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LOGÍSTICA INTERNACIONAL: SIMULAÇÃO DOS CUSTOS LOGÍSTICOS NA IMPORTAÇÃO DE FIOS DE ALGODÃO DA CHINA

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SIMULAÇÃO DOS CUSTOS

LOGÍSTICOS NA IMPORTAÇÃO DE

FIOS DE ALGODÃO DA CHINA

Caio Vinícius Santos Costa

caiovscosta@hotmail.com

Lucas Danilo da Silva Soares

danlucasufms@gmail.com

Rafael Sanaiotte Pinheiro

rafael.sanaiotte@ufms.br

Rennan Willian da Costa Santos

rennanwill@gmail.com

Wagner Costa

wagner_b.costa@hotmail.com

A China pelo seu constante crescimento tem se demonstrado como principal parceiro comercial do Brasil. No setor têxtil brasileiro muitas das empresas optam por importar matéria-prima e/ou produtos acabados do gigante oriental, devido aos baixos custos dos produtos e uma qualidade consideravelmente boa. Em todo esse processo há custos referentes à logística que podem inviabilizar a opção da importação. Logo o presente trabalho busca, por meio de revisão bibliográfica, a demonstração e contabilização dos custos logísticos envolvidos no processo de importação de insumos têxteis, bem como a justificativa do motivo que levam as empresas escolherem a China como principal fornecedor de matérias primas e/ou produtos

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2 acabados. O presente trabalho contribui tanto para o meio acadêmico, quanto para as empresas, no qual buscam por importar da China mantendo o controle e lucro das suas atividades.

Palavras-chave: Custos de importação, Custos Logísticos, Indústria Têxtil, Importação, China

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1. Introdução

Com sua economia em constante crescimento, a China se apresenta, desde 2012, como o principal parceiro comercial do Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em 2014, as exportações para a China somaram U$$ 40 bilhões, sendo que, destes, 85% correspondiam a produtos primários; enquanto as importações chegavam a U$$ 37 bilhões e, neste caso, 97% correspondiam a produtos industrializados.

Para Ballou (2006), a globalização e a internacionalização das indústrias cada vez mais ficarão dependentes de desempenho e custos logísticos. Com isso a logística internacional assume maior relevância para as empresas e os custos de transportes terão maior participação no custo total.

A indústria chinesa de têxtil e vestuário têm tamanho e dinamismo, sendo considerada a maior produtora e exportadora de têxtil e confecções do mundo. A China possui mão-de-obra abundante, de baixo custo, bem treinada e regras trabalhistas flexíveis, o que gera a atração de empresas estrangeiras, inclusive brasileiras para o gigante oriental, fora os baixos índices de inflação e juros, juntamente com a baixa incidência de impostos sobre a produção, fazendo com que o mercado se torne ainda mais atraente.

Boa qualidade e baixo custo são algumas das características que os produtos chineses apresentam, além da tecnologia empregada no setor chinês. Atualmente mudou-se a visão de os produtos chineses serem ruins e de má qualidade, proporcionando uma melhor oportunidade para a importação, visto que para se produzir o mesmo produto com a mesma qualidade, haveria um custo mais elevado.

No Brasil o setor têxtil e de vestuário possui grande destaque no cenário internacional, sendo a quinta maior indústria têxtil e a quarta maior de confecções, além disso, é reconhecida pelo

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4 seu profissionalismo, tecnologia e criatividade, o setor é autossuficiente em algodão e possui grandes investimentos em fibras químicas. O país é referência mundial em jeanswear, homewear e beachwear, outros setores como: masculinos, femininos e infantis estão ganhando força no cenário mundial, além disso, as indústrias do setor vêm investindo bilhões nos últimos anos. (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, 2012).

Diante deste cenário, procura-se estudar a economia chinesa e o que se pode esperar dela no setor de têxteis e vestuário, e conhecer as vantagens e desvantagens de se investir na importação chinesa por parte do Brasil. Pretende-se demonstrar os custos logísticos envolvidos no processo de importação de insumos do setor têxtil, bem como justificar o motivo de muitas empresas aderirem em sua gestão a China como principal fornecedor

