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Como Fazer alguem se Apaixonar - Nicholas Boothman.pdf

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Academic year: 2021

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Sobre a obra:

A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o obj etivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêm icos, bem com o o sim ples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de com pra futura.

É expressam ente proibida e totalm ente repudiável a venda, aluguel, ou quaisquer uso com ercial do presente conteúdo

Sobre nós:

O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dom inio publico e propriedade intelectual de form a totalm ente gratuita, por acreditar que o conhecim ento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar m ais obras em nosso site: LeLivros.site ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link.

"Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo

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Cada um de nós é um anj o com apenas um a asa e só podem os voar quando nos abraçam os.

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D ED IC ATÓR IA

Um a coisa é escrever sobre algo, outra coisa é viver esse algo. Por isso, dedico este livro a Wendy, por sua sábia colaboração, e aos nossos filhos j á crescidos, Joanna, Thom as, Sandy, Kate e Pippa, por abrirem m eus olhos para m ais aspectos do am or, rom ance e corações partidos que a m aioria dos roteiristas de Holly wood poderia im aginar!

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A G R A D EC IM EN TOS

Este é um livro sim ples sobre um assunto com plicado. Ele nunca poderia ter surgido sem a cooperação de m ilhares de pessoas que m e deixaram bisbilhotar sua vida pessoal e descobrir com o especificam ente o am or se desvelou para elas – agradeço a todos vocês por sua generosidade.

Sou m uito grato a Lori Moffatt, Laura Schaefer e Nicholas Gianone por sua generosa orientação profissional; e a Leigh Batem an, Dawn Bedford, George Billard, Sarah King, Laura Silverm an, Caroly n Van Hum beck, John Walker e Scott Wilder por sua experiência prática. Sou profundam ente grato a Martha Flach Wilkie e Lori Speed por sua colaboração criativa e suporte.

Minha gratidão tam bém vai para Kim Sm all, Suzie Bolotin, Cassie Murdoch, Beth Levy, Janet Vicario, Barbara Peragine, Pat Upton, Paul Hanson, Jenny Mandel, David Schiller, Peter e Carolan Workm an e para todas as adoráveis alm as da editora Workm an.

Finalm ente, dedico m eu profundo respeito a m inha editora, Margot Herrera, por capturar m ilhares de pensam entos em pleno voo e deixá-los encontrar seu cam inho nestas páginas.

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IN TR OD U Ç Ã O

Q ue m disse que não é possíve l apr e ssar o amor ?

Será que é m esm o possível acender as cham as do am or em 90 m inutos ou m enos? Parece algo m aluco e superficial – ou será que não? Quando publiquei m eu prim eiro livro, Como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos ou menos, as pessoas tam bém pensaram que era um a teoria m aluca e superficial, até perceberem que nós realm ente decidim os se gostam os ou não de alguém nos prim eiros dois segundos em que vem os alguém . Após passar os 90 segundos, você j á está no cam inho para transform ar um a prim eira im pressão em um a relação duradoura, sej a de am izade, negócios ou rom ance. Conscientem ente ou não, as pessoas que possuem habilidades sociais – aquelas que conseguem entrar em um a sala cheia de estranhos e com eçar um a conversa convincente com qualquer um – enviam sinais com seu corpo e falam de um a form a que fazem as outras pessoas im ediatam ente gostarem , confiarem e se sentirem confortáveis com elas. Quando você descobrir o que elas fazem e com o realizam isso, tam bém poderá criar esse tipo de prim eira im pressão.

Em am izades e nos negócios, esses preciosos 90 segundos podem ser um ótim o com eço. Nas circunstâncias adequadas, se duas pessoas estiverem enviando os sinais certos e conversando de um a determ inada form a no tem po certo, isso tam bém pode ser um prelúdio para o am or, o que levará a atração à conexão, à intim idade e ao com prom isso. Para um a pequena porcentagem de casais, esses eventos acontecem quase instantaneam ente, fazendo-os se apaixonar à prim eira vista. A m aioria dos casais intuitivam ente sente o processo, m as tem de percorrer esse cam inho por m eio de tentativas e erros antes de finalm ente conseguirem êxito – o que pode levar sem anas, m eses e às vezes até anos. Porém , o processo não precisa ser tão longo – e você não precisa deixar tudo nas m ãos do acaso.

Para escrever este livro, analisei quase 2 m il relacionam entos am orosos – desde casais que se apaixonaram à prim eira vista até casais que foram am igos durante anos antes de se envolverem rom anticam ente. Conversei com casais que estão j untos há 50 anos e com adolescentes que estão perdidam ente apaixonados há alguns m eses. Entrevistei parceiros atuais e ex-parceiros dos m esm os hom ens e das m esm as m ulheres para descobrir o que deu errado na prim eira vez, o que eles aprenderam com suas experiências e com o conseguiram se acertar com seu novo com panheiro. Conversei com pessoas que haviam perdido parceiros para doenças ou acidentes e acreditavam que nunca encontrariam o am or novam ente, até que as circunstâncias da vida trouxeram um novo am or para sua vida. Fiz

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sem inários e workshops para testar as ideias que estão contidas neste livro e, com o consequência, fui convidado para casam entos. Conheci e trabalhei com pessoas desesperadam ente inseguras e fisicam ente desprivilegiadas que, com o um m ilagre, encontraram um rom ance duradouro que foi além dos seus sonhos m ais extravagantes, m esm o depois de terem perdido toda a esperança. Este últim o grupo reforçou algo que eu sem pre soube: existe alguém para cada um de nós e norm alm ente encontram os essa pessoa quando m enos esperam os.

Noventa m inutos é o tem po que você necessitará para olhar profundam ente dentro de outra pessoa a fim de descobrir o que a m otiva – e para perm itir que ela olhe profundam ente dentro de você o suficiente para descobrir a m esm a coisa.

Por m eio de toda essa investigação, um a coisa ficou clara: não é um a questão de tem po, é um a questão de progressão em ocional, de deixar que cada etapa se desenrole precisam ente na ordem correta. Quando se entende a arquitetura do ato de se apaixonar, as etapas envolvidas e com o construí-las e coreografá-las da form a adequada, é absolutam ente possível que duas pessoas se apaixonem em 90 m inutos ou m enos. O pesquisador Arthur Aron, PhD, descobriu isso em um a série de experim entos que conduziu na Universidade da Califórnia. Um hom em e um a m ulher que nunca haviam se encontrado antes foram colocados j untos em um a sala por 90 m inutos. Cada um foi inform ado de que a outra pessoa gostaria dele e am bos foram instruídos a trocar inform ações íntim as, com o, por exem plo, seus m om entos m ais em baraçosos e com o eles se sentiriam se perdessem um parente. De vez em quando, um pesquisador entrava na sala e pedia que cada um expressasse o que gostou no outro. Eles tam bém deveriam olhar nos olhos um do outro por aproxim adam ente dois m inutos sem conversar. No final do experim ento, eles saíram da sala por portas separadas. Muitos dos casais confessaram que se sentiram profundam ente atraídos pela outra pessoa e próxim os a ela. De fato, as prim eiras duplas que passaram pelo experim ento se casaram logo depois e convidaram o Dr. Aron e seus colegas para o casam ento. Conclusão: com a pessoa certa, linguagem corporal específica e autoexposição m útua, é possível produzir fortes sentim entos de am or e intim idade. O Dr. Aron afirm ou que a expectativa dos participantes de que a outra pessoa gostaria deles teve um grande efeito. “Se você perguntar às pessoas sobre sua experiência em apaixonar-se, 90% dirá que o principal fator foi descobrir que a outra pessoa gostava delas”, afirm ou o Dr. Aron.

Noventa m inutos é o tem po que você necessitará para olhar profundam ente dentro de outra pessoa a fim de descobrir o que a m otiva – e para perm itir que ela olhe profundam ente dentro de você, o suficiente para descobrir a m esm a coisa. Se vocês dois se gostarem e adm irarem o que veem , poderão direcionar

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seu entusiasm o m útuo para im pulsionar a progressão em ocional rapidam ente, em direção à unidade. E tem m ais, se você realm ente encontrou a pessoa certa, não há m otivo para que essa relação não dure para sem pre.

Minha pesquisa revelou três outras sim ples verdades:

1. Apaixonar-se e continuar apaixonado são coisas com pletam ente diferentes. Apaixonar-se é um viciante quím ico com pulsivo, intoxicante e estonteante. Seu corpo fica cheio de neurotransm issores que geram um a sensação de bem -estar, com o dopam ina e serotonina, e você se sente extrem am ente feliz. No entanto, perm anecer apaixonado é algo totalm ente diferente. Depois que os neurotransm issores de felicidade acabarem , com o inevitavelm ente ocorrerá, vocês precisarão m ais do que m em órias quím icas para continuar j untos.

