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Clipping SCA. Data de Criação: 28/12/2020. Criado por: Biblioteca

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Data de Criação: 28/12/2020

Criado por: Biblioteca

Clipping SCA

Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso mesmo, a opinião legal ou manifestação de integrante da SiqueiraCastro.

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Sumário das

Matérias:

Consórcios voltam a atrair e venda de cotas bate recorde

Valor ––28 de dezembro...01

Economia quer reforma e aposta em transação tributária

Valor ––28 de dezembro...07

Nova identidade digital é aposta para reduzir juros

Valor ––28 de dezembro...10

Acordo do Brexit limita serviços financeiros

Valor ––28 de dezembro...12

A futura velha lei de licitações e de contratos públicos

Valor ––28 de dezembro...14

A rua e a regulação pós-pandemia

Valor ––28 de dezembro...16

AES fecha compra de parque eólico no Nordeste por R$ 806 milhões

Valor ––28 de dezembro...19

Saída da Petrobras do TSB abre espaço para conexão

Valor ––28 de dezembro...21

2021 vai ser um ano crucial para setor de óleo e gás

Valor ––28 de dezembro...23

Movimento falimentar

Valor ––28 de dezembro...26

Paranapanema faz acordo sobre dívida com Scotiabank

Valor ––28 de dezembro...27

Aquisições de usinas voltam a ganhar força

Valor ––28 de dezembro...29

Discussão sobre lista de acionistas do IRB deve chegar à Justiça

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BC chinês exige que Ant reorganize negócios

Valor ––28 de dezembro...34

Justiça reverte justa causa aplicada a funcionários flagrados sem máscara

Valor ––28 de dezembro...36

Empresas são inscritas na dívida ativa para negociar com o Fisco

Valor ––28 de dezembro...39

Indedutibilidade de multa é equivocada

Valor ––28 de dezembro...41

Regras para se aposentar pelo INSS mudam em 2021

Folha ––28 de dezembro...44

Diversidade de raça e gênero é tema pouco desenvolvido em empresas que adotaram indicadores sociais

Folha ––28 de dezembro...49

Planos de saúde: conta vai ficar mais alta a partir de janeiro

Globo ––28 de dezembro...52

Bares e restaurantes de São Paulo terão alta de ICMS em janeiro e associação teme colapso

Globo ––28 de dezembro...57

Escritório híbrido está entre tendências do trabalho para 2021

Globo ––28 de dezembro...58

Alteração de limite territorial de município exige plebiscito, decide STF

Conjur ––28 de dezembro...61

Bolsonaro sanciona nova lei de falências

Migalhas ––28 de dezembro...63

Redução de mensalidades escolares na pandemia por leis estaduais é inconstitucional

Migalhas ––28 de dezembro...65

O STF e a tributação dos bens digitais pelo ICMS

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Valor Econômico

Caderno: Primeira Página,

segunda-feira 28 de dezembro de 2020.

Consórcios voltam a atrair e

venda de cotas bate recorde

De janeiro a novembro foram vendidas 2,77 milhões de cotas, 4,9% acima do registrado no mesmo período de 2019, de

acordo com a Associação

Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac)

Por Álvaro Campos e Fernanda Bompan — De São Paulo

Um produto antigo e até há pouco subestimado pelos grandes bancos vem batendo recordes durante a pandemia: os consórcios. Sem necessidade de entrada e com parcelas que cabem no bolso, são uma forma de investir em um bem sem se descapitalizar. No ano, até novembro, foram vendidas 2,77 milhões de cotas, um recorde, 4,9% acima do mesmo período de 2019. O total investido chegou a R$ 150,5 bilhões (alta de 23,4%). O número de consorciados subiu a 7,71 milhões (cota média de R$ 63,78 mil).

Veículos leves, motos e imóveis tiveram o maior número de adesões. Serviços, veículos pesados e eletroeletrônicos cresceram

01

percentualmente mais, na casa dos dois dígitos. As projeções para 2021 são melhores.

No Itaú, a venda de cotas foi recorde, com média de 13,4 mil mensais de agosto a outubro, alta de 55% em relação ao primeiro trimestre do ano. No Banco do Brasil, todos os segmentos de consórcio se recuperaram no segundo semestre. O Santander diz que foi muito bem no segmento imobiliário, algo que deve continuar em 2021. “Como a renda fixa está pouco atrativa com os juros baixos, comprar imóvel voltou a ser considerado instrumento viável de renda”, afirma Vagner Rodrigues, superintendente de consórcios do banco. Há também diversificação. A Porto Seguro, por exemplo, lançou em setembro consórcio para a aquisição de placas de energia solar.

Além do maior interesse dos grandes bancos pelo consórcio, o rigor da fiscalização do Banco Central nos últimos anos reforçou as boas práticas e acabou tirando do mercado empresas que não seguiam as regras. Entre dezembro de 2013 e junho de 2020 houve redução de 28% no

número de administradoras

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Consórcios têm recorde mesmo

com pandemia

Produto se beneficia de maior educação financeira

Por Álvaro Campos e Fernanda Bompan — De São Paulo

Em meio à pandemia e ao forte processo de digitalização do setor financeiro, um produto antigo e até recentemente subestimado pelos grandes bancos vem batendo recordes históricos: o consórcio. Sem necessidade de dar entrada e com parcelas que cabem no bolso, ele é

visto como uma forma de

planejamento financeiro e uma possibilidade de investir em um bem sem se descapitalizar, o que tem atraído cada vez mais gente.

Segundo dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac), de janeiro a novembro foram vendidas 2,77 milhões de cotas de consórcio, um número recorde e 4,9% acima do registrado no mesmo período de 2019. Em volume financeiro, foram R$ 150,53 bilhões, expansão de 23,4%. Com os novos clientes, o número de consorciados no Brasil

02 chega a 7,71 milhões. O tíquete médio da cota é de R$ 63,78 mil.

Das 2,77 milhões de novas adesões este ano, 1,21 milhão foram de veículos leves (crescimento de 4,3% sobre o mesmo intervalo de 2019); 955,51 mil de motocicletas (alta de 2,3%); 341,44 mil de imóveis (15,2%); 94,95 mil de serviços (48,0%); 101,69 mil de veículos pesados (17,9%); e 69,44 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis (39,3%). Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac, lembra que o consórcio é uma “jabuticaba” brasileira e que outra forma tradicional e segura de investimento, a poupança, também bateu recorde de captação este ano. “O consórcio é uma poupança com objetivo definido, que dá uma disciplina financeira que muitas aplicações não te conferem”, conta. E é um investimento de longa duração. Em um consórcio de imóveis, por exemplo, o prazo médio é de 213 meses; em veículos, 86 meses.

Em abril, ainda no início da pandemia, o Banco Central baixou a Circular 4009, que permitiu às administradoras de consórcio o

pagamento em espécie aos

consorciados de maneira imediata, sem que eles tenham de esperar um prazo de 180 dias para o saque em dinheiro após a contemplação, como era antes. Além disso, o prazo para a formação de um grupo de consórcio passou de 90 para até 180 dias, o que dá mais flexibilidade para as administradoras.

Também, no caso da constituição de grupos de consórcio com valores diferenciados, o limite mínimo para o

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crédito de menor valor passou de 50% para 30% do crédito de maior valor. Nessas situações, o cliente pode pedir a migração de uma cota mais cara para uma mais barata, o que vai diminuir sua parcela e lhe dar um alívio financeiro.

