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A GRUPAMENTO DE ESCOLAS D E P ORTO ALTO

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Academic year: 2021

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Datas da visita: 3 a 5 de Dezembro de 2007

A

GRUPAMENTO DE

E

SCOLAS

D

E

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I – Introdução

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um “programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho”.

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Porto Alto realizada pela equipa de avaliação que visitou esta Unidade de Gestão entre 3 e 5 de Dezembro de 2007.

Os capítulos do relatório ― caracterização da unidade de gestão, conclusões da avaliação por domínio, avaliação por factor e considerações finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais da Unidade de Gestão, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pelo agrupamento, será oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt).

E sca la de ava lia ção ut iliza da

N ív eis de cla ssif ica ção do s cinco domínios na U nidade de Gest ão

Muito Bom ― Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em

procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

Bom ― Revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em

procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

Suficiente ― Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos

positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da Unidade de Gestão. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

Insuficiente ― Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. Não demonstra uma prática coerente e

não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

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II – Caracterização da Unidade de Gestão

A Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Porto Alto é sede do Agrupamento de Escolas de Porto Alto. Situa-se na localidade que lhe dá nome, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente. Para além da escola sede, integram o Agrupamento, dois Jardins-de-infância e três Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Excepto a Escola do 1.º Ciclo de Tapada de Arados, todos os estabelecimentos se situam nas proximidades da escola sede. A localidade do Porto Alto tem registado um aumento demográfico acentuado, não só porque muitas famílias que trabalham na capital aí fixaram residência, mas, também, porque várias empresas industriais, comerciais e de serviços ali se têm vindo a instalar. Assim, a população em idade pré-escolar e escolar tem também aumentado, começando a haver constrangimentos ao nível das instalações. Por este motivo, o número de salas das Escolas do 1.º Ciclo do Agrupamento de Porto Alto não é suficiente para acolher, em horário normal, todos os alunos, pelo que uma delas funciona em regime duplo, com quatro turmas no horário da manhã e quatro turmas no horário da tarde. Prevê-se a construção, a curto prazo, de um Centro Escolar, de forma a superar esta situação. Em contraponto com os estabelecimentos situados no Porto Alto, frequentam a Escola do 1.º Ciclo de Tapada de Arados, apenas 13 alunos, pelo que se prevê que esta venha a encerrar no próximo ano lectivo. Na generalidade, os edifícios estão em bom estado de conservação e os seus espaços envolventes estão limpos e cuidados. A população discente do Agrupamento é de 666 crianças/alunos: educação pré-escolar – 121 crianças; 1.º Ciclo – 246 alunos; 2.º Ciclo – 135 alunos; 3.º Ciclo – 132 alunos; Cursos de Educação e Formação – 32 alunos. A maioria dos alunos é oriunda de famílias com baixo índice de escolaridade e baixas expectativas face à escola. Dos 546 alunos que frequentam o Ensino Básico, 117 (22%) são apoiados pelos Serviços de Acção Social Escolar, sendo que destes, 101 beneficia de Escalão A e 16 de Escalão B. No presente ano lectivo frequentam o Agrupamento 36 crianças/alunos estrangeiros.

O corpo docente do Agrupamento (66 educadores e professores), é constituído maioritariamente por docentes dos quadros (82%), sendo no entanto bastante jovens, pois cerca de 55% encontra-se na faixa etária abaixo dos 40 anos. O pessoal não docente (24 funcionários) inclui Assistentes Administrativos, Auxiliares de Acção Educativa e Cozinheiras. Mais de 75 % deste pessoal está na faixa etária acima dos 40 anos.

III – Conclusões da avaliação por domínio

1. Resultados Bom

O Agrupamento tem vindo, desde 2004/2005, a fazer uma recolha sistemática de informação sobre os resultados académicos dos alunos, com o tratamento estatístico e respectiva análise e reflexão que tem permitido às diferentes estruturas organizativas propor estratégias de superação das situações de insucesso.

Analisados os resultados disponibilizados pelo Agrupamento, no triénio 2004/2007, verifica-se que o sucesso apresenta uma evolução muito positiva no 1.º Ciclo do Ensino Básico. As taxas de sucesso, no mesmo triénio, tanto no 2.º Ciclo como no 3.º Ciclo do Ensino Básico, são flutuantes, o que pode indiciar a existência de factores determinantes dos resultados que ainda não são controlados. É de salientar, no entanto, como medida de combate ao insucesso no 3.º Ciclo, a constituição da turma do Curso de Educação e Formação, cuja taxa de transição, em 2006/2007, atingiu os 94%.

As escolas do Agrupamento promovem o desenvolvimento cívico dos alunos, nomeadamente o respeito pelos outros, a responsabilidade pelo bem-estar e a formação para a participação, com uma acção concertada dos directores de turma, professores e auxiliares de acção educativa. Com o mesmo propósito se têm realizado reuniões do Conselho Executivo com os delegados de turma, bem como a participação deste órgão nas primeiras reuniões com os pais e encarregados de educação de todas as turmas.

Efectivamente, os alunos dos diferentes níveis de ensino têm, de um modo geral, um comportamento disciplinado e mostram conhecer as regras de funcionamento do Agrupamento. Contudo, a adopção de atitudes pouco correctas de alguns alunos na sala de aula tem contribuído para um clima menos propício à aprendizagem, o que obriga a uma maior reflexão sobre o código de conduta, cujas normas estão consubstanciadas no Regulamento Interno do Agrupamento.

Assinala-se como positivo o facto de muitos dos entrevistados considerarem as várias escolas com bom ambiente e os alunos com uma boa relação interpares, como se fosse uma grande família.

O Agrupamento tem um bom impacto na comunidade. As evidências estão associadas ao facto do Agrupamento ser considerado um lugar seguro, onde todos são bem tratados e ao empenho e abertura do Conselho Executivo na resolução das diferentes situações. Por isso, é normal que os alunos que ingressam nas várias escolas se sintam agradados com as condições que lhes são oferecidas.