2. Não nos apaixonam os por outras pessoas; nós nos apaixonam os pelos sentim entos que experim entam os quando estam os com elas: o despertar espiritual e em ocional, a dim inuição de inibições, a alegria de sentir-se seguro e protegido e cheio de esperança, a sensação de com pletude – a em oção. Transform am os essas em oções em palavras e as carregam os conosco com o histórias. Quando as histórias são contadas, o rom ance cresce. Discutirem os form as de direcionar e acelerar estas histórias m ais adiante no livro. 3. Por m ais confortável e tentador que pareça sentir-se atraído por

alguém que é exatam ente com o você (afinal de contas, os sem elhantes se atraem ), ou por m ais em ocionante e rom ântico que possa parecer ser puxado em direção ao seu exato oposto (os opostos tam bém se atraem ), isso sim plesm ente não funciona em longo prazo. Independente do que você tenha lido ou escutado em outro lugar, a verdade é que relacionam entos em ocionantes, am orosos e duradouros são um a engenhosa m istura dos dois: a proporção certa de “afins se atraem ”, para que vocês possam se gostar, respeitarem -se e aguentarem -se; e a proporção certa de “opostos se atraem ”, para que possam curtir estar j untos e m anter o fogo aceso. A pessoa que tem a com binação certa destas duas coisas é o que cham am os de oposto compatível. Com patível em valores e fatores m otivadores, oposto em com portam ento e personalidade.

Estenda as m ãos e observe-as. Você não tem duas m ãos esquerdas ou duas m ãos direitas: você tem um par perfeito de opostos com patíveis. Individualm ente, elas podem fazer m uitas coisas, porém , j untas, podem fazer m aravilhas.

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e a m aioria das pessoas entrevistadas para este livro disse a m esm a coisa: norm alm ente, quando você se apaixona por alguém , há sentim entos estonteantes de em oção e desej o, m as tam bém há tensão. No entanto, quando você encontra seu oposto com patível, essa tensão é substituída por um a enorm e e inquestionável sensação de calm a – e alívio.

A principal causa de divórcios no m undo é o fato de que m uitas pessoas se casam com a pessoa errada. Este livro trata do encontro, atração e conexão com a pessoa certa – seu oposto com patível – e do estabelecim ento de um a intim idade em ocional m útua em 90 m inutos ou m enos. A Parte 1 aj udará você a se com preender m elhor e a descobrir quem pode ser seu oposto com patível. A Parte 2 m ostrará com o você pode aperfeiçoar suas habilidades pessoais para causar um a ótim a prim eira im pressão e estar pronta para se conectar. A Parte 3 m ostrará com o ir da conexão à intim idade e ao am or – sem dem ora.

Neste m om ento, você deve estar se perguntando quem sou eu para dizer com o fazer alguém se apaixonar por você. É um a boa pergunta. Eu venho estudando o com portam ento hum ano há 30 anos e, nos últim os 10 anos, tenho trabalhado com o praticante m estre de Program ação Neurolinguística (PNL), um a disciplina que analisa com o, sem pensar, nós usam os palavras para fortalecer ou desm oralizar a nós m esm os e a outras pessoas.

Ganhei m inha credencial de PNL ao estudar com os dois fundadores do m étodo, os Drs. Richard Bandler e John Grinder, em Nova York, Londres e Toronto. Antes disso, trabalhei durante 25 anos com o fotógrafo de m oda e de publicidade em estúdios em três continentes e fundei um a em presa de consultoria de negócios cham ada Corporate Im ages. O que aprendi tanto com o fotógrafo quanto com o estudante de PNL m e levou a escrever alguns livros sobre com o transform ar prim eiras im pressões em relacionam entos duradouros – um para o cenário social e outro para o m undo dos negócios. Mas, quando se trata deste livro, m inha m elhor credencial é o fato de que tive a sorte de encontrar m eu oposto com patível há m ais de 35 anos, depois que nós dois havíam os saído de casam entos infelizes.

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E la m e c onquistou quando disse “O i”

Quando adolescente, eu era o cara que quase nunca conseguia conquistar as garotas. Claro, eu ia às festas e aos bailes e frequentava lanchonetes descoladas, m as m esm o assim sem pre voltava para casa sozinho. Felizm ente, eu era am bicioso e otim ista. Após alguns anos de solidão, j untei-m e a um a banda de rock, aprendi a cavalgar e consegui um trabalho de m eio período entregando bolos de casam entos em hotéis. Conform e fui conhecendo m ais e m ais pessoas, logo descobri que não im porta tanto o que você pensa, m as sim a form a como você pensa; não im porta o que você diz, m as sim a form a como diz; e não im porta o que você faz, m as sim a form a como faz. Depois de pouco tem po eu j á não voltava para casa com a banda do clube dos corações solitários. Atraia garotas e m e conectava com elas e, aos vinte e poucos anos, conheci um a linda garota e m e casei com ela. Mas aprendi da form a m ais dolorosa que atrair e conectar-se é apenas o prim eiro passo – atrair e conectar-se com a pessoa certa para você é outra história.

O casam ento acabou e eu m e m udei para Portugal. Abri um estúdio de fotos de m oda no andar superior de um lindo prédio no centro de Lisboa. Ao percorrer alguns lugares com m eu portfolio, um nom e parecia surgir sem pre nas conversas com pessoas das agências de propaganda.

– Você trabalha com a agência de m odelos de Wendy ?

– Wendy foi m odelo de Yves Saint Laurent em Paris, ela sabe do que está falando.

– Sabia que Wendy dançou com o Balé Nacional? – Wendy voa em seu próprio avião.

– Não, eu não trabalho com Wendy e não, ainda não a conheci! – respondia. Já estava cheio de ouvir sobre ela em todos os lugares aonde ia. Em pouco tem po, a “Miss Perfeição” estava no topo da lista de pessoas que eu não queria conhecer.

Um dia, um a oportunidade surgiu e se m ostrou irresistível ao m eu im aturo senso de travessura. Um a das m inhas novas clientes, a editora da principal revista fem inina do país, ligou-m e e m e perguntou se eu poderia tirar fotos para a capa de um a próxim a edição. No fim das contas, não foi um a m issão tão glam orosa quanto eu esperava. Era para a edição de tricô anual e ela queria que eu fotografasse três gatinhos sentados em um a cesta cheia de lã.

“Onde vou encontrar três gatinhos?” perguntei-m e no m om ento em que desliguei o telefone. Ah, eu sei, disse m eu crápula interior. Por que eu não ligo para a Wendy, Mulher Maravilha, e deixo que ela cuide disso?

Consegui encontrar os dados de sua agência e liguei para ela. A recepcionista pediu que eu esperasse e, alguns m om entos depois, escutei um a voz do outro lado da linha:

– Oi, aqui é Wendy.

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– Sim , eu sei – ela respondeu suavem ente.

Disse-lhe que precisava de três m odelos – gatinhos. Esperava algum a m udança em seu tom de voz educado, m as ela continuou cortês e calm a. Abusei um pouco m ais da sorte para ver com o ela reagiria.

– Tam bém vou precisar de um a pequena cesta, algum as bolas de lã colorida, dois pedaços de papelão de 50 centím etros por 1 m etro, duas dobradiças e um pouco de papel lam inado.

A m aioria das agências de m odelos diria a um fotógrafo para parar de encher se ele pedisse um a lista de acessórios, m as a Mulher Maravilha continuou calm am ente dizendo sim após cada um dos m eus pedidos. Finalizam os a conversa definindo um a data e um horário.

Eu tam bém estava m e arrastando para um tipo de zona sem gravidade. Não conseguia parar de olhar para ela.

O prédio histórico onde ficava m eu apartam ento tinha um antigo elevador com grades de m adeira e m etal. Precisam ente às 17 horas do dia com binado, escutei o m otor do elevador e im aginei que um dos assistentes de Wendy havia chegado. O elevador parou e, alguns segundos depois, ouvi m inha recepcionista, Cecilia, abrir a porta. Pontualm ente – Wendy treina bem seu pessoal, pensei. (Entre os m uitos charm es de Portugal, a pontualidade é bem ausente.) Cecilia entrou no m eu estúdio seguida pela m ulher m ais bonita que eu j á havia visto na m inha vida. Caramba! Ela enviou uma de suas modelos, eu pensei. Um a orquestra com eçou a tocar na m inha cabeça enquanto essa m ulher calm a, linda e im pressionante m e olhava com aqueles olhos azuis brilhantes, sorria, estendia a m ão e dizia: “Oi, eu sou Wendy.”

É difícil explicar com o eu m e senti, m as vou tentar. Parece que perdi m eu senso de realidade; não podia processar bem o que estava acontecendo – era com o se estivesse em estado de choque. Enquanto a orquestra aum entava o volum e na m inha cabeça, ela com eçou a falar.

– Eu trouxe os gatinhos. Você não pediu, m as no cam inho até aqui pedi que um veterinário desse um a exam inada neles e aplicasse um leve sedativo; terem os que esperar 30 m inutos para que faça efeito. Trouxe o papelão e as dobradiças. Im agino que vam os fazer um refletor. Você não pediu parafusos, m as eu trouxe alguns. Im agino que você vai querer colar o papel lam inado na m adeira. Você não pediu cola, m as eu trouxe tam bém .