Rossi conta que a demanda por essas medidas extraordinárias do BC - que terminam no fim do ano -- variou muito de instituição para instituição, por depender também do perfil do consumidor, mas que no geral elas são benéficas. “Estamos avaliando internamente e pode ser que a Abac peça ao BC a extensão dessa medidas, porque elas não prejudicam o andamento dos grupos e trazem mais flexibilidade. No momento em que estamos, com outra onda de coronavírus, pode ser que o BC prorrogue por mais tempo”, afirma. Questionado sobre uma eventual prorrogação das medidas, o BC afirmou que em princípio elas são provisórias, bem como as inseridas em outras normas editadas para o cenário de pandemia, previstas para uso apenas em caráter emergencial. Assim, não há intenção de torná-as permanentes. “A avaliação da efetividade das medidas para enfrentamento da crise decorrente da pandemia é um processo em andamento”, disse.

Para os grandes bancos, essas medidas foram de pouco impacto. Representantes do segmento do Itaú e do Santander, por exemplo, afirmaram que a inciativa do regulador foi acertada e ajudou aqueles clientes que dependiam de liquidez, mas não houve tanta demanda. Danilo Caffaro, diretor de crédito imobiliário e consórcios do

03 Itaú, comenta que o banco esperava uma maior procura, o que não se configurou. Já Vagner Rodrigues, superintendente de consórcios do Santander, afirma que grande parte dos clientes tem um fluxo tranquilo de pagamento das parcelas, não sendo necessário recorrer ao saque em um período menor que 180 dias. “Não foi uma medida que tenha atingido uma massa crítica dos nossos clientes.” O presidente da BB Consórcios, Fausto de Andrade Ribeiro, acrescenta que o fim da validade da circular não terá grandes impactos no crescimento do setor, tendo em vista que o prazo concedido para o saque dos valores (de abril a dezembro) foi suficiente para que os consorciados que possuíam operações na condição específica pleiteassem o saque dos valores.

Consórcio espera novos ganhos

em 2021

Recuperação da atividade e possível alta de juros tornam modalidade ainda mais atrativa Por Álvaro Campos — De São Paulo

Se mesmo em um ambiente de forte recessão como ocorreu este ano o segmento de consórcios bateu recordes, para 2021 as projeções são ainda melhores. Além da retomada econômica, a expectativa de alta da Selic tende a beneficiar a modalidade, uma vez que torna os juros dos financiamentos mais caros e, por consequência, as taxas de administração dos consórcios mais

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atrativas. Mudanças no comportamento da população provocadas da pandemia, que passou a trabalhar em casa, também podem favorecer o segmento de imóveis.

Mesmo com as medidas de

isolamento, que provocaram fortes quedas nas vendas em março e abril, os grandes participantes se recuperaram e acreditam que no próximo ano os consórcios terão ainda mais fôlego.

O Itaú informou que nos últimos meses atingiu patamares históricos de produção, com níveis superiores ao período pré-pandemia. De agosto a outubro deste ano, a instituição teve uma média mensal de venda de 13,4 mil cotas, alta de cerca de 55% se comparado com os primeiros três meses de 2020. “Nossa produção vai fechar o ano mais forte do que no início da pandemia”, afirma Danilo Caffaro, diretor de crédito imobiliário e consórcios.

No Banco do Brasil, todos os segmentos de consórcio apresentaram recuperação no segundo semestre de 2020, dos quais destacaram-se, particularmente, os de automóveis e motocicletas, com performance de vendas superior a 150% quando comparada ao período do início da pandemia. “Os dados gerais do setor de consórcio indicam forte recuperação em 2020 e as perspectivas para 2021 são ainda melhores, haja vista que, mesmo com a crise econômica em virtude da pandemia, o setor vem mostrando força e solidez”, afirma o presidente da BB Consórcios, Fausto Ribeiro.

05 O Santander diz que foi bastante beneficiado pelo segmento imobiliário em 2020, algo que deve continuar no próximo ano. “As pessoas ao verem uma nova forma de trabalhar em casa buscam um novo perfil de imóvel, procurando comprar fora dos grandes centro urbanos. Além disso, como a renda fixa está pouco atrativa devido aos juros baixos, comprar um imóvel voltou a ser considerado um instrumento viável de renda”, afirma Vagner Rodrigues, superintendente de consórcios do banco.

Caffaro diz que o Itaú está focado em aumentar sua atuação no mercado. A instituição pretende expandir seus produtos no ano que vem para consórcios de serviços (algum tipo de procedimento cirúrgico, por exemplo) e eletrônicos (como compra de computadores).

Na Porto Seguro, o cenário é semelhante. Em setembro a companhia lançou um novo consórcio de bens duráveis, para a aquisição de placas de energia solar. “Acredito que o setor de consórcios vai continuar com forte desempenho em 2021. A atividade vai se recuperar, os juros podem subir - o que torna o consórcio mais atrativo - e ainda tem as mudanças no modo de vida trazidas pela pandemia”, explica Paulo Calderón, diretor da área de consórcios da seguradora.

No Sicoob, a oferta de consórcios é relativamente nova, começou em 2012, com a aquisição da Ponta Administradora, e desde então cresce em um ritmo superior ao do mercado. “Nós temos uma capilaridade muito grande, com mais de 3 mil pontos de atendimento, então este ano sofremos um pouco com as medidas de

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lockdown, mas ainda assim teremos um crescimento de 35% em 2020. O agronegócio está voando e, com o otimismo se desenhando, as pessoas querem recompor seu patrimônio”, afirma o gerente nacional de consórcios, Itamar Cardoso Filho. O banco cooperativo fez uma campanha especial de marketing e só na semana da Black Friday vendeu R$ 2,8 bilhões em cotas de consórcio, com crescimento de 40% na comparação com a mesma data em 2019.

Entre as administradoras

independentes, a Embracon é uma das maiores que operam nos seis segmentos de consórcio, com mais de 160 mil clientes. Luís Toscano, vice-presidente de negócios, diz que o produto foi se modernizando ao longo dos anos. Hoje, na empresa, nenhuma transação é feita mais em papel. “Quando as medidas de isolamento foram decretadas, em três dias estávamos com toda a equipe em home office. Mudamos as estratégias de marketing para o on-line, treinamos as equipes de venda”, conta.

Além dos produtos próprios, a Embracon também opera consórcios para alguns parceiros na modalidade “white label”, como os bancos RCI e Banese. Toscano diz que, com a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a Lei Complementar 175, que altera a o recolhimento do ISS para o município onde está o cliente, e não mais a cidade-sede do prestador do serviço, o custo de observância para administradoras de consórcio deve aumentar bastante nos próximos anos. “Estabelecer parcerias é uma forma de diminuir custos”, afirma.

06 Calderón, da Porto Seguro, lembra que o Brasil tem quase 11 milhões de microempreendedores individuais, que fazem parte de um público que não tem acesso a produtos de crédito mais complexos. “O brasileiro tem sentido uma maior necessidade de educação financeira e o consórcio é

um produto extremamente

democrático”, diz. O executivo diz que a seguradora foi ágil em reformular produtos, como o consórcio imobiliário, que ganhou parcelas reduzidas até a contemplação.

Além do maior interesse dos grandes bancos pelo consórcio, o rigor da fiscalização do Banco Central nos últimos anos reforçou as boas práticas

entre as administradoras

independentes e acabou tirando do mercado aquelas que não atendiam as regras. Procurado, o BC afirmou que atua preventivamente para identificar problemas, permitindo o tempestivo tratamento e garantindo o regular funcionamento do mercado. “Ao longo dos últimos anos, essa atuação contribuiu para uma depuração do segmento de consórcio. Entre dezembro de 2013 e junho de 2020, houve uma redução de 28% no

número de administradoras

autorizadas”, informou. Hoje, o país tem 139 administradoras de consórcio.

https://valor.globo.com/impresso/20201 228/

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, segunda-feira 28 de

dezembro de 2020.