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2. Prestação do serviço educativo Bom A articulação curricular e a sequencialidade entre os diferentes ciclos de ensino estão contempladas nos principais documentos de orientação educativa do Agrupamento e constituem uma linha orientadora do Conselho Executivo e do Conselho Pedagógico. Foi possível colher evidências de um trabalho articulado horizontal e verticalmente. A articulação entre os docentes titulares de turma/disciplina e os de apoio socioeducativo/educação especial concretiza-se em reuniões de Conselho de Docentes e de Conselho de Turma e através de contactos quase diários. O acompanhamento e a supervisão da prática lectiva dos professores são feitos de forma indirecta, a partir da leitura dos resultados académicos ou de evidências dos comportamentos dos alunos e ao nível dos Conselhos de Docentes/Turma e dos Departamentos Curriculares.

Os apoios educativos, nomeadamente os que se destinam a crianças/alunos com necessidades educativas especiais, constituem uma aposta do Agrupamento que tem procurado parcerias privilegiadas nos recursos locais. São proporcionadas experiências diversificadas de aprendizagem, nomeadamente nas áreas da educação sexual, da promoção da saúde, da disciplina e das relações interculturais, sendo de realçar a colaboração do Centro de Saúde e da Saúde Escolar cuja dinâmica, experiência e empenho é bem aproveitada pelo Agrupamento para melhorar as suas próprias práticas. O Agrupamento tem organizado algumas acções de formação interna, de curta duração, para docentes e não docentes.

3. Organização e gestão escolar Suficiente

O Projecto Educativo estabelece metas que visam melhorar a qualidade das aprendizagens. Embora estas não sejam quantificáveis e não estejam estabelecidas etapas calendarizadas, as estratégias definidas para a sua consecução, são claras e objectivas, o que facilita a sua operacionalização. Na generalidade, as instalações das diferentes unidades educativas encontram-se em bom estado de conservação. Devido ao aumento significativo da população escolar, as salas de aula começam a ser em número insuficiente, nomeadamente no 1.º Ciclo. Pontualmente, são desenvolvidas actividades dirigidas às crianças que frequentam os Jardins-de-infância e aos alunos das Escolas do 1.º Ciclo, que decorrem nas instalações da escola sede, nomeadamente na Biblioteca Escolar/Centro de Recursos.

O Agrupamento tem alguma dinâmica para captar verbas, para além das provenientes do Orçamento de Estado, com a participação em projectos e concursos e, também, com a colaboração de empresas locais, fundamentalmente na reparação/manutenção de espaços e equipamentos.

O Conselho Executivo procura atrair mais os pais e encarregados de educação ao Agrupamento, verificando-se, no entanto, que, para além das reuniões de início de ano lectivo e de avaliação, a participação destes é reduzida. Os pais e encarregados de educação, a Autarquia e a AREPA (Associação Recreativa do Porto Alto) estão representados nos órgãos de gestão e administração em que têm assento.

As evidências recolhidas apontam no sentido de os responsáveis do Agrupamento e das diferentes estruturas se pautarem por princípios de equidade e de justiça. Todas as unidades educativas têm igual oportunidade de acesso às actividades e dispõem de uma distribuição equitativa de recursos.

4. Liderança Bom

A visão estratégica dos órgãos de gestão, demonstrada nas linhas de orientação assumidas e operacionalizadas, filia-se numa liderança assente numa cultura de mudança e num processo de abertura e incentivo à participação e à co-responsabilização dos diferentes pares. O Conselho Executivo tem uma visão prospectiva do desenvolvimento do Agrupamento para os próximos anos e define como principal linha de acção promover uma escola disciplinada e de diálogo, que permita o aumento do sucesso escolar e o desenvolvimento da cidadania nos seus alunos. Salienta-se uma atitude de cooperação entre os diversos órgãos da unidade de gestão, exercendo a Assembleia de Escola um papel activo e ao mesmo tempo de regulação crítica através do dinamismo de alguns dos seus membros.

O Agrupamento demonstra uma atitude de abertura à inovação perfilada no alargamento da oferta educativa, no desenvolvimento de projectos nacionais, de parcerias europeias e na criação da plataforma moodle, como meio para facilitar o contacto com a comunidade educativa, nomeadamente entre professores e alunos. Consciente da necessidade de se abrir ao exterior e de promover uma educação mais abrangente, o Agrupamento tem, como linha orientadora, o estabelecimento de parcerias.

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5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do agrupamento Suficiente

A auto-avaliação tem-se desenvolvido com um trabalho sistemático de recolha, tratamento e análise de dados quantitativos e qualitativos utilizado para a construção do Projecto Educativo e apresentação de propostas de intervenção, tornando assim o processo num sistema de monitorização do funcionamento do Agrupamento. Efectivamente, a auto-avaliação tem tido algum impacto no planeamento e na gestão das actividades, sendo já um instrumento de apoio à decisão e gestão, ainda que não exista um mecanismo sistemático de divulgação da informação que mobilize toda a comunidade educativa.

A utilização da informação produzida, no âmbito da auto-avaliação, aliada à capacidade de liderança, é uma garantia de que, enquanto processo em si mesmo, vai ser aprofundado e alargado progressivamente a novos campos de análise, para que se torne num factor de sustentação da melhoria das várias unidades educativas. O Agrupamento conhece os seus pontos fortes e fracos e tem um plano de acção de melhoria com algumas estratégias já implementadas com sucesso, nomeadamente a reformulação dos critérios de avaliação e a criação dos Cursos de Educação e Formação e dos Percursos Curriculares Alternativos. Contudo, a auto-avaliação, enquanto processo em si mesmo, terá de ser aperfeiçoado de forma contínua e progressiva para se constituir como uma metodologia regular e sistemática que monitorize a eficácia do desempenho global do Agrupamento. IV – Avaliação por factor

1. Resultados

1.1 Sucesso académico O Agrupamento tem vindo, desde 2004/2005, a fazer uma recolha sistemática de informação sobre os resultados académicos dos alunos, com o tratamento estatístico e respectiva análise e reflexão, tal como dos elementos qualitativos constantes nas actas dos Conselhos de Docentes e de Turma. Estas análises realizadas nas sessões plenárias do Conselho Pedagógico têm permitido identificar problemas no funcionamento das turmas e na aprendizagem dos alunos, bem como emitir orientações aos Departamentos Curriculares e aos Conselhos de Docentes/Turma.

