Clima, Variabilidade Climática e
Clima, Variabilidade Climática e
Previsão Climática Sazonal
Previsão Climática Sazonal
Ariane Frassoni dos Santos de Mattos Ariane.frassoni@cptec.inpe.br
Grupo de Previsão Climática Maio de 2012
Sumário
• Introdução
• Tempo X Clima
• Climatologia
• Fatores que determinam o clima
• Variabilidade climática
INTRODUÇÃO
Melhor entendimento sobre tempo e clima é essencial para o sucesso ou falha de atividades humanas
Falhas nos prognósticos de tempo e clima, ou falhas na utilização das previsões podem causar dados à sociedade
Tempo X Clima
Qual a diferença entre tempo e clima?
Quando as informações sobre o clima são mais úteis que as informações sobre o tempo?
TEMPO
TEMPO
É a condição da atmosfera em um dado lugar e tempo
Parâmetros: temperatura, umidade, vento, pressão, precipitação, nebulosidade
CLIMA
CLIMA
Em contraste, clima é um conjunto de condições meteorológicas que prevalecem em um local sobre um longo período de tempoPode variar em amplas escalas de tempo Belo Horizonte Altitude: 850 m Latitude: -19,93° Longitude: -43,93°
Valores climatológicos (1961-1990)
INMET
Inverno T mín (°C) T máx (°C) Prec (mm) Junho 13,4 25 11,5 Julho 13,1 24,6 15,3 Agosto 14,4 26,5 14,8Antes de começarmos, vale saber de alguns conceitos importantes ... Tempo – condição observada em um dado local, em um determinado instante de tempo
Clima - conjunto de condições meteorológicas que
prevalecem em um local sobre um longo período de tempo
Variabilidade climática – mudança natural do clima, não periódica, complexa. Clima num dado ano diferente do clima de anos anteriores e seguintes
Mudanças climáticas – mudanças do clima em escala global ou regional ao longo do tempo em relação às médias
históricas
Anomalias (desvios) – diferença entre o campo observado e a climatologia
Climatologia
Climatologia
Belo Horizonte Altitude: 850 m Latitude: -19,93° Longitude: -43,93° Descrição e estudo do clima Inclui estudos estatísticos das condições de tempo em um longo período e análises descritivas das ocorrências do tempo passado Existem vários métodos para definir climatologiaDados atmosféricos, oceânicos e
Sentido estrito:
É a “média do tempo” Científico: descrição estatística em termos
de média e variabilidade de quantidades relevantes sobre um período de tempo
Sentido mais amplo => é o estado do sistema climático que compreende:
Atmosfera Biosfera Criosfera
Litosfera Hidrosfera
Fatores que determinam o clima
Como o observador vê o dia corrente Observa: Vento Nebulosidade Temperatura ChuvaComo será o dia deste paulistano
Meteorologistas e climatologistas visualizam a Terra como uma elipse em 3D com os fluidos da atmosfera e oceano trabalhando para alcançar o equilíbrio (temperatura e densidade) inicialmente desestabilizado pelo aquecimento diferencial do sol Fonte: www.meted.ucar.edu
Diversos fatores
influenciam o clima de
uma região:
Fatores globais
Fatores locais
Fatores de escala
sinótica
CÉLULAS DE HADLEY = movimentos no sentido meridional
CIRCULAÇÕES DE GRANDE ESCALA
CIRCULAÇÕES DE GRANDE ESCALA
CIRCULAÇÕES DE GRANDE ESCALA
Padrão idealizado considerando gradientes de pressão e
Força de Coriolis
Padrão real devido à
distribuição continente-oceano
Extraído de The Atmosphere,
Lutgens and Tarbuck, 8th edition, 2001
Fatores globais
Escalas de 1000 km a movimentos planetários Inclui:
Inclinação do eixo da Terra Movimento em torno do sol
Distribuição de continentes e oceanos Posição latitudinal
Fatores de escala sinótica
Centenas de quilômetros a 1000 km Inclui: Massas de ar Sistemas frontais Correntes oceânicas Ciclos diurnosDistribuição de diferentes tipos de
Fatores locais
De 1 km a poucas centenas de km Inclui:
Interação entre diferentes tipos de terreno
Interações ar/mar
Ventos locais dominantes Ilhas de calor urbanas
Questões?