Economia quer reforma e

aposta em transação tributária

Ideia é fazer limpeza de

passivos, preparando as

empresas, enquanto busca

resolver impasse no Congresso Por Fabio Graner — De Brasília

Mesmo travada no Congresso, a equipe econômica segue acreditando que conseguirá fazer em 2021 uma reforma tributária. Embora ideias como o imposto sobre transações estejam suspensas, outros temas tributários estão ganhando espaço, como a ampliação do mecanismo de transação tributária - para renegociar dívidas do Funrural (problema que se arrasta com produtores rurais) e para encerrar disputas envolvendo divergências de teses tributárias na Justiça - e a permissão para se atualizar valores de imóveis, com antecipação de pagamento de tributo. A ideia é fazer uma limpeza de passivos tributários, preparando as empresas, enquanto se tenta resolver no Congresso o desafio da simplificação e reestruturação do sistema tributário brasileiro.

O problema todo continua sendo político, admitem fontes da área

07

econômica. Ao mesmo tempo que a maior parte dos textos das outras etapas da reforma está pronta dentro da Economia, os técnicos do governo vinham em negociações diretas com o relator da reforma, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Mas o processo não andou, apesar das promessas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Agora, com o processo sucessório na Câmara, as incertezas aumentam. O grupo de Maia quer essa reforma mais do que o grupo de Arthur Lira (PP-AL), candidato do Palácio do Planalto para chefiar a Câmara e que prefere antes aprovar a administrativa. Por outro lado, a relação de Lira com Guedes é bem melhor do que com Maia.

A Economia tenta resolver as questões dentro do relatório de Ribeiro, mas, se não for adiante, os projetos de lei e as PECs serão enviados para o Congresso votar. Dentro das negociações com Ribeiro, por exemplo, foi proposta pela equipe econômica a ideia de redução da CBS para 10% (hoje ela está em 12%), para viabilizar um acordo com Estados e municípios em torno de um IVA federal de 22% - abaixo portanto dos cerca de 30% a 35% estimados pelo time de Guedes em relação ao desenho da proposta de IBS geral da Câmara e também dos 25% estimados pelo autor técnico da proposta da casa (a PEC 45), Bernard Appy.

Ribeiro ainda não manifestou para a Economia qual sua visão sobre essa proposta, que deve implicar perda de

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arrecadação, a ser compensada em outras áreas.

Nesse sentido, uma das propostas envolve fundos constitucionais, que hoje são administrados pelo governo federal e usados por meio dos bancos federais das regiões Nordeste e Norte. A ideia seria repassar o controle desses fundos, que têm um fluxo anual de mais de R$ 35 bilhões, para os governos dessas regiões que saírem “perdedores” nas reformas. É um jeito do governo de tentar resolver o problema sem a criação de um novo fundo de desenvolvimento regional, um dos temas de impasse entre Maia e Guedes.

A equipe econômica acredita também que parte da recuperação da arrecadação ao longo do tempo viria de um crescimento maior do PIB, além de outras iniciativas, como a redução de benefícios tributários - deduções de educação e saúde no Imposto de Renda, por exemplo. Na questão do IR, a mudança mais importante será para as empresas. A intenção é reduzir de 25% para 20% o IRPJ. A compensação viria em parte com a tributação de dividendos, prevista hoje para ficar em 20%, em um processo que visa também reduzir o processo de pejotização e aumentar o investimento das empresas. O IRPJ deve ter mudança de base de cálculo também, para evitar que no conjunto haja aumento de carga.

Outra etapa da reforma ataca os tributos indiretos. A Economia quer uniformizar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e deixar a cobrança em algo que vá de zero a no máximo 5%. Seria criado o que se convencionou chamar de

08 “imposto do pecado”, para pesar a mão em produtos como cigarros, cujos efeitos negativos pressionam o sistema de saúde pública. As alíquotas variariam de 15% a mais de

30%, conforme produto e

“externalidade negativa”.

A proposta de desoneração da folha de pagamentos com substituição pelo imposto sobre transações, que seria uma quarta fase da reforma, está suspensa, com as resistências dentro e fora do governo contra esse tributo. Mas a equipe econômica ainda acredita que o tema pode voltar à pauta, inclusive a pedido de parlamentares.

A ampliação da transação tributária e a ideia de permitir atualização de valores de imóveis (pagando antecipadamente uma alíquota de 4%, em vez de 15% sobre todo a valorização) estão sendo tratadas como uma nova etapa, a quinta, por seu caráter de limpeza de balanço das empresas. Mas na prática não mudam o sistema.

Para Fábio Calcini, sócio do escritório Brasil, Salomão e Matthes, a ampliação do mecanismo de transação tributária pode ser feito já com o que tem em vigor da lei, mas poderia haver aperfeiçoamentos, como ampliar as possibilidades de negociação de descontos e uso de prejuízos fiscais como moeda de pagamento. Também aponta que seria interessante uma rodada de dívidas com a Receita vencidas em até 90 dias. Além disso, o governo pode de fato dar amplitude permitindo a negociação de passivos decorrentes de controvérsias tributárias, que está prevista na lei, mas ainda não foi usada.

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É esse, aliás, um dos caminhos mesmo a serem seguidos pelo governo em 2021. As equipes da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) já estão avançadas no mapeamento das teses que podem ser consideradas interessantes para negociação. Uma parte delas envolve o PIS/Cofins. Uma fonte lembra o caso do Funrural, que pode ter rodada própria de transação, no qual os contribuintes pareciam que iam ganhar sua tese e acabaram perdendo. A transação sobre disputas judiciais, nesse caso, reduziria os riscos e custos de ambas as partes. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/ 12/28/economia-quer-reforma-e-aposta-em-transacao-tributaria.ghtml Retorne ao índice 09

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, segunda-feira 28 de

dezembro de 2020.

Nova identidade digital é

aposta para reduzir juros

Para governo, com possibilidade de fraude menor, tomada de crédito por consumidor também será facilitada

Por Lu Aiko Otta — De Brasília

Em fase final de estruturação, a identidade digital que o governo pretende lançar no ano que vem vai formar uma dobradinha com o Pix e agitar o mercado de crédito, com redução de juros na ponta. Esta é uma das apostas do Ministério da Economia, segundo informou ao Valor o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Paes de Andrade.

Hoje, os cidadãos brasileiros ainda dependem de um pedaço de papel plastificado para dizer que são eles mesmos e de um cartório para provar que estão vivos e que podem assinar documentos. O projeto do governo é levar tudo isso para o ambiente virtual, de forma segura.

10

“A identidade digital vai permitir que os bancos conheçam melhor seus clientes, o que é a base fundamental para o crédito”, afirmou o secretário. Segundo ele, será menor a possibilidade de fraudes como uma pessoa utilizar documentos falsos para abrir conta e tomar empréstimo. Junto com o Pix e o open banking, as instituições poderão avaliar melhor a alavancagem dos clientes. “Teremos uma melhora significativa na possibilidade de crédito”, disse. Isso deve se refletir em menores custos aos tomadores.

As aplicações da identidade digital vão além. Conectada à plataforma de serviços do governo ela vai permitir, por exemplo, que as pessoas possam ter um prontuário médico único. Ou que os contribuintes possam receber uma versão previamente preenchida da declaração do Imposto de Renda, algo que atualmente só é acessível a quem possui certificado digital. Há tratativas com o Ministério da Educação para aperfeiçoar o ensino a distância que a pandemia impôs neste ano.

Com uma identificação única para cada cidadão, haverá também impacto na segurança pública, acredita Paes de Andrade. Ficará mais difícil a criminosos se manterem sob identidade falsa.