Minha nossa! Ela estava certa, eu tinha planej ado fazer um refletor para j ogar um a luz de fundo sobre os gatinhos, assim a luz direta não os assustaria. Fiquei im pressionado e desconcertado. Eu tam bém estava m e arrastando para um tipo

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de zona sem gravidade. Não conseguia parar de olhar para ela. Sim , ela era extraordinariam ente bonita, m as era sua presença em geral que estava m e afetando. Ela era tão charm osa.

Enquanto esperávam os os gatinhos se acalm arem , m ontei o refletor. Enquanto preparava o cenário, Wendy foi até um a j anela que ficava de frente para a Baixa, a área de Lisboa onde, durante séculos, poetas, pintores e escritores se reuniam em cafeterias.

– Eu am o a Baixa – disse para ela –, é tão cheia de energia e rom ance. – Eu tam bém – ela respondeu.

Eu estava derretendo.

– Será que você poderia m e dar um a m ãozinha? – perguntei. Ela olhou para m im e estendeu as m ãos.

– Até duas, se você quiser – ela sorriu de novo e m eu coração derreteu. Lá estávam os nós, aj oelhados no chão, de frente um para o outro, em cim a do pedaço de papelão. Com eçam os a am assar o papel lam inado, Wendy em um a ponta, eu na outra, trabalhando j untos em direção ao centro. Quando chegam os lá, nossas m ãos se tocaram por um instante. Eu fiquei sem ar. O que aconteceu depois foi surreal e ainda consigo lem brar os m ínim os detalhes. Um a torrente de energia m aior e m ais am pla do que qualquer coisa que eu j á havia sentido antes passou pelos m eus pés e subiu até m inha cabeça em direção a ela. Olhei diretam ente dentro dos seus olhos e escutei um a voz – sei que era m inha própria voz, m as não a ouvi vindo de dentro, com o norm alm ente acontece, a voz vinha de fora – que dizia “Esta é a coisa m ais ridícula que eu j á disse, m as eu te am o”. A orquestra dentro da m inha cabeça estava tocando alucinadam ente, m as de repente parou. Wendy estava olhando para m im . “Meu Deus”, ela disse. “O que você vai fazer agora?”. Sabia que ela sentia o m esm o. Eu havia encontrado m eu oposto com patível e Wendy havia encontrado o dela.

O que fizem os, depois que eu cum pri a m issão e Cecilia levou os gatinhos para casa durante à noite, foi passar horas e horas e horas conversando. Tínham os tanto a dizer. Com partilham os nossas esperanças e sonhos, nossas opiniões e experiências. Ríam os das m esm as coisas e éram os apaixonados pelas m esm as coisas. Era com o um a am izade profunda transform ada em m úsica.

Wendy e eu tínham os m uito em com um . Ela era britânica, eu tam bém . Nós dois éram os expatriados em Portugal. Ela tinha um brilho travesso no olhar, assim com o eu, e estava vestida de um j eito elegante, porém reservado, que era m eu próprio estilo. O m ais im portante é que estávam os em trabalhos sem elhantes e com partilhávam os o m esm o espírito aventureiro.

Mas tam bém havia aspectos dela que eu sentia que não eram com o os m eus. Ela era paciente e detalhista. Forte, resistente e discreta. Ela era reservada e eu era extrovertido. A form a com o ela olhava e ouvia e prestava atenção m e fazia sentir com o se eu fosse a única pessoa no m undo que im portava.

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Quando acordei naquela m anhã, não tinha ideia de que algum as horas depois m eu m undo m udaria para sem pre. Wendy m e fez entender coisas de um a form a que eu nunca havia pensado antes, e contei-lhe sobre lugares e pessoas que eu havia descoberto, m as sobre os quais ela não sabia nada. Senti-m e orgulhoso e im portante e invencível enquanto ríam os e com partilhávam os nossas vivências. Ela se sentiu segura ao conversar com igo, pois eu apreciava, respeitava e valorizava suas ideias. Eu nunca havia conversado com ninguém daquela form a; era quase com o se tivéssem os procurando um ao outro por todo o universo, durante um a eternidade, até finalm ente nos encontrarm os. Foi um êxtase. Passam os as próxim as sem anas nos encontrando sem pre que podíam os, conversando e rindo, com partilhando e sonhando e sim plesm ente ficando perto um do outro.

E estam os j untos desde então. Criam os cinco filhos e ainda som os apaixonados um pelo outro. A form a com o nos conhecem os perm aneceu fresca na nossa m ente e o rom ance que vivem os teve um forte efeito. Sim , tivem os dias difíceis e duros, m as a ideia de colocar um fim no relacionam ento – de dizer adeus à pessoa que nos faz sentir com pletos – nunca foi um a opção. Seria com o partir nosso coração no m eio.

Acho que é bastante óbvio para a m aioria das pessoas que Wendy e eu tem os um casam ento forte e feliz. As pessoas sem pre nos perguntam qual é nosso segredo. No com eço, eu m e esquivava dessa pergunta, pensando que a resposta seria óbvia – respeito m útuo, interesses com uns, atração etc. Mas conform e os anos passaram e a pergunta continuou surgindo m uitas e m uitas vezes, com ecei a perceber que poderia haver m ais do que se via na superfície. Assim , utilizando m eu treinam ento em PNL, decidi tentar identificar as am eaças com uns em todos os relacionam entos bem -sucedidos, desde a paquera até o com prom isso, e organizei-as de um a form a sim ples, prática e concreta. Tam bém queria m ostrar às pessoas com o aproveitar seu tem po da m elhor form a possível e evitar cair em depressão, além de aj udá-las a aprender com os erros dos outros. Com frequência, ouvim os as pessoas dizerem : “Se eu soubesse naquela época o que sei hoj e, não teria m e m etido nesta confusão”.

Especificam ente, eu decidi:

encontrar casais que se apaixonaram perdidam ente e

perm aneceram energizados e em polgados um com o outro por m uito tem po;

determ inar o que todos esses casais tinham em com um e quais recursos eles utilizaram ; e

dividir as lições que eles poderiam nos ensinar sobre o encontro, a conexão e a união com nosso oposto com patível, em um a série de passos fáceis que qualquer pessoa poderia seguir.

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A busc a por um padrão

Entrevistei casais felizes e duradouros e outros cuj os relacionam entos estavam em vários estágios de desordem . Revisei pesquisas, li livros e artigos sobre o assunto e, finalm ente, percebi que quase ninguém estava tratando de algo fundam ental: os casais m ais bem -sucedidos incorporam um equilíbrio m uito delicado de duas m áxim as – afins atraem afins e opostos se atraem.

Existem centenas de livros sobre com o nam orar, paquerar, dar um a de difícil, fazer que ele a peça em casam ento, fazer que você aceite e coisas do gênero. Mas fiquei im pressionado com o fato de que todos eles pareciam ignorar o óbvio. Nos relacionam entos m ais vibrantes e recom pensadores, as pessoas envolvidas são opostos com patíveis. Isto é o que cada pessoa que espera encontrar o am or deveria procurar – um a pessoa que a faça se sentir com pleta, um a pessoa com a qual você realmente se conecte. Existe m ais de um oposto com patível para você; existem m uitos deles e eles estão por todos os lados. No entanto, a m aioria das pessoas que você conhece não é seu oposto com patível. Você conhecerá m uitas pessoas charm osas ou interessantes, m as elas podem não ser as pessoas certas para você. Portanto, se conhecer alguém de quem gosta m uito, m as o relacionam ento não estiver funcionando com o esperava, e se você não sentir claram ente que vale a pena, term ine o relacionam ento. Não é culpa sua e não é nada pessoal; vocês sim plesm ente não são opostos com patíveis.

Desde que m eus prim eiros dois livros foram publicados, eu j á apareci em vários program as de televisão e rádio e fui entrevistado por dúzias de revistas. Consequentem ente, recebo m uitos e-mails com pedidos de aj uda em relacionam entos. Este livro é a resposta para todas aquelas pessoas que m e perguntaram : “Com o eu faço para encontrar um relacionam ento am oroso duradouro?”. Parece que elas gostariam que alguém pegasse sua m ão e as guiasse no m eio da confusão até seu obj etivo. Este livro é para todos aqueles que j á se sentiram assim . Ele apresenta técnicas com provadas para conectar-se e causar um a ótim a prim eira im pressão. Essas técnicas a afastarão de incertezas nervosas e a levarão a um relacionam ento am oroso e duradouro. Ao m esm o tem po, esse processo exigirá que você sej a autêntica e faça o que parecer m ais natural. Este livro foi escrito de todo o coração e, com o m eus outros livros, foi testado e com provado.

Portanto, não se sente e relaxe. Decida-se a agir segundo o que você está prestes a ler.

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P A RTE 1 P r e par aç ão

O PRIMEIRO PASSO PARA SE APAIXONAR É CONHECER-SE E ENCONTRAR A PESSOA QUE COMPLETARÁ VOCÊ.

