Natação para Bebés
Natação para Bebés
O bebé não irá aprender as técnicas de nado formais. Irá apropriar
O bebé não irá aprender as técnicas de nado formais. Irá apropriar
um conjunto de condutas, de conhecimentos e de vivências
um conjunto de condutas, de conhecimentos e de vivências
essenciais para que saiba estar, para que saiba comportar-se
essenciais para que saiba estar, para que saiba comportar-se
correctame
correctame
nte no
nte no
meio aquático.
meio aquático.
Perante este quadro, a NB insere-se claramente no grupo das
Perante este quadro, a NB insere-se claramente no grupo das
actividades aquáticas educativas a par por exemplo, dos programas
actividades aquáticas educativas a par por exemplo, dos programas
de ensino e aperfeiçoamento da natação.
de ensino e aperfeiçoamento da natação.
Se usualmente se assumia que
Se usualmente se assumia que
a AMA deveria ser realizada a partir do
a AMA deveria ser realizada a partir do
momento em que a criança passava a frequentar o Ensino Pré-Escolar
momento em que a criança passava a frequentar o Ensino Pré-Escolar
(ao terceiro ano de vida); hoje em dia, frequentemente este processo
(ao terceiro ano de vida); hoje em dia, frequentemente este processo
ocorre bem mais cedo, ainda em bebé.
ocorre bem mais cedo, ainda em bebé.
A AMA é realizada através das vulgarmente denominadas aulas de
A AMA é realizada através das vulgarmente denominadas aulas de
“Natação
“Natação
para
para
Bebés”
Bebés”
(NB).
(NB).
1.Introdução
1.Introdução
2.1.Faixa Etária
2.1.Faixa Etária
O início ocorrerá entre os 3 e os 6 meses e, terminará entre
O início ocorrerá entre os 3 e os 6 meses e, terminará entre
os 24 e os 36 meses.
os 24 e os 36 meses.
Destinam-se a indivíduos que se encontrem numa faixa etária
Destinam-se a indivíduos que se encontrem numa faixa etária
bastante baixa
-bastante baixa - Primeira Infância
Primeira Infância
Não existe consenso na literatura quanto à idade precisa para
Não existe consenso na literatura quanto à idade precisa para
se dar início às aulas, bem como, para que se deixe de
se dar início às aulas, bem como, para que se deixe de
frequentar este tipo de programas.
frequentar este tipo de programas.
2.População Alvo
2.População Alvo
A justificação para se iniciar as aulas aos 3-6 meses terá por
A justificação para se iniciar as aulas aos 3-6 meses terá por
base alguns motivos:
base alguns motivos:
o sistema imunológico do recém-nascido é bastante deficitário, será
o sistema imunológico do recém-nascido é bastante deficitário, será
necessário dar algum tempo para que esse mesmo sistema se
necessário dar algum tempo para que esse mesmo sistema se
desenvolva, antes de passar a frequentar um meio propenso à
desenvolva, antes de passar a frequentar um meio propenso à
contracção de diversos tipos de problemas de saúde, como são os
contracção de diversos tipos de problemas de saúde, como são os
de foro virológico, bacteriológicos ou micótico.
de foro virológico, bacteriológicos ou micótico.
Antes de se começar a frequentar actividades aquáticas será necessário
Antes de se começar a frequentar actividades aquáticas será necessário
que o bebé:
que o bebé:
aumente um pouco o seu peso. Isto tendo em vista que as
aumente um pouco o seu peso. Isto tendo em vista que as
probabilidades da criança exibir estados de hipotermia -
probabilidades da criança exibir estados de hipotermia -
frequente
frequente
s
s
em águas com um
O motivo para se indicar, usualmente, o fim das aulas de NB aos 36
meses, parece que tem por base o desenvolvimento motor da criança
Caracterizada pelas manifestações motoras da criança traduzirem-se,
essencialmente, por respostas reflexas a vários estímulos sensoriais.
A
primeira fase
do desenvolvimento motor é a fase dos movimentos
reflexos, a qual durará desde o nascimento até ao primeiro ano de idade
caracteriza-se pelo aparecimento dos primeiros movimentos voluntários
como sejam, a preensão intencional, o gatinhar e o andar.
