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LICENÇA AMBIENTAL (Actualização)

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LICENÇA AMBIENTAL (Actualização)

Nos termos do art.º 14.º do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto, relativo à

Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP), é actualizada a presente

Licença Ambiental atribuída ao operador

Correia & Correia, Lda

com o Número de Identificação de Pessoa Colectiva (NIPC) 502069732, para a

instalação

Correia & Correia – Unidade de Tratamento e Armazenamento Temporário de

Resíduos Perigosos e não Perigosos

sita na Zona Industrial da Sertã, freguesia e concelho da Sertã, para o exercício

das actividades de tratamento de óleos usados e outros resíduos e

armazenamento temporário de resíduos perigosos e não perigosos incluídas na

categoria 5.1 do Anexo I do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto, e

classificada com a CAE

rev.3

principal n.º 38322 (Valorização de resíduos não

metálicos) de acordo com as condições fixadas no presente documento.

A presente licença é válida até 5 de Março de 2015

Amadora, 5 de Março de 2008

O Director-Geral

(2)

1. P

REÂMBULO

Esta Licença Ambiental (LA) é emitida ao abrigo do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto, relativo à Prevenção e Controlo Integrados da Poluição, na sua actual redacção (Diploma PCIP), para a instalação Correia & Correia – Unidade de tratamento e armazenamento temporário de resíduos perigosos e não perigosos, [CAErev.3 principal 38322

1

(Valorização de resíduos não metálicos], onde se exercem as seguintes actividades constantes do anexo III da Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março:

- Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos (operação de gestão de resíduos R9), com capacidade licenciada de 135 ton/dia.

- Tratamento físico-químico de lamas industriais e águas contaminadas (operação de gestão de resíduos D9 - Tratamento físico-químico que produz compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12), com capacidade licenciada de 310 ton/dia.

- Armazenamento temporário de resíduos industriais perigosos - operação de gestão de resíduos D15 (Armazenamento enquanto se aguarda a execução de uma das operações enumeradas de D1 a D14) e R13 (Acumulação de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R1 a R12), com capacidade instalada de 350 ton.

- Armazenamento temporário de resíduos industriais não perigosos - operação de gestão de resíduos D15 (Armazenamento enquanto se aguarda a execução de uma das operações enumeradas de D1 a D14) e R13 (Acumulação de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R1 a R12), com capacidade instalada de 100 ton.

As actividades PCIP reguladas por esta licença são:

- Refinação de óleos e outras reutilizações, com capacidade instalada de 135 ton/dia. - Tratamento físico-químico de lamas oleosas, com capacidade instalada de 310 ton/dia. - Armazenamento temporário de resíduos perigosos, com capacidade instalada de 350 ton; incluídas na categoria 5.1 do Anexo I do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto.

Trata-se da actualização à Licença Ambiental n.º 13/2004, de 14 de Julho, para a instalação nova, de acordo com o disposto no art.º 13.º do Diploma PCIP, sendo a presente licença emitida para a instalação no seu todo.

Para a emissão desta licença foram tomadas em consideração as condições impostas na Declaração de Impacte Ambiental exarada por Sua Excelência o Secretário de Estado do Ambiente, em 22 de Setembro de 2003.

A instalação deve ser explorada e mantida de acordo com o projecto aprovado e com as condições estabelecidas nesta licença.

Os relatórios periódicos a elaborar pelo operador (ver ponto 7), designados por Plano de Desempenho Ambiental (PDA) e Relatório Ambiental Anual (RAA), constituem mecanismos de acompanhamento da presente Licença Ambiental.

Esta LA será ajustada aos limites e condições sobre prevenção e controlo integrados da poluição, sempre que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) entenda por necessário. É conveniente que o operador consulte regularmente a página www.apambiente.pt da APA, para acompanhamento dos vários aspectos relacionados com este assunto.

Os procedimentos, valores limite de emissão e as frequências de amostragens e análises, âmbito dos registos, relatórios e monitorizações previstos nesta licença podem ser alterados pela APA, ou aceites por esta entidade no seguimento de proposta do operador, após avaliação dos resultados apresentados, por meio de aditamento à presente LA.

Nenhuma alteração relacionada com a actividade, ou com parte dela, pode ser realizada ou iniciada sem a prévia notificação à Entidade Coordenadora de Licenciamento (ECL) – Direcção Regional de Economia do Centro (DRE) e análise por parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR).

1

(3)

A presente licença será integrada na licença ou autorização a emitir pela ECL e não substitui qualquer outra a que o operador esteja obrigado.

2. P

ERÍODO DE VALIDADE

Esta válida por um período de 7 anos excepto se ocorrer, durante o seu prazo de vigência, algum dos itens previstos no parágrafo seguinte que motivem a sua renovação.

A renovação da licença poderá ser obrigatoriamente antecipada sempre que: - ocorra uma alteração substancial da instalação;

- a poluição causada pela instalação for tal que exija a revisão dos valores limite de emissão estabelecidos nesta licença ou a fixação de novos valores limite de emissão;

- alterações significativas das melhores técnicas disponíveis permitirem uma redução considerável das emissões, sem impor encargos excessivos;

- a segurança operacional do processo ou da actividade exigir a utilização de outras técnicas; - novas disposições legislativas assim o exijam.

O titular da Licença Ambiental tem de solicitar a sua renovação no prazo de 6 meses antes do seu termo. O operador poderá antecipar este pedido no caso da instalação ser sujeita ao re-exame das condições de exploração, de acordo com o previsto no art.º 20.º do Decreto Regulamentar n.º 8/2003, de 11 de Abril, que aprova o Regulamento de Licenciamento da Actividade Industrial (RELAI).

O pedido de renovação terá de incluir todas as alterações da exploração que não constem da actual Licença Ambiental, seguindo os procedimentos previstos no art.º 16.º do Diploma PCIP.

3. G

ESTÃO AMBIENTAL DA ACTIVIDADE

O Anexo I, ponto 1 apresenta uma descrição sumária da actividade da instalação.

3.1. Fase de operação

3.1.1. Utilização de melhores técnicas disponíveis

As actividades devem ser operadas tendo em atenção as medidas de boas práticas e melhores técnicas/tecnologias actualmente disponíveis que englobam medidas de carácter geral, medidas de implementação ao longo do processo produtivo e no tratamento de fim-de-linha, designadamente em termos da racionalização dos consumos de água, matérias primas e energia, substituição de substâncias perigosas por outras de perigosidade inferior e minimização das emissões para os diferentes meios.

O funcionamento das actividades prevê, de acordo com o projecto apresentado pelo operador, a aplicação de algumas das Melhores Técnicas Disponíveis (MTD), estabelecidas no Documento de Referência, Reference Document on Best Available Techniques for Waste Treatments Industries (BREF WT), Comissão Europeia, de Agosto de 2006, disponível em http://eippcb.jrc.es.

No Anexo I, ponto 2 são apresentadas as MTD aplicadas às actividades desenvolvidas na instalação, devendo o operador aumentar o seu nível de aproximação às MTD do sector.

No que se refere à utilização de Melhores Técnicas Disponíveis transversais deverão ser analisados os seguintes documentos, já disponíveis em http://eippcb.jrc.es:

- Reference Document on the General Principles of Monitoring, Comissão Europeia (JOC 170

de 19 de Julho de 2003);

- Reference Document on Best Available Techniques on Emissions from Storage – BREF

ESB, Comissão Europeia (JO C 253, de 19 de Outubro de 2006).