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Dalai Lama C A P ÍTU LO 1

O que é o amor ?

Os povos inuítes do Ártico possuem dúzias de palavras para neve, porque a neve em todas as suas form as – leve, pesada, quebradiça, acum ulada e assim por diante – é central para sua vida e sobrevivência diária. Na nossa cultura, a j ulgar pelas m úsicas, livros e film es, o am or é essencial para nossa vida e m esm o assim tem os apenas um a palavra para um fenôm eno que é infinitam ente com plexo e variado. O am or tom a m uitas form as. Existe o am or que sentim os pelos nossos pais, pelos nossos irm ãos e pelos nossos am igos, m as, m esm o deixando de lado esse tipo de am or fam iliar e platônico e focando o am or rom ântico – obj eto deste livro –, ainda há m uitas variações. Todos têm um a opinião sobre o am or, m as será que essa em oção universal e caprichosa pode ser definida?

As pessoas vêm tentando entender e explicar o am or há m ilênios. Na m inha opinião, um a das m elhores observações sobre o am or vem dos antigos gregos. Há quase dois m il e quinhentos anos, o filósofo Platão falou sobre o am or em term os de com pletude. Em seu diálogo O Banquete, ou O Simpósio, ele sugeriu que todos nós buscam os nossa cara-m etade na esperança de nos tornarm os um todo. Ele cham ou esse desej o hum ano por com pletude de busca pelo am or. No m esm o diálogo, o m estre de Platão, Sócrates, disse: “Em nosso am ante nós buscam os e desej am os aquilo que não tem os”.

Todas as religiões têm um a opinião sobre o am or, visto que ele é essencial para nossas crenças espirituais. Se você participar de um casam ento cristão, provavelm ente ouvirá o que São Paulo disse aos Coríntios: “O am or é paciente, é benigno; o am or não arde em ciúm es, não se ufana, não se ensoberbece”.

O j udaísm o afirm a que m arido e m ulher se com plem entam . De acordo com Rabbi Harold Kushner, o Talm ude ensina que um hom em não é com pleto sem um a esposa e um a m ulher não é com pleta sem um m arido. O Corão tam bém sustenta a ideia de que o am or cria com pletude ao dizer que “Deus fez o hom em e a m ulher para se com plem entarem , assim com o a noite com pleta o dia e o dia com pleta a noite”.

“Am or e com paixão são necessidades, não luxos. Sem eles a hum anidade não pode sobreviver.”

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O budism o com para o am or e o casam ento à união do vazio com o êxtase. Dalai Lam a, líder espiritual do budism o tibetano, diz que: “Am or e com paixão são necessidades, não luxos. Sem eles a hum anidade não pode sobreviver”.

Cientistas sociais abordam de form a m ais analítica o entendim ento do am or. Por exem plo, Richard Rapson e Elaine Hatfield, pesquisadores da Universidade do Havaí, dividem o am or em dois tipos principais, que eles cham aram de amor apaixonado e amor companheiro. Eles definem o am or apaixonado com o um estado de desej o intenso e contínuo de união com outra pessoa, que envolve sentim entos sexuais e reações em ocionais poderosas. O am or com panheiro não é tão efusivo. É cultivar sentim entos delicados e crédulos por alguém . A pessoa se sente profundam ente conectada e quer se com prom eter com o outro.

Robert Sternberg, professor de psicologia e educação na Universidade de Yale, defende um a teoria triangular do am or, constituída por paixão, intim idade e com prom isso. A paixão é a parte física – faz a pessoa se sentir estim ulada e audaz, m as, às vezes, leva a decisões ruins. A intim idade é a alegria que você sente ao estar próxim a e conectada com alguém , e o com prom isso é o acordo m útuo de fazer o relacionam ento funcionar. De acordo com Sternberg, diferentes com binações desses três com ponentes geram diferentes tipos de am or e, quando você consegue fazer todos os três pontos do triangulo funcionarem j untos, consegue um am or eterno.

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U m ponto de v ista m ais pe ssoal

Rom ancistas, poetas e escritores proj etam um tipo diferente de luz nesta em oção im precisa. D. H. Laweence escreveu: “Perm ita-se apaixonar-se. Se você ainda não o fez, está desperdiçando sua vida”. O escritor e rom ântico francês Marcel Proust, considerado um dos m aiores escritores no cam po do am or, disse: “O am or é subj etivo. Nós não am am os pessoas reais, m as sim aquelas que criam os na nossa m ente”. E Antoine de Saint-Exupéry, autor de O pequeno príncipe, disse: “A vida nos ensinou que o am or não consiste em olhar um para o outro, m as sim em olhar j untos na m esm a direção”.

Ninguém falou m ais sobre o am or do que o grande poeta William Shakespeare. Em Sonho de uma noite de verão, ele escreveu: “O curso do am or verdadeiro nunca fluiu suavem ente” e em Os dois cavalheiros de Verona, disse: “A esperança é o bastão dos nam orados”, enquanto que em Como gostais ele se refere ao am or com o loucura.

Não é necessário ser um artista ou um pensador para ter um a percepção do am or. Quando pergunto “O que é o am or?” em m eus workshops, todos têm um a resposta diferente. Carol, de 21 anos, disse: “São borboletas no estôm ago e sorrisos o tem po inteiro”. Ry an, de 32 anos, disse: “É paixão, força, m edo, em polgação e confusão”. Kristy, de 40 e poucos anos, disse suavem ente: “Am ar é saber o que a outra pessoa quer sem ter de perguntar”. Sua am iga Maggie disse: “É com o um rio que corre entre dois corações”.

Algum as das m inhas definições favoritas do am or vêm das crianças. Quando lhe perguntaram : “O que significa o am or?”, Rebecca, de oito anos, disse: “Quando m inha avó teve artrite, ela não conseguia m ais se curvar para pintar as unhas dos pés. Por isso, m eu avô faz isso para ela o tem po todo, m esm o depois de ter tido artrite nas m ãos. Isso é am or”. Billy, de quatro anos, foi m ais poético: “Quando alguém te am a, a form a com o a pessoa diz seu nom e é diferente. Você sabe que seu nom e está seguro em sua boca”. O apaixonado pequeno Chris, de oito anos, não poupou palavras floridas: “Am or é quando m inha m ãe vê m eu pai fedorento e suado e ainda diz que ele é m ais bonito que o Robert Redford”.

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A s e tapas do am or

O am or é tão difícil de definir porque não é um a coisa que você tem ou consegue, com o um grande cobertor de plum as. Tam pouco é um a profunda e quente piscina na qual você entra. O am or é um processo. É algo que você faz ou que acontece com você, são as em oções e as turbulências físicas que vêm j unto com ele. O processo real de se apaixonar acontece com um a progressão natural, e passa por quatro etapas: atração, conexão, intimidade e compromisso. A prim eira etapa trata principalm ente da atração física e é acionada por sinais não verbais que fornecem os por m eio de um a com binação de atitude, constituição física e vestuário – nossa aparência geral. As próxim as etapas tratam principalm ente da atração m ental ou em ocional, desenvolvim ento de intim idade e com partilham ento de confidências. E quem diria que, com m ais frequência do que im aginam os, tudo com eça com um olhar e um sorriso?

O prim eiro passo na form ação de qualquer novo relacionam ento é a atração. Sem atração, nada acontece. Os seres hum anos passam a vida toda se avaliando – principalm ente quando conhecem estranhos. É nossa natureza. A avaliação instantânea que fazem os quando encontram os alguém pela prim eira vez é cham ada de resposta de luta ou fuga, m as isso é um pouco equivocado: na verdade, é resposta de luta, fuga ou atração. Cada novo encontro representa um a am eaça ou um a oportunidade. Fazem os j ulgam entos instantâneos: esta pessoa é um am igo ou um inim igo, um a oportunidade ou um a am eaça, atrativa ou repulsiva? Todos tem os nossas ideias e preferências, m uitas das quais foram influenciadas pela sociedade, m ídia, pais e am igos. Algum as pessoas nos fazem sentir am eaçados; outras nos fazem sentir confusos e outras im ediatam ente nos atraem . No geral, nos sentim os atraídos pelas pessoas que acreditam os possuir as m esm as preferências e ideais.

Se duas pessoas se conhecem e se sentem atraídas, ótim o. O cam inho está traçado para o segundo passo em direção ao am or: a conexão. Enviar os sinais errados ou usar as palavras erradas pode fazer tudo desm oronar tão rápido quanto com eçou, m esm o se houver potencial. Enviar os sinais certos e dizer as coisas certas torna a conexão fácil e confortável. Depois é preciso passar ao próxim o passo – criar algum tipo de intim idade. É nessa etapa que você deve fazer a pessoa falar e continuar falando.

Enviar os sinais errados ou usar as palavras erradas pode fazer tudo desm oronar tão rápido quanto com eçou, m esm o se houver potencial.

