[fl.n. 118] Cópia. Este documento integra o acervo bibliográfico do Banco de Dados Mundial Sobre Fortificações:

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Este documento integra o acervo bibliográfico do Banco de Dados Mundial Sobre Fortificações: www.fortalezas.org

e [fl.n. 118]

Cópia

Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor

Acabo de proceder a um reconhecimento e minucioso exame nos edifícios, baterias, e artilharia da Fortaleza de Santa Cruz, e de, com os peritos que me acompanharam, confeccionar os orçamentos por Vossa Excelência determinados em seu ofício de 17 do corrente, os quais envio a Vossa Excelência, bem como neste, a descrição exata do estado em que existe a mesma fortaleza. Na pequena Ilha Inhato-merim, próximo a Barra do Norte e cerca de 200 braças de terra firme, acha-se construída esta obra, composta de uma cortina, terminando da parte de terra, por um semibaluarte irregular, e na da barra por um revelim, que monta onze peças, e sobre o qual fica a cavaleiro.

Da parte de S.E.[Sudeste], tem como acessório e em terreno mais elevado, um reduto de quatro peças, denominado São Caetano; e do sul, sobre o portão, outro que monta seis e que defende a entrada. Seus edifícios são os quartéis do comandante, do ajudante, e da guarnição; Capela, Paiol de Pólvora, e arrecadação da palamenta e munições. O primeiro é um vasto sobrado de construção antiga sólida e irregular; chove-lhe em grande parte, tem fendida toda a parede do norte, que ameaça desabamento e que convém apear, para construir de novo, e reparar o telhado, e suas ruínas interiores.

O segundo é uma pequena casa no Forte de São Caetano, que carece algum conserto no telhado e se lhe acabe de construir a casinha já começada. O terceiro, vasto, e que pode acomodar um batalhão, é construído sob arcada fraca e já apoiado por [corroída ± 3 palavras] todo o telhado arruinado, e [corroída ± 3 palavras] lugar inteiramente exposto, tendo um de seus ângulos sobre a bateria que obstruirá sendo batida a fortaleza.

A Capela está [corroída ± 3 palavras] [fl.n.118v] do norte a desabar, que precisa apear-se; inútil o arco cruzeiro e carece ser construído de novo, aproveitando-se somente as outras três paredes do aro, em bom estado. O Paiol de Pólvora é construído em mau lugar e fora de preceito; tem o telhado arruinado, portas e portadas; e finalmente, a arrecadação é acanhada, e no maior estado de ruína. Além disto, a entrada da fortaleza está quase impraticável, carecendo de escada; e as baterias fendidas em muitos lugares, especialmente nos merlões, e necessitando de um geral revestimento.

Existem na fortaleza 43 peças de calibres 24 [libras], 18, 12, 9, e uma de 8, todas no chão e maltratadas; e 3 que estão montadas sobre reparos podres, não poderão fazer segundo tiro de bala. As salvas dão-se com as boladas apoiadas sobre as arestas das canhoneiras. Não há, portanto, um reparo; e, da palamenta que existe, só se podem aproveitar imensas hastes, e massas de soquetes, alguns porta-cartuchos; caixas de espoletas, diamantes, e ferragem dos reparos arruinados; e, das munições, bala rasa, e metralha, de que abunda.

É este o deplorável estado em que existe a primeira fortaleza da província, que podendo servir à defesa da barra com uma linha de três canhoneiras, colocada entre ela e da Ponta Grossa, só serve por antiga inércia para vergonha nossa, e irrisão, e escárnio do estrangeiro.

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e Situada a uma légua de Ratones, e a duas da Ponta Grossa, não tem cruzamento, nem flanqueamentos, e, por isso só pode abrigar as embarcações que fundeiam debaixo de suas baterias; e para esse fim, [corroída ±2 palavras] do ofício de Vossa Excelência, convém montar-lhe, e guarnecer-lhe de gente, palamenta, munições, 12 peças de calibre 24, distribuídas do [corroída ± 5 palavras] de onde os tiros são [fl.n.119] mais rasantes; 3 no Forte de São Caetano, e duas no Reduto do Portão; obtendo assim uma linha de fogo no semicírculo do norte a oeste, por onde se pode tentar o apresamento de navios. Para a guarnição destas peças, carecem-se pelo menos 120 homens, que devem ser adestrados nos exercícios de bateria.

Quanto aos reparos, existindo abundância de ferragem, julgo podem ser aqui mesmo construídos de seguraju [saguaraji?], de que abundam os morros da Freguesia de Santo Antônio, ou de araribá-vermelho, que facilmente se encontra nas margens de Cambriú [Camboriú?], da Vila de Porto Belo; no Arsenal de Marinha, porem-se lanadas nas hastes dos soquetes, e a mais palamenta, fabricar-se também na província. Nos reparos a fazer já nos edifícios, para abrigar-se a oficialidade, guarnição e petrechos, atendi somente ao essencial; telhados, e algumas portas, e janelas, para segurança, e acondicionamento; e desse mesmo orçamento (951$360) [951$560 pela soma a seguir] se poderá talvez abater 118$800, de madeira fácil de tirar-se das matas da fortaleza; ficando em 832$760, sujeitos ainda a economia de mão de obra se empregarem soldados de ofício.