A
2ªfase,
que durará até aos 2 anos de idade
A partir dos 2 anos de idade, os movimentos rudimentares darão lugar aos
movimentos fundamentais, como por exemplo, correr, saltar, lançar ou
agarrar.
Assim, as crianças terminam a sua frequência às aulas de NB, no período
de transição da fase dos movimentos rudimentares para a fase dos
movimentos fundamentais.
2.2.Papel
do Pediatra
Antes de começar a frequentar as aulas de NB, a criança deverá ser
observada por um médico pediatra
Essa consulta terá em vista que o médico dê o seu aval à participação do
bebé nas aulas. E, se for caso disso, indicar ao docente qualquer tipo de
limitação ou cuidado especial a ter com o aluno
2.3.Contra-Indicações
São consideradas como contra-indicações, as impossibilidades ou
limitações de participação da criança em classes de NB,
Por Exemplo, portadores de determinadas deficiências, em que será mais
oportuno numa primeira fase o trabalho de actividades aquáticas ser
desenvolvido por profissionais da área da educação especial ou da
reeducação e reabilitação, com formação complementar nas actividades
aquáticas. Num segundo momento, então sim, essa criança será
integrada nas classes ditas normais.
Contra-indicações mais frequentes
Temporárias
Permanentes
●Estado Febril ● Infecções ● Após vacinação ● Até cicatrização feridas ● Período pós-cirurgico ● Estado diarreicoRelativas
Absolutas
►Deficiências orgânicas (asma, epilepsia)► Def. Intlectual ligeira ou moderada
► Def. Motora
► Def. Sensorial (visão, audição ► Cardiopatia congénita ► Otite crónica ► Desenvolvimento motor atípico ► Insuficiência Pulmonar
► Def. Intlect. Profunda
► Problema renal
um programa de NB deve estimular o desenvolvimento integral dos seus
participantes.
As aulas de NB deverão cumprir implícita e explicitamente objectivos de
índole psicomotor, cognitivo e social.
3.1.Objectivos Psicomotores
O autosalvamento remete-se para a possibilidade da criança se
deslocar com
“à
vontade”
no meio aquático, com pouca
probabilidade de se afogar.
Dos diversos tipos de objectivos a atingir nas aulas de NB, os objectivos
psicomotores são os mais referidos na literatura, sendo o o
autosalvamento é o mais citado pelos diversos autores.
• utilizar os quatro membros como segmentos propulsivos.
Para que tal objectivo seja cumprido, a criança terá de ser capaz de:
• aceitar a água nos olhos, nos ouvidos, na boca e no nariz; • bloquear a respiração;
O Comité de Medicina Desportiva da American Academy of Pediatrics
(1985), afirmam que será pouco provável que as crianças aprendam a
salvar-se de situações de afogamento, criando um falso sentido de
segurança nos pais e nas próprias crianças.
Publicação de artigos e relatórios da área médica sobre a incidéncia de
patologias, especialmente infecciosas, em crianças praticantes de NB e
de episódios de quase afogamento, com entrada nas urgências
hospitalares.
Na realidade, com as aulas de NB, a criança adquirirá um conjunto de
comportamentos que, no máximo, permitem que não se apodere um
sentimento de medo ou de receio ao ter a face imersa, sem poder
respirar, que seja capaz de se manter a flutuar, bloqueando a respiração
Além do mais, permite um desenvolvimento motor mais rico, na
medida em que possibilita a vivência de experiências dificilmente
verificáveis no meio terrestre. No meio aquático, com a prática das
imersões é possível a exploração do espaço numa perspectiva
Do ponto de vista psicomotor a participação em sessões de NB terá
como intuito igualmente:
•
Reabilitar determinadas patologias do aparelho locomotor e;
• Promover o desenvolvimento motor da criança.
• Diminuir percentagem tecido adiposo (para um melhor controlo
ponderal de crianças que nasçam com excesso de peso);
•
Fortalecer músculos e tecido conjuntivo;
•
Desenvolver o sistema cardiorespiratório;
Estudos efectuados demonstraram que os bebés nadadores apresentaram níveis superiores de desenvolvimento motor em comparação com não nadadores. No entanto estes resultados não apresentam correlação na vida adulta.
3.2.Objectivos Cognitivos
Os objectivos cognitivos, a atingir nas aulas de NB, baseiam-se nos
estádios de desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget.