Ainda no âmbito da avaliação das MTD a adoptar deverá o operador equacionar a implementação na instalação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), incluindo no PDA a análise a efectuar sobre esta matéria relativamente aos seguintes aspectos:

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- Definição de uma política ambiental para a instalação ao nível mais elevado da sua administração;

- Planificação e definição dos procedimentos necessários (objectivos e metas);

- Aplicação dos procedimentos definidos de forma a atingir os objectivos e as metas propostos;

- Avaliação do desempenho da instalação, após implementação das medidas de acção inicialmente propostas, e adopção de eventuais medidas correctivas necessárias;

- Revisão do SGA pelos mais altos responsáveis da instalação. Complementarmente podem ser equacionados os três aspectos seguintes:

- Análise e validação do SGA por um organismo de certificação acreditado ou verificador externo;

- Preparação e publicação de uma declaração ambiental que descreva todos os aspectos ambientais significativos da instalação;

- Implementação e adesão a um SGA internacionalmente aceite, como o EMAS ou a EN ISO 14001:1996.

O resultado da análise a efectuar no âmbito da adopção de MTD pela instalação, nas suas diferentes áreas, será incluído no PDA a desenvolver pelo operador (ver ponto 7.1 da LA).

O plano a apresentar deverá evidenciar a garantia da instalação conseguir, de uma forma consistente, o cumprimento dos VEA aplicáveis. Nessa medida, deverão ser ainda identificadas, se aplicável, as acções de optimização de exploração das técnicas/tecnologias já implementadas, bem como as eventuais dificuldades, técnicas, de operação, de natureza económica (custo - eficácia), ou outras, que limitem o desempenho das técnicas já implementadas ou a implementar.

Para cada ano, o Relatório Ambiental Anual (RAA) respectivo deverá integrar um relatório da aplicação das diferentes medidas sistematizadas no PDA para esse ano.

3.1.2. Condições gerais de operação

A instalação fica autorizada a desenvolver as seguintes actividades constantes do anexo III da Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março, de acordo com o previsto no art.º 41.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro:

- Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos (operação de gestão de resíduos R9), com capacidade licenciada de 135 ton/dia.

- Tratamento físico-químico de lamas industriais e águas contaminadas (operação de gestão de resíduos D9 - Tratamento físico-químico que produz compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12), com capacidade licenciada de 310 ton/dia.

- Armazenamento temporário de resíduos industriais perigosos - operação de gestão de resíduos D15 (Armazenamento enquanto se aguarda a execução de uma das operações enumeradas de D1 a D14) e R13 (Acumulação de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R1 a R12), com capacidade instalada de 350 ton.

- Armazenamento temporário de resíduos industriais não perigosos - operação de gestão de resíduos D15 (Armazenamento enquanto se aguarda a execução de uma das operações enumeradas de D1 a D14) e R13 (Acumulação de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R1 a R12), com capacidade instalada de 100 ton.

As operações de tratamento desenvolvidas na instalação compreendem um processo de decantação para os óleos usados, um processo de desidratação para as lamas industriais e um processo físico-químico e biológico para as águas contaminadas.

A instalação deve ser operada de forma a serem adoptadas todas as regras de boas práticas e medidas de minimização das emissões durante o funcionamento normal da instalação.

Os resíduos resultantes do processo de tratamento de óleos e águas oleosas constituem um resíduo, sendo que em conformidade com o disposto nos artigos 5.º e 9.º do Decreto-Lei n.º

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178/2006, de 5 de Setembro, deverá ser assegurado que os mesmos sejam encaminhados para operadores devidamente legalizados para o efeito.

O transporte de resíduos apenas pode ser realizado pelas entidades definidas no n.º 2 da Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio e de acordo com as condições aí estabelecidas. A este propósito, salienta-se a necessidade de utilização da guia de acompanhamento dos resíduos em geral, aprovada na referida Portaria, que consiste no modelo exclusivo da INCM n.º 1428. O transporte de resíduos abrangidos pelos critérios de classificação de mercadorias perigosas deve ainda obedecer ao Regulamento de Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 170-A/2007, de 4 de Maio e rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 63-A/2007, de 3 de Julho.

A transferência de resíduos para fora do território nacional, deverá ser efectuada em cumprimento da legislação em vigor em matéria de movimento transfronteiriço de resíduos, nomeadamente o Regulamento (CE) n.º 1013/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Junho de 2006, relativo aos procedimentos e regimes de controlo relativos à transferência de resíduos, de acordo com a origem, destino e o itinerário dessas transferências, o tipo de resíduos transferidos e o tipo de tratamento a aplicar aos resíduos no seu destino.

Em caso de ocorrência de acidente deverá ser efectuado o previsto no ponto 5. (Gestão de situações de emergência) desta licença, salientando-se que a notificação deverá incluir os períodos de ocorrência e, sempre que aplicável, os caudais excepcionais descarregados.

Qualquer alteração do regime de funcionamento normal da instalação deverá ser comunicada à APA.

A gestão dos equipamentos utilizados na actividade deve ser efectuada tendo em atenção a necessidade de controlar o ruído, particularmente através da utilização de equipamentos que, sempre que aplicável, se encontrem de acordo com o Regulamento das Emissões Sonoras para o Ambiente do Equipamento para Utilização no Exterior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 221/2006, de 8 de Novembro.

3.1.3. Gestão de Recursos 3.1.3.1 Matérias primas

As matérias-primas da instalação consistem essencialmente em resíduos, sólidos ou líquidos, devendo por isso ser elaborados procedimentos escritos de recepção/controlo dos mesmos com a definição de critérios de admissibilidade, designadamente em termos das suas características de perigosidade e condições de acondicionamento na instalação para serem disponibilizados aos produtores/detentores de resíduos. Uma cópia destes procedimentos deverá ser incluída no primeiro RAA.

Atendendo ao facto de serem admitidos na instalação resíduos no estado líquido, deverá ser garantida uma capacidade de retenção de 110% do volume do maior recipiente previsto, de forma a assegurar a contenção de eventuais derrames.

Os resíduos perigosos e não perigosos para os quais o armazenamento temporário e tratamento está autorizado encontram-se listados no Anexo I, ponto 3 e ponto 4, classificados de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), publicada através da Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março. Para efeitos de análise da abrangência da instalação pelo Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho, que estabelece o regime de prevenção de acidentes graves que envolvam substâncias perigosas e a limitação das suas consequências para o homem e o ambiente, deverá o operador proceder à reavaliação do estabelecimento e, designadamente, elaborar um novo inventário das substâncias perigosas presentes na instalação para envio à APA no prazo de 30 dias após a emissão da Licença Ambiental. Caso se conclua que a instalação se encontra abrangida pelo referido Diploma, será emitido aditamento à presente LA.

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3.1.3.2 Água

A instalação apresenta um consumo médio anual de água de cerca de 2.345 m3/ano, proveniente de uma captação de água subterrânea, AC1, para utilização em lavagens e rega na instalação. A água para consumo humano é distribuída em bebedouros próprios na unidade.

É autorizada a utilização do domínio hídrico para efeitos de captação de águas subterrâneas através da captação AC1, de coordenadas M (m) 202.219 e P (m) 316.751 ficando a sua exploração sujeita ao cumprimento dos seguintes requisitos:

- Profundidade do furo: 200 m;

- Equipamento de extracção: bomba submersível;

- Profundidade máxima de instalação do equipamento de extracção: 178 m; - Potência do equipamento elevatório: 4 cv;

- Caudal máximo instantâneo: 1.39 l/s; - Volume máximo mensal autorizado: 350 m3.

Deverá ser registado mensalmente o volume total de água extraído através do caudalímetro com totalizador instalado.

3.1.3.3 Energia

A instalação consome no seu processo produtivo energia eléctrica, com um consumo médio anual de 515.749 kWh (149,57 Tep2). (dados de 2006)

Como combustível a instalação consome gasóleo, com um consumo médio de 516,6 ton/ano (539,85 Tep) (dados de 2006), para utilização na caldeira com 3 MW de potência. O gasóleo encontra-se armazenado num depósito com capacidade de 15 m3 .