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Fatores locais que
afetam o clima
Serra da Mantiqueira
Serra do Mar Oceano Atlântico
Cachoeira Paulista, SP Latitude: -22,66° Longitude: -45,01° Altitude: 563 m Oceano Atlântico está ~100 km a sudeste
Tipo de solo
O tipo de solo descreve a superfície de um determinado local O albedo (refletividade) tem papel importante para determinar a climatologia de temperatura de uma região
Papel do albedo na manutenção da temperatura global
Fonte: www.meted.ucar.edu
Gero reflete mais Radiação
Alguns tipos de cobertura refletem menos
Menor absorção, menor quantidade de radiação de onda longa emitida
Fonte: www.meted.ucar.edu
Fonte: www.earthobservatory.nasa.gov baixo alto Regiões geladas Desertos Alto albedo: Latitude, movimentos atmosféricos, quantidade de radiação recebida Florestas e asfalto: Baixo albedo Absorve mais radiação de onda curta Camada limite mais aquecida
Construções e asfalto contribuem para o efeito de “ilha de calor” Absorve calor durante o dia e libera energia durante a noite
Durante a noite o ar está mais aquecido sobre o centro urbano do que sobre as regiões mais afastadas
EFEITO ESTUFA
EFEITO ESTUFA
Presença de gases de efeito estufa e das nuvens é fundamental para aquecer a superfície da Terra e da baixa atmosfera
-Gases de Efeito Estufa
vapor de água (H2Ov)
dióxido de carb. (CO2)
- metano (CH4)
- óxido nitroso (N2O)
DIA
Encosta Acima- Vento Anabático
Quente Frio
B A
B A
NOITE
Encosta Abaixo– Vento Catabático
Quente Frio B A B A Clima úmido Clima seco
Ventos Vale-Montanha
Fonte: www.meted.ucar.eduMais quente, pode derreter neve, secar vegetação, inibir precipitação, aumentar a temperatura da região
Brisas marítima/terrestre resultam do aquecimento diferencial entre a água e o solo
Terra aquece mais rápido que a água durante o dia O ar sobre a terra é mais quente e sobe, causando baixa pressão, convergência O ar sobre o mar se
movimenta em direção à terra e ocorre subsidência sobre o mar
O ar ascendente sobre a terra promove tempestades durante a tarde
A brisa reverte durante a noite
Brisa marítima/terrestre
Questões?
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Massas de ar
Frentes
FATORES DE ESCALA
SINÓTICA
Massas de Ar
Resultam das variações na intensidade do aquecimento, que ocorre próximo à superfície da Terra e disponibilidade de água
Classificação é baseada nas diferenças de temperatura e umidade:
Temperatura (polar ou tropical) Umidade (marítima ou continental)
Duas letras classificam as massas de ar m => marítima
c => continental
E => equatorial (quente) T => tropical (quente) P => polar (fria)
A => Ártica/Antártica (muito fria)
Polar continental – cP Polar marítima – mP Tropical marítima – mT Tropical continental – cT
Características das massas de ar
Tipo de
massa de ar Inverno Verão Inverno Verão
A estável Ext. fria, seca
cP Estável Estável Mto fria, seca Fria, seca cT Instável Instável Quente, seca Quente, seca mP (Pacífico) Instável Instável Moderada,
úmida Moderada, úmida mP (Atlântico) Instável Estável Fria, úmida Fria, úmida mT (Pacífico) Estável Estável Quente, úmida Quente, úmida
Frentes
As massas de ar deixam as suas regiões de origem em resposta às
configurações do escoamento em níveis altos e baixos. Tem-se como
exemplo o esquema ilustrado na Figura abaixo. As massas de ar frio
movem-se em direção ao equador a oeste de um cavado de ar
superior.
Crista Cavado Frio Quente HN Cavado Crista Frio Quente HSQuando duas massas de regiões diferentes de origem, e
portanto com características diferentes, aproximam-se,
uma zona de transição desenvolve-se. Em alguns casos
esta zona, chamada zona frontal, é bastante abrupta
enquanto em outros casos ela pode ser bastante gradual
Quando o ar frio está avançando e substituindo o ar
quente, a borda anterior da zona frontal é marcada por
uma frente fria
Na borda posterior de uma zona frontal, quando o ar
quente está avançando e substituindo o ar frio, define-se
uma frente quente
Quando nenhuma das massas de ar está avançando, a
frente é chamada frente estacionária
Climatologia de
Frentes Frias:
Número médio
sazonal
Questões?
