No início de agosto de 1914, as
potências europeias desencadearam
um conflito militar que ficou
conhecido, entre os contemporâneos,
como a “Grande Guerra”.
Pela dimensão dos efeitos
materiais e humanos
devastadores, muitos
pensaram que o mundo não
viveria mais nenhum conflito
bélico.
Vista aérea de um ataque com gás.
A situação da Europa
Os antecedentes da guerra de 1914-1918
Choque de interesses económicos entre as grandes
potências
Domínio do comércio mundial
Generalização de
um clima de “paz
armada”
Corrida aos
armamentos
Supremacia industrialDomínio do acesso a matérias-primas Expansão colonial em África e posse de
colónias
Luta pela supremacia política na Europa e no Mundo
Formação de alianças militares
1882 Tríplice Aliança Império Austro-Húngaro Império Alemão Itália 1907 Tríplice Entente França Inglaterra Império Russo
Rivalidades políticas e coloniais Não só entre as potências europeias, mas relativamente a outras potências
emergentes: EUA e Japão
Vários conflitos regionais evidenciam as rivalidades e preparam o clima de
guerra generalizada
Conflito de Fachoda; Guerra dos Boers
Rivalidades em Marrocos Instabilidade nos Balcãs Cobiça pelos territórios africanos…
As grandes potências europeias: Inglaterra; França; Império Alemão; Itália; Império Russo; Império
Se a ideia de uma guerra mundial
antes de 1914 era remota…
No verão de 1914 tornou-se realidade!
Apesar do ambiente de tensão…
O acontecimento que fez
deflagrar a guerra:
O assassinato, em Sarajevo,
do arquiduque Francisco
Fernando, herdeiro do trono do
Império Austro-Húngaro, por
um estudante sérvio
a 28 de junho de 1914
Na zona mais
sensível das tensões
e rivalidades: a
Península Balcânica
O acontecimento despoletou o
sistema de alianças e a declaração
de guerra generalizada entre as
alianças rivais
Qual o acontecimento que contribuiu de forma
mais direta para desencadear o conflito?
O assassinato:
Francisco Fernando, arquiduque
e herdeiro do trono do Império
Austro-Húngaro, foi assassinado,
por um sérvio, em Sarajevo,
durante a visita ao território da
Bósnia-Herzegovina, que tinha
sido anexada, em 1908, pela
Áustria.
Tríplice Aliança
(Impérios centrais)
28 de julho - a Áustria-Hungria
declara guerra à Sérvia
1 de agosto - a Alemanha declara
guerra à Rússia; a Alemanha assina
um tratado secreto com o Império
Otomano
3 de agosto - a Alemanha declara
guerra à França e à Bélgica; a
Alemanha invade a Rússia
6 de agosto - a Áustria-Hungria
declara guerra à Rússia
27 de agosto - a Áustria-Hungria
declara guerra ao Japão
Tríplice Entente
(Aliados)
29 de julho - a Rússia decide a
mobilização geral; a Alemanha invade
a Rússia
4 de agosto - a Grã-Bretanha e a
França declaram guerra à Alemanha; a
Alemanha invade a Bélgica
6 de agosto - a Sérvia declara guerra
à Alemanha
11 de agosto - a França declara
guerra à Áustria-Hungria
12 de agosto – a Grã-Bretanha
declara guerra à Áustria-Hungria
1 de novembro - a Rússia declara
guerra ao Império Otomano
5 de novembro - a França e a
Inglaterra declaram guerra ao Império
Otomano
A guerra envolveu forças
militares de países de
todos os continentes.
Os combates ocorreram na
Europa, em África, na Ásia e nos
respetivos domínios coloniais.
Abrangeram forças
terrestres, aéreas e
marítimas.
A guerra submarina
ocorreu sobretudo
no Atlântico.
Foram usadas novas armas e mais
mortíferas, quer pela capacidade de
disparo, quer pelo uso de gases e
produtos químicos.