O Agrupamento tem recolhido e analisado dados qualitativos relativos ao desenvolvimento das crianças que frequentam a Educação Pré-escolar, tendo em conta as diferentes áreas de conteúdo das respectivas Orientações Curriculares, nomeadamente no início do ano lectivo aquando da caracterização dos grupos de crianças e na sua avaliação trimestral.

Da análise dos resultados escolares referentes ao ano lectivo 2004/2005, disponibilizados pelo Agrupamento, resulta que as taxas de sucesso, nos três ciclos do Ensino Básico, se situam abaixo das médias nacionais.

Analisados os resultados disponibilizados pelo Agrupamento, no triénio 2004/2007, verifica-se que o sucesso apresenta uma evolução muito positiva, no 1.º Ciclo do Ensino Básico (taxas de sucesso: 90,3% - 2004/2005; 96% - 2005/2006; 97,8% - 2006/2007). Em 2006/2007, salientam-se os resultados dos alunos do 3.º ano do Agrupamento, cuja taxa de transição/conclusão atingiu os 100%.

Da análise dos resultados escolares referentes ao mesmo triénio, disponibilizados pelo Agrupamento, resulta que as taxas de sucesso, tanto no 2.º Ciclo como no 3.º Ciclo do Ensino Básico, são flutuantes, o que pode indiciar a existência de factores determinantes dos resultados que ainda não são controlados (taxas de sucesso – 2.º Ciclo: 77% - 2004/2005; 57,5% - 2005/2006; 82,5% - 2006/2007 e 3.º Ciclo: 55,3% 2004/2005; 38% - 2005/2006; 64% - 2006/2007). É de salientar, como medida para diminuir o insucesso no 3.º Ciclo, a constituição da turma do Curso de Educação e Formação, cuja taxa de transição, em 2006/2007, atingiu os 94%.

No ano lectivo 2006/2007, os resultados dos alunos dos 4.º e 6.º anos do Agrupamento nas Provas de Aferição de Língua Portuguesa e de Matemática foram inferiores aos nacionais, embora os valores percentuais em termos de Muito Bom, Bom e Satisfaz, sejam superiores a 50 % em Língua Portuguesa dos 4.º e 6.º anos e em Matemática do 4.º ano.

Nos anos lectivos 2005/2006 e 2006/2007, os resultados em exames nacionais do 9.º ano, na Língua Portuguesa (2,8 - 2005/2006; 3,2 - 2006/2007), apresentam uma evolução positiva, situando-se ligeiramente acima da média nacional em 2005/2006 (+ 0,1) e coincidindo com o valor nacional em 2006/2007. No que se refere às diferenças entre as médias das classificações internas e as de exame, naquela mesma disciplina e naqueles anos lectivos, os resultados apresentam, também, uma evolução positiva, a média de exame é relativamente mais baixa em 2005/2006 (- 0,4) e igual em 2006/2007.

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Na disciplina de Matemática os resultados em exames nacionais do 9.º ano (2,2 - 2005/2006; 2,1 - 2006/2007) situam-se ligeiramente abaixo da média nacional. Contudo, no que se refere às diferenças entre as médias das classificações internas e as de exame, nesta disciplina e nos mesmos anos lectivos, os resultados apresentam uma evolução positiva, tendo em conta que o desvio relativamente às médias de exame, foi de – 0,8 em 2005/2006 e de – 0,3 em 2006/2007.

Esta evolução positiva relativamente às diferenças entre as médias das classificações internas e as de exame, nestas disciplinas, mostram que os critérios internos de avaliação poderão estar bem calibrados e oferecer, globalmente, confiança.

No último triénio a taxa de abandono escolar nos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico (3% - 2004/2005; 6,7% - 2005/2006; 3,3% - 2006/2007), tem o valor mais elevado em 2005/2006, denotando ser uma questão ainda não resolvida. É, contudo, de salientar a criação das turmas de Percursos Curriculares Alternativos e dos Cursos de Educação e Formação, tal como a articulação com as diferentes entidades locais procurando prevenir as situações de risco.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico Os alunos do Agrupamento participaram na construção do Projecto Educativo para o triénio 2007/2010, responderam a questionários e debateram aspectos positivos e negativos sobre a vida escolar, na área curricular não disciplinar de Formação Cívica, indiciando um envolvimento adequado ao seu nível etário.

Este cuidado em envolver os alunos estende-se também aos Projectos Curriculares de Turma, em que são ouvidos em algumas das decisões que lhes dizem respeito, tendo em conta que estas decisões incidem sobre tópicos que irão ser trabalhados nas áreas curriculares não disciplinares.

Igualmente, no início do ano lectivo todos os alunos são informados dos seus direitos e deveres, constantes numa síntese do Regulamento Interno do Agrupamento que lhes é entregue para o efeito.

As escolas do Agrupamento promovem o desenvolvimento cívico dos alunos, nomeadamente o respeito pelos outros, a responsabilidade pelo bem-estar e a formação para a participação, com uma acção concertada dos directores de turma, professores e auxiliares de acção educativa. Com o mesmo propósito se têm realizado reuniões do Conselho Executivo com os delegados de turma, bem como a participação deste órgão nas primeiras reuniões com os pais e encarregados de educação de todas as turmas.

Há algumas actividades que promovem a auto-estima e favorecem a identificação com o Agrupamento, nomeadamente as realizadas no âmbito de projectos nacionais e internacionais em que têm participado.

O Agrupamento estimula e valoriza os pequenos e grandes sucessos individuais dos seus alunos felicitando-os pelo bom aproveitamento escolar ou louvando os que se destacam pelas atitudes e valores, embora não esteja, ainda, instituído um quadro de valor e excelência.

1.3 Comportamento e disciplina De um modo geral, os alunos dos diferentes níveis de ensino têm um comportamento disciplinado e mostram conhecer as regras de funcionamento do Agrupamento. Existe um código de conduta que tem vindo, de forma progressiva, a contribuir para um ambiente calmo e respeitador. Contudo, a adopção de atitudes pouco correctas de alguns alunos na sala de aula tem contribuído para um clima menos propício à aprendizagem, o que obriga a uma maior reflexão sobre o código de conduta, cujas normas estão consubstanciadas no Regulamento Interno do Agrupamento.