2. Referencial Teórico 2.1 Logística Internacional

Segundo David (2017), “A Logística internacional é o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e a armazenagem de mercadorias, serviços e informações a elas relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo localizado em outro país”. Ela atua de modo paralelo para fornecedores e clientes estrangeiros, inclui outras atividades, como liberação na alfândega, controle de documentos e embalagem internacional, porém sua principal função se concentra no movimento físico das mercadorias: dos fornecedores para a empresa e da empresa para os clientes, dando ênfase na criação de processos e estratégias internas. Embora não existam dados abrangentes que ilustrem o volume total das atividades logísticas internacionais é possível estimar, seguramente, que o custo dessa atividade é de aproximadamente 15% do volume total do comércio internacional. Considerando que o comércio mundial de mercadorias chega a um valor total de R$ 18,2 trilhões, o custo total com logística internacional seria de aproximadamente R$ 2,7 trilhões. Essa estimativa considera o fato de que as atividades logísticas internacionais são tipicamente, mais árduas e onerosas por causa da infraestrutura e dos procedimentos menos eficientes, bem como das distancias maiores.

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5 Ainda de acordo com David (2017), o que a diferencia a logística doméstica em relação aspecto da logística internacional é o impacto sobre a economia mundial. Além de as empresas que trabalham com logística terem de pagar impostos sobre os lucros para o governo de seus países, o comércio internacional gera uma quantidade considerável de receita adicional para o governo, uma vez que a maioria dos produtos importados está sujeita a tarifas. Uma estimativa bem conservadora do “custo” com recolhimento de taxas e outros impostos diferentemente vinculados ao comercio internacional é de 5,27% do comércio mundial de mercadorias. Portanto, as atividades de logística internacional geram aproximadamente R$ 1 trilhão de receita adicional para o governo, ou o equivalente a todo o PIB do México ou da Coreia do Sul.

2.2 Transporte Marítimo Internacional

Segundo David (2017), para gerenciar a logística Internacional, é necessário conhecer as alternativas de transporte disponíveis para o fretador. A indústria de transporte marítimo desempenha um papel fundamental na realização do comércio mundial. Há mais de 50 mil navios mercantes que operam no mundo, registrando em mais de 150 países e operados por mais de um milhão de trabalhadores marítimo de praticamente todas as nacionalidades. As operações dos navios mercantes geram uma receita estimada anual de mais de US$ 380 bilhões em mercadorias na economia global e transportam mais de 7,7 bilhões de toneladas de cargas. A indústria de transporte marítimo é responsável pelo transporte de 90% do comércio do mundo quando medido pelo peso. Esse tipo de transporte se difere em alguns aspectos que estão categorizados a seguir:

 Tipos de Serviço: Consiste em dois tipos, navios de linha e cargueiros. Utilização de navios de linha seguem viagem regular, obedecem a um cronograma preestabelecido e atracam em portos de escala determinada. Os cargueiros irregulares operam onde o mercado determinar, não seguem um cronograma regular, geralmente é designado exclusivamente a um tipo de carga.

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6 navio, aspecto que determina rotas comerciais, economias de escala e portos de entrada. Os navios costumam ser categorizados de acordo com seu tamanho, expresso em toneladas.

 Tipos de navios: Baseada no tipo de carga que os navios carregam. Primeiro, há uma distinção entre navios que carregam carga líquida a granel e navios que carregam carga seca a granel. Segundo, cargas secas e líquidas podem ser embarcadas a granel ou unitizadas (embarcadas em unidades que são descarregadas por uma por vez, como caixas, engradados ou contêineres).

 Bandeira: Por convenção internacional, cada navio empregado no comércio internacional deve ser registrado em um país específicos e, consequentemente, hastear a bandeira dele. Além disso, o navio deve pagar os impostos que se referem a esse país, destaca-se que o proprietário de um navio pode escolher em que país seu navio será registrado. A escolha da bandeira regula as qualificações da tripulação, sua compensação e a quantidade de impostos pagos pelo proprietário do navio. Ela não influencia a condição de navegabilidade da embarcação.

 Convenções de Responsabilidade: Convenção Internacional para a Unificação de Certas Regras Jurídicas Relacionadas a Conhecimento de Embarque, essa convenção limita a responsabilidade do proprietário de navio em relação ao proprietário de carga.

Transportadoras não proprietárias de navios ou NVOCC (non-vessel-operating common carriers): formam outro tipo de companhia de navegação, que não possui navios próprios nem opera navios. As NVOCC operam comprando espaço em um navio em determinada viagem e vendendo esse espaço a companhias que precisem expedir carga.

