Plano Municipal de Promoção das Acessibilidades (PMPA)
Definições
O Plano Municipal de Promoção das Acessibilidades irá conter um programa das intenções necessárias para assegurar a acessibilidade física (realizado com o recurso aos sistemas de informação geográfica) em determinadas áreas concelhias de intervenção, identificando as situações de desconformidade com as normas, tipificando e definindo, de forma sistemática, as medidas correctivas a implementar, estimando o custo de cada medida e de todas no seu conjunto, e estabelecendo uma metodologia e um calendário para a sua execução futura. O plano contará com a participação da população do município, sendo dada especial ênfase ao contributo da comunidade de pessoas com deficiência e a outras entidades (parceiras deste projecto). Neste contexto irão efectuar‐se acções de formação e sensibilização destinadas à sociedade civil e a todos os técnicos intervenientes nesta área, designadamente aos técnicos autárquicos e projectistas.
Áreas de intervenção
Peniche é um município que integra um conjunto de 6 freguesias. É um dos seis concelhos pertencentes ao Distrito de Leiria, ocupa uma área de 77,6 km2 que corresponde a 2,2% da área total deste Distrito. Segundo os dados do último recenseamento (2001), esta área é ocupada por 27 496 habitantes, o que se traduz numa densidade populacional de 362,9 habitantes por Km2. A área de intervenção corresponde ao conjunto formado pelo total dos perímetros urbanos afectados ao município de Peniche e definidos em Plano Director Municipal. Para além do principal centro populacional – a cidade de Peniche – incluem‐se também os vários aglomerados populacionais que se dispõem em trono deste, contemplando desta forma todas a zonas de cariz residencial, comercial e de serviços presentes no município, bem como os vários equipamentos essenciais a vivência urbana, as áreas de recreio e de lazer, áreas piscatórias e pólos de apoio ao turismo.
O turismo é uma das principais actividades presentes neste território que se prende essencialmente com o facto de possuir uma vasta extensão de costa marítima, apresentando uma grande variedade de praias e um património natural de cuja ilha da Berlenga é um ex‐ líbris e um pólo de grande atractividade.
De um modo geral, a área de intervenção apresenta uma serie de debilidades ao nível das acessibilidades que se prendem ora com a presença de barreiras arquitectónicas em espaço público e edifícios, ora com a não adequação das redes de turismo colectivos à realidade dos cidadãos portadores de mobilidade reduzida. (seguir para planta da área) Objectivos 1. Pensar estrategicamente a nível municipal evitando medidas avulsas; 2. Articulação com políticas sectoriais definidas para o município; 3. Evitar as dicotomias entre os centros municipais e os núcleos urbanos periféricos;
4. Evitar o isolamento da população envelhecidas e/ou incapacitada, integrando‐a no contexto municipal;
5. Encontrar as fragilidades físicas do território do ponto de vista da acessibilidade;
6. Envolvimentos das entidades locais para em conjunto encontrarem as soluções e as orientações;
7. Definir medidas correctivas da situação;
8. Definição de prioridades estratégicas e calendarização;
9. Criação de mecanismos para que, após a conclusão do plano esteja instalada uma plataforma especializada que dê continuidade à pratica da acessibilidade municipal;
10. Articulação das necessidades espaciais, em particular, as das pessoas de mobilidade condicionada;
11. Criação de plano de auscultação/debate com as diferentes entidades de solidariedade relevantes no município, em particular com as entidades sem fins lucrativos que prestam serviço cultural, social e educativo;
12. Elaboração de fases com participação pública de forma a constituírem contributos para decisão final das estratégias principais do Plano;
13. Assumir o empenho no processo e o compromisso de futura afectação, em orçamentos anuais e em planos plurianuais de investimentos, de verbas para implementação das medidas e programar pelo plano. Actividades previstas • Acções de informação/formação; • Acções de sensibilização; • Concepção e produção de materiais informativos; • Concepção e produção de Recursos técnicos pedagógicos; • Desenvolvimento de módulos de formação/informação; • Estudos.
Descrição das actividades
• Lançamento da Elaboração do Plano
Sessão de esclarecimento da inicial sobre a elaboração do Plano Municipal de Promoção das Acessibilidades. Dar conhecimento à sociedade civil sobre as diferentes fases do projecto e prazos de conclusão.
• Divulgação na comunicação social
Sessão de esclarecimento para acompanhamento do projecto em estações de rádio locais e/ou estações de televisão corporativas. Pretende‐se criar uma hora mensal de programa de rádio com debate sobre a temática ao nível do município com os diversos intervenientes.
Simultaneamente, a realização de notícias/artigos em jornais e no Jornal Planeamento e Cidades, de âmbito nacional.
• Acções de informação/formação
Formação sobre a legislação aplicável em matéria de acessibilidades e igualdade de género e oportunidades, ministrada ao longo do projecto, direccionada para os diferentes departamentos municipais com funções nestas áreas, designadamente gestão urbanística, projecto e operativos do terreno. Formação com cariz prático utilizando casos em cursos no município, para aula prática. • Acções de informação/formação
Formação sobre a legislação aplicável em matéria de acessibilidades e igualdade de género e oportunidades, direccionada para as diferentes empresas e escritórios de projecto, transporte e comerciantes.