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Ciclo Sazonal, Monções e
Ciclo Sazonal Global
Temperatura da Superfície do Mar (TSM)
Pressão reduzida ao Nível do Mar (PNM)
Precipitação
Monções
Sudeste Asiático
América do Sul
América do Norte
África
Correntes Oceânicas
Desempenham papel importante na determinação do clima Transportam calor em direção aos polos Sistemas de pressão semi-permanentes são perceptíveis nas correntes oceânicas Fonte: www.meted.ucar.eduTSM: Principais Características
Poço quente do Atlântico
Poço quente do Pacífico
língua fria
equatorial
TSM
Equatorial é
mais quente
em abril
Línguas frias
equatoriais
são mais
intensas em
julho-outubro
Pressão ao Nível do Mar (PNM)
O ciclo anual é maior sobre o
Hemisfério Norte
O Hemisfério Sul exibe um ciclo anual
mais fraco
PNM: Principais Características
JAN
JUL
H
H
H
H
H
L
L
H
H
H
H
L
L
H
Sistemas de pressão semi-permanentes
Sistemas de altas e baixas pressões semi-permanentes se desenvolvem em
resposta às circulações globais
Os sistemas sobre os
oceanos interagem com as correntes oceânicas; sobre os continentes, interagem com o tipo de solo:
impactam o clima
As características dos
sistemas podem mudar de ano para ano
Precipitação
Análise de precipitação: dados observados de estações
meteorológicas e estimativas de satélite
Precipitação: mais intensa sobre regiões de superfícies
quentes onde tem suficiente umidade disponível, e nas
zonas de tempestades extratropicais (latitudes médias)
Região Tropical Continental
Zonas de Convergência Intertropical (ZCIT)
Zona de Convergência do Pacífico Sul (ZCPS)
Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)
Latitudes médias no inverno (storm tracks)
Precipitação: Principais Características
ZCPS
ZCAS
ITCZ
Storm Tracks
Precipitação: Principais Características
Precipitação mínima ocorre em regiões continentais
com baixa umidade ou com subsidência acentuada,
e em regiões mais frias
Línguas frias equatoriais
Desertos
Sistemas de alta pressão subtropical
Altas latitudes
Precipitação: Janeiro
Precipitação: Julho
Ciclo anual - climatologia
Monções
Variação sazonal dos ventos
Regiões típicas de monção incluem:
Sudeste Asiático
América do Sul
América central / América do Norte
África
OLR, Linhas de Corrente (200-hPa) & Ventos (850-hPa)
6-10 Janeiro (1979-1995)
Ventos de baixos níveis do Atlântico equatorial se deslocam em direção à bacia Amazônica e, em seguida, se deslocam sul e sudeste em
direção ao sudeste da América do Sul
Um anticiclone de nível superior (A) é encontrado sobre a Bolívia.
Cavados meio-oceânicos (linhas tracejadas) são encontrados ao longo dos oceanos Pacífico Sul e Atlântico Sul. (setas indicam a direção do vento em 200 hPa).
Baixos valores de ROL, indicativo de convecção intensa profunda,
abrangem a maior parte da América do Sul tropical. Altos valores de
ROL, sem convecção profunda, abrangem a América Central e o Mar do Caribe.
OLR, Linhas de Corrente (200-hPa) & Ventos (850-hPa)
10-14 Julho (1979-1995)
Ventos de baixos níveis do Atlântico equatorial se deslocam em direção oeste sobre a América do Sul e o Pacífico equatorial.
Um anticiclone de nível superior (A) é encontrado sobre o norte do México. Cavados meio-oceânicos (linhas
tracejadas) são encontrados ao longo dos oceanos Pacífico Norte e
Atlântico Norte (setas indicam o a direção do vento em 200 hPa)
Baixos valores de ROL, indicativo de convecção intensa profunda,
abrangem a América Central e o sudeste do Oceano Pacífico Norte. Altos valores de ROL, sem convecção profunda, abrangem o centro da
América do Sul.