O vapor produzido é utilizado para aquecimento dos reservatórios de óleo com o objectivo de aumentar a sua fluidez.

3.1.4. Sistemas de drenagem, tratamento e controlo

O operador deverá efectuar a exploração e manutenção adequadas dos sistemas de retenção, drenagem, tratamento e controlo existentes na instalação, de modo a reduzir ao mínimo os períodos de indisponibilidade e permitir manter um nível de eficiência elevado. Neste sentido, no Relatório Ambiental Anual (RAA) deverá ser apresentada explicitação do plano de manutenção efectuado aos sistemas instalados, incluindo indicação sobre a periodicidade das operações realizadas e detalhe dos respectivos procedimentos.

Adicionalmente no RAA deverá ser também dada indicação, relativamente ao ano civil anterior, do número de horas correspondente a situações de funcionamento deficiente ou avaria nos sistemas/equipamentos de retenção, drenagem, tratamento e controlo de emissões para os diferentes meios.

3.1.4.1 Águas Residuais e pluviais

Na instalação são produzidos os seguintes tipos de águas residuais:

a) Águas residuais domésticas, provenientes das instalações sanitárias e balneários;

b) Águas residuais industriais, provenientes dos reservatórios de armazenamento dos óleos, como resultado do processo de decantação dos óleos e das águas oleosas, fossas de decantação das lamas oleosas do edifício de tratamento de lamas oleosas, lavagens de bacias de retenção de produtos oleosos, de zonas de trabalho e manuseamento de óleos e águas oleosas, de áreas de armazenamento temporário de resíduos, de zonas de carga e

2 Tep – Toneladas equivalente de petróleo. Para as conversões de unidades de energia foram utilizados os factores de

conversão constantes dos Despachos da DGE (Direcção-Geral de Energia) publicados no D.R. n.º 98, II Série, de 1983.04.29, e no D.R. n.º 34, II Série, de 2002.02.09 (Despacho n.º 3157/2002).

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descarga de lamas oleosas, zonas de lubrificação e lavagem de viaturas e de abastecimento de combustíveis;

c) Águas pluviais provenientes do sistema de drenagem das águas pluviais contaminadas, são constituídas apenas pelas áreas de circulação e lavagem de viaturas;

d) Águas pluviais, provenientes das coberturas não contaminadas dos edifícios e parque de estacionamento de veículos ligeiros;

As águas residuais domésticas são descarregadas no colector municipal de águas residuais, no ponto ED1, sem qualquer tratamento prévio, sendo encaminhadas para a ETAR da Sertã, sistema este gerido pela empresa Águas do Centro, S.A.

As águas residuais industriais são tratadas na Estação de Pré-Tratamento de Águas Residuais (EPTAR) sendo posteriormente descarregadas no colector municipal de águas residuais, ponto ED3, que os encaminha para a ETAR da Sertã.

As águas tratadas na EPTAR poderão ser armazenadas num depósito de 30 m3 e reutilizadas para lavagens de viaturas na estação de serviço e dos pavimentos dos pavilhões de óleos usados e águas oleosas e de lamas/estação de serviço, mas apenas nas áreas cobertas onde está garantida a drenagem das águas após utilização, para a EPTAR.

As águas pluviais potencialmente contaminadas são encaminhadas para um sistema de tratamento constituído por um tanque separador de hidrocarbonetos e daqui para o colector municipal de águas pluviais que descarrega no meio receptor. O caudal de dimensionamento do sistema de tratamento é de 2160 m3/dia.

O separador de hidrocarbonetos deverá possuir mecanismos automáticos de controlo que permitam impedir qualquer tipo de derrame da lâmina de óleo retida no seu interior, mesmo em caso de emergência ou afluência acidental de óleo ou águas oleosas provenientes de qualquer derrame ocorrido.

Deverá ser assegurada a adequada limpeza e manutenção do separador de hidrocarbonetos devendo ser elaborados procedimentos de limpeza e manutenção a incluir no primeiro RAA.

As águas residuais pluviais são recolhidas em rede independente drenando directamente para a caixa de recolha geral, onde são misturadas com as provenientes do separador de hidrocarbonetos, prosseguindo posteriormente para colector municipal de águas pluviais no ponto de descarga ED2. O Relatório Ambiental Anual (RAA) deverá incluir um relatório síntese com os quantitativos mensais das águas recirculadas e os fins a que se destinaram.

Uma descrição detalhada do tratamento efectuado na EPTAR da instalação encontra-se no Anexo I, Ponto 1 desta LA.

Qualquer alteração nas redes de drenagem das águas residuais deverá ser participada à APA. 3.1.4.2 Emissões para o ar

A única fonte de emissão pontual da instalação (FF1), associada à caldeira de produção de vapor, não apresenta qualquer sistema de tratamento.

O funcionamento normal da operação de secagem de lamas líquidas, utilizando mistura de cal viva, prevê a existência de aspiração no pavilhão por intermédio de grelhas colocadas nas condutas fixas às paredes laterais, ligadas ao sistema de aspiração e filtragem composto por 5 filtros de partículas em papel celuloso e 10 filtros de gases em papel celuloso e carvão activado. O ar filtrado é reintroduzido no interior da nave industrial.

Deverá ser assegurada a adequada ventilação dos locais armazenagem de resíduos perigosos. Deverá o operador efectuar, no âmbito do PDA (ver ponto 7.1), a avaliação das várias soluções preconizadas no BREF visando a redução das emissões difusas existentes na instalação, nomeadamente nas operações de trasfega de óleos, bem como das emissões resultantes do tratamento físico-químico das lamas oleosas.

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3.1.4.3 Resíduos

O armazenamento temporário dos resíduos recepcionados e produzidos na instalação e que aguardam encaminhamento para destino final deverá ser sempre efectuado em locais destinados a esse efeito (parques de armazenamento de resíduos), operados de forma a impedir a ocorrência de qualquer derrame ou fuga, evitando situações de potencial contaminação do solo e/ou água. Assim, estas áreas deverão apresentar piso impermeabilizado e, em função do mais adequado em cada caso específico, serem cobertas, equipadas com bacia de retenção e/ou com rede de drenagem com encaminhamento adequado. Neste armazenamento temporário devem igualmente ser respeitadas as condições de segurança relativas às características que conferem perigosidade ao(s) resíduo(s), de forma a não provocar qualquer dano para o ambiente nem para a saúde humana, designadamente por meio de incêndio ou explosão.

Na instalação estão identificadas as seguintes zonas de armazenamento de resíduos produzidos: - PA1: zona de armazenamento de resíduos perigosos, com uma área total de 600 m2,

totalmente coberta e impermeabilizada, associada a uma bacia de retenção de 58,5 m3 de capacidade;

- PA2: zona de armazenamento resíduos não perigosos, com uma área total de 127 m2, totalmente coberta e impermeabilizada, associada a uma bacia de retenção de 20.25 m3 de capacidade.

O armazenamento dos resíduos recepcionados na instalação é efectuado em zonas específicas, conforme descrito no Anexo I, ponto 1.

3.1.5. Pontos de Emissão 3.1.5.1 Águas residuais e pluviais

Estão identificados três pontos de descarga de águas residuais ou pluviais na instalação:

 ED1 - As águas residuais domésticas são descarregadas neste ponto, correspondente ao colector municipal de águas residuais, com coordenadas militares M e P, respectivamente, 202.112 m e 316.648 m, sendo encaminhadas para tratamento na ETAR municipal da Sertã.  ED2 - As águas residuais pluviais contaminadas são encaminhadas para este ponto,

correspondente ao colector municipal de águas pluviais, com coordenadas militares M e P, respectivamente, 202.112 m e 316.648 m, após o pré-tratamento no separador de hidrocarbonetos da instalação. De igual forma são descarregadas neste ponto as águas pluviais não contaminadas, após prévia junção na caixa receptora geral com as águas provenientes do separador de hidrocarbonetos.