• Acções de informação/formação
Desenvolvimento do Sistema de Informação Geográfica por forma, a ser integrado na intranet e internet para acompanhamento e monitorização das diferentes fases do
projecto, designadamente das áreas locais de intervenção (permite a participação pública e o acompanhamento interno por parte dos técnico da autarquia).
• Gestão do Projecto – ICVM
Gestor global de todo o projecto de forma a garantir a monitorização de todas as acções, o cumprimento da calendarização e, ainda da qualidade do projecto e de todos os diferentes intervenientes.
• Constituição de Um Conselho Consultivo
Criação de um Conselho Consultivo do Plano que acompanhará todo o projecto. A comissão é uma rótula multidisciplinar para efeitos operativos da acessibilidade, criando um método de trabalho em equipa que possa permanecer no futuro.
Constituída pelos directores de departamento da autarquia, as Juntas de Freguesia, o ICVM, as associações parcerias e outras entidades locais.
• Sessões de participação pública
Realização de 4 sessões de participação pública destinadas a todos os munícipes acompanhando todas as fases de elaboração do Plano. Estas participações são realizadas antes do inicio do PMPA, antes da entrega do Diagnóstico, a meio da elaboração do 1º Draft do plano e antes da aprovação final do PMPA (processo decisório) e ainda, presença nos conselhos conclusivos, entre outros.
• Levantamento das condições de acessibilidades e espacialização das barreiras físicas urbanísticas e arquitectónicas e das pessoas portadoras de mobilidade condicionada Levantamento e especialização das barreiras físicas urbanísticas e arquitectónicas da área de intervenção e da área envolvente aos equipamentos públicos fundamentais para a vivência urbana. Levantamento do contexto territorial e demográfico focando em especial a população alvo do estudo (faixas etárias, pessoas incapacitadas e com mobilidade reduzida) e as suas condições socioeconómicas.
• Estudo – A população alvo, condições socioeconómicas e a sua localização
Recolha de elementos pertinentes relativamente à população alvo, condições de vida, localização e formas de deslocação. Realização de inquéritos e outros modelos de recolha de análise de dados para servir de suporte à definição de medidas correctivas. O cruzamento do diagnostico físico com o social permitiram a definição de estratégicas municipais de acessibilidade.
• Estudo – Relatório de diagnóstico e análise
Análise de dados recolhidos e elaboração do diagnóstico focando os aspectos de acessibilidades, contexto territorial e demográficas e condições socioeconómicas da população. Este diagnóstico será base de desenvolvimento da análise SWOT. Anexo ao relatório serão produzidas plantas que demonstrarão o diagnóstico elaborado.
• Estudo – Draft do Plano
Entende‐se por draft do plano as orientações e estratégias delineadas que darão origem ao PMPA final, depois de submetidas ao escrutínio da participação pública. Será um momento importante para fazer alguns ajustes estratégicos face a parâmetros e pretensões que surgem de forma indirecta no processo, mas que a sua integração poderá fazer a diferença no produto final.
Realização do documento final relativo ao PMPA que será constituído por uma planta de acessibilidades que garante os percursos acessíveis à escala municipal e ainda um documento escrito contendo todas as orientações e medidas correctivas, as prioridades de execução dessas medidas, a calendarização e orçamentação das mesmas. Por fim, a apresentação do Plano à autarquia e posterior aprovação.
• Divulgação do PMPA ‐ Sessões de esclarecimento realizadas no final do PMPA
• Concepção e produção de materiais informativos – Guia prático
Publicação de um guia prático com as conclusões e analise do diagnostico e com as principais medidas correctivas propostas pelo PMPA (Brochura)
• Workshop
Sessão de trabalho na temática das acessibilidades permitindo troca de experiências e apresentando exemplos do que é feito nesta temática noutros países.
Glossário
Acessibilidade – A capacidade do meio de assegurar a todos uma igual oportunidade de uso
de ambientes, produtos e serviços, de uma forma directa, imediata, permanente, segura e o mais autónoma possível. É um critério de qualidade.
DL 163/2006 – Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de Agosto, que define as condições de
acessibilidade a satisfazer no projecto e na construção de espaços públicos, equipamentos colectivos, edifícios públicos e habitacionais.
Plano de Promoção da Acessibilidade – Instrumento que programa as intervenções
necessárias para assegurar a acessibilidade física numa determinada área de intervenção, identificando as situações de desconformidade com as normas, tipificando e definindo de forma sistemática as medidas correctivas a implementar, estimando o custo de cada medida e de todas no seu conjunto, e estabelecendo uma metodologia e um calendário para a sua execução futura. Não integra projectos de execução nem obras de construção específicas.
Plano Municipal de Promoção da Acessibilidade (PMPA) – Plano de promoção da acessibilidade que tem por área de intervenção o conjunto do espaço público sob tutela
municipal integrado no meio urbano de um Concelho.
Plano Local de Promoção da Acessibilidade (PLPA) – Plano de promoção da acessibilidade
que tem por área de intervenção o conjunto do espaço público sob tutela municipal integrado numa parte contínua e bem delimitada do meio urbano de um Concelho (por ex., freguesia, aglomerado, bairro, avenida, praça) que não é passível de circunscrição a um lote de terreno.