Posto que conheça os defeitos de construção, e colocação dos edifícios, que deveriam demolir-se para reconstruírem-se em lugares ao abrigo do fogo; igualmente conheço que a despesa muito aumentaria por este meio, e, por isso, confeccionei o orçamento do conserto geral conservando-os todos, reduzindo-me ao complemento reparo de cada um deles; baterias, escada, portão, etc. Esse orçamento, também em proporção, fica sujeito às modificações do primeiro; e quanto às carretas, palamenta e munições das 31 peças que restam, abatidas as 12, julgo será [fl.n.119v] melhor por perfeição e economia, exigirem-se dos Armazéns da Corte.

Preferi a artilharia toda de 24, não só por seu maior alcance, como por evitar confusão de calibres. No orçamento geral dos edifícios e baterias, vai incluído o pequeno orçamento dos consertos já indispensáveis.

Resta-me declarar que visitei o ponto telegráfico de Cacopé [Cacupé], onde a casa dos guardas ameaça ruína, pela corrupção da madeira, e para seu reparo também envio o preciso orçamento. Julgo assim ter satisfeito parte da incumbência de Vossa Excelência; e quanto ao que respeita a Fortaleza da Barra do Sul, enviarei o resultado de idêntico trabalho.

Deus guarde a Vossa Excelência.

Cidade do Desterro, 24 de agosto de 1850.

Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Doutor João José Coutinho Presidente da Província

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e Patrício Antônio de Sepúlveda Everard

Coronel do Imperial Corpo de engenheiros. Conforme

Manoel Joaquim Pereira.

[fl.n. 120]

Transporte...3:796$200

Conserto e revestimento das muralhas

5000 tijolos...a 11$...55$000 100 moios de cal...a 16$...1:600$000 Pedreiro...2:000$000 Soma...3:655$000 Capela

136 pernas de serra 23 palmos...a 1280...174$080 9 linhas de 32 palmos...a 6000...54$000 20 barrotes de 27 palmos...4000...80$000 6 portadas de porta 12 palmos...4000...24$000 2 ditas de janela...3000...6$000 1000 ripas...16$000 13 dúzias tábuas costado...5000...65$000 23 ditas de forro...4000...92$000 164 cambotas 12 palmos...1000...164$000 2000 pregos forro pequeno...16$000 2000 ditos forro grande...24$000 3000 ditos batel grande...8$400 1000 ditos batel pequeno...2$800 4000 ditos de ripa...8$000 16 moios de cal...16$...256$000 6000 tijolos...11$...66$000 7000 telhas...40$...280$000 Mão de obra de carpinteiro...800$000 Dita de pedreiro... 800$000 Banqueta, sino, paramentos e alfaias...400$000 Soma...3:336$280 Total 10:787$480 Cidade do Desterro, 24 de agosto de 1850.

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e Patrício Antônio de Sepúlveda Everard

Coronel de engenheiros. Conforme

Manoel Joaquim Pereira. [fl.n.121]

Cópia.

Orçamento da despesa a fazer no conserto geral de todos os edifícios, baterias e portão da Fortaleza de Santa Cruz.

Quartel do Comandante

11 portadas de porta...a 4000...44$000 3 ditas de janela...a 3000...9$000 15 dúzias de tábuas de forro...a 4000...60$000 12 ditas das de costadinho...a 5000...60$000 5 linhas de 30 palmos...a 6000...30$000 50 caibros de 20 ditos...a 320...16$000 3 dúzias de tábuas de soalho...a 5000...15$000 1200 pregos de forro...por...9$600 2000 ditos de ripa...//...8$000 8 fechaduras...a 800...6$400 10 moios de cal...a 16$000...160$000 1000 telhas...por...40$000 Mão de obra de carpinteiro...470$000 Dita de pedreiro... 340$000 Soma...1:268$600 Quartel do Ajudante 3 linhas de 30 palmos... a 6000...18$000 4 portadas de portas... a 4000...16$000 3 ditas de janela... a 3000...9$000 6 dúzias de tábuas de soalho... a 5000...30$000 200 pregos de forro...por...1$600 300 ditos batel grande...por...1$200 3 e ½ moios de cal...a 1600...56$000 1000 tijolos por...[corroída] 100 telhas...4$000 Carpinteiro...170$000 Pedreiro...60$000

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Este documento integra o acervo bibliográfico do Banco de Dados Mundial Sobre Fortificações: www.fortalezas.org e [Soma] 376$800 1644$800 [fl.n.121v] Transporte...1:644$800 Paiol de Pólvora 5 barrotes de 9 palmos...a 3000...15$000 4 portadas de janela...a 3000...12$000 3 dúzias de tábuas costado...a 5000...15$000 8 pares de dobradiças...a 320...2$560 2 fechaduras...a 800...1$600 200 pregos batel grande...por... $800 Carpinteiro...60$000 Pedreiro...65$000 Soma ...171$960