 As águas residuais industriais, após tratamento na EPTARI da instalação, são descarregadas no colector municipal de águas residuais, no ponto ED3 com coordenadas militares M e P, respectivamente, 202.112 m e 316.648 m, e encaminhadas para a ETAR municipal da Sertã.

3.1.5.2 Emissões para o ar

Existe na instalação uma única fonte fixa de emissão pontual para a atmosfera, FF1, associada ao processo de combustão da caldeira de vapor.

Fonte Altura da chaminé (1) Descrição Regime de Emissão

FF1 23,30 Caldeira Esporádico

(1)

Altura da chaminé, correspondente à distância, medida na vertical, entre o topo da chaminé e o solo. No que respeita ao dimensionamento da chaminé da referida fonte, atendendo à natureza qualitativa e quantitativa dos efluentes emitidos e respectivos caudais mássicos associados, tendo em consideração os processos afectos às fontes, e atendendo aos obstáculos existentes na sua envolvente, estas apresentam uma altura adequada à correcta dispersão dos poluentes, tendo sido

(9)

dado cumprimento ao disposto no Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril, e ao procedimento de cálculo estabelecido na Portaria n.º 263/2005, de 17 de Março, e na Declaração de Rectificação n.º 38/2005, de 16 de Maio.

Deverá ser assegurada a manutenção regular dos queimadores da caldeira, de modo a garantir uma queima completa do combustível e reduzir a emissão de partículas e CO.

As emissões difusas da instalação são resultantes das operações de mistura da cal viva com as lamas oleosas.

3.1.5.3 Resíduos produzidos na instalação

Em conformidade com o disposto no Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, que estabelece o regime geral de gestão de resíduos, deverá ser assegurado que os resíduos resultantes da laboração da instalação, incluindo os resíduos das áreas administrativas, equiparados a resíduos urbanos, as lamas resultantes do tratamento físico-químico, sejam encaminhados para operadores devidamente legalizados para o efeito, devendo ser privilegiadas as opções de reciclagem e outras formas de valorização e o princípio da proximidade e auto-suficiência a nível nacional.

O operador deverá incluir no RAA indicação sobre qualquer alteração efectuada relativamente ao destino dado aos resíduos produzidos na instalação, face ao inicialmente previsto.

3.2. Fase de desactivação

Deverá ser elaborado um Plano de Desactivação da instalação, a apresentar à APA, em dois exemplares, para aprovação nos 12 meses anteriores à data de cessação parcial ou total da instalação (encerramento definitivo), devendo conter no mínimo o seguinte:

- O âmbito do plano;

- os critérios que definem o sucesso da desactivação da actividade ou de parte dela, de modo a assegurarem um impacte mínimo no ambiente;

- um programa para alcançar aqueles critérios, que inclua os testes de verificação; - um plano de recuperação paisagística do local, quando aplicável.

Após o encerramento definitivo o operador deve entregar à APA, em dois exemplares, um relatório de conclusão do plano para aprovação.

4. M

ONITORIZAÇÃO E

V

ALORES

L

IMITE DE

E

MISSÃO

O operador deverá realizar as amostragens, medições e análises de acordo com o mencionado nesta licença e especificações constantes nos pontos seguintes.

A frequência, âmbito e método de monitorização, amostragem, medições e análises, para os parâmetros especificados no Anexo II desta licença, ficam estabelecidos para as condições normais de funcionamento da instalação durante a fase de operação. Em situação de emergência, o plano de monitorização será alterado de acordo com o previsto no ponto 5 desta licença (Gestão de situações de emergência).

O operador deve assegurar o acesso permanente e em segurança aos pontos de amostragem e de monitorização.

O equipamento de monitorização e de análise deve ser operado de modo a que a monitorização reflicta com precisão as emissões e as descargas, respeitando os respectivos programas de calibração e de manutenção.

Todas as colheitas de amostras e as análises referentes ao controlo das emissões devem ser preferencialmente efectuadas por laboratórios acreditados.

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4.1. Monitorização das matérias primas, utilidades e produtos finais

4.1.1. Controlo dos resíduos recepcionados

Deverá o operador, para controlo dos resíduos recepcionados, aplicar o disposto na Portaria n.º 1408/2006, de 18 de Dezembro, relativa ao Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER), nomeadamente proceder à inscrição no referido sistema, conforme disposto no n.º 1 do art.º 1.º, e efectuar o preenchimento electrónico dos mapas de registo referentes aos resíduos recepcionados na instalação até 31 de Março do ano seguinte a que se reportam os dados, conforme disposto no n.º 2 do art.º 6.º.

O operador deverá manter um registo das cargas recusadas que deverá incluir ainda informação relativa ao motivo da recusa, origem e classificação dos resíduos segundo a Lista Europeia de Resíduos - LER (Anexo I da Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março), número da respectiva guia de acompanhamento, identificação do transportador, bem como outra informação considerada relevante.

Um relatório síntese dos registos com informação sobre a origem dos resíduos recebidos, a sua quantidade (total e por operação de gestão de resíduos a que serão sujeitos na instalação) e classificação segundo a Lista Europeia de Resíduos, incluindo das cargas recusadas, deve ser integrado como parte do RAA.

4.1.2. Controlo dos resíduos expedidos

Deverá o operador, para controlo dos resíduos expedidos, aplicar o disposto na Portaria n.º 1408/2006, de 18 de Dezembro, relativa ao Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER), nomeadamente efectuar o preenchimento electrónico dos mapas de registo referentes aos resíduos expedidos até 31 de Março do ano seguinte a que se reportam os dados, conforme disposto no n.º 2 do art.º 6.º.

Deverá ser mantido pelo operador um registo completo e actualizado com informação relativa ao destino (com indicação do operador de gestão de resíduos) dado aos resíduos expedidos e sujeitos à operação de armazenamento temporário (D15, R13), bem como informação relativa à operação de valorização/eliminação a que esses resíduos serão sujeitos no respectivo destino final. Deverá ainda ser mantido pelo operador um registo por carga de resíduos expedidos que contenha a data de saída, as diferentes datas de recepção dos resíduos constituintes da respectiva carga bem como a sua classificação segundo a Lista Europeia de Resíduos.

Um relatório síntese destes registos deve ser integrado como parte do RAA. 4.1.3. Controlo de águas de abastecimento

No Relatório Ambiental Anual (RAA), deve ser incluído um relatório síntese apresentando o consumo mensal de água proveniente da rede pública (m3/mês) e da captação AC1 bem como o consumo específico de água (m3/tonelada de óleo tratado e m3/tonelada de resíduos armazenados), discriminado, sempre que possível, pelo tipo de uso.

4.1.4. Controlo do consumo de energia

Um relatório síntese relativo ao consumo médio mensal de energia (energia eléctrica e diferentes combustíveis) deve ser incluído no RAA, bem como os consumos mensais específicos de energia, em termos de quantidade de energia consumida/tonelada de óleo tratado e quantidade de energia consumida/tonelada de resíduos armazenados, e ainda o consumo energético total da instalação, expresso em TEP. Deverá ainda ser efectuada a explicitação do cálculo dos valores apresentados. Uma cópia do relatório da auditoria energética a realizar durante o ano de 2008 deve ser incluída no RAA, bem como cópia do Plano de Racionalização de Energia aprovado.

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4.2. Monitorização e Valores Limite de Emissão das emissões da instalação

4.2.1. Controlo das emissões para o ar

O controlo da emissão de poluentes para a atmosfera na fonte pontual FF1 deverá ser efectuado de acordo com o especificado no Anexo II, Quadro II.4 da licença, não devendo nenhum parâmetro de emissão exceder os valores limite de emissão (VLE) aí mencionados.