Para fazer face a esta situação, o Agrupamento, tem adoptado medidas, nomeadamente no desenvolvimento de competências sociais na Formação Cívica, na uniformização de regras ao nível dos Conselhos de Turma e na forte presença do Conselho Executivo nas reuniões com os pais e encarregados de educação e com os delegados de turma.

As situações de indisciplina são resolvidas de forma célere com o envolvimento do Conselho Executivo, dos directores de turma e dos pais e encarregados de educação, recorrendo, o mais possível, à responsabilização dos alunos através do diálogo.

Tendo em conta os dados disponíveis, no triénio 2004/2007, e considerando o tipo de sanções aplicadas, que indiciam o nível de gravidade dos actos de indisciplina, merece atenção a situação observada no ano lectivo 2006/2007: 11 alunos (7 do 2.º Ciclo e 4 do 3.º Ciclo) foram punidos com pena de suspensão, representando um total acumulado de 44 dias.

Assinala-se como positivo o facto de muitos dos entrevistados considerarem as várias escolas com bom ambiente e os alunos com uma boa relação inter pares, como se fosse uma grande família.

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Como positivo, ainda, registam-se as diferentes acções em curso, no sentido de contribuir para fomentar a disciplina, nomeadamente a articulação entre os directores de turma e a psicóloga, a socióloga e o Delegado de Saúde que integram a Equipa de Intervenção Multidisciplinar Comunitária.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens O baixo índice de escolaridade dos pais e encarregados de educação, associado à dificuldade que alguns revelam no acompanhamento dos seus educandos, faz com que as famílias não tenham expectativas muito altas relativamente à escola.

As expectativas dos alunos quanto ao seu futuro académico divergem de alguma forma dentro do Agrupamento, havendo uma grande parte que tem como objectivo o prosseguimento de estudos até ao 12.º ano e Ensino Superior e outros que pensam apenas concluir o 9.º ano, de forma a ingressarem rapidamente na vida activa. No sentido de valorizar as aprendizagens e ter em conta as necessidades do meio e as expectativas dos alunos e dos pais e encarregados de educação, o Agrupamento tem contribuído com a criação de turmas de Percursos Curriculares Alternativos e de Cursos de Educação e Formação e com a celebração de um protocolo com o Centro de Formação Profissional de Almeirim para o funcionamento, em horário pós-laboral, do Sistema de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências para os 9.º e 12.º anos.

O Agrupamento é considerado, na opinião de pais e alunos, como tendo um bom impacto na comunidade. No entanto, verificou-se que nem uns, nem outros, conhecem o nível de sucesso dos alunos, tanto em termos de classificações internas, como de exames nacionais, embora reconheçam que houve melhoria com o apoio pedagógico acrescido. As referidas opiniões são essencialmente associadas ao bom conceito que têm do Agrupamento como um lugar seguro, onde todos são bem tratados e ao empenho e abertura do Conselho Executivo na resolução das diferentes situações. Por isso, é normal que os alunos que ingressam nas escolas do Agrupamento se sintam agradados com as condições que lhes são oferecidas.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade O Agrupamento dispõe dos instrumentos fundamentais de organização e planeamento da acção educativa (Projecto Educativo, Regulamento Interno, Plano Anual de Actividades e Projectos Curriculares de Escolas e de Grupos/Turmas).

Uma das principais prioridades enunciadas, pela maioria dos docentes ouvidos nos diferentes painéis, é a articulação curricular e a sequencialidade entre os diferentes ciclos de ensino. Esta prioridade é uma linha orientadora dos órgãos de gestão (Conselho Executivo e Conselho Pedagógico) e está contida nos principais documentos de orientação educativa.

A pequena dimensão do Agrupamento e o reduzido número de docentes em cada Departamento/Conselho de Docentes facilitam a articulação e a coordenação que, muitas vezes, se faz de modo informal.

Foi possível colher evidências de um trabalho articulado horizontal e verticalmente dentro dos diferentes ciclos, nomeadamente, na educação pré-escolar e no 1.º Ciclo (trimestralmente a coordenadora do pré-escolar vai às reuniões do 1.º Ciclo). Este trabalho centra-se tanto na integração social das crianças como na existência de um plano de aprendizagens comuns para os diferentes Jardins/Escolas do Agrupamento (selecção e desenvolvimento das competências prioritárias para as crianças e alunos e actividades comuns a todos os Jardins de Infância e Escolas do 1.º Ciclo). No 1.º Ciclo fazem provas comuns, para aferição interna dos conteúdos e critérios de avaliação.

A articulação com o 2.º Ciclo, nos domínios das competências e dos conteúdos, situa-se muito ao nível do planeamento (a coordenadora do 1º Ciclo está presente nas reuniões dos departamentos de Língua Portuguesa e de Matemática). Assim, os docentes organizam actividades apostadas em desenvolver, nos alunos, as competências/pré-requisitos necessários às aprendizagens posteriores e fazem a avaliação conjunta (teste global elaborado em grupo). Nessas reuniões entre docentes dos diferentes ciclos analisam e debatem casos concretos de crianças/alunos, comportamentos e estratégias de melhoria.

É apontado, como factor facilitador desta articulação, o facto dos alunos do 1.º Ciclo virem à escola sede realizar as actividades de enriquecimento curricular e almoçar, o que criou condições para uma melhor cooperação entre os professores promovendo a adaptação dos alunos na transição para o 2.º Ciclo.

A articulação entre os 2.º e 3.º Ciclos é feita ao nível dos Departamentos e verifica-se no interior da mesma disciplina ou no Conselho de Turma, estando ainda pouco desenvolvida a nível intra e interdepartamental. O 9.º

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ano, tendo apenas duas turmas e quase todos os professores comuns, apresenta condições que facilitam um trabalho mais colaborativo e integrador.

A Área de Projecto é considerada pelo Agrupamento como um espaço pedagógico que dá resposta aos objectivos do Projecto Educativo por meio de actividades interdisciplinares que procuram cumprir, também, o objectivo da articulação.

A articulação entre os docentes titulares de turma/disciplina e os de apoio socioeducativo/educação especial concretiza-se em reuniões de Conselho de Docentes e de Conselho de Turma e através de contactos quase diários. A sequencialidade pedagógica dentro de cada ciclo ou nível de ensino é, sempre que possível, assegurada com a continuidade dos professores e dos directores de turma.