 Exigências em relação à Segurança: existem duas principais duas medidas que afetam a carga oceânica. A inspeções de carga, na qual o serviço de alfândega inspeciona a carga quando chega ao porto de importação. E a notificações de envio antecipadas, os carregadores têm de notificar as autoridades aduaneiras do país importador sobre os

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7 elementos da remessa antes de a carga ser carregada no navio transportador com pelo menos 24 horas de antecedência e deve incluir informações sobre o remetente, o tipo de carga, o destinatário e o transportador.

2.3 A Indústria Têxtil e de Vestuário Chinesa e importação Brasileira

Antes da revolução chinesa de 1949, as fábricas têxteis pertenciam a iniciativa privada e eram insuficientes para atender toda a população. Após a fundação da República Popular da China, o setor foi considerado prioritário para o desenvolvimento econômico e social do país. Com a liberalização da economia chinesa, orientou-se a criação de laços de parceria entre empresas locais e estrangeiras resultando em uma significativa renovação tecnológica do seu parque fabril causando uma grande evolução no setor têxtil . O país se desenvolveu com um tamanho dinamismo, tornando o maior produtor e exportador têxteis e vestuário no mundo e atualmente praticamente não necessita recorrer a produtos prontos de outras nações devido a extensão do setor e que demonstra a grande vantagem de se recorrer a importação de produtos de têxteis e vestuário chineses (AHMAD,2013).

O grande crescimento e a presença crescente da economia chinesa têm sido tema de grande atenção no sistema internacional, principalmente após a inserção da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001 e a subsequente eliminação de cotas de têxteis e vestuários em 2005, assim as consequências da expansão chinesa e de sua integração no comércio internacional passaram a preocupar não só os países em desenvolvimento, mas os desenvolvidos também, pois a competição chinesa vem gerando diversos impactos nos diferentes tipos de economia. (MÓDOLO; HIRATUKA, 2012). No Brasil não se difere, na figura 1 apresenta diversas vantagens e desvantagens de importação de têxteis oriundos da desse país.

Figura 1 -Vantagens e desvantagens da importação de têxteis e vestuários da china para o Brasil

Vantagens Desvantagens

Produto mais competitivo e diminuição de custos. Futura desindustrialização do setor.

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8 Auxilia no desenvolvimento da indústria. Baixa competitividade do setor de têxtil e vestuário.

A indústria busca por outras formas de inovar Diminuição do poder de compra do brasileiro Fonte: Ahmad (2013)

Diante desse cenário os custos elevados e a carga tributária nacional elevada resultam em um indício na vantagem da importação de têxteis e vestuário como maneira de enfrentar a atual situação que o setor vem enfrentando, além do setor necessitar de um maior apoio do governo para competir com o produto importado, que ganha cada dia mais o mercado brasileiro.

2.4 Custos Tributários

Custos Tributário são a soma dos valores dos impostos que serão pagos devido à presença das atividades de importação.

Impostos são valores arrecadados pelo Estado de pessoas físicas e jurídicas, com o intento de custear os gastos púbicos do país. Eles podem incidir tanto quanto na renda (salários, lucros) quanto no patrimônio (terrenos, veículos, produtos).

No caso da importação formal por empresas, em território brasileiro deve-se pagar principalmente os seguintes impostos:

II (Imposto de Importação);

IPI (Imposto de Produto Industrializado);

PIS (Programa de Integração Social);

COFINS (Contribuição para Fins Sociais);

ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

O primeiro, II, existe especificamente para a atividade de importação. Seu valor depende de quanto é essencial o produto a ser importado, ou seja, quanto menos o país depender desse tipo de produto, mais caro ficará para ele ser importado.

O segundo, IPI, provém das atividades de manufatura. Qualquer produto feito em indústria brasileira será taxado pelo governo e as atividades de importação, ao serem equiparadas a uma

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9 indústria, também terão seus produtos taxados.

Os impostos seguintes (PIS e COFINS) não são exclusivos da importação. Qualquer empresa no território nacional deve contribuir com esses impostos chamados de “domésticos”, que têm como finalidade financiar assistência para a população – Previdência Social, Seguro Desemprego, abonos salariais, entre outros.

O último (ICMS) é o único dentre os cinco que não é um imposto federal, e sim estadual. Isso significa que cada estado do país determina qual será a alíquota a ser cobrada pela movimentação de produtos e serviços dentro de seu território.

2.5 Despesas Aduaneiras

Segundo Bizelli e Barbosa (2001), existem dois tipos de importação: a definitiva e não definitiva. Se entende como importações definitivas aquelas no qual a mercadoria importada passa a ser nacionalizada e incorporada como parte da riqueza do país, por meio da transferência da propriedade do bem para qualquer pessoa neste país. O documento que comprova a transferência da mercadoria nas operações deste tipo de importação é o conhecimento de embarque. Nas importações não definitivas não ocorre nacionalização e sua permanência no pais é temporária, sendo reexportadas. O principal documento que se destaca na comprovação de transferência de mercadoria nas operações de importação não definitivas é a fatura comercial.