A amostragem deve ser representativa das condições de funcionamento normal da instalação. Relatórios dos resultados destas monitorizações devem ser enviados à CCDR, 60 dias seguidos contados a partir da data de realização da monitorização e conter a informação constante do Anexo II, ponto 3 desta licença.

Caso seja verificada alguma situação de incumprimento em qualquer das medições efectuadas, devem ser adoptadas de imediato medidas correctivas adequadas após as quais deverá ser efectuada uma nova avaliação da conformidade nas fontes pontuais em causa. Deve ainda ser cumprido o estipulado no ponto 5 (Gestão de situações de emergência).

Um relatório síntese relativo às emissões para o ar deve ser integrado como parte do RAA. Em particular, para cada parâmetro monitorizado, este relatório deverá apresentar, para além dos valores de concentração medidos, a respectiva carga poluente (expressa em kg/ano) e emissões específicas (massa/tonelada de óleo tratado e massa/ton resíduos armazenados). Deverá também ser indicado o número de horas de funcionamento das fontes pontuais.

O operador deve assegurar que são aplicadas as boas práticas de gestão e manuseamento dos resíduos, de modo a minimizar as emissões difusas para o ar e a ocorrência de odores. Um relatório síntese das medidas adoptadas deve ser integrado como parte do RAA.

4.2.2. Controlo da descarga de águas residuais

O autocontrolo das águas residuais tratadas na EPTAR da instalação, e encaminhadas para o colector municipal de águas residuais, deve ser efectuado como especificado no Anexo II, Quadro II.1 desta licença, e o especificado no regulamento de descarga de águas residuais da Câmara Municipal, não devendo nenhum parâmetro de emissão exceder os VLE aí mencionados.

Relativamente aos parâmetros Crómio Total, Cobre Total, Níquel Total, Chumbo Total, Zinco e Crómio Hexavalente, deverá o operador garantir que o tratamento na EPTAR da instalação, complementado pelo tratamento realizado na ETAR da Sertã, asseguram, no seu conjunto, o cumprimento das metas estabelecidas no âmbito PCIP para a descarga no meio, isto é, que as emissões da descarga no meio daqueles parâmetros se encontram dentro da gama de VEA definidos no BREF WT para aqueles parâmetros indicados no Anexo II, Quadro II.2.

Para efeitos de cumprimento desta condição, deverá o operador informar-se junto da entidade detentora da ETAR referida acerca da eficiência do tratamento realizado na mesma no que àqueles parâmetros diz respeito e, atendendo:

- À respectiva carga poluente alimentada à EPTAR da instalação (concentração daqueles parâmetros no efluente industrial a tratar), e

- À eficiência global do tratamento realizado (na EPTAR da instalação e na ETAR da Sertã) apresentar no PDA a elaborar a gama de valores de emissão daqueles parâmetros no ponto de descarga ED1 que, de acordo com os cálculos efectuados, permite cumprir valores de emissão no meio dentro da respectiva gama de VEA definida do BREF WT. Os resultados a apresentar deverão ser devidamente fundamentados com indicação dos valores de emissão medidos e pressupostos eventualmente assumidos para o cálculo efectuado.

O autocontrolo das águas tratadas no separador de hidrocarbonetos da instalação e encaminhadas para o colector municipal de águas pluviais, deve ser realizado como especificado no Anexo II, Quadro II.3 desta licença, não devendo nenhum parâmetro de emissão exceder os VLE aí mencionados.

As colheitas de amostras de águas residuais deverão ser efectuadas à saída da EPTAR da instalação e do separador de hidrocarbonetos, em caixas de visita, e deverão ser registados os valores de caudal do efluente tratado descarregado.

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As amostras devem ser representativas da descarga das águas residuais tratadas, proporcionais ao caudal e efectuadas tendo em consideração os períodos de funcionamento da instalação e os períodos de descarga de águas residuais industriais praticados.

Se for verificada alguma situação de incumprimento nas medições efectuadas devem ser adoptadas de imediato medidas correctivas adequadas, após as quais deverá ser efectuada uma nova avaliação da conformidade dos parâmetros em causa. Deve ainda ser cumprido o estipulado no ponto 5 (Gestão de situações de emergência).

Em cada RAA a elaborar pelo operador deverão ser incluídos relatórios síntese da qualidade das águas residuais, nos pontos ED1 e ED2, relativos à totalidade dos parâmetros analisados, incluindo os parâmetros listados no Anexo II, Quadros II.1, II.2 e II.3 desta LA.

Em particular, para cada parâmetro monitorizado estes relatórios deverão apresentar:

os valores de concentração medidos e a respectiva carga poluente (expressa em kg/ton de óleo tratado e kg/ton de resíduos armazenados);

o número de horas anual correspondente à descarga de águas residuais no colector municipal.

Qualquer alteração efectuada à licença de descarga no colector municipal deverá ser comunicada à APA, para efeitos de alteração da monitorização das águas residuais industriais após tratamento, nos pontos ED1 e ED2, se aplicável.

4.2.3. Controlo dos resíduos produzidos

Deverá o operador, para controlo dos resíduos produzidos, aplicar o disposto na Portaria n.º 1408/2006, de 18 de Dezembro, relativa ao SIRER, nomeadamente efectuar o preenchimento dos mapas de registo referente aos resíduos produzidos na instalação até 31 de Março do ano seguinte a que se reportam os dados, conforme disposto no n.º 2 do art.º 6.º.

Um relatório síntese dos registos, contendo a quantidade e o tipo de resíduos produzidos na instalação, bem como o respectivo destino, incluindo informação sobre a operação de valorização/eliminação a que os mesmos serão sujeitos, segundo a classificação da LER, deve ser integrado como parte do RAA.

4.3. Monitorização ambiental

4.3.1. Monitorização da captação de água

A monitorização periódica da qualidade de águas captadas destinadas à rega deverá ser realizada de acordo com o especificado no Anexo III, Quadro III.1 desta licença.

Um relatório síntese da qualidade das águas captadas deve ser integrado como parte do Relatório Ambiental Anual (RAA).

4.3.2. Controlo do ruído

A gestão dos equipamentos utilizados na actividade deve ser efectuada tendo em atenção a necessidade de controlar o ruído.

As medições de ruído (período diurno, período do entardecer e período nocturno), deverão ser repetidas sempre que ocorram alterações na instalação, que possam ter implicações ao nível do ruído ou, se estas não tiverem lugar, com uma periodicidade máxima de 5 anos, de forma a verificar o cumprimento dos critérios de exposição máxima e de incomodidade previstos no art.º 13 º do Regulamento Geral do Ruído (RGR), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro. Relatórios síntese dos resultados das monitorizações efectuadas deverão ser integrados no RAA correspondente.

Na sequência das avaliações efectuadas, caso se verifique necessária a implementação de medidas de minimização, deverá posteriormente ser efectuada nova caracterização de ruído, de forma a verificar o cumprimento dos critérios de incomodidade e de exposição máxima. Relatórios síntese destas novas avaliações deverão igualmente ser incluídos no RAA.

As campanhas de monitorização, as medições e a apresentação dos resultados deverão atender ao exposto nos documentos “Directrizes para Avaliação de Ruído de Actividades Permanentes (Fontes

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Fixas)” e “Procedimentos Específicos de Medição de Ruído Ambiente”, de Abril de 2003, disponíveis em www.apambiente.pt.

Deverão ser aplicadas as medidas de redução de ruído preconizadas, e de modo a verificar a sua eficácia, o 1.º RAA deverá incluir uma medição de ruído, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, de modo a verificar o cumprimento dos critérios de exposição máxima e de incomodidade previstos no art.º 13 º do Regulamento Geral do Ruído (RGR).