Zonas de Convergência Tropical
Zonas de Convergência Intertropical (ZCIT)
Zona de Convergência do Pacífico Sul (ZCPS)
Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)
Baiu/ Mei-yu Front (Zona de Convergência do
Leste Asiático)
ZCPS
ZCAS
ZCIT
Storm Tracks
ZCIT
Baiu/Meiyu Front Storm Tracks
Storm Tracks
Zonas de Convergência
Intertropical (ZCIT)
Regiões de confluência / convergência,
geralmente quando os alísios de nordeste do
Hemisfério Norte se encontram com os alísios do
sudeste do Hemisfério Sul
Formada pelo ramo ascendente
da célula de
Pacífico: ZCIT
ITCZ ITCZA Zona de
Convergência
Intertropical (ZCIT) é
mais distinta sobre o
Pacífico leste, onde
os ventos alísios de
Nordeste e Sudeste
convergem (entre
5°N e 10°N) e as
temperaturas da
superfície do mar
são quentes (veja o
próximo slide)
ZCPS
ZCIT ZCPS
ZCPS ocorre durante verão do HS (dez-mar), localizada
próximo do poço de água
quente no Oceano Pacífico Sul Frentes frias do HS que
avançam para o norte sobre o Pacífico Sul tendem a parar na região entre 10°S e 20°S, o que contribui para a
convergência de baixos níveis, o movimento vertical
ascendente e convecção intensa nessa região
ZCPS poço quente ZCIT EQ 20S 20N ZCPS ZCIT Precipitation (mm/d)
ZCIT
ZCIT é mais distinta sobre o
Atlântico leste e central,
onde os ventos alísios de
Nordeste e Sudeste
convergem (entre o
Equador e 15°N) e as TSM
são quentes (veja abaixo)
Oceano Índico
ZCOI ZCOI está presente durante o
inverno do HN (dez-mar). Os ventos alísios de sudeste (HS) convergem com os ventos de
nordeste da monção provenientes da Ásia. A ZCOI geralmente está localizada entre o equador e 15°S em uma região de convecção
intensa e altas TSM
EQ 20N
20S
ZCAS
Durante o início da monção da América do Sul
(setembro-outubro), convecção se expande sul e sudeste atravessando o
oeste da Bacia Amazônica e a região central do Brasil
Esse avanço para o sul é acompanhado por um aumento da
convecção sobre o Sul e o leste do Brasil
No final de setembro e início de outubro as duas regiões se
juntam formando uma banda orientada noroeste-sudeste, que é
uma característica comum na primavera, verão e início do
outono (outubro a início de março)
Esta banda de convecção é conhecida como a Zona de
Blue colors indicate cold cloud top temperatures, which in the Tropics are associated with deep convection.
Variabilidade da ZCAS:
Padrão Dipolo da América do Sul
O padrão dipolo se encontra sobre o leste da América do Sul, na região
de maior variabilidade de ROL, que se estende do sul do Brasil até o
The OLR anomaly patterns often show a dipole of positive and negative values along the east coast of Brazil.
Anomalias
de ROL
Frentes frias desempenham um papel importante
na organização de atividade convectiva na região
da ZCAS
Às vezes isto causa eventos extremos
(precipitação excepcionalmente forte e enchentes
ao longo de um período de vários dias)
Variabilidade da ZCAS:
Questões?
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Rotação: a Terra gira em torno de seu eixo Responsável pelo ciclo dia-noite
Está mais próxima do sol em 3 de janeiro (periélio)
Está mais distante do sol em 4 de julho (afélio) Quando está mais próxima, a quantidade de radiação solar que chega no topo da atmosfera é ~3,4% maior do que quando está mais distante (pequena variação)
Estações do ano: causadas
pela inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à perpendicular ao plano definido pela órbita
Inclinação faz orientação da Terra mudar durante a
translação
Translação: Terra gira em torno do sol em uma órbita elíptica
http://people.cas.sc.edu/carbone/modules/mods4car/earthsun/earthsun.html Exercício
Classificação climática de Köppen-Geiger
Classificação em zonas climáticas
Combinação de 3 letras (clima principal, precipitação, temperatura)
Baseado na latitude, elevação, efeitos de correntes oceânicas e padrões atmosféricos de grande escala
Cfa = clima subtropical úmido
Região sudeste dos continentes, exceto Antártica
Entre 24° e 37° de latitude Verões úmidos e quentes; invernos frios e amenos
Quantidades expressivas de chuva ao longo do ano
Questões?