Pode-se classificar a importação de diferentes modos. Outro modo importante é a importação direta e indireta, no qual os fatores conveniência e possibilidades são determinantes. De acordo com Vieira (2013), a importação direta se estabelece quando uma pessoa física ou jurídica realiza o processo de importação. A indireta se caracteriza quando a importação é feita em nome de terceiros, podendo ser por conta e ordem de terceiros ou por encomenda. Um exemplo disto é o que ocorre em alguns casos no mercado livre, nos quais alguns vendedores postam ofertas de produtos sem ao menos estarem com o mesmo a pronta entrega, devendo comprá-los e revender a seus clientes.

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2.5.1 Despacho aduaneiro

Pode ser definido como o procedimento fiscal em que o importador despacha a mercadoria vinda do exterior e este produto esteja entrando no país definitivamente ou não.

Vieira (2013) afirma que o despacho aduaneiro deve ser processado através do SISCOMEX se baseando na declaração de importação. Este documento deve conter informações gerais (Nome do importador, modal utilizado, carga, pagamento) e informações especificas (fornecedor, mercadoria, valor aduaneiro, tributos e câmbio).

No despacho aduaneiro são verificados se os dados declarados pelo importador, os documentos apresentados e a legislação estão de acordo.

2.5.2 SISCOMEX

Vieira (2013) menciona que o Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) é um software responsável por interligar os importadores, exportadores, despachantes, transportadores, agências bancárias, dentre outros, à Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ao Banco Central e à Secretaria da Receita Federal, possibilitando a verificação dos dados informados pelos mesmos. Este software realiza o registro, controla e acompanha as operações de comercio exterior.

De acordo com Meira (2011), a taxa de utilização do Siscomex se baseia na instrução normativa RFB n. 1.158, estabelecendo as seguintes taxas: R$ 185,00 por Declaração de Importação e R$ 29,50, em 2015, para cada adição de mercadoria a Declaração de Importação.

2.5.3 AFRMM

O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) foi estabelecido pelo Decreto-lei nº 2.404/87 e disciplinado pela Lei nº 10.893/2004. Consiste no despacho de mercadorias nos portos brasileiros, no qual a receita é voltada ao desenvolvimento da marinha mercante e a indústria de construção e reparação naval brasileira.

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11 classificadas em três tipos: longo curso; cabotagem; fluviais e lacustres. Cada tipo de navegação possui uma alíquota diferente referentes ao AFRMM. O quadro 1 evidencia essas taxas.

Quadro 1: Alíquota referente ao AFRMM

Navegação Alíquota

Cabotagem 10 %

Longo curso 25 %

Fluviais e lacustres 40%

Fonte: Receita Federal do Brasil (2015) 3. Metodologia

Para este trabalho, utilizou-se como procedimento técnico a pesquisa bibliográfica, sendo embasada em artigos e livros já publicados, encontrados na internet, com o intuito de fundamentar a revisão bibliográfica, proporcionando informações mais detalhadas dos assuntos referentes ao tema.

No que diz respeito a abordagem, foi utilizada a quantitativa, sendo realizada uma simulação, através de uma planilha do Excel (ANEXO B), com o fim de quantificar o valor que os fios de algodão entram em território nacional. Os valores preenchidos na planilha foram pesquisados na Internet através de sites de importação, pesquisas de frete (especificamente o Gurucargo.com) e reportagem que informavam o valor dos impostos. Os dados da simulação foram analisados com base nas informações coletadas da revisão bibliográfica.

4. Resultados e Discussões

Os custos de importação foram simulados em uma planilha fornecida pela empresa “China Gate”, que busca orientar a entrada de empresários no ramo da importação. Essa planilha fornece os custos de operação das atividades logísticas a partir do valor da mercadoria e do frete a se pagar. Os parâmetros adotados para essa pesquisa foram:

 Dois contêineres de 40 pés cheios de fios de algodão, somando 26 toneladas, no valor de aluguel de 2610 dólares cada (segundo o site Gurucargo, em maio de

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12 2018);

 Cotação do dólar a 3,56 reais (maio de 2018);

 Trajeto entre os portos de Xangai (China) e Santos (Brasil)

 Valores dos impostos: II à 18%, IPI à 0%, PIS à 1,65%, COFINS à 7,6% e ICMS (considerado no estado de São Paulo) à 18% (Maio de 2018);

 Valor de compra de fios de algodão no fornecedor chinês: 1,35 dólares o quilo (Maio de 2018);

 Seguro para o transporte marítimo: 1% do valor da carga.

