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ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS-SUDESTE PARAENSE (COLETA E COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES NATIVAS)

JUAN PEDRO ELIOT NERIS LACARRA, WSLENA RAYANE BONFIM GONÇALVES, VANDEILSON BELFORT MOURA

A há duas atividades extrativistas realizadas pela cooperativa dos extrativistas de Carajás (COEX), na Floresta Nacional de Carajás (FLOCANA), como a coleta da folha do jaborandi e a de sementes nativas. Essa demanda por sementes e mudas de espécies florestais nativas tem aumentado em virtude da crescente recuperação de ecossistemas degradados e da necessidade de adequação dos exploradores e à obrigatoriedade em manter as Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente. Objetivou-se com este trabalho levantar as espécies das sementes nativas coletadas na FLONACA, quantificar a comercialização de sementes nativas pela cooperativa dos extrativistas e os preços atribuídos e descrever a importância socioeconômica da atividade de coleta de sementes aos extrativista. Para o desenvolvimento deste trabalho foram compilados dados sobre a coleta de sementes e comercialização das mesmas entre o período de dezembro de 2014 a dezembro de 2015. Essas planilhas foram cedidas pela COEX-CARAJÁS/PA. Atualmente a COEX coleta sementes de mais de 350 espécies, porém no período avaliado, obtivemos dados de 196 espécies de sementes coletadas pelos cooperados (Tabela 1), totalizando 1.606,51 kg de sementes. As famílias que apresentaram maior comercialização foram a Arecaceae (404kg), e Fabaceae (394,57kg) Malvaceae (166,5kg). As espécies mais comercializadas foram Buriti (Mauritia flexuosa) com 92,8 kg, Bacaba-de-leque (Oenocarpus distichus) com 44,3 kg e Gueiroba (Syagrus oleracea) com 41,9 kg. Foi possível observar que a maioria dos cooperados possuem baixo grau de escolaridade e idade elevada. Podendo isso comprometer as práticas de manejo utilizadas em suas atividades extrativistas.

Palavras Chaves: Extrativismo, cooperativismo, incremento socioeconômico, desenvolvimento sustentável, recuperação de áreas degradadas.

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Após o assassinato do líder sindical Chico Mendes em dezembro de 1988, o extrativismo passou a ser difundido como a grande solução ambiental do Brasil para conter o desmatamento ilegal e predatório e as queimadas na Amazônia, priorizando a sustentabilidade das atividades extrativistas. Essa atividade pertence a uma etapa da humanidade caracterizada por baixa densidade demográfica e baixo padrão tecnológico que hoje, vem sendo superadas pelo desenvolvimento humano (HOMMA, 2008).

Na região de carajás, as atividades extrativistas são realizadas principalmente pela cooperativa dos extrativistas de carajás (COEX), com duas atividades: a coleta da folha do jaborandi e a de sementes nativas, realizadas na floresta nacional de carajás. Esta unidade de conservação está localizada no Sudeste do Estado do Pará e em seu plano de manejo estabelece áreas para pesquisa científica, mineração, extrativismo sustentável e conservação (CARVALHO, 2010).

O setor de sementes florestais faz parte das atividades extrativistas onde incumbe parte dos produtos florestais não-madeireiros, sendo um dos mais extensos segmentos do setor florestal, com admirável importância ambiental, social e econômica (PINTO, 2010).

A demanda por sementes e mudas de espécies florestais nativas tem aumentado em virtude da crescente recuperação de ecossistemas degradados e da necessidade de adequação dos exploradores à obrigatoriedade em manter as Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente previstas no novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651, de 25 de maio de 2012) e (FLORES, 2011. LEÃO, et al. 2011. MARTINS, 2013).

Essa demanda tem contribuído significativamente no contexto socioeconômico brasileiro, transformando o Brasil em um dos líderes mundiais no segmento de exportação de produtos de plantações florestais nativas de uso madeireiro e não-madeireiro demonstrando o grau de importâncias das comunidades extrativistas e do setor de reflorestamento brasileiro (INAM, 2005; BACHA & BARROS, 2004).

OBJETIVOS

 Levantar as espécies das sementes nativas coletadas na Floresta Nacional de Carajás;  Quantificar a comercialização de sementes nativas pela Cooperativa dos Extrativistas

de Carajás e os preços atribuídos.