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Espectro de variabilidade climática
3-7 dias => sistemas de tempo de médias latitudes
30-60 dias => oscilações intrasazonais (Oscilação de Madden-Julian) 1-2 anos => oscilações interanuais (ENOS)
CIRCULAÇÕES DE GRANDE ESCALA
CIRCULAÇÕES DE GRANDE ESCALA
CIRCULAÇÃO DE WALKER
http://www3.geosc.psu.edu/courses/Geosc320/Lau.pdf
Movimentos no sentido zonal da faixa equatorial determinam
as áreas de convecção (chuva)
El Niño
Originalmente, o termo El Niño foi usado para
descrever a aparência anual de águas quentes
em torno do Natal ao longo da costa norte do
Peru. Esse fenômeno tem sido documentado
desde o começo do século 16
Em alguns anos, as águas quentes apareceram
mais cedo e permanecem por um período mais
longo
Eventualmente, o termo El Niño foi usado para descrever esses
períodos anômalos de aquecimento
Oscilação Sul (OS)
A partir do final do século 19, cientistas começaram
a descrever flutuações de pressão de grande escala
No iníco do século 20, Sir Gilbert Walker e seus
colegas ampliaram os estudos iniciais e estabeleceram
que a flutuação de pressão em escala global
(Oscilação do Sul - OS) está relacionada com
anomalias de precipitação em muitas áreas dos
trópicos (como por exemplo, Índia e América do Sul)
A OS foi usada como base para as previsões sazonais de precipitação
El Niño/ Oscilação Sul (ENOS)
El Niño e a Oscilação Sul foram estudados como
fenômenos separados até as décadas de 50-60
Trabalhos importantes de Berlage (1956) e J. Bjerknes (final da década de 1960) demonstraram uma relação entre os dois fenômenos Estudos naquela época também mostraram que o aquecimento anômalo das águas durante El Niño se
extende por uma grande área do Oceano Pacífico
O Ciclo ENOS
Fenômeno que ocorre naturalmente
O oceano Pacífico Equatorial oscila entre águas
superficias mais quentes do que a média (
El Niño
) e mais
frias do que a média (
La Niña
)
Grandes mudanças ocorrem nos padrões de
precipitação tropical, pressão (Oscilação Sul) e ventos
Alterações na intensidade e posição na corrente de jato e
no comportamento dos ciclones ocorrem em latitudes altas
O Ciclo ENOS (cont.)
As alterações na temperatura da superfície do mar
(TSM) influencia a distribuição da nos trópicos e o
padrão da circulação atmosférica
Quente
Quente
TSM
Língua fria Equatorial é mais fraca do que a média ou ausente durante El Niño, resultando em anomalias positivas de TSM Língua fria Equatorial é mais forte do que a média durante La Niña, resultando em anomalias negativas de TSMPrecipitação
Aumento de
precipitação ocorre em áreas onde a temperatura das
águas é maior do que a média durante El Niño Diminuição de precipitação ocorre em áreas onde a temperatura das águas é menor do que a média durante La Niña
PNM
• El Niño: anomalias positivas de PNM sobre o Pacífico tropical
ocidental, Indonésia e Austrália. Anomalias negativas de PNM
sobre o Pacífico leste tropical, nas latitudes altas e médias do
Pacífico Norte e sobre EUA
• Padrão oposto para La Niña
• As variações de pressão entre o Pacífico tropical leste e oeste é
conhecida como a Oscilação Sul
Impactos Globais de El Niño
Impactos
são
geralmente
mais
extensos
durante o
inverno no
HN
Típicos impactos globais de El Niño
Região
Período
Impacto
Indonésia
Vida do evento
Mais seco
Nordeste do Brazil
Março-Maio
Mais seco
América Central
/México
Maio-Outubro
Mais seco
Costa Oeste da
América do Sul
Março-Maio
Mais chuvoso
Sul da América
Central
Junho-Dezembro
Mais chuvoso
Sudeste da África
Anomalias de Precipitação. (mm/d):
Episódios de forte El Niño
Anomalias de
precipitação, >= ± 8
mm / d (762 mm
numa estação),
resultam em
mudanças no padrão
de aquecimento
tropical, e mudanças
nas posições e
intensidades das
correntes de jato em
latitudes médias e
ondas planetárias
Anomalias de Precipitação. (mm/d):
Episódios de El Niño Moderados
Anomalias de
precipitação são
menores durante
episódios quentes
fracos / moderados
Pequenas
modificações
ocorrem no padrão
de aquecimento