 Taxa SISCOMEX: 214,00 reais.

 Valor do desembaraço aduaneiro: 800,00 reais.

 ARFMM: 25% do valor do frete (Longo Curso)

Ao final da simulação, a planilha informa que os fios de algodão chegam em território nacional com o novo valor de R$ 8,14 reais o quilo. Esse valor é muito atrativo para empresas têxteis que usam o algodão como uma de suas matérias primas, pois a cotação do algodão em pluma no território brasileiro, mais especificamente dentro do estado de São Paulo, chegou ao valor de R$ 109,77 reais a arroba em maio de 2018. Considerando a arroba como 15 kg, pode-se dizer que o valor do algodão em São Paulo é de 7,32 reais o quilo. Apesar de o algodão importado ficar mais caro, vale ressaltar que ao se importar o algodão, ele já está processado em fios, enquanto na cotação brasileira ele é vendido na condição de plumas.

O baixo valor do algodão importado deve-se principalmente ao fator do baixo preço do produto produzido em território chinês. A China tem conseguido se destacar na economia mundial por conseguir produzir produtos manufaturados a um baixo custo, baixo o suficiente a ponto de empresas multinacionais instalarem suas empresas neste país, pois os custos logísticos para enviar a matéria-prima necessária, fabricar e depois “importar” seu próprio produto ainda são menores do que produzir em seu próprio país.

Isso também acontece no Brasil, onde o preço baixo da manufatura chinesa também é um atrativo pois mesmo com a carga dos impostos, seu preço consegue se equiparar com o que é

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13 feito em território nacional. Como demonstrado, a importação de fios prontos já tributados apresenta uma vantagem estratégica em relação ao algodão brasileiro, sendo este último isento de IPI, sem passar por nenhum processo de manufatura e ainda sem nenhum imposto sobre ele. Assim, a indústria necessita pagar um pouco a mais pelo produto importado, porém sem a necessidade da etapa da manufatura, que aumentaria o custo final do produto nacional.

5. Considerações finais

A importação de insumos têxteis provindo da China, um país de grande potencial produtor e exportador, oferecendo um produto competitivo e de baixo custo ao Brasil que possui uma indústria têxtil e vestuário extensa, entretanto ainda precisa de investimentos e uma possível revisão da carga tributária para o desenvolvimento do setor.

Com o seguinte trabalho foi possível ter um melhor conhecimento dos custos referentes a logística de importação, que demonstram ser vantajosos comparado ao mercado interno de fornecimento de insumos para o setor. Foram apresentados os custos envolvidos na importação assim como as tributações feita pelos órgãos brasileiros.

Dessa forma fica clara a justificativa, que atualmente, muitas empresas do setor têxtil apresentam a importação de insumos em seu planejamento. Os baixos custos de produtos associados à qualidade dos insumos e custos logísticos relativamente baixos, são fatores que compravam tal benefício.

O seguinte trabalho poderá servir futuramente como abertura para outros tipos de pesquisa, principalmente um futuro estudo de caso de uma operação de importação de têxtil e vestuário da China, levando os dados coletados nesse estudo em consideração para um melhor êxito da operação.

6. Referências

AHMAD, HAIFA WAHID. Vantagens e Desvantagens da importação de têxtil e vestuário da china para o Brasil. UNISUL, Florianópolis, 2013

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO. Importações Brasileiras de Produtos Têxteis e Confeccionados Provenientes da China, junho/2017. Disponível em:

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BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1993.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: logística empresarial. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BIZELLI, João dos Santos; BARBOSA, Ricardo. Noções básicas de importação. 8. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001.

DAVID, Pierre A. Logística Internacional: Gestão de Operações de Comércio Internacional. 4. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017. 445 p. Tradução da 4ª edição norte-americana.

GIRALDELLI, Rodrigo. Saiba quais são os impostos na importação empresarial, 2016. Disponível em: http://chinagate.com.br/impostos-na-importacao-empresarial/.Acesso em 05 de julho de 2017.