Questionado se não estaríamos caminhando para o mundo descrito pelo escritor George Orwell na obra “1984”, com um “Big Brother” controlando a vida das pessoas, o secretário comparou: no livro, existe um Estado totalitário que determina o

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que as pessoas podem ou não podem fazer. O que a digitalização traz, na visão dele, é o contrário: os cidadãos são os donos da informação e cabe a eles dar permissão ao Estado para que coisas sejam feitas.

Da mesma forma como se relacionam atualmente com serviços como Amazon e iFood, as pessoas deverão relacionar-se com o governo. Isso já vem sendo feito por meio da plataforma gov.br, que hoje possui 93 milhões de pessoas cadastradas. Até o momento, foram digitalizados 1.063 serviços, de um total de 4.000. A meta é chegar a 100% até o fim de 2022.

Ao entrar na plataforma, o cidadão tem acesso a serviços como sacar abono salarial, obter carteira de trabalho ou solicitar o seguro-desemprego, além de pedir aposentadoria, contestar auto de infração emitido pela Polícia Rodoviária Federal, solicitar registro de pescador amador, entre outros. O ingresso no gov.br pode ser feito com o login de bancos que se integraram à plataforma: Bradesco, Banco do Brasil e Banrisul. O Banco de Brasília (BRB) está em processo de integração. É possível também realizar serviços prestados por 13 Estados e 74 municípios.

Considerando a economia em deslocamento, tempo de espera em fila, tempo perdido no trabalho e outros, o governo estima que a digitalização proporcione uma economia de R$ 1,7 bilhão ao ano para a população e mais R$ 540 milhões para o governo, com a redução de burocracia e custeio da máquina.

11 A transformação digital é um projeto que vem desde a transição, disse o secretário. Consiste em reduzir a quantidade de interferências humanas em processos do governo. Com isso, diminui a burocracia. “Os bancos fizeram a transformação digital e continuam fazendo”, comparou Paes de Andrade. “O atendimento melhorou muito.”

O Brasil ficou em 16º lugar num ranking de governo digital elaborado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). A classificação ficou acima da média do bloco e superior à de países como Alemanha, Estônia, Holanda, Áustria e Irlanda.

No ranking Índice de Serviços Online (OSI) realizado pela ONU em 2020, o Brasil está na 20ª posição entre 193 nações. É classificado como nível “muito alto” de desenvolvimento do governo eletrônico e ocupa o segundo lugar no continente americano, atrás apenas dos EUA.

https://valor.globo.com/impresso/20201 228/

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, segunda-feira 28 de

dezembro de 2020.

Acordo do Brexit limita

serviços financeiros

Bancos, seguradoras e outras empresas financeiras sediadas no Reino Unido dependerão de aval de Bruxelas para ter acesso aos mercados europeus

Por Agências Internacionais

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, previu grandes mudanças como resultado do acordo comercial que seu governo negociou com a União Europeia (UE), completando a separação do país do bloco. Por outro lado, ele admitiu que o entendimento não tem tanto quanto ele gostaria em relação ao setor de serviços financeiros e equivalência regulatória.

Pelo acordo, o acesso aos mercados da UE não será concedido a bancos, seguradoras e outras empresas financeiras sediadas no Reino Unido, a menos que suas regras sejam consideradas “equivalentes”.

O reconhecimento mútuo de padrões, o que teria permitido às empresas fabricar produtos no Reino Unido e comercializá-los na UE sem certificação extra, não faz parte da negociação.

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Da mesma forma, trabalhadores do setor de serviços do Reino Unido - que representa 80% da economia - terão de enfrentar novos custos e burocracia, pois suas qualificações profissionais não serão mais reconhecidas automaticamente na UE. O acordo também exige documentação alfandegária extra. O ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, disse, ontem, que o Reino Unido tentará “fazer as coisas de maneira um pouco diferente” no setor de serviços financeiros depois de deixar o mercado único, mas acrescentou que espera que ambas as partes trabalhem juntas.

As partes pretendem chegar a um acordo sobre cooperação regulatória em serviços financeiros até março de 2021. “Permaneceremos em um diálogo próximo com nossos parceiros europeus quando se trata de coisas como decisões de equivalência”, destacou Sunak.

https://valor.globo.com/mundo/noticia/ 2020/12/28/acordo-do-brexit-limita-servicos-financeiros.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, segunda-feira 28 de

dezembro de 2020.

A futura velha lei de licitações

e de contratos públicos

Apesar da simplificação de

processos, permanece o rígido modelo burocrático

Por Fernando Vernalha

— Foto: Divulgação/PAC

O projeto da nova lei de licitações e contratos públicos aprovado recentemente no Congresso Nacional tem um objetivo ambicioso: criar uma legislação geral e única para as contratações do Poder Público, substituindo o conjunto de leis vigentes sobre a matéria. Sua motivação é conhecida de tantas iniciativas similares propostas ao

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longo dos últimos anos: a alegada obsolescência da Lei Geral de Licitações e Contratos (Lei 8.666/93). Mas o projeto peca ao não propor soluções para as patologias mais relevantes do atual modelo, limitando-se a reproduzir, com uma ou outra novidade pontual, a filosofia e o perfil do regime vigente. Está fadado, por isso, a gerar - tal como a fábula de Benjamin Button - uma lei que nascerá velha.

A reforma da lei de licitações e contratos é assunto dos mais sérios na atualidade. Dada a dimensão da aquisição de bens e serviços pelo Estado, as ineficiências de um sistema de contratações tendem a gerar não apenas custos significativos às administrações públicas, mas impactos relevantes no próprio funcionamento da economia. Há custos associados à burocracia, ao tempo de contratar, à insegurança dos contratados quanto a práticas abusivas das administrações etc. A eventual má qualidade do sistema produz enormes prejuízos aos agentes econômicos públicos e privados. O processo de revisão da lei, por isso, deve merecer todas as atenções. No trade-off que se estabelece entre controle e eficiência, é nítida a opção do controlador pelo primeiro

O primeiro passo para compreender os temas críticos dessa reforma é o mapeamento das deficiências do atual regime. Eu as resumiria em duas patologias mais evidentes.

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Em primeiro lugar, o caráter excessivamente burocrático da licitação. A legislação atual concebeu um regramento bastante formalista e ritualístico, farto em estruturas

procedimentais previamente

definidas e com pressupostos rígidos para sua utilização. Os caminhos processuais são longos, cheios de fases e ricos em formalidades. O resultado é uma governança muito cara até alcançar-se a contratação. E o detalhe é que em muitos casos esses caminhos burocráticos não conduzem às melhores escolhas, que dependeriam de análises menos objetivas e mais realistas das ofertas. Mas a limitação à liberdade dos gestores em interagir com fornecedores, comparar propostas e fugir ao script burocrático da licitação dificulta a superação do artificialismo do modelo burocrático.

E é sempre bom lembrar que essa conotação exageradamente formalista e burocrática da licitação é fruto da interpretação que lhe foi feita historicamente pelas instâncias de controle (refiro-me aos Tribunais de Contas, Ministério Público e Poder Judiciário). É verdade que esse apego à burocracia como forma de controle oferece conforto ao controlador, mas

gera custos diversos às

administrações e limita as melhores escolhas.

No trade-off que se estabelece entre controle e eficiência, é nítida a opção do controlador pelo primeiro. Mas eu ousaria dizer que nem a burocracia é tão eficaz assim para inibir desvios - a operação Lava-Jato que o diga -, nem seus custos são desprezíveis, como parecem supor os controladores. Muito pelo contrário. Uma

14 governança de má qualidade custa caro ao Estado, além de retardar o funcionamento dos mercados - dado o forte impacto do sistema de aquisições públicas na economia. A segunda patologia do sistema vigente de contratações é o culto à supremacia da administração pública na relação com os agentes privados. O atual regime, embora se esforce em prever direitos ao contratado privado, está fundado em prerrogativas contratuais da Poder Público. Há uma relação contratual assimétrica entre o privado e o público, que reserva a este poderes de penalizar o contratado, de alterar o contrato, rescindi-lo, anulá-lo e até descumpri-anulá-lo por um certo prazo, sem que o contratado possa suspender suas obrigações.