Estádios de desenvolvimento cognitivo da Piaget
Estádios de
Desenvolvimento
Cognitivo
1.Experiência sensório-motora (0-2 anos)
2.Pensamento Intuitivo (2-7 anos)
3.Operações concretas (7-11 anos)
4.Operações formais (11-16 anos)
A interacção com o meio é feita através dos sentidos, daí que seja usual ver um bebé a explorar um determinado material em termos de textura, cheiro, sabor, etc. A partir das aulas de NB, o bebé aprende a distinguir diversos objectos ou materiais, espaços ou pessoas.
Na 1ªFase (0-2 anos) - a criança ao relacionar-se com o meio através do movimento, organiza e estrutura o seu conhecimento da realidade que a rodeia. A ausência, ou quase ausência, da linguagem verbal.
Em síntese, com um programa de NB procura-se estimular o
desenvolvimento cognitivo da criança, tendo por base a etapa onde
esta se encontra.
Numa segunda etapa, aproximadamente entre os dois e os sete
anos, com base nas representações sensório-motoras que
vivenciou no passado, consegue antecipar os acontecimentos. a
etapa do pensamento pré-operatório
Neste estádio a linguagem verbal está bem presente e o
pensamento caracteriza-se por ser tipicamente intuitivo e criativo
Por exemplo, nas aulas de NB, durante a etapa sensório-motora a
criança apercebe-se que ao mover os quatro membros
propulsiona-se. Já na etapa seguinte, ao colocarem um
determinado brinquedo fora do seu alcance, o bebé sabe que se
mover os quatro membros desloca-se e poderá alcançar o referido
objecto.
3.3.Objectivos Sociais
A segunda categoria de objectivos mais referidos na literatura, após os
psicomotores, são os sociais.
As aulas também terão como objectivo aumentar o tempo e a qualidade das
interacções, de convívio dos pais com o seu filho
Participando em programas de NB, a criança passa a relacionar-se com outros
bebés e com outros adultos, que não são os familiares mais próximos.
Resumindo, a aula também será um momento dedicado à interacção
e ao lazer dos elementos constituintes do agregado familiar.
Benefícios
•
Socialização
•
O Bebé fica mais calmo, dorme melhor, come melhor devido ao gasto
energético
•
Estimulação Psico-motora;
•
Fortalecimento do tónus e coordenação motora aumentando o equilíbrio,
diminuindo assim as quedas, senta-se melhor pega melhor nos objectos.
4.Organização e Gestão
4.1.A classe
4.1.1.A presença dos pais
A presença efectiva e activa dos pais, ou das pessoas significativas
para o bebé, assume um carácter decisivo para o bom desenrolar das
aulas de NB.
Os pais são um elemento de segurança física da criança.
Assim, cada pai será o garante da integridade física do seu filho, pelo
menos em primeira instância. Não querendo com isto dizer que o
docente que se encontra a dirigir a classe esteja à priori ilibado de
responsabilidades no caso de ocorrer um acidente.
A exploração do meio aquático, a criação de autonomias motoras e
afectivas não se verificam sem a presença de estabilidade emocional,
Os pais servirão de plataforma intermediária entre o docente e o bebé.
Ninguém melhor que os próprios pais para conhecerem ou interpretarem
as reacções, os comportamentos, as mensagens não verbais emitidas
pelas crianças.
4.1.2.Número de alunos
O número de alunos por classe deve ser reduzido, por forma a criar um
ambiente de ensino eminentemente individualizado e estabelecido numa
maior relação da tríade (relação estabelecida entre o bebé, os pais e o
docente).
4.1.3.Frequência Semanal
Não será necessária uma frequência muito elevada neste tipo de
programas. Na realidade, parece que uma aula por semana será o
suficiente.
A essa aula semanal de NB, acresce-se o banho em casa, também ele
peça fundamental para a construção de uma boa relação da criança com
4.1.4.Duração das aulas
A duração mais frequentemente referida na literatura são os 30 minutos.
No entanto, será de realçar a existência de uma flexibilização desse
tempo, de acordo com a idade da criança e o número de aulas
frequentadas.
Alguns autores sugerem que a duração das aulas aumente
progressivamente ao longo do programa dos 15 minutos (na primeira aula)
para um máximo de 45 minutos, devendo entre a primeira e a quinta aula
haver um aumento gradual do tempo de aula para os 30 minutos.