EXÉRCITO DE TERRA E DE MAR
Como tal não aconteceu, na frente ocidental de combate, as tropas
inimigas fizeram tréguas (não autorizadas pelas chefias) para comemorar
o Natal em 25 de dezembro de 1914…
A Europa era um “barril de pólvora” cujo rastilho foi aceso em Sarajevo.
O jogo das alianças arrastou as potências para uma guerra mundial.
Militares britânicos e alemães reunidos na terra
de ninguém durante as tréguas de Natal de 1914.
Esperava-se que a guerra terminasse antes do Natal de 1914…
A guerra prolongou-se por quatro longos anos…
Tropas da 55.ª divisão britânica cegos pelos gases
lançados pelos alemães. 10 de abril de 1918.
A posição oficial de Portugal em
agosto de 1914 não era nem de
neutralidade nem de beligerância.
Esta situação manteve-se até 9 de
março de 1916, dia a seguir ao
apresamento dos navios alemães
nos portos portugueses.
A Alemanha declarou guerra a
Portugal.
•
Portugal não pôde manter a
neutralidade tendo em conta a
tradicional aliança inglesa.
•
As colónias teriam de ser defendidas
contra as ambições das potências
beligerantes.
•
A Primeira República, recém instaurada
(1910), procurava afirmar-se nacional e
internacionalmente.
•
Era necessário garantir a defesa da
fronteira terrestre.
•
Era necessário assegurar a defesa da
fronteira marítima.
Distintivo do Corpo Expedicionário
Português (CEP)
Motivos da participação portuguesa
na Primeira Grande Guerra
Participação portuguesa em África e na Europa
Angola e Moçambique eram territórios coloniais portugueses que tinham fronteiras com colónias alemãs.
O governo português organizou expedições militares, desde o início do conflito, para assegurar a defesa; essas expedições partiram de Lisboa a 11 de Setembro. Angola, 1.ª força enviada comandada pelo tenente-coronel Alves Roçadas. Registaram-se diversos confrontos. Moçambique 1.ª força enviada pelo tenente--coronel Massano de Amorim. Registaram-se diversos confrontos.
Europa
Depois da declaração oficial de guerra, em 1916, iniciou-se a preparação de uma divisão que deveria juntar-se às forças britânicas.
Esta força foi denominada Corpo Expedicionário Português (CEP). O CEP chegou a França em 2 de fevereiro de 1917. As tropas ocuparam a zona de Neuve-Chapelle à Saint-Venant. (na Flandres). Falharam as rendições de efetivos e de mobilizados, regressados a Portugal para tratamento ou de licença.
Apesar dos contínuos apelos dos comandos militares do CEP, as tropas estavam exaustas e desgastadas.
Arquipélagos
atlânticos
Arquipélago da Madeira Arquipélago dos AçoresÁfrica
O CEP participou no dia 9 de abril de 1918, na Batalha de La Lys, enfrentando uma grande ofensiva alemã. O CEP e os outros exércitos aliados envolvidos sofreram numerosas perdas de soldados.Ataques de submarinos alemães entre 1916 e 1918, com incidência,
respetivamente, nas cidades do Funchal e de Ponta Delgada.
Alguns pioneiros da aviação portuguesa
serviram nas forças francesas.
Um Corpo de Artilharia Pesada
Independente (CAPI) apoiou forças francesas
em diversas situações, durante alguns meses
do ano de 1918.
Portugal mobilizou mais de 100 000 homens:
mais de 18 000 para Angola;
cerca de 30 000 para Moçambique;
mais de 56 000 para França.
Os efetivos portugueses participaram na
Batalha de La Lys, na Flandres, no dia 9 de
abril de 1918.
Portugal perdeu 7760 homens;
mais de 16 000 feridos;
mais de 13 000 prisioneiros e desaparecidos.
Soldados portugueses nas trincheiras, durante a Batalha de La Lys.