Existem dois tipos de intim idade: a em ocional e a sexual. Este livro trata principalm ente da intim idade em ocional. Ensinarem os apenas algum as técnicas de paquera com carga sexual, m as deixarem os sua vida sexual em suas m ãos. A

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intim idade em ocional é alcançada tanto por m eio de sinais verbais, tais com o contato visual prolongado e toque incidental, quanto por um estilo de conversa cham ado autoexposição, no qual você com partilha seu verdadeiro eu com outra pessoa. Quanto m ais vocês dois revelam , m ais identificam aspectos pequenos, porém cruciais, de vocês m esm os no outro, podendo provocar sentim entos de unidade e identidade. A partir daqui a transição para o com prom isso com seu oposto com patível será tão natural com o a própria autopreservação. Na verdade, é quase a m esm a coisa. Nesse m om ento, você sabe que não está m ais sozinha – sente-se com pleta, com prom etida e viva.

Amor por acaso

Não seria ótim o se pudéssem os nos apaixonar pela pessoa certa à prim eira vista? Às vezes isso acontece. Ela olha, ele olha, ela sorri, ele sorri – de repente paixões são provocadas, inibições são descartadas e bum ! – Am or à prim eira vista. Isso acontece quando duas pessoas im ediatam ente reconhecem algo na outra que elas absolutam ente sabem o que querem . A atração é tão profunda que as com pele a agir – na verdade, norm alm ente é tão forte que todo o cuidado e bom senso voam pela j anela.

Pesquisas m ostram que não é apenas um a atração física ou sexual, m as sim um reconhecim ento m útuo de que as duas pessoas se com plem entam perfeitam ente em term os de personalidade e tem peram ento.

O Dr. Earl Naum ann, autor de Amor à primeira vista, entrevistou e analisou 1.500 indivíduos de todas as raças, religiões e traj etórias na Am érica e concluiu que o am or à prim eira vista não é um a experiência rara. Além disso, o Dr. Naum ann afirm ou que, se você acredita em am or à prim eira vista, existe 60% de chance de que isso ocorra com você. Estes foram os pontos que o levaram a chegar a essa conclusão:

Quase dois terços da população acredita em am or à prim eira vista.

Dos que creem , m ais da m etade j á vivenciou essa experiência.

50% das pessoas que j á vivenciaram essa experiência se casou com o obj eto de seu afeto. Três quartos desses casais perm aneceram casados. Tom em os com o exem plo a história de Francis e Eileen, pais

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de dois dos m eus am igos m ais próxim os. Durante a Segunda Guerra Mundial, Francis era piloto do avião Spitfire e em um a noite participou de um a apresentação teatral para as tropas. “No m om ento em que Eileen entrou no palco, a sensação m ais estranha tom ou conta de m im ”, Francis m e contou. “Eu pensei: ‘Aquela é minha mulher’. Não tive a m enor dúvida. Não tinha ideia de quem ela era, m as sabia que aquela m ulher ficaria com igo pelo resto da m inha vida. Quando o show term inou, fui até os bastidores e apresentei-m e. Nossos olhares se encontraram e senti um a enorm e explosão de am or que m e deixou sem ar. Lem bro que pensei que aquele m om ento único fez toda a m inha vida valer a pena”.

Francis e Eileen estão casados há 48 anos e têm dois filhos e cinco netos. Curiosam ente, m uitos anos depois seu filho Martin, que hoj e é um bem -sucedido hom em de negócios, estava sentado em um bar de Chicago quando três aerom oças entraram no local. “O tem po parou”, ele m e contou. “Eu virei para um colega e disse ‘Aquela é minha mulher’”. Ele estava certo. Hoj e, 24 anos depois, eles têm três lindos filhos adolescentes.

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Ningué m que r fic ar sozinho

Por que ter alguém especial é tão im portante para os seres hum anos? Não é só pelo com panheirism o, pela segurança ou pela conveniência, m as tam bém porque tem os um a necessidade de nos expressarm os em ocional e intelectualm ente. Todos nós precisam os de alguém em quem confiar para conversar, com partilhar experiências e expressar nossas ideias. Querem os alguém com quem possam os com partilhar os prazeres da vida e, o m ais im portante, alguém que nos dê um a resposta – que reaj a ao que dizem os e nos diga com o estam os indo. Precisam os de alguém que nos observe, que nos valide e nos faça sentir com pletos.

Quando duas pessoas se com unicam de form a aberta e regular, expressando seus sentim entos e em oções, elas oferecem segurança, esperança e conexão para um futuro. Encontram os tudo isso e m ais quando nos expressam os no am or. Cientistas com provaram que a resposta em ocional com partilhada entre duas pessoas apaixonadas equilibra, regula e influencia o ritm o vital do seu corpo e as m antém saudáveis. A frequência cardíaca, a pressão sanguínea, o equilíbrio horm onal e a absorção de açúcar no sangue m elhoram quando duas pessoas se unem em ocionalm ente no am or. Em outras palavras, aquela antiga expressão “Eles têm um a verdadeira quím ica” não é m eram ente um a m etáfora. Pessoas apaixonadas sim plesm ente não se tornam m ais cheias de vida, elas têm um a tendência a perm anecer vivas e ter um a vida m ais rica, m ais saudável e m ais em polgante.

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E m busc a do am or

Se o am or é essencial para nossa saúde e bem -estar, por que às vezes é tão difícil encontrá-lo? Para com eço de conversa, m uito do que Holly wood vem nos m ostrando sobre o parceiro perfeito é um a grande baboseira. A m ídia em geral nos orienta m uito m al quando se trata de encontrar um a pessoa que possa nos com pletar. Se você lê revistas fem ininas ou assiste à televisão ou a film es, é fácil acreditar que deve ter um a determ inada aparência, um determ inado cheiro, conversar sobre determ inadas coisas e aspirar a determ inados obj etivos financeiros e profissionais lim itados se quiser entrar na corrida por um com panheiro.

As pessoas que você vê na televisão e nas revistas, na verdade, são com o você e eu. Sei disso, pois costum ava fotografá-las. Elas são pessoas norm ais com boas roupas, boa m aquiagem e bom foco. Falam palavras escritas por outras pessoas, vestem roupas que outras pessoas escolheram para elas, passam m etade da vida fazendo dietas e às vezes passam por dolorosas cirurgias. Seu glamour faz parte de um a ilusão que perm itim os que sej a im posta sobre nós. A ironia é que, quando você levanta as cortinas, descobre que todo o estilo, a tonificação e o bronzeam ento não agregam m uito à autoestim a dessas pessoas. Por dentro, elas são com o todos nós.

Na tentativa de satisfazer os ideais da m ídia, fom os ludibriados a usar m áscaras e a gostar de pessoas que tam bém usam m áscaras. Será que é m esm o um a surpresa o fato de que, quando as m áscaras caem e vem os o que há atrás delas, encontram os incom patibilidade, frustração e raiva? E é um a surpresa o fato de a taxa de divórcio atualm ente ser de 50%?

Não estou sugerindo que você se acom ode – é exatam ente o contrário; aproveite ao m áxim o o que tem . Só quero que perceba que não há nada de errado com você se não se parecer com as pessoas da televisão e das revistas, porque nem elas se parecem com elas m esm as. Sej a autêntica, m axim ize o que você tem e livre-se das m áscaras. Você poderá descobrir que está escondendo o que realm ente tem para oferecer.

Tam bém fom os condicionados a acreditar que nosso príncipe ou princesa entrará na nossa vida com o num conto de fadas, m as, na m aior parte do tem po, não é assim que funciona. Claro, o am or à prim eira vista acontece (ver box “Am or por acaso”), m as não é prudente contar com isso. Se você perder seu em prego e sim plesm ente ficar esperando alguém bater na sua porta oferecendo um cargo m aravilhoso, talvez espere um a eternidade. Você precisa se expor – conversar com pessoas , explorar oportunidades, fazer conexões. É aí que entra o amor por encomenda.

O am or por encom enda é um a série de passos que a aj uda a se conectar com seu oposto com patível. Não é frio ou calculista e não se contenta com qualquer coisa. É a com preensão do processo de se apaixonar pela pessoa certa e de dar

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passos deliberados para fazer que isso aconteça.

O am or por encom enda se aproveita das experiências das pessoas que acertaram e estão em um relacionam ento feliz e duradouro, m as, com o os erros norm alm ente são os m elhores professores, ele tam bém se aproveita das pessoas que constantem ente se equivocaram . O am or por encom enda usa um a rica linguagem corporal e técnicas linguísticas para aj udar você a fazer o m elhor uso do seu corpo, da sua personalidade e das suas habilidades de com unicação. Você com eçará avaliando sua conversa consigo m esm a, seu diálogo interno, seus valores e m otivações, além de analisar o tipo de pessoa que você pensa que é. Depois analisará sua personalidade e características com portam entais. Você é extrovertida ou introvertida? Racional ou em ocional? Visual, física, sinestésica ou auditiva? Depois que tiver um bom entendim ento sobre si, você poderá descobrir que tipo de pessoa tem m ais probabilidade de am ar e ser am ada.