4.1.5.Horário das aulas
As aulas de NB terão de ser realizadas preferencialmente em horário
pós-laboral.
No caso do bebé, a sua disponibilidade para as aulas dependerá da prévia
satisfação das suas necessidades fisiológicas básicas (dormir, comer e
evacuar). Só após a satisfação destas necessidades é que estará, em
princípio, completamente disponível para participar nas aulas.
Normalmente as aulas de NB tendem a concentrar-se aos fins-de-semana.
4.2.A Piscina
4.2.1.Características da Cuba
As piscinas de pequena dimensão são as mais aconselháveis para as
aulas de NB.
Com medidas próximas dos 16 metros de comprimento e dos 8 de largura
serão as mais indicadas, profundidades entre os 0.40 e o 1.20 metro serão
as ideais
.
4.2.2.A água e o Ambiente
Por tudo isto, é usual a indicação de uma temperatura da água mais
elevada, para a NB, do que para a prática de outras actividades
aquáticas. Assim sendo, essa temperatura deverá oscilar entre os 30° C e
os 32°C. Fora da piscina 2 graus acima.
luminosidade deve ser, preferencialmente, suave e indirecta, sem luzes
intensas na direcção da cuba (ou tanque).
Deve caracterizar-se pela tranquilidade em torno do espaço da aula. Tanto quanto possível, não deverá decorrer qualquer outro tipo de aula no mesmo local
4.2.3.O Vestiário
. Actualmente existem no mercado fraldas para utilização nas praias, as
quais são uma óptima escolha para as aulas de NB.
Os adultos deverão utilizar obrigatoriamente os calções ou o fato de banho
e uma touca.
Já o bebé deverá utilizar calções justos o que evitará, hipoteticamente, a
flutuação de esfíncteres. Com efeito, não será aconselhável o uso de
fraldas visto que estas absorvem água, alterando a relação entre a força
da gravidade e a força de impulsão, promovendo modificações no
equilíbrio do indivíduo. Além disso, a absorção de água pelas fraldas
5.Reflexos Neonatais
Reflexo
Estimulo
Resposta
Importância na
NB
Duração
(meses)
de mouro
Qq situação queprovoque o medo Estende a cabeça eafasta os MS Ajuda na flutuaçãodorsal Aprox.0-4
Palpebral
Qq objecto que toquena córnea Contraí o musc.Oblicular da córnea Ajuda a manter osolhos abertos nas imersões Aprox.0-2
Tónico-cervical
Estimular os terminais sensitivos dos musculos do pescoçoExtensão dos MS Ajuda às manobras
nas imersões Aprox. 0-3
Precipício
Abismo visual Evita o local Limita a tentativa de mergulhoAprox.3-6
Gerónimo
Atracção pelo vazio Lança-se para ovazio Favorece omergulho Aprox.5-9
Bloqueio
da epiglote
qq. Agente físico que entre em contacto
Bloqueio da epiglote Ajuda à realização das imersões
Aprox.0-8
Natatório
Apoio no pé quando está em decúbito ventralExtensão sucessiva e
alternada dos MI Favorece o nadotipo crol Aprox.9 emdiante
De para-
Proteger a queda ao cair obliquamente Extensão dos MS, protegendo a face Protege a entrada da cabeça na água Aprox.6-246.Materiais Auxiliares
os materiais auxiliares, serão um contributo positivo para atingir o já referido estado de prontidão aquática(AMA). Isto é tanto verdade para crianças e jovens, como o é para bebés.
Desta forma, existem materiais cujo o principal objectivo é:
• Auxiliar o aluno a atingir uma dada posição de equilíbrio e,
portanto, auxiliar à flutuabilidade;
• Facilitar a propulsão do aluno no meio aquático; • Facilitar a utilização das funções visão e respiração; • Promoção de actividades recreativas e;
• Materiais do meio terrestre adaptando a sua utilização para
Material auxiliar
Material auxiliar de equilíbrio/flutuação Material auxiliar de propulsão
Material auxiliar de respiração/visão
Material recreativo
Material adaptado
Material pequeno porte Material grande porte
Os materiais recreativos são eminentemente motivadores para as crianças realizarem determinadas tarefas ou para se manterem durante mais tempo numa dada actividade.