5. G

ESTÃO DE

S

ITUAÇÕES DE

E

MERGÊNCIA

O operador deve declarar uma situação de (potencial) emergência sempre que ocorra:

- qualquer falha técnica detectada nos equipamentos de tratamento ou nos sistemas de redução da poluição, passível de se traduzir numa potencial emergência;

- qualquer disfunção ou avaria dos equipamentos de controlo ou de monitorização, passíveis de conduzir a perdas de controlo dos sistemas de redução da poluição;

- qualquer falha técnica detectada nos sistemas de impermeabilização, drenagem, retenção ou redução/tratamento de emissões existentes na instalação, passível de se traduzir numa potencial emergência;

- qualquer outra libertação não programada para a atmosfera, água, solo, ou colector de terceiros, por outras causas, nomeadamente falha humana e/ou causas externas à instalação (de origem natural ou humana);

- qualquer registo de emissão que não cumpra com os requisitos desta licença.

Em caso de ocorrência de qualquer situação de (potencial) emergência, o operador deve notificar a CCDR, a Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAOT) e a ECL desse facto, por fax, tão rapidamente quanto possível e no prazo máximo de 24 horas após a ocorrência. A notificação deve incluir a data e a hora da ocorrência, a identificação da sua origem, detalhes das circunstâncias que a ocasionaram (causas iniciadoras e mecanismos de afectação) e as medidas adoptadas para minimizar as emissões e evitar a sua repetição. Neste caso, se considerado necessário, a CCDR notificará o operador via fax do plano de monitorização e/ou outras medidas a cumprir durante o período em que a situação se mantiver.

O operador enviará à CCDR, num prazo de 15 dias após a ocorrência, um relatório onde conste: os factos que determinaram as razões da ocorrência da emergência (causas iniciadoras e mecanismos de afectação);

a caracterização (qualitativa e quantitativa) do risco associado à situação de emergência; o plano de acções para corrigir a não conformidade com requisito específico;

as acções preventivas implementadas de imediato e outras acções previstas implementar, correspondentes à situação/nível de risco encontrado.

No caso de se verificar que o procedimento de resposta a emergências não é adequado, este deverá ser revisto e submetido a aprovação da APA, em três exemplares, num prazo de 3 meses, após notificação escrita.

Um relatório síntese dos acontecimentos, respectivas consequências e acções correctivas, deve ser integrado como parte do Relatório Ambiental Anual (RAA).

6. R

EGISTOS

,

D

OCUMENTAÇÃO E

F

ORMAÇÃO O operador deve:

registar todas as amostragens, análises, medições e exames, realizadas de acordo com os requisitos desta licença;

registar todas as ocorrências que afectem o normal funcionamento da exploração da actividade e que possam criar um risco ambiental;

elaborar por escrito todas as instruções relativas à exploração, para todo o pessoal cujas tarefas estejam relacionadas com esta licença, de forma a transmitir conhecimento da

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importância das tarefas e das responsabilidades de cada pessoa para dar cumprimento à licença ambiental e suas actualizações. O operador deve ainda manter procedimentos que concedam formação adequada a todo o pessoal cujas tarefas estejam relacionadas com esta licença;

registar todas as queixas de natureza ambiental que se relacionem com a exploração da actividade. Cada um destes registos deve especificar em detalhe a data, a hora e a natureza da queixa e o nome do queixoso. Também deve ser guardado o registo da resposta a cada queixa. O operador deve enviar um relatório à CCDR no mês seguinte à existência da queixa e informar com detalhe os motivos que deram origem às queixas. Uma síntese do número e da natureza das queixas recebidas deve ser incluída no Relatório Ambiental Anual.

Os relatórios de todos os registos, amostragens, análises, medições, exames, devem ser verificados e assinados pelo Técnico Responsável, e mantidos organizados em sistema de arquivo devidamente actualizado. Todos os relatórios devem ser conservados nas instalações por um período não inferior a 5 anos e devem ser disponibilizados para inspecção sempre que necessário.

7. R

ELATÓRIOS

P

ERIÓDICOS

7.1. Plano de Desempenho Ambiental

O operador deverá proceder à reformulação do Plano de Desempenho Ambiental (PDA) de forma a integrar todas as exigências da licença ambiental e as acções de melhoria ambiental a introduzir de acordo com estratégias nacionais de política do ambiente e MTD aprovadas ou a aprovar para o sector de actividade, com o objectivo de minimizar, ou quando possível eliminar, os efeitos adversos no ambiente.

Deverá ainda proceder à caracterização da situação da instalação face à adopção das MTD do BREF WT e respectivos VEA, devendo ainda ser assegurado que o destino final escolhido para os respectivos efluentes se encontra adequado para a obtenção de níveis de desempenho dentro da gama dos VEA preconizados no referido BREF e resumidos, para os parâmetros de interesse no caso presente da instalação, no Anexo II, Quadros II.1 e II.2. Neste sentido, deverá o operador apresentar anualmente, no RAA, a informação solicitada no ponto 4.2.2. desta licença.

Adicionalmente, deverá também evidenciar as acções a tomar no âmbito do mencionado em pontos anteriores desta LA, nomeadamente no que se refere a:

- calendarização da implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) no espírito do preconizado nas MTD à luz do Diploma PCIP (ver ponto 3.1.1 da LA);

- explicitação, análise e calendário de implementação das várias medidas a tomar com vista à adopção das diferentes MTD ainda não contempladas na instalação, decorrentes dos BREF aplicáveis.

O PDA incluirá a calendarização das acções a que se propõe, para um período mínimo de 5 anos, clarificando as etapas e todos os procedimentos que especifiquem como prevê o operador alcançar os objectivos e metas de desempenho ambiental para todos os níveis relevantes. Por objectivo, deve ainda incluir os meios para as alcançar, e o prazo para a sua execução.

O PDA deve ser apresentado à APA, em 3 exemplares, até Setembro de 2008.

Um relatório síntese da execução das acções previstas no PDA deve ser integrado como parte do RAA correspondente.

7.2. E-PRTR – Registo Europeu de Emissões e Transferências de Poluentes

O operador deverá elaborar um relatório de emissões anual, segundo modelo e procedimentos definidos pela APA. Este relatório deverá incluir a quantidade de resíduos perigosos e não perigosos transferida para fora da instalação e ainda, para cada poluente PRTR:

- Os valores de emissão de fontes pontuais e difusas, para o ar, a água e o solo, emitidos pela instalação;

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7.3. Relatório Ambiental Anual

O operador deve enviar à APA, três exemplares do Relatório Ambiental Anual (RAA), em papel e em formato digital, que reúna os elementos demonstrativos do cumprimento desta licença, incluindo os sucessos alcançados e dificuldades encontradas para atingir as metas acordadas. O RAA deverá reportar-se ao ano civil anterior e dar entrada na APA até 15 de Março do ano seguinte. O primeiro RAA será referente ao ano de 2008.

O RAA deverá ser organizado da seguinte forma: a) Âmbito;

b) Ponto de situação relativamente às condições gerais de operação;

c) Ponto de situação relativamente à gestão de recursos (matérias primas, água e energia); d) Ponto de situação relativamente aos sistemas de drenagem, tratamento e controlo e pontos

de emissão (quando aplicável);

e) Ponto de situação relativamente à monitorização e cumprimento dos valores limite de emissão (VLE) associados a esta licença, com apresentação da informação de forma sistematizada e ilustração gráfica da evolução dos resultados das monitorizações efectuadas;

f) Síntese das emergências verificadas no último ano e subsequentes acções correctivas implementadas;

g) Síntese das reclamações apresentadas;

h) Ponto de situação relativamente à execução das metas do Plano de Desempenho Ambiental (PDA) previstas para esse ano.