Os Projectos Curriculares de Turma são ajustados ao longo do ano mas evidenciam, ainda, algumas dificuldades no que se refere a uma articulação centrada nas estratégias e metodologias.

O apoio às famílias na transição de ciclo é feito pelos docentes titulares, directores de turma e Conselho Executivo. Como não há Serviço de Psicologia e Orientação Escolar, no 9º ano contam com a colaboração de um técnico do Centro de Emprego de Salvaterra de Magos que presta informação sobre cursos pelos quais podem vir a optar.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula O acompanhamento e a supervisão da prática lectiva dos docentes fazem-se de forma indirecta, a partir da leitura dos resultados académicos ou de evidências dos comportamentos dos alunos e ao nível dos Conselhos de Docentes/Turma e dos Departamentos com o apoio aos professores mais novos na escola ou com alguma dificuldade específica.

O Agrupamento tem formalizado os seus Projectos Curriculares que pecam, ainda, por ser documentos pouco orientadores da prática dos docentes. Contudo, o facto de estarem definidos critérios de avaliação gerais (valores percentuais) por áreas de aprendizagem e de haver a calibração dos testes e das classificações por ciclo e por disciplinas, permite fazer a ponte entre as práticas lectivas e a aferição interna dos resultados.

O Agrupamento tem organizado alguma formação interna para docentes (acções de curta duração) embora sem obedecer a qualquer planeamento, pois só neste momento está a construir o seu Plano de Formação. Actualmente, para dar resposta à elaboração do referido documento, está a ser feito o levantamento, por Departamento/Conselho de Docentes, das dificuldades/necessidades identificadas ao nível da especificidade das disciplinas (metodologias/ estratégias de sucesso, articulação curricular, avaliação) e de outras áreas consideradas prioritárias no Projecto Educativo.

2.3 Diferenciação e apoios Os apoios educativos, nomeadamente os que se destinam a crianças/alunos com necessidades educativas especiais, constituem uma aposta do Agrupamento que tem procurado parcerias privilegiadas nos recursos locais (Câmara Municipal, Centro de Saúde, Delegação de Saúde, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco). A identificação, avaliação inicial e definição dos programas educativos das crianças e alunos com necessidades educativas especiais desenvolvem-se de acordo com orientações pré-definidas e em articulação com os parceiros acima referidos. As necessidades de diferenciação menos exigentes são identificadas pelo docente titular/director de turma que elabora os respectivos planos de intervenção.

Embora não exista Serviço de Psicologia e Orientação, o Agrupamento conta com uma psicóloga a tempo inteiro, cedida pela Câmara Municipal de Benavente, com uma professora da educação especial, com uma professora responsável pelos apoios aos alunos com dificuldades de aprendizagem, que faz essencialmente reforço curricular, e com duas professoras de apoio socioeducativo. Esta equipa funciona em articulação com os Directores de Turma e com os outros docentes, estabelecendo planos específicos de intervenção (definem estratégias e seleccionam materiais em conjunto) e apoiando iniciativas de prevenção do abandono (Cursos de Educação e Formação, apoio às famílias). Este apoio às famílias estende-se à resolução de casos disciplinares considerados mais graves em conjugação com a socióloga da Câmara Municipal.

As crianças/alunos estrangeiros estão bem integrados, sendo-lhes proporcionados apoios desde o pré-escolar. A dimensão do Agrupamento facilita o atendimento personalizado e o conhecimento individual das dificuldades e capacidades dos alunos, o que, conjugado com a dinâmica do Conselho Executivo, dos professores de educação especial e apoio socioeducativo, da psicóloga e da saúde escolar, poderá tornar-se numa oportunidade para uma melhoria sustentada das várias unidades educativas.

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2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e das aprendizagens

Os órgãos de gestão já proporcionam aos alunos experiências diversificadas de aprendizagem, nomeadamente nas áreas da educação sexual, da promoção da saúde, da disciplina e das relações interculturais em projectos desenvolvidos em parceria com o Centro de Saúde, Câmara Municipal de Benavente e Plano Nacional de Leitura. O Agrupamento desenvolve actividades de âmbito sociocultural, tais como a comemoração de efemérides, visitas de estudo, concursos e exposições, muitas vezes em parceria com algumas associações/grupos culturais (Associação Recreativa do Porto Alto), em espaços de enriquecimento curricular (Oficina das Artes) ou participações pontuais em actividades da Câmara Municipal de Benavente.

É de realçar a colaboração do Centro de Saúde e da Saúde Escolar cuja dinâmica, experiência e empenho é bem aproveitada pelo Agrupamento para melhorar as suas próprias práticas.

As aulas experimentais em laboratório e o desenvolvimento de metodologias mais práticas são condicionadas pela falta de espaços físicos de laboratório e respectivo apetrechamento. No entanto, desde a Educação Pré-escolar, são utilizados processos experimentais nas aprendizagens das crianças/alunos, de modo a desenvolver uma atitude científica.

No âmbito da Área de Projecto, nos diferentes ciclos, são trabalhados temas diversos, onde são desenvolvidas competências transversais.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Projecto Educativo, em vigor para o triénio 2007/2010, foi elaborado por um grupo de docentes que, após avaliação do projecto anterior, recolha e tratamento de dados (inquéritos aplicados a docentes, não docentes, alunos e encarregados de educação e análise de actas), fez o diagnóstico dos principais problemas que afectam a vida da escola. Este documento estabelece metas/objectivos que visam melhorar a qualidade das aprendizagens, com mais exigência e disciplina, promover hábitos de vida saudáveis, melhorar a qualidade do espaço escolar e promover um maior envolvimento dos pais e encarregados de educação na vida escolar dos seus educandos. Embora as metas estabelecidas não sejam quantificáveis e não estejam estabelecidas etapas calendarizadas, as estratégias definidas para a sua consecução, são claras e objectivas, o que facilita a sua operacionalização, mais evidente ao nível dos Projectos Curriculares, do que ao nível do Plano Anual de Actividades. Este, foi elaborado a partir das propostas dos Departamentos/Conselhos de Docentes e não prevê actividades de outros órgãos ou estruturas. Os Projectos Curriculares estão organizados por Jardins-de-infância/Escolas, não existindo um documento aglutinador das opções curriculares do Agrupamento.