Estes materiais apresentam algumas vantagens para as sessões de NB:
• Encorajam o aluno a interagir com a água, especialmente em fases iniciais;
• Servem como “distracção” ao medo ou à relutância que o aluno tenha a este meio e;
Os materiais recreativos podem ser de pequeno porte (arcos, barras imergíveis, regadores, etc.) ou de grande porte (insufláveis, escorregas, escadas,
Alguns autores sugerem que diversos materiais de pequeno e de grande porte estejam espalhados pelo plano de água, criando um play ground aquático
Esta distribuição dos materiais servirá para estimular as crianças à sua exploração e por consequência do espaço. A criança ao deslocar-se pelo espaço da aula, caso encontre um objecto que a atraía, após uma exploração inicial do mesmo, será estimulada pelo adulto a realizar tarefas, onde esse material terá um papel relevante.
Para além dos materiais auxiliares existentes na maioria das piscinas, nas aulas de NB, também pode ser utilizado um brinquedo do bebé
Para que desempenhe cabalmente a sua função, o brinquedo deverá ter as seguintes características:
• A criança deve gostar e identificar-se com ele;
• Deve apresentar uma flutuabilidade positiva;
• Deve ser de pequeno porte (isto é, manipulável pela criança);
• Não deve possuir elementos mecânicos ou electrónicos;
• Deve ser constituído ou revestido por material impermeável e;
7.O Banho em Casa
Os primeiros contactos com a água são através do banho em casa,
elemento preparatório das futuras aulas de NB.
7.1.Objectivos
A sua duração rondará um tempo máximo de 20 minutos, em que
aproximadamente 20% do tempo total será dedicado à componente higiénica
e os restantes 80% à componente lúdica.
O banho em casa será um momento mais precoce de brincadeira e de
experiência da criança com o meio aquático.
Também servirá para a criança se preparar para as aulas de NB. A partir do
3° mês, deve-se progressivamente diminuir a temperatura da água dos 37°C
para os 32° C, com o intuito do bebé não sentir uma diferença abrupta entre
a temperatura da água em casa e na piscina.
O uso da banheira de adultos poderá servir como um elemento de mediação
entre a banheira de bebé e a piscina.
7.2.Proposta Didáctico-Metodológica
Sequência didáctico-metodológica para abordar a componente lúdica do
banho em casa.
7-Flutuação em decúbito ventral com dois apoios. 8-Flutuação em decúbito ventral com um apoio.
1-Fazer cair algumas gotas de água na cabeça, que escorram pelos olhos, pela boca,pelo nariz e pelos ouvidos - técnica de oleação
2-Aumentar a quantidade de água que se deita na cabeça, ao aplicar a técnica de oleação.
3- Flutuação em decúbito dorsal com 2 apoios 4- Flutuação em decúbito dorsal com 1 apoio
5-Flutuação em decúbito dorsal com apoio no ombro. 6- Flutuação em decúbito dorsal sem apoios.
8.Manipulação do Bebé
8.1.O papel da manipulação
A forma como se pega ou apoia o bebé vai influenciar a sua confiança para
a realização das tarefas e para a correcta execução das mesmas.
As mãos são uma fonte de informações para o bebé e para o adulto. É
possível ao bebé reconhecer o nervosismo, a intranquilidade ou pelo
contrário a confiança de quem o segura
Para o adulto, as mãos também são uma fonte de recepção de
informações. Com a experiência, é possível verificar se o bebé está tenso
ou relaxado antes ou após a realização de uma tarefa e assim escolher o
melhor procedimento.
8.2.Técnicas de pega e apoio
Nas primeiras vezes que se realiza uma pega ou um apoio a um bebé, um dos pais deve encontrar-se no seu campo de visão.
A -Técnicas Verticais
A primeira, é a forma tradicional de se pegar ao colo o bebé. Ele é abraçado e apoiado pela zona cervical e lombar. Vulgarmente é adoptada nas primeiras aulas
A segunda forma, caracteriza-se pelo apoio ser realizado pelas axilas da criança, O adulto irá encaixar as axilas do bebé, entre os seus polegares e os dedos indicadores. Esta técnica será utilizada, por exemplo, para diminuir a dependência do bebé face aos pais no meio líquido ou para ao realizar as primeiras imersões na posição vertical.
B -Técnicas Dorsais
B.1.