8. E

NCARGOS

F

INANCEIROS

8.1. Taxas

O operador deve suportar os custos decorrentes:

- da utilização do domínio hídrico, de acordo com o previsto no art.º 78.º, da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro;

- do registo no SIRER, de acordo com o previsto no art.º 57.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, conjugado com o estabelecido no art. 15.º da Portaria n.º 1408/2006, de 18 de Dezembro.

8.2. Desactivação definitiva

O operador é responsável por adoptar as medidas necessárias aquando da desactivação definitiva da instalação, de modo a evitar qualquer risco de poluição e a repor o local em estado satisfatório.

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ANEXO I - Gestão ambiental da actividade

1. Descrição das actividades

A actividade desenvolvida na unidade industrial está dividida em quatro áreas fundamentais:  Tratamento prévio de óleos usados;

 Tratamento de águas contaminadas;  Tratamento de lamas industriais;

 Armazenamento temporário de resíduos perigosos e não perigosos.

O processo de recolha dos resíduos é efectuado pela própria empresa com recurso a uma frota de camiões-cisterna e outros camiões destinados às funções a que se destinam (transporte de óleos, águas contaminadas, lamas industriais e resíduos perigosos e não perigosos).

O pavilhão destinado ao tratamento de óleos e águas oleosas encontra-se dividido em duas zonas distintas:

 Z1 - tratamento de óleos e naftas;

 Z2 - tratamento de águas contaminadas por decantação;

 Z3 – zona intermédia de passagem e separação de duas bacias afectas à zona Z1 e Z2. Tratamento de óleos usados e naftas

Esta zona encontra-se subdividida em 3 áreas distintas a que correspondem três bacias de retenção individualizadas: a bacia B1, afecta aos reservatórios de recepção de óleos usados; a bacia B2, afecta à zona técnica das actividades de tratamento de óleos e implantação do equipamento respectivo; bacia de retenção B3, afecta à implantação dos reservatórios de armazenamento de óleos já tratados.

A zona de descarga de óleos usados situa-se numa faixa contígua à bacia B1, sob cobertura metálica, e está exclusivamente reservada à operação de trasfega de óleos e naftas dos camiões cisterna para os reservatórios. Os óleos/naftas bombeados para os reservatórios são previamente sujeitos a um processo de pré-filtragem.

Toda a área de descarga está dotada de caleiras de forma a permitir a recolha e recuperação de derrames, águas de lavagem e águas pluviais potencialmente contaminadas.

A bacia B1, com uma área de cerca de 168 m2, tem implantados 5 reservatórios com capacidade unitária de 100 m3, para recolha, em separado, dos óleos ou naftas usados, dotados com uma serpentina de vapor de água para pré-aquecimento dos mesmos A bacia encontra-se confinada por um murete com 0,50 m de altura e é atravessada por uma caleira longitudinal, que fará igualmente a ligação entre as bacias B1 e B3, para drenagem dos derrames ou águas de lavagem.

Os óleos depositados nos reservatórios da bacia B1, ficam sujeitos a um processo de decantação. Nesta separação primária são retiradas, através de uma válvula de descarga de fundo, as águas oleosas e lamas decantadas para tratamento específico, enquanto que os óleos decantados são canalizados, por gravidade, a uma segunda fase de tratamento na zona técnica envolvida pela bacia B2. No interior do reservatório, junto à boca de descarga, encontra-se instalado um permutador de calor para elevação da temperatura até 40 ºC.

A bacia de retenção B2, com uma área de cerca de 140 m2, tem implantados os equipamentos específicos para tratamento dos óleos, designadamente:

 4 filtros-cesta, para filtragem dos óleos à saída dos reservatórios;

 3 unidades de centrifugação/separação, para separação mecânica, a uma temperatura de 98ºC. A bacia encontra-se confinada por um murete com 1,0 m de altura e é atravessada por uma caleira longitudinal, ligada ao sistema de recolha da zona Z3 para recolha dos derrames ou águas de lavagem e sua canalização novamente para os depósitos na zona B1.

Os óleos, após tratamento, são conduzidos por bombagem, aos reservatórios existentes na bacia B3.

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A bacia B3, com uma área de cerca de 168 m2, tem implantados 5 reservatórios com capacidade unitária de 100 m3, para recolha dos óleos tratados. Encontra-se confinada por murete de 0,5 m de altura e dotada de uma caleira longitudinal para drenagem dos derrames e águas de lavagem. No seu conjunto, as bacias B1 e B3 terão um volume de 105 m3, cujos derrames serão canalizados para caixas de recolha existentes na zona Z3 e encaminhados, por bombagem, para os reservatórios.

A zona de carga de óleos tratados situa-se numa faixa contígua à bacia B3, sob cobertura metálica, e é exclusivamente utilizada nas operações de carga dos reservatórios para os camiões cisterna. Tratamento de águas contaminadas

A zona de descarga de águas oleosas situa-se no prolongamento da zona de descarga de óleos usados, sob cobertura metálica, e está exclusivamente reservada à operação de trasfega águas contaminadas dos camiões cisterna para os reservatórios.

Toda a área de descarga está dotada de caleiras de forma a permitir a recolha e recuperação de derrames, águas de lavagem e águas pluviais potencialmente contaminadas.

A zona de tratamento de águas oleosas tem implantados 12 reservatórios com capacidade total de 750 m3, e está dotada de uma bacia de retenção, com uma área de cerca de 426 m2. Os depósitos encontram-se distribuídos da seguinte forma:

 6 reservatórios com capacidade para 60 m3/cada;  4 reservatórios com capacidade para 30 m3/cada;  2 reservatórios com capacidade para 135 m3/cada. para recolha das águas contaminadas.

A bacia de retenção encontra-se confinada por murete de 0,5 m de altura, com um volume total de 150 m3 e está dotada de duas caleiras longitudinais para drenagem de eventuais derrames para as caixas de recolha da zona Z3.

As águas contaminadas são sujeitas, nos reservatórios, a um processo de decantação antes de serem encaminhadas para a EPTAR.

Tratamento de Águas Residuais (EPTAR) A linha de tratamento de águas residuais engloba:

 8 tanques de pré-decantação de 75 m3, localizados a montante da EPTAR, e nos quais é possível segregar grande quantidade dos hidrocarbonetos presentes;

 Estação de pré-tratamento de águas residuais (EPTAR).

O sistema de tratamento implementado é constituído por tratamento preliminar e primário seguido de um tratamento biológico por lamas activadas do tipo sequencial.

Tratamento Preliminar

O tratamento preliminar é constituído pelas seguintes etapas processuais:  Gradagem – para remoção dos sólidos de maiores dimensões;

 Tanque de recepção/Câmara de bombeamento – recolha do efluente bruto e sua elevação para a unidade de tamisagem;

 Tamisagem – o efluente, com caudal máximo de 15 m3

/h, é sujeito a uma tamisagem fina de modo a evitar a sedimentação de sólidos nas fases seguintes;

 Equalização – tanque de 250 m3

, com o intuito de minimizar e controlar flutuações nas características dos efluentes, com um tempo de residência de 2 dias, de modo a atingir as condições óptimas para os processos de tratamento biológico seguintes.

Tratamento Físico-Químico

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 Coagulação – Floculação: através da adição controlada de agentes químicos (coagulante, ácido ou base, e floculante) ao efluente num tanque de 8 m3 de capacidade com agitação contínua;

 Flutuação: tanque de 7 m3, para remoção de gorduras e sólidos suspensos através da injecção de bolhas de ar no seio do efluente. O tanque está equipado com um raspador superficial para evacuação das lamas físico-químicas e gorduras para uma câmara lateral adjacente. Estes resíduos são posteriormente conduzidos para a unidade de tratamento da fase sólida;

Tratamento Biológico

O efluente é sujeito a um tratamento biológico aeróbio do tipo de lamas activadas funcionando em regime sequencial (descontínuo).