A atribuição das áreas curriculares não disciplinares, para os 2.º e 3.º Ciclos, está definida no Projecto Curricular de Escola. O Estudo Acompanhado é atribuído a professores de Língua Portuguesa e/ou de Matemática (excepto no 8.º ano) como estratégia de melhoria dos resultados e integrado no Plano de Acção da Matemática. A Área de Projecto (5.º, 6.º e 9.º anos) é atribuída aos professores que leccionam Ciências da Natureza/Naturais, para que sejam desenvolvidos projectos na área da saúde, de acordo com os objectivos do Projecto Educativo e em colaboração com o Centro de Saúde. Os projectos a desenvolver nesta área são submetidos à aprovação do Conselho Pedagógico, com o objectivo de aferir se estão de acordo com as orientações definidas.

3.2 Gestão dos recursos humanos

A direcção do Agrupamento desencadeia procedimentos de forma a conhecer as competências pessoais e profissionais de docentes e não docentes. Tendo em conta a grande rotatividade de professores, o Conselho Executivo tenta, numa primeira entrevista realizada quando estes se apresentam ao serviço, conhecer a sua experiência anterior, bem como a sua apetência para a execução de outras funções, nomeadamente o desempenho das direcções de turma. Esta tarefa está agora mais facilitada pela colocação plurianual, optando pelo critério da continuidade, excepto se houver razões que levem a concluir que esta opção é desfavorável. No início de cada ano lectivo, o Conselho Executivo distribui as tarefas respeitantes às funções das Auxiliares de Acção Educativa, em reunião realizada para o efeito, já que não existe Encarregado de Pessoal Auxiliar. No que respeita aos Serviços de Administração Escolar, o serviço está distribuído por áreas, tendo cada área um responsável, embora haja polivalência para salvaguardar eventuais faltas. A distribuição das tarefas, realizada pela Chefe dos Serviços de Administração Escolar, teve em conta a experiência anterior de cada funcionário. Os serviços respondem às necessidades do Agrupamento.

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O facto de o Agrupamento ser de pequenas dimensões, facilita a partilha de experiências e de materiais, entre docentes, embora o trabalho cooperativo seja mais informal do que formal. O Agrupamento tem promovido algumas acções de formação de curta duração, para pessoal docente, em áreas consideradas essenciais para o desenvolvimento de projectos/actividades em curso. Mais recentemente, realizaram-se, entre outras, acções sobre dislexia, sob orientação da Psicóloga que desempenha funções no Agrupamento e na área das Tecnologias de Informação e Comunicação, utilização da plataforma moodle. Em colaboração com o Centro de Saúde de Benavente, realizaram-se as acções “Primeiros Socorros” e “Comer Saudável”. Os funcionários dos Serviços de Administração Escolar frequentaram, recentemente, formação no âmbito da “Gestão por Processos”, uma vez que prevêem a sua implementação num futuro próximo.

No início do ano lectivo o Agrupamento promoveu, em colaboração com a Câmara Municipal de Benavente, a recepção dos docentes, tendo sido realizada uma visita a todas as Escolas do Agrupamento e um almoço.

Na constituição de turmas a opção é a da continuidade ao longo de cada ciclo. Na transição de ciclos as turmas

são reorganizadas, uma vez que o Agrupamento considera mais benéfico para o processo de ensino- -aprendizagem. Na constituição destas turmas, intervêm docentes do ano anterior e do ciclo em que os alunos vão

ingressar.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

Os dois Jardins-de-infância que integram o Agrupamento têm instalações adequadas ao desenvolvimento das actividades. De referir que um dos edifícios foi inaugurado no passado ano lectivo e que o outro tem sido alvo de obras de ampliação e recuperação. Embora neste momento não exista lista de espera, está prevista a ampliação do Jardim-de-infância n.º 2, para que seja possível dar resposta ao aumento da população em idade pré-escolar. As salas de actividades estão razoavelmente apetrechadas.

Fazem parte do Agrupamento três Escolas do 1.º Ciclo, uma em Tapada dos Arados e duas na localidade do Porto Alto. Os edifícios encontram-se em bom estado de conservação, embora sejam de construção antiga. Os espaços exteriores estão limpos e bem cuidados, mas não têm qualquer equipamento. As salas, na localidade do Porto Alto, são em número insuficiente, pelo que, para dar resposta à população escolar, o Pólo Dois (quatro salas) funciona em regime duplo. Os alunos do 1.º Ciclo, das escolas da localidade, utilizam o refeitório da escola sede, onde realizam, também, as actividades de enriquecimento curricular, em espaços adaptados para o efeito, por não existirem espaços disponíveis naquelas escolas. Do ponto de vista relacional, este aspecto apresenta-se muito positivo por contribuir para a integração de discentes e docentes, sendo, no entanto, um constrangimento já que a escola sede também começa a ter falta de salas.

A Biblioteca Escolar/Centro de Recursos está instalada num espaço pouco adequado, em termos de dimensões, pelo que o Conselho Executivo prevê, em breve, proceder a obras de forma a instalá-la num espaço mais apropriado, o que, espera, venha a possibilitar a sua integração na Rede Nacional de Bibliotecas Escolares. Muitos dos computadores existentes no Centro de Recursos estão desactualizados e não têm ligação à Internet. No entanto, esta falha tem vindo a ser colmatada com a possibilidade de utilização dos computadores portáteis. Os alunos são acompanhados, por uma funcionária, ou pelos docentes que, por vezes, utilizam aquele espaço para desenvolver as actividades lectivas ou quando substituem colegas que se encontram a faltar. Existe uma sala de informática que está bem apetrechada. Contíguo à Escola, existe um Pavilhão Gimnodesportivo, construído recentemente pela Direcção Regional de Educação em cooperação com a Câmara Municipal. Para a prática desportiva existe, também, um campo polidesportivo descoberto.