Quando souber o que está procurando, poderá aj ustar sua autoapresentação para causar um a ótim a prim eira im pressão. Você pode aperfeiçoar suas habilidades de compreensão para acelerar sua habilidade de conectar-se com alguém e encontrar afinidades. A partir daí, poderá deslizar rapidam ente para a intim idade por m eio da autoexposição, com partilhando o tipo de inform ação confidencial que cria laços entre as pessoas. Ensinarei você a gerenciar o tem po, o risco e a agitação em tudo isso, para que possa avançar da form a m ais efetiva e natural possível.

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E X E R CÍ CI 1

Q ue m é v oc ê ? Com o v oc ê é ?

Dedique alguns m inutos para refletir sobre as seguintes perguntas sobre com o você se vê, com o acredita que os dem ais a veem e quais qualidades considera im portantes nos dem ais.

1. Quais são as cinco palavras que você utilizaria para se descrever? 2. Quais são as cinco palavras que você acha que outras pessoas

usariam para a descrever?

3. As palavras são sim ilares? Se não, por que você acha que há um a diferença?

4. Com exceção de com entários sobre sua aparência, qual foi o m elhor elogio que alguém poderia fazer a você?

5. Em sua opinião, quais são as três qualidades m ais im portantes em um am igo? Em um parceiro de negócios? Em com panheiro de um a relação am orosa?

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C A P ÍTU LO 2 Q ue m c omple t ar á voc ê ?

Im agine que você terá de passar o resto de sua vida em um barco a rem o. É um barco grande, portanto é necessário que duas pessoas rem em para que ele continue se m ovim entando. Você e o outro rem ador devem decidir qual direção seguir, devem rem ar com o m esm o ritm o e a m esm a velocidade e se contentar em ficar cada um do seu lado do barco – caso contrário, andarão em círculos até enlouquecerem . Diante de tudo isso, não há dúvidas de que você será m uito seletivo ao escolher seu parceiro.

Esse barco é com o um relacionam ento am oroso, e não é qualquer pessoa que poderia aj udar a rem á-lo. Para com eçar, é preciso encontrar alguém que está seguindo o m esm o cam inho que você, alguém com quem você se entenda e que, ao m esm o tem po, possa enchê-la de entusiasm o quando os esforços dessa j ornada parecerem m uito difíceis. Haverá m om entos para dar e m om entos para receber, e diversos m om entos em que vocês terão que anim ar um ao outro, suportar algum as lam entações e sofrim entos, alegrar um ao outro, acalm ar-se, m anter-se seguros, resistir a um a tem pestade, aquecer-se sob o sol, fazer am igos ao longo do cam inho, cuidar um do outro e abrir espaço para outros passageiros. Com tantos aspectos influenciando sua escolha, você provavelm ente deverá considerar alguns parceiros antes de encontrar a pessoa certa.

Vocês crescerão j untos conform e rem arem j untos, com binando cada rem ada (na m edida do possível), cada um em seu lado do barco. O parceiro que você escolher deve ser capaz de tornar a viagem interessante, abrindo seus olhos para novos pensam entos, novas ideias e novos horizontes enquanto vocês seguem viagem . Você precisa encontrar alguém que a entenda e a com plem ente, alguém que sej a parecido com você em alguns aspectos e diferente em outros. Precisa encontrar seu oposto com patível e fazer que ele se apaixone por você.

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A c hav e para o c oraç ão

No início dos m eus cursos, pergunto aos participantes: “O que você faz para que alguém se apaixone por você?”. A gam a de respostas é tão variada quanto as definições de am or que vim os no últim o capítulo.

Certa vez, um rapaz de vinte e poucos anos disse:

– Você a leva ao topo de um a m ontanha-russa para deixála em polgada e depois diz que quer ser seu nam orado.

– E funciona? – eu perguntei.

– Não – ele disse –, m as li em algum lugar que deveria funcionar. Um a atraente j ovem de trinta e poucos anos disse:

– Eu não hesito e vou atrás dos hom ens pelos quais m e sinto atraída. – E funciona?

– Não – ela adm itiu –, continuo fazendo papel de boba. Outro rapaz bonito e m uito bem -vestido confessou: – Deixe que ela saiba o quão rico você é. – Funciona?

– Claro – ele respondeu –, se você estiver procurando m ulheres interesseiras. Um a m ulher de cabelo escuro e de quase trinta anos disse:

– Sou um a pessoa am igável e aberta, m as acabo m e tornando am iga de m uitas pessoas parecidas com igo.

Um rapaz de boa aparência com um forte sotaque australiano disse: – Eu faço um j ogo de quente e frio com ela: em um dia, flores e rom ance, depois não retorno suas ligações por um a sem ana, depois lhe dou toda a atenção novam ente, com o se ela fosse a única m ulher do m undo.

– Funciona?

– Sim e não. Depende de com o você cham aria dois casam entos fracassados. O fato é que a m aioria de nós não tem m uita ideia de com o encontrar o am or e, com o resultado, tratam os esse assunto de form a m uito aleatória. Estam os tão convencidos de que o am or deve acontecer naturalm ente – com o nos film es –, que ficam os contando com o acaso. No entanto, assim com o ocorre em outros aspectos da vida, você tem um a chance m uito m aior de encontrar alguém quando sabe o que está procurando.

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O princ ípio da c om ple tude

Quando ouvim os pessoas em relacionam entos sólidos, divertidos, produtivos e duradouros dizerem coisas com o “Ela m e faz sentir com pleto” ou “Nós sentim os que som os perfeitos um para o outro”, todas elas estão dizendo a m esm a coisa: am bos os parceiros trazem para o relacionam ento as qualidades que o outro não tem e j untos eles se sentem com o a som a de suas partes. Esses casais estão nos dizendo que são opostos que se com pletam psicologicam ente e suas divergências são o aspecto fundam ental para seu relacionam ento. Lem bre-se do que Sócrates disse: “No am or, buscam os e desej am os aquilo que não tem os”.

A m aioria das am izades se baseia no fato de que nós gostam os de pessoas que são parecidas conosco: é com o a expressão “farinha do m esm o saco”. Obviam ente, nossos am igos não são nossos clones – podem os ser diferentes em vários aspectos –, m as intim am ente costum am os ter m uitas coisas em com um , sej am valores, passatem pos, tradições, crenças políticas, aspectos culturais, entre outras. Geralm ente, quanto m ais sem elhanças vocês tiverem , m elhor será seu relacionam ento.

Esse m esm o elem ento de sem elhança é obrigatório em relacionam entos am orosos. Você verá isso por todos os lados: pessoas que gostam de sair preferem pessoas com essa m esm a característica, intelectuais escolhem intelectuais, ricos e fam osos se aproxim am de seus sem elhantes, e assim por diante. Encontram os conforto na fam iliaridade. Quanto m ais coisas você tem em com um com um a pessoa, m ais confortável e confiante se sente. No fim das contas, é m uito m ais fácil conviver harm onicam ente com alguém com quem você com partilha as m esm as crenças e obj etivos em relação ao dinheiro, realização profissional, educação dos filhos e assim por diante. Os exem plos de m ilionários de Holly wood que se casam com cam areiras e vivem felizes para sem pre são rom ânticos e divertidos de assistir, m as, se você estiver procurando um am or duradouro, não será tão fácil assim .

Fam iliaridade e am izade não são suficientes para sustentar um relacionam ento am oroso. É preciso algo m ais.

No entanto, fam iliaridade, am izade e m otivações com partilhadas não são suficientes para sustentar um relacionam ento am oroso. É preciso algo m ais, um a dim ensão totalm ente nova que conduza à expansão, ao crescim ento e ao dinam ism o. É aí que entra o oposto.

Pessoas com personalidades e traços com portam entais diferentes se com plem entam . Por exem plo, se você é um a pessoa im pulsiva e assertiva, pode se relacionar m elhor com um a pessoa m ais relaxada, m as que sej a contagiada por sua energia. Vej am os com o isso funciona em um a situação real.

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Meros opostos

Durante toda a nossa vida, ouvim os dizer que os opostos se atraem , m as será que isso é verdade? A resposta m ais curta é: “De vez em quando”. Às vezes nos sentim os atraídos por pessoas que não se parecem nem um pouco conosco – elas podem ser bem m ais novas ou m ais velhas, m ais independentes ou responsáveis–, m as tudo indica que não dem orará m uito para que um dos dois, ou am bos, decidam abandonar o barco, deixando o outro a rem ar em círculos novam ente.

Geralm ente, esses relacionam entos acontecem em um m om ento de transição na nossa vida, um período em que, por um a razão qualquer, querem os rom per com nossos antigos padrões. Por algum tem po, talvez nos sintam os encantados com o contraste. Pessoas responsáveis podem se em polgar ao experim entar o lado selvagem , enquanto que boêm ios perseverantes podem se sentir confortáveis ao fazer as coisas do m odo m ais apropriado. No entanto, à m edida que o relacionam ento se desenvolve, é possível que com ecem os a ver as diferenças do nosso parceiro com o falhas que precisam ser consertadas e tentar m oldá-lo com o acreditam os que ele deveria ser – e geralm ente acham os que ele deveria ser m ais parecido conosco.