MEIRA, L. A. O adicional ao frete para renovação da marinha mercante (AFRMM): Regime jurídico e questões atuais. Brasília – Brasil: 2011. Disponível em:

<http://portalrevistas.ucb.br/index.php/rvmd/article/viewArticle/3122>. Acesso em: 22 de julho de 2017.

MÓDOLO, Débora Bellucci; HIRATUKA, Célio. Impacto da concorrência chinesa em terceiros mercados: uma análise por regiões e por categorias tecnológicas. 2012.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Brasil: 2015. Disponível em: < http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/afrmm/>. Acesso em 22 de julho de 2017.

SLACK, Nigel. CHAMBERS, Stuart. JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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1. Informações Gerais

Razão Social do Importador: Telefone do Contato

Nome do Fornecedor Internacional Contato (email, skype, telefone, whatsapp)

Data: No. Invoice: Incoterm: Porto Origem: Porto Destino: Versão

Xangai Santos

2. Produto/Frete/Seguro (Bloco1) % USD BRL

Taxa Cambial $ 1,00 R$3,56

Nome do Produto Fios de algodão

Custo Unitário do produto (prencher em dólar) $ 1,25 R$4,45

Quantidade do Produto a ser importada 26000

Valor total dos produtos (na origem) $ 32.500,00 R$115.700,00

Valor do Frete Internacional (preencher em dólar) (AGENTE DE CARGAS) $ 5.220,00 R$18.583,20

Valor do Seguro Internacional (preencher em dólar) $ 325,00 R$1.157,00

Sub-Total Bloco 1 Valor Aduaneiro (VMLD) $ 38.045,00 R$135.440,20

3. Despesas Aduaneiras (Bloco 2) % USD BRL

(Tx Siscomex, Armazenagem, ARFMM, Desembaraço Aduaneiro…)

Despesas em dólar $ 1.355,00 R$4.823,80

Despesas em Real $ 369,10 R$1.314,00

Sub-Total Bloco 2 $ 1.724,10 R$6.137,80

4. Impostos Federais (Bloco 3) % USD BRL

II - Imposto Importação Digite o % aqui ====> 18,00% R$24.379,24

IPI - Imposto Produto Industrializado Digite o % aqui ====> 0,00% R$0,00

PIS - Programa Integração Social Digite o % aqui ====> 2,10% R$2.844,24

Cofins - Contrib. Financ. Seguridade Social Digite o % aqui ====> 9,65% R$13.069,98

Sub-Total do Bloco 3 29,75% $ - R$40.293,46

5. Impostos Estaduais (ICMS) Bloco 4 % USD BRL

ICMS - Imp. Circ. Merc. Serv. Digite o % aqui ====> 18,00% R$29.730,78

Sub-Total do Bloco 4 (ICMS a pagar) 21,95% R$29.730,78

Resumo da Operação % USD BRL

Valor dos produtos 100,0% R$115.700,00

Valor do Frete e Seguro 17,1% R$19.740,20

Valor das Despesas 5,3% R$6.137,80

Valor dos Impostos 60,5% R$70.024,24

Valor Total da Importação Fator Conversão => 1,83 R$211.602,24

Fluxo de Caixa da Operação

Dia 1 Pagamento de 30% dos produtos 16% R$34.710,00

Dia 20 Pagamento de 70% dos produtos + Agente 38% R$80.990,00

Dia 70 Pagamento de impostos, seguro, frete e despesas 45% R$95.902,24

Total da Operação R$211.602,24

Prazo médio da operação ===> 40 Dias antecipado (médio)

CUSTO UNITÁRIO R$8,14

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ANEXO A- Planilha de Simulação de Custos de Importação (Continuação)

USD BRL

1. Siscomex Sempre R$214,00

2. Despachante Aduaneiro Sempre R$800,00

3. Armazenagem Sempre R$120,00

4. Transporte Rodoviário

5. Marinha Mercante 25% DO VALOR DO FRETE $ 1.305,00

6. Alteração de BL

7. Confecção de BL $ 50,00

8. Sindicado dos Despachantes

9. Capatazia / Movimentação R$150,00

10. Confecção de LI 11. Anuência de LI 12. Liberação de DTA 13. Armazenagem Porto Seco 14. Desconsolidação 15. Handling 17. Contratos de Cambio 18. IOF Sempre R$30,00 19. Laudos e Inspeções 20. Fumigação 21. Consultoria 23. Courrier 24. Outros

Total das Despesas $ 1.355,00 R$1.314,00

Preencher umas das duas opções, ou em Dólar ou em Reais, nunca as duas

na mesma linha

3. Despesas de Importação (Detalhamento)

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