A Escola tem, apenas, um laboratório, o que é insuficiente e condiciona a realização de actividades experimentais pelos alunos. As actividades artísticas (Educação Musical, Educação Visual e Tecnológica) têm salas específicas. Pontualmente, são desenvolvidas actividades dirigidas às crianças que frequentam os Jardins-de-infância e aos alunos das escolas do 1.º Ciclo, que decorrem nas instalações da escola sede, nomeadamente na Biblioteca Escolar/Centro de Recursos. Excepto a Escola do 1.º Ciclo de Tapada de Arados, todos os alunos dos outros estabelecimentos do Agrupamento têm facilidade em se deslocar à sede, mesmo a pé.

O Conselho Executivo tem canalizado os recursos financeiros disponíveis para melhorar as condições materiais do Agrupamento, de acordo com o Projecto Educativo e com os Projectos Curriculares. O Agrupamento tem alguma dinâmica para captar verbas, para além das provenientes do Orçamento de Estado, com a participação em projectos e concursos e, também, com a colaboração de empresas locais, fundamentalmente na reparação/manutenção de espaços e equipamentos.

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3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa O Conselho Executivo procura atrair mais os pais e encarregados de educação ao Agrupamento, verificando-se, no entanto, que para além das reuniões de início de ano lectivo e de avaliação, a participação destes é reduzida. São dinamizadas actividades em que os pais e encarregados de educação participam, embora esta situação aconteça mais nos Jardins-de-infância e nas Escolas do 1.º Ciclo, do que na escola sede. Nas reuniões de início de ano lectivo é distribuído um excerto do Regulamento Interno aos encarregados de educação, sendo de realçar que o Conselho Executivo está presente nas reuniões, em todos os grupos/turmas, desde o pré-escolar até ao 3.º Ciclo, o que tem contribuído para promover uma maior interacção. Os Directores de Turma estão disponíveis, fora do horário previsto para atendimento, bem como o Conselho Executivo, o que contribui para uma boa imagem do Agrupamento.

De salientar, a colaboração da Câmara Municipal de Benavente no apoio prestado à criação dos Cursos de Educação e Formação. Também a articulação com a Equipa de Intervenção Multidisciplinar Comunitária se tem revelado como um recurso muito importante no desenvolvimento do Projecto Educativo. Os pais e encarregados de educação, a Autarquia e a AREPA (Associação Recreativa do Porto Alto) estão representados nos órgãos de gestão e administração em que têm assento, verificando-se uma colaboração activa destas entidades na vida do Agrupamento.

Com a implementação dos Cursos de Educação e Formação, o Agrupamento iniciou a cooperação com empresas da região para a realização dos estágios dos formandos. Outras empresas/entidades colaboram com o Agrupamento na resolução de problemas, por exemplo na manutenção e reparação de espaços e equipamentos.

3.5 Equidade e justiça

As evidências recolhidas apontam no sentido de os responsáveis do Agrupamento e das diferentes estruturas se pautarem por princípios de equidade e de justiça. Todas as unidades educativas têm igual oportunidade de acesso às actividades e dispõem de uma distribuição equitativa de recursos. A criação de turmas de Percursos Curriculares Alternativos e de Cursos de Educação e Formação veio potenciar a integração de alunos a quem o ensino regular, já não dava resposta. Os alunos com necessidades educativas especiais ou com dificuldades de aprendizagem são apoiados, sendo de realçar o trabalho de articulação desenvolvido pela Equipa de Educação Especial, Psicóloga, Delegação de Saúde e Câmara Municipal no sentido de resolver situações problemáticas. As crianças/alunos estrangeiros são apoiados, tanto na aprendizagem da Língua Portuguesa, como noutros aspectos, para que a sua integração se processe sem problemas. O Agrupamento mantém-se atento aos casos de dificuldades económicas fornecendo, por exemplo, aos alunos mais carenciados, os pequenos almoços. De salientar, o papel do Conselho Executivo na atenção e rigor com que trata os casos de alunos que apresentam comportamentos desadequados, sublinhado como um aspecto que contribui de forma significativa para o bom clima de escola.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

A visão estratégica dos órgãos de gestão deste Agrupamento, demonstrada nas linhas de orientação assumidas e operacionalizadas, filia-se numa liderança assente numa cultura de mudança e num processo de abertura e incentivo à participação e à co-responsabilização dos diferentes pares.

O Conselho Executivo tem uma visão prospectiva do desenvolvimento do Agrupamento para os próximos anos (esta equipa desempenha esta função há apenas dois anos) e define como principal linha de acção promover uma escola disciplinada e de diálogo, que permita o aumento do sucesso escolar e o desenvolvimento da cidadania nos seus alunos. No entanto, não indica de forma clara, metodologias, recursos e calendarização, para atingir essas metas.

A acção do Conselho Executivo revela uma forte liderança, sendo os seus membros os principais impulsionadores da dinâmica e do desenvolvimento organizacional do Agrupamento, através de uma actuação dialogante que pretende motivar para um trabalho conjunto e para a partilha de responsabilidades na tomada de decisões. Salienta-se uma atitude de cooperação entre os diversos órgãos da unidade de gestão, exercendo a Assembleia de Escola um papel activo e ao mesmo tempo de regulação crítica através do dinamismo de alguns dos seus membros.

A comunicação directa e frequente, entre o Conselho Executivo e o pessoal docente e não docente, pais, alunos e outros parceiros contribui para a existência de um clima de abertura, tranquilidade e confiança.

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O Agrupamento, nomeadamente nos últimos dois anos, começa a ser reconhecido, interna e externamente, pelo trabalho desenvolvido na área da integração e apoio dos alunos mais carenciados, da segurança no espaço escolar e do rigor e exigência dos professores.

Os novos professores sentem-se integrados no Agrupamento e na comunidade envolvente, resultado de uma acertada política de acolhimento.

4.2 Motivação e empenho Os responsáveis do Agrupamento demonstram estar motivados para o desempenho das suas funções e procuram envolver todos os intervenientes (estruturas intermédias e restantes profissionais) numa mesma estratégia de acção, conducente ao sucesso dos alunos. De um modo geral, os docentes e não docentes manifestam empenho e profissionalismo no desempenho das funções que lhes são atribuídas.