Esse regime foi forjado na década de 80, fundado na ideia de que o Estado deve deter poderes especiais para interferir nos contratos que mantém com os privados, com vistas a impedir que o interesse coletivo fique refém do conteúdo do contrato.

Sua finalidade seria evitar que o interesse público ficasse exposto ao

risco de comportamentos

oportunistas dos privados caso as administrações tivessem de negociar para implementar inovações nos contratos. A questão é que essas prerrogativas não apenas não funcionam para inibir o risco do oportunismo privado - isso poderia ser melhor endereçado com uma boa regulação contratual -, como abrem a porta para condutas oportunistas da própria administração pública. Além disso, o risco do uso arbitrário dessas prerrogativas é uma insegurança invariavelmente precificada nas

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ofertas manifestadas na licitação, encarecendo o custo dos contratos. Neste contexto, merece nota a leniência do atual regime com o inadimplemento público. A legislação não tem sido incisiva o suficiente para gerar incentivos mais diretos para que as administrações públicas se

mantenham pontuais no

cumprimento de suas obrigações (embora seja constrangedor que as administrações precisem de incentivos mais diretos para isso). Isso explica o altíssimo nível de inadimplência contratual do Poder Público, outra causa relevante do elevado custo de transação na contratação pública.

Uma regulação relapsa quanto aos direitos do contratado privado, o caráter de adesão dos contratos administrativos e um sistema de enforcement de direitos moroso, pouco eficaz e contaminado por uma visão parcial dos controladores sobre o conflito público-privado tornam o

ambiente da contratação

administrativa no Brasil bastante desafiador para os agentes privados. O problema é que nenhuma dessas patologias foi devidamente remediada com o projeto da nova lei de licitações e contratos públicos. A nova proposta, embora contribua para avançar na simplificação do processo de licitação,

reproduz um modelo ainda

rigidamente burocrático e um regime de contratos lastreado na supremacia do público em relação ao privado.

15 É verdade que há boas inovações no projeto. Mas ele não avançou no que era fundamental. Deveríamos ter investido mais na desburocratização da licitação, assim como na “privatização” do regime de contratos

públicos, restringindo-se

prerrogativas e os aproximando dos contratos privados. Tudo para reduzir as ineficiências do sistema. Será lamentável, afinal, que depois de tanto tempo aguardando uma reforma

como essa, acabemos nos

contentando apenas com um “facelift” no regime, que deixa sem resposta os temas verdadeiramente críticos das licitações e contratos no Brasil.

Fernando Vernalha é Doutor em Direito (UFPR), professor de

Direito Administrativo e advogado. https://valor.globo.com/opiniao/coluna/a- futura-velha-lei-de-licitacoes-e-de-contratos-publicos.ghtml Retorne ao índice

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Valor Econômico

Caderno: Opinião, segunda-feira 28

de dezembro de 2020.

A rua e a regulação

pós-pandemia

Sobreposição de crises

catalisadas pela pandemia indica novas tendências

Por Frederico Haddad

As eleições de 2020 também foram contaminadas pela pandemia. Além da campanha majoritariamente virtual e do tardio interesse do eleitor, os debates incorporam aspectos da tragédia sanitária e social vivida pelos brasileiros em 2020. Propostas nas áreas da saúde, trabalho e assistência apareceram com destaque, sob o mote de salvar vidas e garantir renda às populações. Pouco se falou, contudo, dos impactos da pandemia sobre as ruas, a política de mobilidade e o planejamento urbano.

Nas cidades, nenhum bem material é mais relevante do que as ruas. Por

16

essência, a via urbana é um bem comum, o espaço público por excelência e um foco constante de conflitos. Trata-se de um dos principais palcos de manifestações políticas e culturais, e um objeto frequente das reivindicações populares. O modelo de ocupação e as regras de uso das vias envolvem uma disputa distributiva intensa, com desdobramentos para a fruição de diversos direitos políticos e sociais.

Também sobre a rua, a

pandemia deve trazer efeitos duradouros. Isso exige uma visão prospectiva do Estado, que apreenda oportunidades para intervir sobre a organização social, contribuindo para um meio urbano mais humano e democrático

A sobreposição de crises catalisadas pela pandemia - sanitária, econômica e ambiental - indica novas tendências e o rearranjo de fatores relevantes da organização social, com impactos sobre as vias e sua gestão. Abordam-se aqui cinco tendências que, Abordam-se confirmadas, merecem atenção: adesão ao teletrabalho; alterações na demanda por imóveis; rearranjo da dicotomia entre transporte individual e coletivo; crescimento do comércio digital; e efeitos sobre os modos de transporte ativo.

A rápida disseminação da covid exigiu medidas de distanciamento. Muitas empresas adotaram o trabalho remoto. O expediente não é novo, mas, pelas circunstâncias, ganhou escala inédita, servindo de laboratório para alternativa que parecia longínqua. Pesquisas mostram forte

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predisposição a mantê-la parcialmente pós-pandemia. Ainda que muitas funções não a comportem, há uma correspondência que potencializa efeitos: profissionais de maior escolaridade, de atividades mais afeitas ao teletrabalho, respondem pela maior parte dos deslocamentos por carro.

Assim, mesmo sendo uma minoria privilegiada, a queda de suas viagens tende a diminuir a pressão sobre as vias. Confirmada, essa tendência pode abrir oportunidades interessantes de reversão do modelo rodoviarista de ocupação do espaço público.

A segunda refere-se à demanda por terra privada. Um dos atrativos do teletrabalho para empresas é a diminuição de custos administrativos (aluguel, luz etc.). Sua ampliação implica menor demanda por espaços comerciais, exigindo adaptação da oferta e, talvez, barateamento em cascata dos aluguéis comerciais. De modo correlato, tende-se a um rearranjo no trade off entre espaço e localização: deslocando-se menos, as classes médias tornam-se menos dispostas a pagar mais para morar perto do centro; mais em casa, tendem a demandar habitações maiores, cuja disponibilidade é maior e o preço, menor em bairros mais distantes (subúrbios) ou cidades limítrofes das manchas urbanas. Mercado imobiliário e conformação

do viário são altamente

interdependentes. Tais mudanças realçam a necessidade de articular política de mobilidade e planejamento urbano.

Ainda que a segunda tendência derive da anterior, não se deve descartar um

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descompasso. A adoção do

teletrabalho pode durar o suficiente para alterar a demanda habitacional, mas não a ponto de se diminuir as viagens de carro a longo prazo. Com isso, se teria um efeito inverso diferido, com o crescimento da demanda por espaço residencial causando, como já ocorreu antes, pressão sobre as vias, reforçando espraiamento e erosão urbana, às custas da diversidade e pujança das cidades.

A terceira tendência refere-se à concorrência entre modos coletivos e individuais. Na pandemia, muitas das pessoas que podiam deixaram o transporte de massas, priorizando modos individuais. Superada a crise, essa tendência pode perder força ou, de outro lado, a opção pelos modos coletivos pode não voltar ao que era antes, como apontou estudo do IEA-USP.

A definição não se dará ao acaso, mas muito em função de fatores como a gestão dos transportes e o nível de cuidado com a integridade dos passageiros. Ou seja, o futuro aqui igualmente passa pela gestão urbana, que deve garantir um transporte público de qualidade também sob o aspecto sanitário.