Quartel da Guarnição

11 dúzias de tábuas de soalho...a 5000...55$000 2 ditas de pranchões para caixilhos...a 8000...16$000 14 pares de dobradiças...a 320... 4$480 200 pregos batel pequeno...$ 560 300 ditos de forro pequeno...2$400 20 pernas de serra...a 2000...40$000 1000 ripas...16$000 6 soleiras...a 1000...6$000 28 moios de cal...a 16000...448$000 2000 telhas...a 40000...80$000 Carpinteiro...440$000 Pedreiro...500$000 Soma...1:608$440 Portão e Escada 1 dúzia de pranchões...8$000 3 fechaduras, barras de ferro, e ferrolhos...50$000 3000 tijolos...a 11$ reis...33$000 5 moios de cal... 16 $... 80$000 Carpinteiro... 50$000 Pedreiro... 150$000 Soma...371$000 3:726$200

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e [fl.n.122]

Cópia.

Orçamento da despesa a fazer no retelho, portas, janelas dos edifícios da Fortaleza de Santa Cruz.

Quartel do Comandante

3 portadas de janela...a 3000...9$000 2 moios de cal...a 16000...32$000 1000 telhas...por...40$000 Mão de obra de carpinteiro...20$000 Dita de pedreiro...40$000 Soma...[ilegível] Quartel do Ajudante 3 portadas de janela...por...9$000 ½ moio de cal...//...8$000 100 telhas...//... 4$000 Carpinteiro...//...20$000 Pedreiro...//...20$000 Soma...[ilegível] Arrecadação 300 ripas...4$800 1 – portada de porta...4$000 1 – dita de janela...3$000 1000 pregos batel pequeno... 2$800 1 e ½ moio de cal...24$000 400 telhas...16$000 Carpinteiros...25$000 Pedreiro...30$000 Soma...[ilegível] Paiol de Pólvora

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Este documento integra o acervo bibliográfico do Banco de Dados Mundial Sobre Fortificações: www.fortalezas.org e 4 portadas de janela...12$000 [ilegível] [fl.n.122v] Transporte...12$000 311$600 [corroída] dúzias de tábuas de costadinho...a 5000...15$000 [corroída] pares de dobradiças...a 320...2$560 [corroída] fechaduras...a 800...1$600 [corroída] pregos, batel grande...400...$800 [corroída] barrotes de 9 palmos...3000...15$000 [corroída] moios de cal...16$000...32$000 [corroída] telhas...24$000 Carpinteiro...60$000 Pedreiro...35$000 Soma...197$960

Quartel da Guarnição

[corroída] fechadura, e ferrolho para a prisão...4$000 [corroída] pernas de serra de 25 palmos...a 2000...40$000 [corroída] ripas...16$000 [corroída] soleiras...a 1:000...6$000 [corroída] 4 dúzias de tábuas cortadas...20$000 [corroída] 6 moios de cal...96$000 [corroída] telhas...80$000 Carpinteiro...80$000 Pedreiro...100$000 Soma...442$000 Total...951$560 Desterro, 24 de agosto de 1850.

Patrício Antônio de Sepúlveda Everard Coronel de engenheiros.

Conforme

Manoel Joaquim Pereira [fl.n.123]

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e Cópia.

Orçamento da despesa de reparos e palamenta para montar 12 peças de calibre 24. 12 reparos de construção à Onofre, de araribá vermelho, ou segurajú

[saguaraji?]... ...a100$000...1:2[corroída] De por lanadas de mialhar em 12 hastes...[corroída] 96 espeques falquejados (madeira de lei)...a 1$000...96 [corroída] 6 tinas de bateria...a 2$000... [corroída] 12 baldes de dita...a 1$000... [corroída] 12 pranchadas de chumbo...200... [corroída] 12 capitéis de madeira...500... [corroída] 12 tapadouros com cabrestilhos...1$500... [corroída] 12 porta-velas de sola...2$000... [corroída] 12 chapuzes...1$000... [corroída] 24 palmetas...500... [corroída] 1 zorra de rodas baixas com os cabos competentes... .[corroída] 1 cabrilha, ou martinete... .[corroída] Soma...1:656$000

Munições para 120 tiros de calibre 24.

Morrão e trança enxofrada...2 [corroída]

Velas de composição...60 –

Saquinhos para cartuchos...120 –

Pólvora (carga pela 3.ª parte)...300[?]

Espoletas carregadas...240 –

Tacos de mialhar...240 – N.B. Existe a mais palamenta e munições necessárias.

Desterro, 18 de agosto de 1850.

Patrício Antônio de Sepúlveda Everard Coronel do Imperial Corpo de engenheiros. Conforme

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