–
Apoio Dorsal no Ombro
Este tipo de apoio será utilizado quando a criança ainda se está a habituar a sentir a massa de água nos ouvidos. Será usada fundamentalmente nas sessões de banho em casa e nas primeiras aulas na piscina.
liberta-se as mãos para atrair a atenção da criança para o tecto ou colocando no seu campo de visão o brinquedo, evitando que entre água para as vias aéreas superiores e mantendo um correcto alinhamento horizontal do corpo.
B.2.
–
Pega dorsal com 2 apoios
A pega dorsal com dois apoios caracteriza-se pelo apoio de uma das mãos ser efectuada na cabeça ou na zona cervical e a outra na zona lombar, procurando manter um adequado alinhamento horizontal
Este tipo de pega é realizada nas primeiras abordagens das flutuações em decúbito dorsal.
Uma outra solução será, tal como na pega vertical, pegar no bebé pelas axilas. No entanto, esta técnica tem o inconveniente de no caso de ser um dos pais a realizá-la, ele não se encontrem no campo de visão do filho. Nesta circunstância a criança tenderá a mover-se para visualizar o progenitor, modificando o seu alinhamento horizontal e lateral.
B.3.
–
Pega dorsal com 1 apoio
Esta técnica consiste no apoio de uma das mãos na cabeça ou nas costas da criança, enquanto a outra a distrai. Esta mão procura fazer com que o bebé mantenha a face emersa, com o propósito de permitir a manutenção de um correcto alinhamento horizontal e evitar a entrada de água nas vias respiratórias.
C -Técnicas Ventrais
C.1.
–
Pega ventral com 2 apoios
Tem como objectivo controlar o nível de contacto da água com a face da criança, particularmente da boca e do nariz. Caracteriza-se pelo encaixe das axilas do bebé entre o polegar e o indicador do adulto,
Este tipo de pega é utilizada quer para as flutuações, quer para a execução dos deslocamentos, em decúbito ventral.
C.2.
–
Pega ventral com 1 apoio
Esta técnica realiza-se pegando o bebé pelo tórax ou pelo abdómen. Da mesma forma que na técnica de pega dorsal com um apoio, esta também proporciona uma grande liberdade de movimentos da criança, estimulando o reflexo natatório. Portanto, o apoio deve ser seguro e eficaz, para conferir alguma estabilidade ao bebé.
9.Proposta Didáctico-Metodológica
grupos de habilidades ou de conteúdos: • a adaptação ao local; • as flutuações;
• os deslocamentos; • as imersões;
• as passagens e; • os saltos.
Os conteúdos sugeridos para a NB mais não são do que casos particulares de habilidades também trabalhadas na AMA.
A adaptação ao local é em tudo similar à primeira fase da AMA, onde se procura promover a familiarização com o local e as pessoas que participam nas sessões As flutuações, os deslocamentos e as imersões, mais não são do que equilíbrios de diversos tipos.
Alguns tipos de imersões, as passagens e os saltos podem considerar-se enquanto formas de propulsão
Para trabalhar estes conteúdos os materiais auxiliares tem um papel pedagógico vital. Desta forma, está-se a promover a combinação das manipulações com outros tipos de habilidades motoras.
Do ponto de vista pedagógico, afinal o que se está a propor é a AMA não a partir dos 3 anos de idade, mas mais cedo, a partir dos 3 meses de idade.
Os diferentes conteúdos propostos deverão surgir de forma interrelacionada e não estanque.
Adaptação
Flutuações
Deslocamentos
Imersões
Passagens
Saltos
9.1.Adaptação ao Local
Essa adaptação passa pela habituação aos espaços, aos ruídos, aos odores, ao docente, aos outros bebés e aos respectivos pais.
As primeiras aulas terão como objectivo adaptar a criança a todo o envolvimento das aulas. Só após a familiarização da criança com o meio e com as pessoas que participam nas sessões é que será possível a abordagem efectiva a outros conteúdos
5-Fazer cair algumas gotas de água na cabeça, que escorram pelos olhos, pela boca, pelo nariz e pelos ouvidos - técnica de oleação.
6-Aumentar a quantidade de água que se deita na cabeça, ao aplicar a técnica de oleação.
1-Sentar no bordo da piscina próximo da pessoa significativa.