tropical, e nas
correntes de jato em
latitudes médias e
ondas planetárias
Impactos Globais de La Niña
Nas latitudes
médias
impactos
ocorrem
geralmente
durante a
temporada
de inverno
(HN -DJF;
HS- JJA)
Impactos globais: La Niña
Região
Período
Impacto
Indonésia
Vida do evento
Mais chuvoso
Nordeste do Brasil
Março-Maio
Mais chuvoso
América Central
/Mexico
Maio-Outubro
Mais chuvoso
Costa oeste da
América do Sul
Março-Maio
Mais seco
Sul da América
Central
Junho-Dezembro
Mais seco
Anomalias de Precipitação. (mm/d):
Episódios La Niña
Anomalias de
precipitação, >=
± 8 mm / d (762 mm
numa estacao),
resultam em
mudanças no
padrão de
aquecimento
tropical, e mudanças
nas posições e
intensidades das
correntes de jato em
latitudes médias e
ondas planetárias
Monitoramento do ciclo ENOS
Índices atmosféricos
Pressão ao nível do mar (Índice de Oscilação
Sul - SOI)
Vento zonal em baixos níveis
Vento zonal em altos níveis
Tahiti-Darwin SOI
Oscilação Sul - Fase alta do
índice
(La Niña)
Alta
Ventos de leste
Equatorial -
mais forte
do
que a média
Baixa
Aumento da
precipitação
PNM – acima
da média
T
D
PNM –
abaixo
da
média
Oscilação Sul - Fase baixa do
índice
(El Niño)
Baixa
Ventos de leste
Equatorial -
mais fracos
do que a média
Alta
Redução da
precipitação
PNM – abaixo
da média
T
D
PNM –
acima
da
média
Aumento da
precipitação
Monitoramento do
ciclo ENOS (cont.)
Índices Oceânicos
Temperatura da superfície do mar
Regiões Niño
A região Niño 1 +2 - região clássica do El Niño
A região Niño 3.4 - melhor índice para indicar as condições em geral relacionadas a ENOS
Costa oeste AS Costa oeste AS
Oceanic Niño Index (ONI)
• Baseado na medida principal de monitoramento,
previsão, e avaliação do ENOS (anomalias de TSM na
região Niño-3.4)
• Media corrida de três meses dos valores de anomalias
de TSM na região Niño-3.4, com base em um conjunto
de análises históricas homogêneas de TSM [Extended
Reconstructed SST (version 2), Smith and Reynolds,
2003, J. Climate, 16, 1495-1510]
• Usado para colocar as condições atuais em perspectiva
histórica
• Definições operacionais da NOAA para El Niño e La
Niña são diretamente relacionadas com o índice
Definições operacionais da
NOAA para El Niño e La Niña
El Niño:
caracterizado pelo ONI positivo maior ou
igual a 0,5 ° C.
La Niña:
caracterizado pelo ONI negativo menor ou
igual a -0,5 ° C.
Episódios históricos de El Niño e La Niña
Highest
El Niño ONI Value LowestLa Niña ONI Value
JJA 1951 – DJF 1951/52 1.2 ASO 1949 – JAS 1950 -1.4 DJF 1952/53 – JFM 1954 0.8 SON 1950 – JFM 1951 -0.8 MAM 1957 – JJA 1958 1.8 AMJ 1954 − NDJ 1956/57 -1.7 OND 1958 – FMA 1959 0.6 AMJ 1964 – DJF 1964/65 -0.8 MJJ 1963 – JFM 1964 1.4 JJA 1970 – DJF 1971/72 -1.3 AMJ 1965 – MAM 1966 1.9 AMJ 1973 – JJA 1974 -2.0 JAS 1968 – DJF 1969/70 1.1 SON 1974 – MAM 1976 -1.7 AMJ 1972 – FMA 1973 2.1 ASO 1983 – DJF 1983/84 -0.9 ASO 1976 - JFM 1977 0.8 SON 1984 – ASO 1985 -1.1 ASO 1977 – JFM 1978 0.8 AMJ 1988 – AMJ 1989 -1.9 AMJ 1982 – MJJ 1983 2.2 ASO 1995 – FMA 1996 -0.9 JAS 1986 – JFM 1988 1.6 JJA 1998 – FMA 2001 -1.7 AMJ 1991 – MJJ 1992 1.6 OND 2005 – FMA 2006 -0.9 ASO 1994 – FMA 1995 1.2 JAS 2007 – MJJ 2008 -1.5 AMJ 1997 – MAM 1998 2.4 JJA 2010 – MAM 2011 -1.5 AMJ 2002 – JFM 2003 1.3
JJA 2004 – DJF 2004/05 0.7 ASO 2006 – DJF 2006/07 1.0 JJA 2009 – MAM 2010 1.6
Evolução do Ciclo ENOS
Ciclo irregular, com períodos alternados de
condições quentes (El Niño) e frias (La Niña)
El Niño tem uma tendência de ocorrer a cada
4-5 anos e, geralmente, dura 12-14-5 meses
Episódios mais fortes de El Niño ocorrem a
cada 10-15 anos
Episódios de La Niña podem durar de 1 a 3
anos
El Niño
La Niña
Termoclina
se aprofunda nas
regiões oeste e
central do Pacífico
equatorial
Termoclina mais
profunda do que a
média em todo
Pacífico equatorial
Neutro
Neutro
Termoclina torna-se
mais rasa no Pacífico
oeste e central
equatorial e se
aprofunda no leste do
Pacífico equatorial
Termoclina mais
rasa do que a
média em todo
Pacífico
equatorial
Transição
Rápida
Transição
Gradual
Evolução de Temp. Subsup.