As taxas de absentismo de docentes e não docentes não são significativas. No caso de absentismo dos alunos, os órgãos de gestão estão atentos e intervêm em casos que se revelem mais problemáticos, contando com a colaboração de parceiros (associação de pais, psicóloga, socióloga e equipa da saúde escolar).

4.3 Abertura à inovação

O Agrupamento demonstra uma atitude de abertura à inovação perfilada no alargamento da oferta educativa (Cursos de Educação e Formação, Percursos Curriculares Alternativos e actividades de enriquecimento curricular), no desenvolvimento de projectos nacionais (Plano Nacional de Leitura, Plano Nacional da Matemática e Projecto Ecos), de parcerias europeias (projecto etwining) e na criação da plataforma moodle, como meio para facilitar o contacto com a comunidade educativa, nomeadamente entre professores e alunos.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

O Agrupamento, consciente da necessidade de se abrir ao exterior e de promover uma educação mais abrangente tem, como linha orientadora, o estabelecimento de parcerias, nomeadamente com a Câmara Municipal de Benavente (projecto “Treino de Competências Pessoais e Sociais – prevenção do tabaco e álcool”), Associação Recreativa do Porto Alto (actividades desportivas e culturais), Comissão de Protecção a Crianças e Jovens em Risco, Escola Segura e Centro de Saúde (“Educação para a Saúde”). No que se refere a projectos nacionais, o Agrupamento está envolvido no Projecto Ecos (pré-escolar e 1.º Ciclo), no Plano de Acção da Matemática, no Projecto CRIE (Computadores, Redes e Internet nas Escolas) e no Plano Nacional de Leitura.

A maior parte dos estágios dos alunos dos Cursos de Educação e Formação e dos alunos com necessidades educativas especiais são proporcionados pela Câmara Municipal.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do agrupamento

5.1 Auto-avaliação

A auto-avaliação do Agrupamento é participada e desenvolvida a diferentes níveis: por um lado, a análise e reflexão dos resultados escolares e a avaliação dos Projectos Curriculares de Turma realizadas nos vários órgãos, nomeadamente Conselhos de Docentes/Turma, Departamentos Curriculares e Conselho Pedagógico, por outro, a recolha extensiva de dados de opinião sobre o processo educativo e a realização das metas, objectivos e estratégias pedagógicas em que assenta o Projecto Educativo.

Para a construção do Projecto Educativo de Agrupamento para o triénio 2007/2010, foi recolhida informação através da auscultação dos alunos pelos directores de turma e em reunião do Conselho Executivo com os delegados de turma, tal como a aplicação de questionários à comunidade educativa.

Estes processos de auto-avaliação têm sido conduzidos por um grupo de docentes articulado com o Conselho Executivo e com o Conselho Pedagógico.

O Agrupamento tem desenvolvido um trabalho sistemático de recolha, tratamento e análise de dados quantitativos e qualitativos e apresentado propostas de intervenção na sua decorrência, tornando assim o processo num sistema de monitorização do seu funcionamento.

Ainda que não exista um mecanismo sistemático de divulgação da informação que mobilize toda a comunidade educativa, a auto-avaliação tem tido algum impacto no planeamento e na gestão das actividades, sendo já um instrumento de apoio à decisão e gestão.

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5.2 Sustentabilidade do progresso

A auto-avaliação desenvolvida no último triénio, apesar de não existir um projecto formalizado, tem produzido informação muito útil para conhecer as percepções dos diferentes actores, nomeadamente professores, alunos e encarregados de educação. A sua utilização, aliada à capacidade de liderança, é uma garantia de que enquanto processo em si mesmo vai ser aprofundado e alargado progressivamente a novos campos de análise, para que se torne num factor de sustentação da melhoria do Agrupamento.

Efectivamente, o plano de acção constante do Projecto Educativo 2007/2010, no que concerne aos problemas diagnosticados e hierarquizados e nas estratégias de resolução propostas, apoiam-se na análise e reflexão produzida pela auto-avaliação.

O Agrupamento conhece os seus pontos fortes e fracos e tem um plano de acção de melhoria com algumas estratégias já implementadas com sucesso, nomeadamente a reformulação dos critérios de avaliação e a criação dos Cursos de Educação e Formação e dos Percursos Curriculares Alternativos. Contudo, a auto-avaliação, enquanto processo em si mesmo, poderá ser aperfeiçoada de forma contínua e progressiva para se constituir como uma metodologia regular e sistemática que monitorize a eficácia do desempenho global do Agrupamento. V – Considerações finais

Apresenta-se agora uma síntese dos atributos da Unidade de Gestão (pontos fortes e pontos fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos) que poderá orientar a sua estratégia de melhoria.

Neste âmbito, entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; oportunidade: condição externa

à organização que poderá ajudar a alcançar os seus objectivos; constrangimento: condição externa à organização que poderá prejudicar o cumprimento dos seus objectivos.

Todos os tópicos seguidamente identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

ƒ clima e relações interpessoais, envolvendo os diferentes elementos da comunidade educativa;

ƒ empenho e motivação de parte considerável de docentes e de não docentes;

ƒ liderança do Conselho Executivo no apoio e incentivo à participação e à co-responsabilização dos

diferentes pares;

ƒ articulação com a Câmara Municipal, Centro de Saúde, Delegação de Saúde e Associação Recreativa do

Porto Alto;

ƒ trabalho desenvolvido no âmbito dos apoios aos alunos com necessidades educativas, em articulação

com a Equipa de Intervenção Multidisciplinar Comunitária. Pontos fracos

ƒ inexistência de um projecto de auto-avaliação concebido como estratégia para o desempenho global do

Agrupamento;

ƒ não existência de um plano de formação como factor de desenvolvimento da organização educativa;

ƒ falta de equipamento informático e instalações deficientes da Biblioteca Escolar/Centro de Recursos;

ƒ pouca intervenção dos pais e encarregados de educação dos alunos dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico

em actividades do Agrupamento;

ƒ fraca dinâmica na relação com as empresas locais;

ƒ ausência de um quadro de valor e excelência como referência para maiores níveis de qualidade e

exigência no desempenho do Agrupamento. Oportunidades

ƒ reforço do protocolo com o Centro de Formação Profissional de Almeirim.

Constrangimentos

ƒ falta de salas para o 1.º Ciclo do Ensino Básico;

Referências

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