Alan é um j ovem bonito e perspicaz, de trinta e poucos anos de idade, e vice-presidente de recursos hum anos, que conheci em um dos m eus workshops, alguns anos atrás. Ele está pronto para se casar e com eçar um a fam ília, j á nam orou diversas m ulheres elegantes e bonitas, com grandes carreiras (um a delas era apresentadora de rádio, outra gerenciava um a em presa de software), m as, apesar de sem pre se entusiasm ar no início, os relacionam entos pareciam fracassar depois de alguns m eses. Um dia, Alan conheceu Sarah. Os am igos de Alan notaram que Sarah era bonita o suficiente, m as não com o as m oças que ele costum ava nam orar. Seu trabalho não é especialm ente glam oroso nem dinâm ico: ela é gerente adj unta de um hotel local.

Mesm o assim , Alan disse:

– Sarah m e fez sentir especial desde que a conheci. Seu carro quebrou na m inha frente, em um cruzam ento m ovim entado, e eu fui aj udá-la. Ela ficou m uito agradecida – ele riu. – Minhas outras nam oradas provavelm ente teriam m e dito para cuidar da m inha própria vida, porque elas poderiam se virar

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sozinhas.

Alan logo aprendeu que não im portava o que ele e Sarah estavam fazendo j untos, ela o fazia se sentir energizado e responsável de um a form a sutil, algo que ele nunca havia sentido com nenhum a outra nam orada. Elas diziam que o am avam , m as ele sem pre sentiu que em algum nível elas estavam com petindo com ele, m esm o em coisas triviais. Algo diferente estava acontecendo com Sarah, e ele estava se apaixonando m ais profundam ente do que nunca.

– Parece estranho, m as é com o se fôssem os feitos um para o outro. – O que faz Sarah ser diferente das outras? – perguntei a ele. Ele respondeu im ediatam ente:

– Ela m e faz sentir m otivado, com o se eu pudesse enfrentar o m undo e vencer. – O que m ais?

– Três palavras: ela é inteligente, cuidadosa – ele fez um a pausa – e elegante. – Elegante?

– Sim . Ela sem pre se veste bem e tem um a harm onia.

Conheci Sarah m ais ou m enos um m ês depois, quando Alan convidou Wendy e eu para passear em seu veleiro. Ancoram os em um a baía e, enquanto eles preparavam o alm oço, Sarah e eu tivem os a oportunidade de conversar.

– Vocês dois realm ente com binam – eu disse. – Até agora está tudo correndo bem . Eu ri.

– Com o assim ?

– Acho Alan incrível. Ele faz m uitas coisas, e sem pre tem tem po para se divertir, para aproveitar a vida, com o velej ar neste barco.

– Foi isso que a atraiu nele?

– Bem , eu am o essa característica dele, m as na verdade, essa não foi a coisa m ais im portante. No dia em que eu o conheci, depois dele ter m e aj udado com m eu carro, insisti em pagar um café e acabam os conversando por m ais de um a hora sobre política e vários assuntos, porque havia um a eleição específica ocorrendo no m om ento. Ele ouviu atenciosam ente o que eu tinha a dizer e fez ótim as perguntas. Claro, ele era bonito e divertido e tudo m ais – e você pode não acreditar nisso –, m as senti que ele m e levava realm ente a sério, de um a form a que nenhum outro nam orado havia feito. Foi isso que fez eu m e apaixonar por ele.

Alan satisfez um a necessidade de Sarah: por um lado, fez ela se sentir radiante, bem , inteligente e com pleta. Por outro, Sarah fez Alan se sentir m otivado, alerta e forte. Eles foram a resposta para as perguntas um do outro.

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Conhe ç a- se prim e iro

Quando alguém nos pergunta o que buscam os em um possível parceiro, a m aioria geralm ente descreve alguns de seus atributos: “alguém com um grande senso de hum or” ou “um a pessoa com m uita energia e um espírito aventureiro” ou até m esm o o clássico “alto, m oreno e bonito”. Mas seria m elhor se focássem os não a pessoa que estam os procurando, m as sim nós m esm os – principalm ente com o nos sentiríam os com essa pessoa. Com o eu disse na introdução, na verdade, não nos apaixonam os por um a pessoa; apaixonam o-nos pelos sentim entos que tem os quando estam os com ela. Isso foi o que Alan e Sarah estavam sentindo. Cada um deles aprecia os sentim entos que têm quando estão próxim os – ou quando pensam um no outro.

Para descobrir o que é necessário para que você se sinta com pleta, responda essas duas sim ples perguntas:

1. Você se considera um a pessoa racional ou em ocional? 2. Você se descreveria com o um a pessoa sociável ou reservada? Sarah respondeu racional e reservada, enquanto que Alan respondeu racional e sociável. Por um lado, eles são parecidos e, por outro, são diferentes: por isso, são opostos com patíveis.

O quadro que explica sobre a razão e a em oção a aj udará a ter um a percepção m elhor sobre sua personalidade e a descobrir qual tipo de pessoa a com plem entaria m elhor. Não existem respostas certas ou erradas, portanto, apenas use seus instintos. Com ece elim inando os quadrantes que definitivam ente não se aplicam a você e depois vej a qual se aplica m elhor à sua personalidade. Pode ser que algum as coisas neste quadrante não se apliquem , m as ignore-as. Nem tudo será um a com binação perfeita. E lem bre-se, isso é o que você pensa sobre si, não o que outras pessoas pensam sobre você. Sej a honesta. Ninguém m ais lerá suas respostas.

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E m oc ional

Durante séculos, pensadores dividiram as personalidades em quatro tipos principais. Hipócrates, o pai da m edicina m oderna, referiu-se a eles com o fleumático, colérico, melancólico e sanguíneo, pois acreditava que os fluidos do corpo influenciavam os traços da personalidade. O inovador psiquiatra Carl Jung nom eou seus quatro tipos de personalidade com o personalidade pensativa, sensitiva, sentimental e intuitiva. Independentem ente dos nom es, as categorias são m uito sem elhantes.

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Hoj e, m uitas organizações profissionais que lidam em vendas, educação e m otivação utilizam m ais ou m enos a m esm a divisão. O sistem a DISC, por exem plo – D de dom inância (controlador), I de influência (prom otor), S de estabilidade (apoiador), e C de conform idade (analista) – vem sendo utilizado para traçar o perfil da personalidade de m ais de 50 m ilhões de pessoas nos últim os 30 anos, e o sistem a McCarthy 4MAT é am plam ente utilizado em todo o m undo, para m ostrar com o indivíduos, grupos e organizações assim ilam e reagem a inform ações. Apesar de esses sistem as de perfis variarem um pouco e usarem rótulos diferentes, os quatro tipos de personalidade que eles identificam são m uito sem elhantes.

Em term os gerais, cada tipo de personalidade tem um a característica-chave que deve ser validada. Os analistas precisam se sentir inteligentes, os controladores gostam de se sentir poderosos, os prom otores atuam m elhor quando se sentem im portantes e os apoiadores gostam de se sentir valorizados. Ao conversar com pessoas em relacionam entos longos e vibrantes sobre com o seus opostos com patíveis os com plem entam , foram estes sentim entos que surgiram repetidam ente. “Sinto-m e o hom em m ais inteligente do m undo quando estou com ela”, um analista m e diria. Um a controladora poderia dizer: “Ele m e faz sentir m ais forte”. Um prestativo diria: “Ela faz eu m e sentir útil”. E um prom otor diria: “Ela faz eu m e sentir realm ente im portante”. Além do m ais, quando questionadas sobre relacionam entos anteriores que não deram certo, as pessoas consideraram a falta desses sentim entos com o a causa fundam ental.

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A linguage m do am or

Quando perguntados: “Com o você se sente com a pessoa que am a?”, obviam ente nem todos usaram a palavra inteligente , poderoso, valioso ou im portante, m as a m aioria dos entrevistados transm itiu esses sentim entos de várias m aneiras. Algum as das palavras que eles usaram estão no quadro abaixo. Tudo se resum e à necessidade de sentir-se inteligente, poderoso, valioso e im portante. Claro que a m aioria das pessoas necessita sentir todas essas coisas ou com binações delas de vez em quando, m as socialm ente um a sem pre se sobrepõe às dem ais. Analistas são racionais e reservados e estão m ais interessados em realizar as tarefas da m aneira correta do que em realizá-las. Tom am decisões lógicas e racionais, detestam quando estão errados e necessitam que as pessoas os considerem inteligentes. Controladores são racionais e sociáveis e ficam m ais felizes quando se sentem poderosos. Realizam as tarefas, m as provavelm ente serão cham adas de “m andões” ou “dom inadores” em algum m om ento de sua vida. Os controladores necessitam sentirem -se poderosos publicam ente.