El Niño 1997
Evolução de Temp. Subsup.
El Niño/ La Niña 1998
Evolução de Temp. Subsup.
La Niña 1999
Animação da tempertura
subsuperficial: 1996-1999
Resumo: O Ciclo ENOS
Fenômeno que ocorre naturalmente
O oceano Pacífico Equatorial oscila entre águas
superficias mais quentes do que a média (
El Niño
) e
mais frias do que a média (
La Niña
)
Grandes mudanças ocorrem nos padrões de
precipitação tropical, pressão (Oscilação Sul) e ventos
Alterações na intensidade e posição dos ventos em
altos níveis e comportamento dos ciclones ocorrem em
latitudes altas
As alterações na temperatura da superfície do mar
(TSM) influencia a distribuição da chuva nas regiões
tropicais e o padrão da circulação atmosférica
Questões?
?
?
?
? ??
Características gerais
do clima no Brasil
VARIAÇÃO SAZONAL - CLIMATOLOGIA
VARIAÇÃO SAZONAL - CLIMATOLOGIA
Elaborado com base nas Normais Climatológicas INMET 1961-1990 Elaborado com base nas Normais Climatológicas INMET 1961-1990
MONITORAMENTO CLIMÁTICO
MONITORAMENTO CLIMÁTICO
Ampla rede de
estações
meteorológicas
de superfície
(estações
convencionais e
automáticas)
MONITORAMENTO CLIMÁTICO
MONITORAMENTO CLIMÁTICO
Observado
ZCIT
Questões?
?
?
?
? ??
Uso da climatologia
Climatologia não é previsão!
A estatística e análise contribuem para
determinar como os elementos climáticos ocorrem em uma dada área
Requer um conjunto de dados significativo
30 anos de dados são recomendados para se obter a climatologia de um local
Elaborado com base nas Normais Climatológicas INMET 1961-1990 Elaborado com base nas Normais Climatológicas INMET 1961-1990
Média de Temperatura Mínima São Paulo (1961-1990)
As previsões climáticas contribuem para que
os tomadores de decisão e os usuários
planejem e adaptem suas atividades e projetos
às condições esperadas
Decisões podem ser tomadas em planejamento à
redução de risco e otimizando os benefícios
sócioeconômicos
Qual o papel da imprensa na correta divulgação das informações? Exemplo do Reino Unido – primavera de 2009 40% chuva cat. acima da climatologia 60% chuva cat. normal e abaixo da climatologia
Imprensa noticiou amplamente “Barbecue Summer”
Fontes de informação (oceanos e
continentes) com lenta variação
Persistência de condições semelhantes por
períodos de alguns meses
Padrões de circulação atmosférica afetam
condições climáticas de temperatura e
chuva de várias regiões do globo
Por que é possível fazer
previsões climáticas sazonais?