Passando à quarta tendência, tem-se que o isolamento impulsionou como nunca o comércio eletrônico, inclusive de itens básicos, disponíveis em qualquer esquina. As pessoas deixam de circular para consumir e seu deslocamento dá lugar ao transporte de bens, de natureza diversa. Acentua-se a faceta das vias como suporte para atividades econômicas de escala, com externalidades sociais e ambientais.

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Ao invés de pequenos comércios, bancas etc, passam a extrair mais renda da infraestrutura pública as plataformas que conectam ofertantes e consumidores, explorando, em paralelo, o trabalho dos entregadores. O modelo não remete apenas ao papel estatal de reger as novas relações de trabalho, mas também de regular a redistribuição dos ônus e benefícios dos excedentes de renda da terra. Os aplicativos oferecem facilidades e ganham também às custas da sobreutilização do viário, sendo justo que contribuam com as cidades por isso. Novamente, uma regulação inteligente e calibrada das vias se faz essencial.

Por fim, merecem atenção os modos ativos de transporte (caminhada, bicicleta...) e a economia do compartilhamento, que viveram processos de expansão relacionados. A pandemia afastou as pessoas da rua. Pode-se aproveitar a “demanda reprimida” para dar outro impulso a uma relação mais sadia e sustentável com as cidades ou, por inércia, perenizar um retrocesso. Modos ativos podem ser tanto alternativa aos motorizados, como complemento relevante aos coletivos. Mais uma vez, gestão e regulação das vias serão decisivas.

Tais tendências podem ou não se confirmar. O fato é que, também em relação à rua, a pandemia deve trazer efeitos duradouros. Isso exige, ainda mais, uma visão prospectiva do Estado, que apreenda oportunidades e desafios para intervir sobre o rearranjo da organização social, contribuindo para um meio urbano mais democrático, humano e eficiente. Ferramentas de gestão e

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regulação das vias serão

indispensáveis.

Frederico Haddad é doutorando em direito econômico pela USP, mestre em Direito do Estado e bacharel em Direito pela mesma faculdade. É autor de “Função social das vias urbanas: uma análise à luz da teoria jurídica das políticas pública” (FDSUP, 2019).

https://valor.globo.com/opiniao/coluna/a-rua-e-a-regulacao-pos-pandemia.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, segunda-feira 28

de dezembro de 2020.

AES fecha compra de parque

eólico no Nordeste por R$ 806

milhões

Com o negócio, o investimento da AES em aquisições soma R$ 1,456 bilhão em 2020

Por Carlos Prieto — De São Paulo

Freitas, CEO da AES: “Os parques MS e Santos têm contrato de longo prazo. Isso gera estabilidade para o portfólio da AES” — Foto: Claudio Belli/Valor

Em um ano que parece não terminar para a AES Brasil (ex-AES Tietê), a elétrica anunciou ontem a compra de mais um complexo eólico no Nordeste, na divisa entre Rio Grande do Norte e Ceará. A empresa fechou a aquisição dos parques MS e Santos, com 158,5 MW de potência instalada e que pertenciam ao grupo Cúbico, por R$ 806 milhões. Desse total, R$ 529 milhões foram em dinheiro e R$

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277 milhões em dívidas. Com o negócio, o investimento da AES em aquisições soma R$ 1,456 bilhão em 2020.

A aquisição é mais um movimento importante em um ano repleto de decisões estratégicas. A AES começou o ano enfrentando oferta hostil de compra por parte da Eneva. Para evitar o negócio, sua controladora, a americana AES Corp., adquiriu a participação da sócia BNDESPar na elétrica e manteve seu controle. Também em 2020, a AES fechou a compra do complexo eólico Ventus (RN), vendeu a usina de Uruguaiana (RS), lançou plataforma digital para o mercado livre, mudou o nome e a identidade visual e no início deste

mês comunicou mudança no

comando. O atual CEO, Ítalo Freitas, deixa o cargo em 15 de janeiro e será substituído por Clarissa Sadock, hoje vice-presidente financeira e de relações com investidores.

Freitas disse que a AES fecha 2020 com 4 GW de potência instalada, sendo 1,35 GW de energia eólica ou solar e 2,65 GW em geração hídrica. “Os parques MS e Santos estão em operação desde 2013 e têm contrato de longo prazo [20 anos]. Isso gera estabilidade para o portfólio da AES.” O complexo eólico tem 93% de disponibilidade - tempo que realmente ele consegue gerar sem ser afetado por fatores externos, como manutenção. “Temos experiência na gestão de ativos e vamos melhorar esse índice. O parque Ventus tinha 90% de disponibilidade e hoje atinge 98%”, diz Freitas. A empresa tem ainda um pipeline de projetos chamado Complexo Eólico Cajuína,

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também no Rio Grande do Norte, montando um cluster na região. Próximo de deixar o cargo para assumir a vice-presidência de novos negócios da America do Sul, onde deve levar a experiência brasileira para outros países da região, Freitas diz que o crescimento do grupo no Brasil passa por três pontos. O primeiro é investir no mercado livre, que será o “principal canal de crescimento da energia renovável”. O segundo é a expansão da plataforma digital, com oferta maior de serviços aos clientes, como monitoramento e consultoria. E finalmente melhorar a performance dos ativos.

“O que vai gerar crescimento é ser inovador. Inovador com a melhor solução para o cliente. Inovador na construção do nosso parque gerador. E inovador na gestão de nossos ativos”, defende. Freitas destaca o centro de operações da companhia, instalado em Bauru (SP), de onde é possível gerir todas as usinas e parques, como peça fundamental nessa estratégia. “Conseguimos de lá ligar uma máquina ou saber se um equipamento corre risco de ter problemas.” https://valor.globo.com/empresas/notici a/2020/12/28/aes-fecha-compra-de- parque-eolico-no-nordeste-por-r-806-milhoes.ghtml Retorne ao índice 20

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, segunda-feira 28

de dezembro de 2020.

Saída da Petrobras do TSB abre

espaço para conexão

O grupo ítalo-argentino Techint é um dos potenciais interessados na expansão do gasoduto no Sul do país

Por Gabriela Ruddy — Do Rio

O anúncio da Petrobras da venda da participação de 25% que a empresa

detém na Transportadora

Sulbrasileira de Gás (TSB) abre espaço para o avanço do projeto de expansão da integração da malha de gasodutos entre Brasil e Argentina. A TSB é a operadora do trecho de 25 quilômetros que liga a malha argentina até Uruguaiana (RS), na fronteira entre os dois países, onde existe hoje uma termelétrica. A

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companhia também opera outro duto de mesmo tamanho que conecta o Polo Petroquímico de Triunfo (RS) à capital Porto Alegre, onde termina o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). A expectativa é que a entrada de novos sócios privados na TSB contribua para tirar do papel o projeto de construir um duto de 565 quilômetro para conectar os dois trechos operados pela transportadora no Rio Grande do Sul, o que consolidaria a integração entre as malhas de gás brasileira, argentina e boliviana (ver mapa ao lado). Entre as empresas que estão de olho no projeto está o grupo ítalo-argentino Techint. O grupo de engenharia e construção tem também uma companhia produtora de gás na Argentina, a Tecpetrol, além de uma fabricante de tubos, a Tenaris.

A Tecpetrol produz 17 milhões de metros cúbicos de gás por dia (m3/dia) a partir de atividades não convencionais na região de Vaca Muerta, na Bacia de Neuquén, no norte da Patagônia. O grupo enxerga a possibilidade de escoar a produção para o mercado brasileiro, em meio à abertura do setor no país. O diretor comercial e de desenvolvimento de negócios da Techint, Luis Guilherme de Sá, diz que o gás argentino pode chegar ao Brasil ao preço de US$ 2,2 por milhão de BTU no verão, quando o consumo argentino é menor, bastante abaixo do preço médio praticado no mercado nacional, de cerca de US$ 14 por milhão de BTU. “O que limita a produção em Vaca Muerta é o mercado. O Brasil é um destino óbvio para esse gás”, diz Sá.