 Descrever a importância socioeconômica da atividade de coleta de sementes aos extrativista da Cooperativa dos Extrativistas de Carajás.

METODOLOGIA

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A Floresta Nacional de Carajás (FLONACA) está localizada na Região Sudeste do Estado do Pará, onde fica uma das maiores províncias minerais do mundo. A FLONACA é gerenciada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que compreende os municípios de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Água Azul do Norte e possui uma área de aproximadamente 400 mil hectares (Figura 1).

Figura 1. Mapa de Localização da FLONA de Carajás.

Fonte: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

OBTENÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Para o desenvolvimento deste trabalho foram compilados dados sobre a coleta de sementes e comercialização das mesmas entre o período de dezembro de 2014 a dezembro de 2015. Essas planilhas foram cedidas pela Cooperativa dos Extrativistas de Carajás/PA. A COEX é composta por 34 cooperados e suas instalações ficam localizadas no município de Parauapebas- PA sob coordenadas geográficas 6°05’42.07’’S e 49°53’15.29’’W.

As espécies foram agrupadas por famílias, nome popular, nome científico para as 196 espécies coletadas, agora para as 10 mais comercializadas foi elaborado uma tabela contendo a família, nome comum, nome científico, quantidade de venda em quilos, preço por quilo e valor final obtido pela venda das sementes.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

COLETA DE SEMENTES NA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS

Atualmente a COEX coleta sementes de mais de 350 espécies, porém no período avaliado, obtivemos dados de 196 espécies de sementes coletadas pelos cooperados (Tabela 1), totalizando 1.606,51 kg de sementes retiradas da Floresta Nacional de Carajás ao longo de 1 ano mostrando uma produtividade em quilos relativamente alta.

A coleta de sementes demonstra-se menos onerosa por ocorrer junto com a extração da folha do jaborandi que é feita no período sazonal da floresta. Onde a permanência dos extrativistas na floresta é reduzida, requerendo uma demanda menor por transporte, desgaste físico e alimentação, além disso, a atividade de coleta de sementes nativas ocorre durante todo o ano, assim não deixando os cooperados sem trabalho e sem renda.

Os ricos físicos, químicos, biológicos e de acidentes são constantes na execução das atividades dos extrativistas. Constatando a necessidade de capacitação quanto ao uso de EPI e EPC para garantir segurança na execução de suas atividades laborais.

Família Espécie Nome comum

Achariaceae Lindackeria latifólia Farinha-seca Anacardiaceae Spondias mombin Cajá ou Taperebá Anacardiaceae Anacardium spruceanum Cajuaçu-fruto-amarelo

Anacardiaceae Anacardium giganteum Cajuaçu-vermelho ou

Caju-da-flona

Anacardiaceae Tapirira guianensis Tatapiririca-branca Anacardiaceae Tapirira obtusa (Benth.) J.D. Mitch. Tatapiririca-preta

Annonaceae Annona montana Araticum

Annonaceae Guatterira poeppigiana Envira-preta-cheirosa Annonaceae Guatteria olivacea Envira-preta-folha-grande Annonaceae Guatteria citriodora Envira-preta-folha-peluda Annonaceae Duguetia megalocarpa Pindauba-amarela

Apocynaceae Rauvolfia paraenses Borra-leiteira Apocynaceae Lacmellea arborescens Pau-de-colher Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Peroba

Apocynaceae Aspidosperma obscurinervium Piquiá-marfim-roxo Apocynaceae Geissospermum argenteum Quinarana

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Araliaceae Didymopanax morototoni Morototó

Arecaceae Euterpe oleracea Açaí

Arecaceae Oenocarpus bacaba Bacaba

Arecaceae Oenocarpus distichus Bacaba-de-leque Arecaceae Mauritia flexuosa Buriti

Arecaceae Mauritiella aculeata Buritirana Arecaceae Attalea phalerata Coco-babaçú

Arecaceae Syagrus oleracea Gueiroba

Arecaceae Attalea maripa Inajá-cabeçudo Arecaceae Acrocomia aculeata Macaúba

Arecaceae Bactris maraja Marajá

Arecaceae Socratea exorrhiza Paxiúba

Arecaceae Bactris gasipaes Pupunha

Arecaceae Astrocaryum aculeatum Tucumã-açu

Arecaceae Bixa arbórea Urucum-do-baixo

Asteraceae Vernonanthura ferruginea Asa-peixe-do-pará Bignoniaceae Handroanthus serratifolius Ipê-amarelo