Temperatura da superfície do mar
Umidade do solo
~
63
K
m
~63 Km
Global Model
AGCM
T213L28
T213L28
15 K m 15 KmRegional
Model
ETA
PREVISÃO CLIMÁTICA SAZONAL
PREVISÃO CLIMÁTICA SAZONAL
CPTEC
CPTEC
CPTEC AGCM, T062L28
• TSM persistida
• 15 membros
• Diferentes parametrizações
físicas
http://clima1.cptec.inpe.br/gpc/
Sistema operacional do
CPTEC foi recentemente
designado como GPC/OMM
Global Producing Centre for Long Range Forecasts (GPC)
GLOBAL PRODUCING CENTRES / WMO
GLOBAL PRODUCING CENTRES / WMO
GLOBAL PRODUCING CENTRES / WMO
PREVISÃO DE PRECIPITAÇÃO –
PREVISÃO DE PRECIPITAÇÃO –
GPCs/WMO
6 meses of hindcasts, 10 membros
Produção das previsões climáticas sazonais com o MCGA/CPTEC
Modelo Global do CPTEC Parametrizações físicas
Condições de contorno: anomalias de TSM persistidas Condições iniciais: NCEP/NCAR de 15 diferentes dias
Período da climatologia do modelo (Hindcast): 1979 a 2008 (30 anos)
Jan 1979 Fev 1979 Mar 1979 Abr 1979 Mai 1979 Jun 1979 Jul 1979
1 ano: 10 membros x 12 meses = 120 rodadas
30 anos: 10 membros x 12 meses x 30 = 3600 rodadas
Total: 3600 rodadas x 6 meses = 21600 meses = 1800 anos de processamento
Cortesy of Coelho, 2012
Modelo Global do CPTEC Parametrizações físicas
Condições de contorno: anomalias de TSM persistidas Condições iniciais: NCEP/NCAR de 15 diferentes dias
Período da climatologia do modelo (Hindcast): 1979 a 2008 (30 anos) 6 meses of hindcasts, 10 membros
Jan 1979 Fev 1979 Mar 1979 Abr 1979 Mai 1979 Jun 1979 Jul 1979
Produção das previsões climáticas sazonais com o MCGA/CPTEC
Discussão
climática mensal
Índice de vegetação TSM
PREVISÃO CLIMÁTICA SAZONAL
PREVISÃO CLIMÁTICA SAZONAL
COM MODELO REGIONAL ETA
COM MODELO REGIONAL ETA
Modelo Regional (Eta/CPTEC - 40km)
5 membros usando condições de contorno do AGCM CPTEC (KUO)
PREVISÃO DO SISTEMA HÍBRIDO
PREVISÃO DO SISTEMA HÍBRIDO
EUROBRISA
EUROBRISA
4 modelos acoplados (CPTEC, ECMWF, UKMO,
Meteo-France); 1 modelo empírico
http://eurobrisa.cptec.inpe.br
PREVISÃO CLIMÁTICA SAZONAL COM
PREVISÃO CLIMÁTICA SAZONAL COM
MODELO DINÂMICO ACOPLADO
MODELO DINÂMICO ACOPLADO
OCEANO-ATMOSFERA
PREVISÃO DE PRECIPITAÇÃO
PREVISÃO DE PRECIPITAÇÃO
Previsão de anomalia de precipitação
trimestral
2011 2011 O bs er va çã o O bs er va çã o P re vis ão P re vis ãoQuestões?
?
?
?
? ??
COMO INTERPRETAR AS PREVISÕES
CLIMÁTICAS POR CONSENSO EM
Exemplos de mapas de
= 880 mm
y=
1
n
∑
i= 1 ny
iMédia:
s
y
=
1
n
∑
i=1
n
y
i
−y
2
Desvio Padrão:
= 311.9 mm
n = 160
Média: medida da tendência central
Desvio padrão: mede a dispersão dos valores individuais em torno da média
Mín = 226 mm
Máx = 1947 mm
754 mm
1012 mm
1/3=
33.33%
1/3=
33.33%
1/3=33.33%
53 observações
53 observações
53 observações
Acima da
normal
Abaixo da
normal
Dentro da normal1012 mm
y=880 mm
754 mm
1/3
1/3
(mm)
Contagem dos
eventos (casos)
de precipitação
observados
usando 10 caixas
com intervalos
de 200 mm
1012 mm
754 mm
880 mm
1/3=
33.33%
1/3=
33.33%
1/3=
33.33%
(mm)
(mm)
1/3=
33.33%
1/3=
33.33%
1/3=
33.33%
y ~ N y ,s
2
y
y=880 mm
s
y
=
311.9 mm
Distribuição
climatológica ou
climatologia
Área cinza:
Igual prob. p/
as 3 categorias
Como interpretar as previsões por tercis
Categoria acima do normal Categoria normal Na categoria abaixo do normal 10 50 100 150 (mm) Adaptado de http://www.bom.gov.au/water/ssf/faq.shtml 33,3% 33,3% 33,3%Maior probabilidade de ocorrência de excesso de prec Categoria normal Na categoria abaixo do normal 10 50 100 150 200 (mm ) Adaptado de http://www.bom.gov.au/water/ssf/faq.shtml 25% 35% 45%