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Reunião Climática do Grupo de Pesquisas Climáticas da UFSM – GPC

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Academic year: 2022

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Naturais e Exatas Departamento de Física

Reunião Climática do Grupo de Pesquisas Climáticas da UFSM – GPC

Simone E. Teleginski Ferraz e Nathalie Tissot Boiaski (Docentes responsáveis)

Boletim e Previsão climática para o RS (INMET/ CPPMet-UFPel): Flávia Rosso, Douglas Ávila e William Moura

Análise sinótica dos eventos extremos: Nicolle dos Reis, Elen Pelissaro e Carlos Júnior

Monitoramento e Previsão de Variabilidades Climáticas: Elisângela Finotti, Sara de Araújo, Mauro de Castro

Análise e Previsão climática para o Brasil: Anderson Bier, Tiago Robles e Suélen Farias

Junho/2016

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1

1. Condições meteorológicas observadas nos meses de abril e maio no RS

No mês de abril, a precipitação no Rio Grande do Sul ficou acima da média climatológica em grande parte do Estado, exceto em áreas no extremo norte, cuja precipitação ficou abaixo da média. Já no mês de maio, a precipitação ficou abaixo da média na maior parte do RS. As temperaturas mínimas em abril ficaram acima da média climatológica em praticamente todo o RS. Já as temperaturas máximas, ficaram abaixo da média climatológica no sul e oeste do RS e acima da média no norte e nordeste. Tanto as temperaturas máximas quanto as mínimas apresentaram valores abaixo da média climatológica no mês de maio no RS.

PRECIPITAÇÃO TEMPERATURA MÍNIMA TEMPERATURA MÁXIMA

ABRIL

MAIO

Anomalia de precipitação, Temperatura mínima e máxima mensal (isolinhas) e anomalias (cores) nos painéis a esquerda, centro e direita, respectivamente. (Fonte INMET)

2. Condições meteorológicas observadas no trimestre AMJ no Brasil

A persistência de um bloqueio atmosférico na região do Pacífico Sul, entre final de março e abril, contribui para o déficit de chuva na maior parte do país. No norte da Região Nordeste, o período chuvoso (MAM) também ficou comprometido pela posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que esteve ao norte de sua posição climatológica e explica o excesso de chuva no extremo norte do país. Já na Região Sul, a passagem de um sistema frontal contribuiu para a ocorrência de totais pluviométricos acima da média histórica em grande parte do Rio Grande do Sul e no leste de Santa Catarina.

O mês de maio foi marcado por chuvas acima da média climatológica no Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul e por incursões de massas de ar frio que diminuíram as temperaturas no centro-sul e oeste do Brasil. A formação de episódios de Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL) favoreceu o excesso de chuva entre a Paraíba e Pernambuco. Contudo, em praticamente toda a faixa leste da Região Nordeste, cujo período mais chuvoso encontrava-se em curso, os totais pluviométricos foram inferiores à média climatológica.

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2 As chuvas fortes entre o norte do PR e sul de MG no começo de junho contribuíram para o excesso de precipitação naquelas regiões devido aos distúrbios baroclínicos na média troposfera e ao fluxo de umidade em baixos níveis vindo da Amazônia. De modo geral, o mês de junho foi marcado por baixas temperaturas no centro-sul e oeste do Brasil devido à atuação de massas de ar polar, resultando em geadas e nevoeiros em diversas localidades no Sul do país.

PRECIPITAÇÃO TEMPERATURA MÍNIMA TEMPERATURA MÁXIMA

ABRIL

MAIO

JUNHO

Anomalia de precipitação, Anomalia de Temperatura mínima e máxima mensal nos painéis a esquerda, centro e direita, respectivamente. (Fonte CPTEC)

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3

3. Eventos Meteorológicos Extremos – Global

Data: 29/05/2016 Tempestades de Granizo na

Europa

Data: 05/06/2016 Microexplosão/Tornado em

Campinas – SP deixou estragos e feridos

Data: 12/06/2016 Frio recorde no Sul do Brasil

Diversas cidades registraram recordes de temperaturas baixas nos

últimos ~ 15 anos.

Data: 23/06/2016 Diversos tornados (~16) em

Illinois-USA causaram destruição em fazendas e

plantações. Milhares de pessoas ficaram sem

energia elétrica

Data: 27/06/2016 Nevasca em Córdoba-

Argentina devido ao deslocamento de um sistema frontal e um vórtice

ciclônico em níveis médios

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4

4. Condições Oceânicas e atmosféricas globais – ENOS, Oscilação de Madden & Julian

e Oscilação Antártica

Anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) para os meses de março (esquerda), abril (centro) e maio (direita).

Em março o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) ainda apresentava anomalias de temperaturas da superfície do mar acima de 1°C na região equatorial do Pacífico Central (Niño 3.4), que foram gradualmente diminuindo até inverter o sinal das anomalias na região do Pacífico leste, indicando um resfriamento das águas superficiais naquele setor do Oceano Pacífico no mês de maio.