Bixaceae Bixa orellana L. Urucum

Boraginaceae Cordia nodosa Grao-de-galo Burseraceae Protium subserratum Breu-serrote

Burseraceae Trattinnickia lawrancei Breu-sucuruba-folha-áspera Burseraceae Protium decandrum Breu-vermelho

Calophyllaceae Calophyllum brasiliense Jacareúba Cannabaceae Trema micrantha Periquiteira Caryocaraceae Caryocar villosum (Aubl.) Pers. Piquiá

Chrysobalanaceae Licania egleri Macucu-de-sangue Clusiaceae Symphonia globulifera Anani

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Euphorbiaceae Joannesia heveoides Ducke Castanha-de-arara Euphorbiaceae Conceveiba guianensis Cróton

Euphorbiaceae Glycydendron amazonicum Pau-doce Fabaceae Andira surinamensis Andira uxi Fabaceae Anadenanthera colubrina Angico

Fabaceae Piptadenia gonoacantha (Mart.)

J.F.Macbr. Angico-branco-de-espinho

Fabaceae Samanea tubulosa Bordão-de-velho

Fabaceae Bauhinia acreana Capa-bode

Fabaceae Senna silvestris Cassa-piolho Fabaceae Copaifera duckei Copaíba-angelim Fabaceae Swartzia corrugata Coração-de-negro

Fabaceae Swartzia laurifolia

Coração-de-negro-casca-vermelha

Fabaceae Swartzia flaemingii var.

arumateuana Culhão-de-bode

Fabaceae Senegalia polyphylla (DC.) Britton

& Rose Espinheiro-preto

Fabaceae Vataireopsis surinamensis Fava-amarela

Fabaceae Parkia pendula Fava-bolota-terra-firme Fabaceae Stryphnodendron obovatum Fava-camuzê

Fabaceae Parkia platycephala Fava-de-boi Fabaceae Stryphnodendron pulcherrimum Fava-de-paca Fabaceae Enterolobium schomburgkii Fava-de-rosca Fabaceae Parkia gigantocarpa Fava-japacamim

Fabaceae Stryphnodendron paniculatum Fava-pitiú ou Tachirana Fabaceae Enterolobium maximum Fava-tamboril

Fabaceae Parkia multijuga Fava-tanã

Fabaceae Senna pendula Fedegoso

Fabaceae Cassia grandis Geneúna

Fabaceae Zygia latifolia Ingá-bravo

Fabaceae Zygia ramiflora Ingá-bravo-folha-miúda

Fabaceae Inga stenoptera Ingá-chato

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Fabaceae Inga fagifolia Ingá-de-macaco

Fabaceae Inga alba Ingá-de-rosca

Fabaceae Inga cylindrica Ingá-feijão

Fabaceae Inga thibaudiana Ingá-roçeiro Fabaceae Inga gracilifolia Ingá-xixica

Fabaceae Machaerium acutifolium Jacarandá-do-campo Fabaceae Dalbergia glauca Jacaranda-do-pará Fabaceae Hymenaea courbaril Jatobá

Fabaceae Hymenaea intermedia Jutaí-fruto-vermelho Fabaceae Hymenaea parvifolia Jutaí-mirim

Fabaceae Dialium guianense Jutaí-pororoca

Fabaceae Senna macranthera Manduira Fabaceae Albizia pedicellaris Mapaxique

Fabaceae Cassia spruceana Mari-mari-da-terra-firme Fabaceae Cassia fastuosa Mari-mari-fruto-comprido Fabaceae Alexa grandiflora Melancieira

Fabaceae Andira inermis (W.Wrigth) Kunth ex

DC Morcegueiro

Fabaceae Pterocarpus rohrii Mututi-duro Fabaceae Enterolobium contortisiliquum Orelha-de-negro

Fabaceae Schizolobium parahyba var.

amazonicum Paricá

Fabaceae Hydrochorea corymbosa Paricá-da-várzea-folha-miúda Fabaceae Bauhinia longicuspis Pata-de-vaca

Fabaceae Bauhinia longipedicellata Pata-de-vaca-folha-grande

Fabaceae Senna multijuga Pau-cigarra

Fabaceae Cenostigma tocantinum Pau-preto Fabaceae Zollernia paraenses Pau-santo

Fabaceae Abarema jupunba Saboeiro

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Humiriaceae Endopleura uchi (Huber) Cuatrec Uxi-amarelo Humiriaceae Sacoglottis guianensis Uxirana