Encontram-se implementados dois reactores biológicos sequenciais (SBR), a funcionar em paralelo, com um volume útil de 500 m3 cada, que permitem a oxidação da matéria orgânica e a separação de fases sólida e líquida num única estrutura. O arejamento de ambos os reactores é feito através de um sistema de transferência de oxigénio com uma capacidade de oxigenação mínima de 40 kg O2/h, a uma altura de coluna de 5 m.

As lamas em excesso acumuladas no fundo do reactor são aspiradas através de bombas pneumáticas e enviadas para a linha de tratamento de lamas, e o sobrenadante constitui a água residual tratada.

O efluente, após tratamento, é conduzido para um tanque de armazenagem, com uma capacidade de 50 m3, sendo enviado, através de um grupo electrobomba, para o tanque de homogeneização (recirculação) ou para a rede de drenagem municipal da Sertã, de acordo com as condições impostas pela Câmara Municipal. O colector municipal lança, por sua vez, os efluentes na ETAR Municipal, explorada pela empresa Águas do Centro, S.A.

Tratamento de Lamas e Armazenamento temporário de resíduos

O pavilhão para tratamento de lamas e armazenamento temporário de resíduos tem uma área de 2345 m2 e encontra-se completamente coberto e fechado.

Está dividido em 3 zonas:

 Z4 – zona de tratamento e secagem de lamas, com uma área de 955 m2

, para descarga de lamas recolhidas pela empresa, secagem, tratamento e carga para destino final das lamas devidamente tratadas e secas;

 Z5 – armazenamento temporário de resíduos perigosos e não perigosos, com uma área de 1035 m2, para descarga, triagem e armazenagem;

 Z6 – estação de serviço afecta à frota da empresa, com uma área de 355 m2

, para lavagem e abastecimento de viaturas, armazenamento de ferramentaria e lubrificantes, e compressor. O tratamento físico-químico das lamas biológicas compreende as seguintes etapas:

 Espessamento gravítico: é utilizado um espessador circular não mecanizado, com um volume de 10 m3;

 Condicionamento: consiste no tratamento químico (com cloreto de ferro, cal ou sulfato ferroso) de forma a promover a eficiência do sistema de desidratação

 Desidratação: a desidratação das lamas é realizada num filtro de prensa. A fase líquida retorna ao sistema de tratamento biológico e as lamas desidratadas são transportadas para contentor apropriado.

Os resíduos são descarregados com o auxílio de um empilhador, seleccionados de acordo com as suas categorias e armazenados em zonas específicas até ao seu transporte para destino final autorizado.

A zona de armazenagem de resíduos perigosos tem implantadas 6 bacias de retenção, com capacidade de 19,8 m3 cada, e está dotada de caleiras para recolha de resíduos derramados ou águas de lavagem, que são posteriormente encaminhados para a EPTAR da unidade.

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A zona de armazenagem de resíduos não perigosos tem uma área total de 127 m2, e está dotada de grelhas periféricas para recolha de resíduos derramados ou águas de lavagem.

A estação de serviço da unidade dispõe de uma zona de abastecimento da frota dotada de um depósito de gasóleo enterrado, com uma capacidade de 30 m3, em local impermeabilizado e confinado por caleira para recolha de águas pluviais e de lavagem do pavimento. Estas águas são encaminhadas para tratamento no separador de hidrocarbonetos.

Encontra-se ainda nesta zona o depósito de gasóleo industrial subterrâneo para abastecimento da caldeira, com capacidade de 15 m3.

A zona de inspecção, manutenção e lavagem de veículos encontra-se dotada de caleira de forma a garantir o confinamento dos resíduos derramados bem como a recolha das águas de lavagem do pavimento. Estas são encaminhadas para tratamento na EPTAR. Os óleos usados gerados são armazenados temporariamente em depósito metálico de 2 m3 e, posteriormente encaminhados para o tratamento de óleos usados da instalação.

Separador Monobloco de Hidrocarbonetos

As águas residuais provenientes das chuvas recolhidas nos caminhos de circulação, da fossa da báscula de pesagem e do pavimento da zona de abastecimento de combustível são tratadas num separador de hidrocarbonetos, com um volume total de 15 m3 e uma capacidade de tratamento de 25 l/s.

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2. Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) em uso na instalação

Gestão ambiental

- Existência de pessoal suficiente e qualificado para a actividade Melhor conhecimento dos resíduos sujeitos a tratamento

- Existência de procedimentos de aceitação de resíduos

- Existência de unidade de recepção de resíduos. Triagem dos resíduos de acordo com as diferentes linhas de tratamento existentes

Gestão de utilidades e matérias-primas

- Registo dos consumos de energia em termos de energia fornecida

- Separar as descargas de água não contaminada proveniente dos telhados das águas provenientes dos pavimentos

- Redução do volume de efluente rejeitado

- Minimização dos gastos de água na lavagem de pavimentos Armazenagem e manuseamento

- Alocar as tubagens preferencialmente à superfície, nos casos em que as tubagens são subterrâneas assegurando a presença de canais de inspecção adequados

- Medidas para prevenção do crescimento excessivo de lamas e a formação de espuma, como a retirada de lamas para futuro tratamento e o uso de agentes inibidores de espuma (na EPTARI)

Na armazenagem de tambores:

- Efectuar operações de armazenamento ou descarga de contentores em áreas cobertas, com adequado sistema de ventilação

- Aplicar um sistema de ventilação ou manter a área de armazenamento abaixo da pressão atmosférica

- Utilizar áreas apenas cobertas superiormente - Utilizar iluminação à prova de fogo

- Tratamento dos efluentes de laboratório na EPTAR da unidade - Técnicas genéricas de manuseamento

- Identificação de tanques e tubagens Tratamento das emissões para a atmosfera

- Uso de sistemas fechados com extracção, sob pressão, especialmente durante os processos que envolvem a transferência de líquidos voláteis ou o manuseamento de resíduos que geram emissões de VOC (Tratamento de lamas)

- Aplicação de sistemas de extracção devidamente dimensionados (Tratamento de lamas e armazenagem temporária de RIP)

- Encapsulamento de áreas da unidade industrial (Tratamento de lamas e armazenagem temporária de RIP)

- Utilização de filtros de mangas para redução das emissões no pavilhão de tratamento de lamas (Tratamento de lamas)

Gestão das águas residuais

- Selecção da técnica de tratamento adequada a cada tipo de água residual

- Implementação de medidas para aumentar a fiabilidade do controle de qualidade requerido - Efectuar vistorias diárias ao sistema de tratamento, manter um registo dessas vistorias e

adoptar um sistema de monitorização da qualidade do efluente tratado e lamas produzidas - Medidas para evitar que os efluentes contornem os sistemas de tratamento da instalação - Sistema de recolha de águas pluviais nas áreas de trabalho, bem como, águas de lavagens

dos tanques, tambores e eventuais derrames

- Reutilização da água residual tratada nas actividades de lavagem dos pavimentos nas áreas de trabalho

(21)

- Descarregar o efluente tratado apenas após a conclusão do tratamento e verificação final dos parâmetros de descarga

- Segregar o sistema de recolha entre águas potencialmente mais contaminadas e águas menos contaminadas

Gestão dos resíduos produzidos

- Aplicar medidas para uma limpeza rápida e adequada de derrames e assegurar a manutenção dos sistemas de drenagem e outras estruturas subterrâneas

- Utilizar uma base impermeável e um sistema interno de drenagem

- Aplicar sistemas de drenagem separativos, permitindo o isolamento de áreas específicas de forma a permitir a contenção de derrames e proteger o sistema de drenagem de águas superficiais de contaminação

Referências

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