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A TSB é uma empresa da Petrobras, Ipiranga Produtos de Petróleo, Repsol e Total, cada uma com 25% de participação. A Techint não confirma se tem interesse em adquirir participação na TSB, mas o diretor afirma que a companhia quer “ajudar a viabilizar a extensão da forma que for possível” e que “o grupo pode agregar valor ao projeto pois tem uma experiência muito grande na área”. A expectativa do grupo é fornecer os tubos para a extensão, pois a própria Tenaris foi responsável pelos 50 quilômetros em operação. Neste caso, os dutos e revestimentos seriam fabricados na planta da Tenaris em Pindamonhangaba (SP). Apesar de a companhia também ter uma fábrica na Argentina, questões logísticas devem favorecer a produção no Brasil. “Esse duto deve ser de grande diâmetro e a planta que temos no Brasil é especializada nesse tipo de tubos. Além disso, a logística para o transporte para os dutos virem de outro país pode ser mais onerosa. Ter produção local de forma competitiva ajuda a reduzir o custo do investimento”, diz o diretor institucional da Tenaris, Idarilho Nascimento.

Junto com o anúncio da venda na fatia na TSB, a Petrobras também iniciou o processo para se desfazer da participação de 51% que possui na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), que opera o Gasbol em território brasileiro. Ampliar a integração da malha da TSB com o projeto que vem da Bolívia pode fazer com que a maior oferta de gás viabilize a produção nacional de fertilizantes para a agroindústria no Centro-Oeste. “A TBG tem uma

22 participação importante nesse projeto, porque isso cria uma nova oportunidade de colocação de gás na rede. Conceitualmente, o projeto faz todo sentido, pois liga quem produz a quem consome e pode viabilizar uma série de investimentos, mas ele precisa ser estruturado e ter a viabilidade econômica que permita a construção”, conclui Sá.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta que a extensão demandaria investimentos de R$ 4,6 milhões, com base em cálculos de 2019. A demanda potencial para o gasoduto é estimada em 5,3 milhões de m3/dia de gás. A conexão está em estudo há quase três décadas, mas ficou de lado após a queda da produção argentina de gás no início dos anos 2000.

https://valor.globo.com/empresas/notici a/2020/12/28/saida-da-petrobras-do-tsb-abre-espaco-para-conexao.ghtml Retorne ao índice

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, segunda-feira 28

de dezembro de 2020.

2021 vai ser um ano crucial

para setor de óleo e gás

A Petrobras tem até o fim do

próximo ano para concluir

desinvestimentos que

esbarraram num cenário difícil Por André Ramalho e Gabriela Ruddy — Do Rio

Depois de um 2020 turbulento para a indústria de óleo e gás, 2021 se desenha como um ano crucial para o avanço dos processos de abertura dos mercados de gás natural, refino e de campos maduros. A Petrobras tem até o fim do próximo ano para concluir os desinvestimentos nessas áreas, mas esbarrou num cenário difícil e viu alguns dos negócios atrasarem.

A expectativa é que algumas das vendas acabem escorregando para 2022. Esse é o caso, por exemplo, das refinarias. A petroleira brasileira assumiu compromisso com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para concluir a alienação de todas as unidades localizadas fora do eixo Rio-São Paulo (oito no total) até dezembro do ano que vem.

Este mês, a diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara,

23

disse que a empresa espera concluir a venda das refinarias incluídas no termo com o Cade até o primeiro semestre de 2022 e que a estatal pretende ter “pelo menos alguns dos desinvestimentos” fechados até o fim do ano que vem.

Nas últimas semanas a Petrobras começou a reconhecer que o prazo originalmente traçado com o Cade pode não se cumprir. Empresas como o grupo Ultra, Raízen e o fundo Mubadala estão entre as empresas que manifestaram interesse nos ativos da estatal.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, afirma que a estatal precisará acelerar as negociações em 2021, sobretudo no primeiro semestre, sob o risco de que a proximidade com o calendário eleitoral de 2022 possa criar um

ambiente desfavorável a

privatizações. Além disso, Pires comenta que a pandemia, a depender do sucesso ou não das vacinas e da mutação do vírus, pode voltar a desestabilizar o mercado em 2021 e dificultar a busca por compradores para os ativos.

O sócio da área de óleo e gás do Veirano Advogados, Ali El Hage Filho, acredita que uma negociação entre Petrobras e Cade, para extensão dos compromissos, é possível. “Não tem por que o Cade não flexibilizar essas datas [para abertura dos mercados de refino e gás]. Tivemos ano de pandemia, investidores de fora tomaram passos diferentes... No refino a meta é muito agressiva e o número de interessados não é

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gigantesco. Não são vendas fáceis de fazer”, comentou.

No gás natural, a Petrobras concluiu em 2020 a saída da Transportadora Associada de Gás (TAG), mas a maioria dos compromissos assumidos com o Cade atrasou. O processo de venda da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) começou na semana passada - isso porque a Agência Nacional do Petróleo (ANP) só aprovou este mês o processo de valoração da base regulatória de ativos do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), um dos critérios utilizados para calcular a tarifa máxima que a TBG pode cobrar e que impacta na precificação do

ativo, no programa de

desinvestimentos.

A companhia espera assinar o contrato para a venda do ativo em 2021, assim como da Transportadora Sulbrasileira de Gás (TSB), mas admite a possibilidade de pedir ao Cade autorização para concluir os desinvestimentos no ano seguinte. “[A ampliação do prazo] vai depender também de quem vai comprar [os ativos]. Dependendo da resposta do mercado, a gente pode conversar com o Cade. Já existe a possibilidade de a Petrobras pleitear um prazo adicional”, disse a gerente-executiva de gestão de Portfólio da estatal, Ana Paula Saraiva, em coletiva de imprensa.

Já a venda da Gaspetro (empresa que reúne as participações da estatal nas distribuidoras de gás) emperrou depois que a proposta da Compass, da Cosan, foi desqualificada. Segundo a petroleira, a Compass não atendeu às exigências de desverticalização impostas pelo Cade. A Compass tenta

24 reverter a decisão, mas a Petrobras já sinalizou que buscará um novo modelo para a venda de sua fatia de 51% no ativo. O desinvestimento da Gaspetro pode rcomeçar do zero. Anelise Lara afirmou que a petroleira buscará não só a Mitsui, sua sócia na Gaspetro, mas também os governos estaduais, para discutir um novo formato para a venda do ativo. “Vários estados brasileiros querem vender sua participação nas distribuidoras de gás, o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] está envolvido nisso. Talvez seja o momento de todos sentarmos à mesa para definirmos a saída da [Petrobras] da distribuição de gás de forma mais organizada”, afirmou este mês, em evento online. Outro compromisso com o Cade que atrasou e ficará para 2021 é o processo de arrendamento do terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Bahia. A estatal realizou uma primeira rodada em setembro deste ano, mas recebeu apenas uma proposta válida, da Golar Power

(Hygo), que acabou sendo

desclassificada da competição após revisão do grau de risco de integridade da empresa.

A expectativa da estatal é fazer uma nova licitação em 2021, mas a falta de calendário de chamadas públicas para contratação de capacidade nos gasodutos ainda inibe as empresas interessadas no terminal - que, sem uma clareza sobre quando poderão colocar o gás na malha nacional, veem dificuldades em acessar o consumidor final.