Hypericaceae Vismia latifolia Lacre-folha-amarela

Lamiaceae Vitex triflora Tarumã

Lauraceae Aniba canelilla Casca-preciosa Lauraceae Mezilaurus itauba Itaúba-preta Lauraceae Ocotea tabacifolia Louro-abacate Lecythidaceae Bertholletia excelsa Castanha-do-pará Lecythidaceae Lecythis lúrida Jarana-fruto-grande Lecythidaceae Lecythis idatimon Jatereu

Lecythidaceae Gustavia augusta Jeniparana Lecythidaceae Eschweilera coriacea Mata-matá

Lecythidaceae Lecythis pisonis Sapucaia-vermelha Malpighiaceae Lophanthera lactescens Lanterneira

Malpighiaceae Byrsonima poeppigiana Mucuri-da-capoeira Malpighiaceae Byrsonima crassifólia Muruci

Malpighiaceae Byrsonima chrysophylla Muruci-cultivado Malpighiaceae Byrsonima stipulacea Muruci-folha-peludo Malvaceae Luehea grandiflora Açoita-cavalo-folha-grande

Malvaceae Theobroma cacao L. Cacau

Malvaceae Theobroma speciosumWilld.ex

Spreng. Cacaurana

Malvaceae Sterculia chicha Chichá

Malvaceae Sterculia striata Chichá-do-cerrado

Malvaceae Sida cordifolia Malva

Malvaceae Urena sinuata Malva-carrapicho Malvaceae Bombacopsis paraenses Mamorana

Malvaceae Bombax aquaticum Mamorana-da-várzea Malvaceae Bombacopsis nervosa Mamorana-terra-firme Malvaceae Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba

Malvaceae Apeiba aspera Pente-de-macaco

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Meliaceae Cedrela odorata Cedro-vermelho Meliaceae Guarea guidonia (L.) Sleumer Marinheiro Meliaceae Swietenia macrophylla Mogno

Menispermaceae Abuta grandifolia Abacate-de-anta Moraceae Maquira sclerophylla Castanha-amarga

Moraceae Perebea mollis Cauchorana

Moraceae Perebea mollis Cauchorana

Moraceae Ficus paraensis Gameleira

Moraceae Ficus americana Guachinduba-folha-média Moraceae Brosimum gaudichaudii Inharé

Moraceae Chlorophora tinctoria Moureira Moraceae Brosimum acutifolium Mururé Myristicaceae Iryanthera sagotiana Ucubarana

Myristicaceae Virola surinamensis Ucuúba-da-várzea

Myristicaceae Virola michelii Ucuúba-preta

Myrtaceae Eugenia patrisii Comida-de-jaboti

Myrtaceae Eugenia omissa Goiabinha-da-casca-solta Nyctaginaceae Neea oppositifolia João-mole-da-folha-média Olacaceae Dulacia cândida Cajuzinho-do-baixo Opiliaceae Agonandra brasiliensis Pau-marfim

Polygonaceae Triplaris americana Pajaú

Polygonaceae Triplaris weigeltiana Tachi-vermelho-da-várzea Rhamnaceae Zizyphus itacaiunensis Maria-preta

Rubiaceae Coussarea revoluta Caferana Rubiaceae Chimarrhis turbinata Pau-de-remo Rubinaceae Genipa americana Genipapo

Rutaceae Esenbeckia grandiflora Canela-de-cotia-amarela Rutaceae Pilocarpus microphyllus Jaborandi

Salicaceae Casearia decandra Jacq. Cafezinho

Sapindaceae Allophylus amazonicus Baga-de-morcego Sapindaceae Cupania scrobiculata Rich. Espeturana

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Sapindaceae Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk. Pitomba-da-mata

Sapindaceae Sapindus saponaria Saboneteira Sapotaceae Pouteria pachycarpa Pires Abiu-casca-grossa Sapotaceae Pouteria guianensis Abiu-comestível Sapotaceae Pouteria oblanceolata Abiu-maçaranduba Sapotaceae Pouteria venulosa Abiurana