Por um lado, um a pessoa em ocional e socialm ente reservada provavelm ente é apoiadora. Gosta de ser valorizada por outras pessoas por seu carinho, apoio e confiabilidade. Um a pessoa em ocional e sociável, por outro, é provavelm ente do tipo prom otora, um a borboleta social persuasiva que adora ser o centro das atenções. É im portante para ela sentir-se im portante.

Vej a a Tabela.

Considerando que as pessoas se com binam das form as que são m ais im portantes para elas (interesses, valores, religião etc.), indivíduos que pertencem a quadrantes opostos têm m ais chance de criar um laço duradouro do que pessoas que pertencem ao m esm o quadrante. Im agine duas pessoas que gostam de poder rem ando o m esm o barco, am bas disputariam a posição dom inante, am bas iriam querer determ inar o percurso e o ritm o da viagem . Im agine até aonde duas pessoas que gostam de se sentir im portantes iriam para conseguir atenção. O m esm o para duas pessoas que gostam de se sentir inteligentes, pois um a criticaria as decisões da outra e a colocaria para baixo para se sentir m ais inteligente (ou viveria constantem ente com m edo de parecer estúpida em relação ao seu par). No caso de duas pessoas que buscam valores, um a sem pre procuraria o apoio da outra e sim plesm ente rem aria j unto, preferindo concordar com qualquer coisa que o outro dissesse e adiando em vez de balançar o barco.

É m elhor unir um prom otor e um analista e ter um a viagem bem planej ada e divertida, pois um parceiro estaria disposto a com preender a necessidade do outro de se sentir inteligente. Ou unir um controlador e um apoiador e ter um

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capitão confiante e um a tripulação disposta a aj udar. Ou colocar um apoiador com um prom otor e ter um palácio flutuante divertido. Você entendeu a ideia. Um m ais um ainda é igual a dois, m as quando esses dois são opostos com patíveis, as possibilidades parecem infinitas.

Se você j á pisoteou as características-chave do seu parceiro, utilize sua com preensão do que o m otiva para reparar a situação. Mostre ao seu parceiro analista que ele é inteligente e que você respeita suas ideias, ou certifique-se de que seu parceiro apoiador se sinta valorizado, e assim por diante. No futuro, não se esqueça de tratar as características-chave do seu parceiro com cuidado.

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Na se gunda v e z

Conheço Michael desde que ele tinha 14 anos e o encontrei esporadicam ente ao longo dos anos. Hoj e, ele é tem o m ais alto cargo executivo de um a em presa têxtil com m ais de 450 em pregados. Um dia estávam os alm oçando, quando seu am igo Brian foi até nossa m esa para cum prim entá-lo. Nós o convidam os para se sentar e, durante a conversa, descobri que Brian está m uito bem casado com Virginia, ex-m ulher de Michael. Além disso, Brian e Virginia têm a custódia do filho de Michael. E Michael está m uito bem casado, há 12 anos, com um a m ulher cham ada Kim .

Experimente!

Coloque estas descobertas à prova. Digam os que você sej a um a pessoa prom otora e se sinta m elhor com alguém que a faça se sentir im portante. Faça um a retrospectiva da sua vida e dos relacionam entos que teve com outras pessoas – não apenas as pessoas com as quais você se envolveu rom anticam ente, m as tam bém am igos, colegas de trabalho etc. As pessoas com as quais você se sentiu m elhor são tam bém aquelas que fizeram você se sentir im portante?

Tanto Michael quanto Brian tiveram um a atitude fantástica em relação à situação e ficaram felizes em conversar com igo sobre o assunto. Com ecei perguntando-lhes o que eles achavam da frase que introduzi anteriorm ente: Não nos apaixonam os por outras pessoas; nós nos apaixonam os pelos sentim entos que experim entam os quando estam os com elas. Am bos concordaram que faz sentido.

Depois pedi a Michael que com pletasse esta frase:

“Mais que qualquer coisa, Kim m e faz sentir_____________ ”. “Essa é fácil”, ele respondeu, “irrefreável”. Eu perguntei a ele: “Virginia algum a vez j á fez você se sentir irrefreável?”. Ele riu. “De j eito nenhum ”.

Pedi a Brian que respondesse a m esm a pergunta em relação à Virginia. Sem dem ora ele disse: “A palavra que vem à m inha m ente é ‘sensata’”.

Depois perguntei a Michael se Virginia j á o havia feito sentir-se sensato. “Se você quer saber a verdade, ela m e fez sentir um pouco inseguro.”

Naquele m om ento, eu estava dando os últim os retoques nas autoavaliações do final deste capítulo e pedi que Michael e Brian fizessem o teste lá m esm o, no restaurante, durante a sobrem esa e o café. Michael term inou prim eiro: “Sem dificuldades”. Ele disse, entregando-m e os resultados. Com o eu suspeitava, ele é do tipo controlador. Brian dem orou um pouco m ais e criticou alguns detalhes,

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dizendo que o teste não era perfeito. Michael sorriu e olhou para ele, dizendo: “Já descobri: você é um analista”. Brian sorriu. “Sim , provavelm ente você está certo”.

Perguntei se eles se im portariam se Virginia e Kim tam bém realizassem a avaliação – sem a interferência deles. Alguns dias depois, elas m e enviaram os resultados por e-mail: Virginia é controladora e Kim é apoiadora.

Todos esses quatro tipos de pessoas são com patíveis social, cultural, intelectual e até m esm o fisicam ente, m as o casam ento de Virginia e Michael não deu certo porque am bos são controladores. Os segundos casam entos, de Virginia com Brian e de Michael com Kim , são bem -sucedidos porque am bos encontraram seus opostos psicológicos com plem entares.

Campos minados mentais A form a m ais rápida de destruir um relacionam ento (principalm ente se vocês não forem opostos com patíveis) e trazer à tona o pior em seu parceiro é m enosprezar suas características-chave. Essas características conduzem seu com portam ento e sua personalidade e, ao longo do tem po, danificá-las pode gerar consequências graves.

Por exem plo, controladores prosperam quando sentem que conseguem m anter as coisas na linha e que todos os sistem as funcionam sem problem as. Evite fazer com que seu parceiro controlador sinta que está perdendo o controle, ou ele poderá se tornar um valentão. Com o tem po você pode fazê-lo buscar outras form as de restabelecer seu senso de poder.

Da m esm a form a, se você tem um parceiro do tipo analista e costum a envergonhá-lo ou hum ilhá-lo, ele pode se tornar im plicante ou rabugento e as coisas podem não voltar a ser com o antes. Em longo prazo, você corre o risco de ser deixada e dele buscar respeito em outra pessoa.

Você pode fazer m uitas coisas para seu parceiro prom otor, m as, se ignorá-lo ou desaprová-lo m uitas vezes, ele explodirá e ficará aborrecido, além de talvez sentir-se obrigado a buscar apreço e im portância em outro lugar.

Um parceiro apoiador será bastante tolerante, m as se você rej eitar seus sentim entos constantem ente, ele se fechará e som ente depois de m uito tem po – se acontecer – ele voltará a confiar em você. No fim das contas, ele buscará com preensão, valor e aceitação nos braços de outra pessoa.

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E ntusiasm o m útuo

Muitos relacionam entos com eçam com o um resultado apenas de percepções exteriores. Vem os alguém que parece com binar conosco e tentam os com eçar algo a partir desse ponto. No entanto, com o em qualquer outro tipo de construção, precisam os de um a base sólida e equilibrada que possa durar. Quando você avançar neste capítulo e realizar o teste de autoavaliação a seguir, descobrirá que tipo de pessoa você é, quais sentim entos a fazem sentir-se viva para o am or e que tipo de pessoa tem m ais probabilidade de ser seu oposto com patível. O am or é basicam ente um entusiasm o m útuo: as coisas só entram em sintonia quando você está com a pessoa certa, e ficam ainda m elhores quando isso ocorre para am bos. No fim das contas, o obj etivo é parar de tentar fazer as coisas funcionarem e de tentar se esforçar em relacionam entos incom patíveis, para poder encontrar alguém com patível que a com plem ente tanto quanto você o com plem enta.

Bons relacionam entos surgem facilm ente. Com ece a observar com qual tipo de pessoa você se sente m ais confortável. Inúm eras vezes, as pessoas dizem : “O que eu gosto em tal pessoa é que não preciso m odificá-la”. Esta é um a dica incrível para um bom relacionam ento. Procure pessoas com quem as conversas e as conexões ocorram facilm ente. Se as coisas não derem certo para vocês, não se culpe nem se critique por isso. Sej a agradável se for você quem decidir que não está dando certo e depois siga adiante. Se for a outra pessoa que disser: “Você é ótim a, m as eu não acho que sej a a pessoa certa para m im ”, acredite nela e esqueça o assunto. Tentar m udar seu j eito e querer ser com o o outro desej a não funciona. Não se pode forçar o am or.

Referências

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