção integrante; no item E, o termo é um pronome interrogativo.

5. A

Em todas as orações o “que” apresenta papel sintático de sujeito. Em “o que de fato é justo”, assume-se que “algo é justo”, sendo esse “algo” representado pelo pronome relativo; em “o que parece justo”, ocorre o mesmo, visto que “algo parece justo”, logo, o “algo”, nomeado por “que”, atua como sujeito; em “os que decidem” e “o que é bom ou belo”, respectivamente, temos “alguém que decide” e “algo é bom ou belo”, ambos atuando como sujeito também.

6. D

A palavra "que" é pronome relativo quando retoma o termo anterior. Em “A culpa foi desta vida agreste que me deu uma alma agreste”, podemos substituir o “que” por “vida agreste”. Em “Procuro recordar o que dizíamos”, o “o” é retomado por meio do “que”, pois trata-se do objeto direto do verbo “dizíamos”.

Em “Será a mesma que piava há dois anos?”, o pronome relativo “que” refere-se à expressão “a mesma”.

Nas outras frases, "que" é conjunção integrante, pois introduz oração substantiva.

7. B

Referências

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