Sapotaceae Richardella macrophylla Taturubá

Simaroubaceae Quassia amara Quina

Urticaceae Cecropia obtusa Embaúba-branca Urticaceae Cecropia ficifolia Embaúba-lombada Urticaceae Cecropia purpurascens Embaúba-roxa Urticaceae Cecropia distachya Embaúba-vermelha Urticaceae Pourouma guianensis Mapatirana

Urticaceae Pourouma guianensis Mapatirana ou Embaubão Verbenaceae Citharexylum myrianthum Cafezinho-pau-de-viola Violaceae Leonia glycycarpa Canela-de-velho

Vochysiaceae Erisma uncinatum Quarubarana

COMERCIALIZAÇÃO DAS SEMENTES COLETADAS NA FLONACA

As espécies mais comercializadas foram da família Arecaceae, tais como o Buriti (Mauritia flexuosa), Bacaba-de-leque (Oenocarpus distichus) e a Gueiroba (Syagrus

oleracea). Podendo ser pela sua alta adaptabilidade às condições ambientais, as sementes

comercializadas são utilizadas nos projetos de recuperação de áreas degradas pela mineração que ocorre dentro da FLONACA e em enriquecimento florestal de áreas que foram parcialmente desmatas para outros fins. Os próprios extrativistas relatam que o uso de sementes nativas da própria Floresta Nacional da Carajás é fundamental no sucesso do plano de recuperação de área degrada (PRAD), devido as espécies já serem adaptadas ao clima local por serem nativas da área, garantindo o sucesso na recuperação de muitas funções ecológicas e processos sucessionais. Além disso, as sementes possuem menor preço de comercialização. Tais fatores podem estar relacionados com o fato dessa família participar do topo das tabelas de vendas de sementes, sendo as mais utilizadas nos projetos de recuperação de áreas degradadas pela mineração e enriquecimento florestal.

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floresta. Ressaltando que a família Fabaceae são leguminosas e tem capacidade de fixação de nitrogênio no solo (Tabela 2).

Tabela 2. As 10 espécies de sementes mais comercializadas pela Coex-Carajás no período de

dezembro de 2014 a dezembro de 2015.

DESCRIÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS EXTRATIVISTAS

Os familiares dos cooperados estão intimamente ligados a renda dos mesmos devido a dependência direta para a sua sobrevivência e sustento a partir das atividades extrativistas desenvolvidas pela COEX-CARAJÁS. No entanto é necessário aprimorar as técnicas de

Família Espécie Nome

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manejo para melhorar o aproveitamento dos produtos coletados pelos extrativistas. Aumentando consequentemente a renda dos cooperados e melhorando as condições socioeconômicas dos mesmos e de seus dependentes. Garantindo a sustentabilidade do meio ambiente e a preservação dos recursos naturais, devido ao manejo adequado e a redução dos impactos gerados pelas atividades dos sementeiros e folheiros na FLONACA.

Atualmente a cooperativa possui 34 cooperados, com faixa etária variando de 24 a 81 anos e média de 46 anos, sendo que seu grau de escolaridade se distribui em, 10% são analfabetos, 50% são semianalfabetos, 22% estudaram até o 5º ano, 13% completaram o Fundamental e 6% o ensino médio. Onde a renda familiar média é de 1.435,00 por cooperado onde esse valor corresponde ao valor líquido que o extrativista recebe da COEX, sendo sua renda incrementada por outras atividades como pedreiro, pintor e eletricista.

CONCLUSÃO

A coleta de sementes na Floresta Nocional de Carajás é uma atividade economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta e tem mostrado rentabilidade aos extrativistas da COEX-CARAJÁS.

As famílias que apresentaram maior comercialização foram a Arecaceae (404kg), e Fabaceae (394,57kg) Malvaceae (166,5kg).

As espécies mais comercializadas foram Buriti (Mauritia flexuosa) com 92,8 kg, Bacaba-de-leque (Oenocarpus distichus) com 44,3 kg e Gueiroba (Syagrus oleracea) com 41,9 kg.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A coleta de semente gera um impacto econômico fundamental na vida dos cooperados e de seus dependentes, devido ao aumento da renda e a frequência com que ela ocorre o ano todo. Demonstrando ser uma atividade importante para a cooperativa e seus cooperados.

Foi possível observar que a maioria dos cooperados possuem baixo grau de escolaridade e idade elevada. Podendo comprometer as práticas de manejo utilizadas em suas atividades extrativistas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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