O índice de Oscilação Sul (IOS) ficou próximo de zero no mês de março, voltou a ficar negativo no mês de abril (abaixo de -1°C) e terminou o mês de maio com valor positivo (abaixo de 0,5°C).

Portanto, houve um decaimento também da componente atmosférica do fenômeno ENOS, indicando uma condição de neutralidade a partir de maio. As previsões das anomalias de TSM na região do Niño 3.4 do IRI/CPC indicam uma probabilidade em torno de 60% para La Niña e 30% para neutro nos próximos meses

do ano. Vários modelos (dinâmicos e estatísticos) estão indicando que possa haver a configuração de La Niña no fim de 2016.

O ENSO tracker do governo Australiano indica nível de atenção para formação de La Niña em desenvolvimento em 2016. O ENSO tracker é baseado nos seguintes critérios:

Estado atual do clima: fase ENOS é atualmente neutra ou El Niño em declínio.

IOS: Dos 10 anos que se assemelham mais ao padrão IOS atual, 4 ou mais mostraram características de La Niña.

Subsuperfície: resfriamento significativo da subsuperfície foi observado no Pacífico Oeste e / ou central.

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5 Modelos: Um terço ou mais dos modelos climáticos mostram diminuição da TSM de pelo menos 0,8 ° C abaixo da média nas regiões do Oceano Pacífico Niño 3 ou Niño 3.4

no final do inverno ou primavera.

O Índice da Oscilação Antártica (AAO) foi predominantemente positivo entre março até meados de abril. Esta fase da AAO está associada com anomalias positivas de altura geopotencial em 700 hPa em latitudes médias e negativas sobre a Antártica, dificultando a

formação e/ou deslocamento dos ciclones em latitudes médias. Sugere-se que a fase positiva da AAO tenha contribuído para o bloqueio atmosférico ocorrido entre março e abril, resultando em um déficit de chuva em boa parte do país. Na metade de abril a AAO mudou de sinal e possivelmente esta mudança de fase pode ter contribuído para o avanço dos sistemas frontais e, consequentemente, para as primeiras

incursões de massas de ar frio do ano que acarretaram em quedas acentuadas da temperatura nos meses de maio e junho. No final de maio até início de julho, a AAO esteve na fase positiva, contribuindo para o déficit de precipitação no RS. Até a primeira quinzena de julho a maioria dos modelos de previsão mantém a AAO na sua fase positiva.

5. Previsão Climática para o trimestre JAS

O modelo climático regional do CPPMet/UFPel indica chuva acima da média climatológica no leste do RS e SC no mês de julho e na média nas demais regiões. Já em agosto e em setembro, o modelo aponta para um déficit de precipitação no norte e nordeste do RS e em todo o estado de SC. Nas demais regiões do RS, a precipitação ficará próxima à média climatológica. Já a previsão climática do modelo Eta (CPTEC/INPE) indica chuva acima da média climatológica no RS para o trimestre JAS, concordando com a previsão probabilística do INMET, exceto no leste do RS, no qual este último prevê um déficit de precipitação.

Destaca-se também a previsão de chuva abaixo da média climatológica no norte e leste do nordeste do Brasil pelo modelo Eta. Já o modelo probabilístico do INMET, indica redução da precipitação em grande parte do país, enquanto o modelo Eta prevê condições de normalidade para a precipitação na maioria das regiões do país, exceto no Sul e extremo Norte, que ambos concordam com o aumento da precipitação no trimestre JAS.

De acordo com o modelo Eta e o modelo do CPPMet/UFPel, as temperaturas ficarão próximas às suas médias climatológicas ou um pouco acima da média na região Sul do Brasil no trimestre JAS.

Temperaturas acima da média climatológica são previstas pelo modelo Eta para as regiões Norte e Sudeste do país. Nas demais regiões, a temperatura ficará dentro da normalidade.

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6

PRECIPITAÇÃO TEMPERATURA MÍNIMA TEMPERATURA MÁXIMA

JULHO

AGOSTO

SETEMBRO

Previsão da Anomalia de precipitação, Temperatura mínima e máxima, esquerda, centro e direita, respectivamente. (Fonte: CPPMET e INMET)

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7 A previsão por consenso elaborada pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (GTPCS/MCTI) para o trimestre JAS/2016 indica maior probabilidade da precipitação acumulada no trimestre ocorrer abaixo da normal climatológica no leste da Região Nordeste e no extremo Norte do país. Para a região Sul, a previsão indica maior probabilidade dos totais pluviométricos no trimestre ocorrerem na categoria dentro da normal climatológica, porém a distribuição é de 30%, 45% e 25% para as categorias acima, dentro e abaixo da faixa normal climatológica, respectivamente. As demais áreas do país (área cinza no mapa) apresentam condições próximas a normal climatológica no referido trimestre, o que implica igual probabilidade para as três categorias.

Modelo Eta – 40 km TEMP ANOM - JAS/2016

Referências

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O Observatório Nacional, instituição de pesquisas da administração direta federal integrante da estrutura do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),