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Outro segmento no qual a saída da Petrobras deve se consolidar em 2021 é o de campos maduros em terra e águas rasas. Na semana passada, a ANP adiou novamente o prazo para que a estatal conclua as negociações para venda desses ativos. O prazo vigente para que a Petrobras alienasse seus ativos, sob o risco de ter as concessões cassadas, vencia ao fim deste ano. “Esperamos que 2021 seja o ano que conclua todos esses

desinvestimentos”, afirmou

recentemente o diretor da agência, Raphael Moura.

A ANP passará a fazer o acompanhamento sistemático dos contratos de concessão. A Petrobras deverá apresentar relatórios trimestrais sobre o avanço do processo de desinvestimento. A agência poderá iniciar o processo de extinção contratual para os campos sem produção caso conclua que não houve evolução do processo.

Com o novo adiamento concedido pela ANP, a Petrobras terá até 30 de junho de 2021 para enviar à agência os termos da venda dos 54 campos que compõem os Polos de Recôncavo, Miranga, Remanso, Garoupa, Peroá-Cangoá, Merluza e Ceará Mar. Outros 15 campos que não despertaram o interesse do mercado serão incluídos nos processos de desinvestimentos dos Polos de Carmópolis, Potiguar e Urucu - que ganharam prazo de um ano para serem vendidos.

Até o momento, dos 183 campos de terra e águas rasas colocados no processo de desinvestimento original, 100 campos foram vendidos; 54 encontram-se em fase de negociação e 15 não tiveram sucesso. Outros 14 campos estão em processo de

25 devolução, para serem incluídos na oferta permanente.

https://valor.globo.com/empresas/notici a/2020/12/28/2021-vai-ser-um-ano-crucial-para-setor-de-oleo-e-gas.ghtml Retorne ao índice

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Caderno: Empresas, segunda-feira 28

de dezembro de 2020.

Movimento falimentar

Falências Decretadas

Empresa: Galindo & Jd Distribuidora Ltda. - CNPJ: 05.439.479/0001-80 - Endereço: Rua Paulo Henrique Machado Pimentel, 37, Galpão 04, Bairro Inácio Barbosa, Aracaju/se - Administrador Judicial: Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda., Representada Pelo Economista Sr. José Luiz Lindoso da Silva - Vara/Comarca: 25a Vara de Recife/PE - Observação: Recuperação Judicial convolada em Falência. Empresa: Galindo Distribuidora e Representação Ltda. - CNPJ: 08.195.158/0001-76 - Endereço: Av. Prefeito Antonio Pereira, 600, Bairro Várzea - Administrador Judicial: Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda., Representada Pelo Economista Sr. José Luiz Lindoso da Silva - Vara/Comarca: 25a Vara de Recife/PE - Observação: Recuperação Judicial convolada em Falência. Empresa: Mais Distribuidora de Produtos Farmacêuticos Ltda. - CNPJ: 06.790.252/0001-48 - Endereço: Av. Governador Miguel Arraes de Alencar, 1380, Galpão 3m21, Setor Ac, Bairro Pontes Dos Carvalhos, Cabo de Santo

26

Agostinho/pe - Administrador Judicial: Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda., Representada Pelo Economista Sr. José Luiz Lindoso da Silva - Vara/Comarca: 25a Vara de Recife/PE - Observação: Recuperação Judicial convolada em Falência. https://valor.globo.com/empresas/no

ticia/2020/12/28/f266b54e-movimento-falimentar.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, segunda-feira 28

de dezembro de 2020.

Paranapanema faz acordo

sobre dívida com Scotiabank

Credor de R$ 174,4 milhões, banco canadense concordou em suspender pedido de falência após empresa apresentar novas condições para pagar dívida Por Ivo Ribeiro — De São Paulo

Em um esforço para destravar as negociações da reestruturação de sua dívida com vários credores financeiros, desde o início da semana passada, a Paranapanema e o banco Scotiabank Brasil chegaram a um acordo no fim da tarde de quinta-feira. Com isso, a instituição financeira concordou em suspender o pedido de falência aberto contra a empresa no início de dezembro em razão de uma dívida vencida desde agosto no valor de R$ 174,4 milhões. O acordo, conforme apurou o Valor, foi obtido após reuniões entre o presidente da fabricante brasileira de produtos de cobre e o CEO da subsidiária do banco canadense no país. A empresa apresentou novas bases para repactuação da dívida, dentro de um pacote que está sendo negociado com outros nove credores financeiros da companhia.

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A melhora nas condições de renegociação da dívida, que atenderam ao pleito do Scotiabank, foi estendida também a todo o grupo de credores, informou uma fonte ao Valor. O objetivo foi contemplar a todos dentro do processo de reperfilamento do endividamento da empresa.

O total da dívida que está sendo reestruturada com os credores financeiros desde março, incluindo o Scotiabank, é de US$ 510 milhões (R$ 2,65 bilhões pelo cotação do dólar de quinta-feira).

Os demais credores da Paranapanema são Bradesco, Banco do Brasil e Caixa - que têm juntos a receber cerca de US$ 160 milhões -, Cargill Finance (em torno de US$ 150 milhões), o chinês CCB, Sumitomo, BNP e ING. Caixa e Cargill são também acionistas da companhia, com 16% e 7% do capital, respectivamente.

O valor do crédito do Scotiabank representa US$ 33,5 milhões - quase 7% do total.

A situação da empresa, que tem operações na Bahia, Espírito Santo e São Paulo, se complicou quando o Scotiabank deixou as negociações há cerca de um mês, insatisfeito com formato e condições de alongamento que foram apresentados pela Paranapanema durante as tratativas. Por isso, na noite de 3 de dezembro, o banco decidiu pedir a falência.

O pedido foi protocolado na 1 Vara Regional Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1 Região Administrativa Judiciária do

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Estado de São Paulo. O crédito do banco canadense a receber da fabricante de cobre se refere a cinco operações de adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACCs), vencidas entre 23 de março e meados de agosto.

Na semana seguinte, a empresa obteve uma liminar (tutela antecipada) na Justiça da Comarca de Santo André (SP), a qual suspendeu todos os protestos em cartórios feitos pelo Scotiabank, necessários para o pedido de falência. Com isso, segundo explicou uma fonte a par do caso, o pedido do banco perdeu sua eficácia. De qualquer forma, a Paranapanema buscou entendimentos com o banco, pois considerava que era importante a suspensão, pela próprio instituição, do processo de falência da companhia. A empresa também considerava fundamental a sua volta à mesa de negociações, para que se avançasse, de forma conjunta, o acordo de repactuação de toda a dívida, dentro de novas bases, contemplando todos os credores. Procurada, a empresa confirmou o avanço das negociações com o banco e o grupo de credores. Também procurado, o advogado do Scotiabank, Ricardo Amorim, não retornos os contatos.

O pagamento da dívida da Paranapanema está suspenso desde março. Na época, ciente de que não teria geração de caixa suficiente para honrar R$ 600 milhões até setembro, a empresa reuniu-se com seus principais credores e firmou um acordo de “standstill” - no jargão do mercado, adiamento dos pagamentos do principal e juros. Ao mesmo tempo

28 passou a negociar com todos um novo prazo, em novas condições, para quitar os compromissos financeiros. O objetivo da companhia, antes do impasse com o Scotiabank, era concluir a reestruturação dos US$ 510 milhões até o final de 2020. Porém, agora, com as novas condições, o memorando de entendimentos com cada credor poderá gerar um atraso na operação e avançar janeiro adentro. https://valor.globo.com/empresas/notici a/2020/12/28/paranapanema-faz- acordo-sobre-divida-com-scotiabank.ghtml Retorne ao índice

Referências

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