2-Entrar na piscina ao colo da pessoa significativa (pega vertical). 3-Deslocar-se por toda a piscina ao colo da pessoa significativa.
4-Ao deslocar-se, o adulto baixa gradualmente o corpo até que os seus ombros e os do bebé fiquem imersos.
9.2.Flutuações
A etapa seguinte terá como objectivo realizar flutuações em diferentes decúbitos e com diferentes tipos de apoios. Nesta faixa etária, a percentagem de tecido adiposo na criança é relativamente elevada. Logo, os bebés são menos densos que sujeitos mais velhos. Em consequência, apresentam uma maior flutuabilidade, o que irá facilitar a abordagem destes conteúdos nesta fase.
Podem ser propostas as flutuações em decúbito ventral, dorsal e numa fase de transição para a AMA, em decúbito lateral.
10.Rotação de decúbito ventral para decúbito dorsal com ou sem apoios. 11.Rotação de decúbito dorsal para decúbito ventral com ou sem apoios 1.Flutuação em decúbito dorsal com dois apoios.
2.Flutuação em decúbito dorsal com um apoio.
3.Flutuação em decúbito dorsal com apoio no ombro. 4.Flutuação em decúbito dorsal sem apoios.
5.Flutuação em decúbito ventral com dois apoios. 6.Flutuação em decúbito ventral com um apoio. 7.Flutuação em decúbito ventral sem apoios.
8.Rotação da posição vertical para a posição horizontal (decúbito ventral ou dorsal) com ou sem apoios.
9.Rotação da posição horizontal (decúbito ventral ou dorsal) para a posição vertical com ou sem apoios.
9.3.Deslocamentos
Na realidade, mais não é do que trabalhar equilíbrios horizontais (ventrais ou dorsais) com apoio.
Neste momento, o objectivo será introduzir e exercitar os deslocamentos em diferentes decúbitos, com diferentes tipos de apoios.
Os deslocamentos consistem na tracção do bebé pelo adulto em várias posições.
Durante os deslocamentos os materiais auxiliares podem ser uma ajuda preciosa para se traccionar o bebé.
Os deslocamentos podem ser realizados com diferentes trajectórias. Por exemplo, em linha recta, em círculo, em zig-zag ou em oitos
Em fases mais avançadas, pode-se colocar no raio de acção do bebé um objecto, ou o seu brinquedo, estimulando-o a deslocar-se no meio aquático, com o intuito de o atingir.
Este é o momento oportuno para passar a haver uma maior interacção do docente com o bebé. A díade deverá ser por vezes alterada pela entrada do docente nessa relação, estabelecendo-se assim uma maior preponderância da relação da tríade.
nesta fase da tríade será um momento preparatório das imersões, onde o docente deverá ter uma papel mais interventivo.
1.Deslocamento em decúbito dorsal com dois apoios. 2.Deslocamento em decúbito dorsal com um apoio.
3. Deslocamento em decúbito dorsal com apoio no ombro. 4. Deslocamento em decúbito dorsal sem apoios.
5. Deslocamento em decúbito ventral com dois apoios. 6. Deslocamento em decúbito ventral com um apoio. 7. Deslocamento em decúbito ventral sem apoios.
9.4.Imersões
As primeiras imersões são usualmente para os pais um momento especial das aulas de NB. Todavia, para se efectuar a introdução das imersões deve-se respeitar os seguintes pressupostos:
• O bebé encontra-se relaxado no meio aquático;
• Não demonstra alteração de comportamento quando tem a água em abundância na face e;
• Encontra-se descontraído na posição ventral com os ouvidos imersos.
Só quando estes pressupostos estiverem a ser integral e cumulativamente respeitados é que se pode iniciar a introdução e a exercitação das imersões.
As imersões ventrais devem num primeiro momento ser realizadas do docente para a pessoa significativa, sem nunca perder o apoio de um dos adultos (imersão assistida).
As
primeiras imersões
serão na posição vertical. Sódepois
é que se abordam as imersões ventrais e raramente é feita a tentativa da imersão dorsal.Mais tarde, pode-se estimular a execução de imersões onde o bebé numa curta distância não terá o apoio de nenhum adulto e, portanto, irá pelos seus próprios meios promover a sua propulsão (imersão livre).
Dominadas estas imersões básicas, pode-se promover a consolidação do conteúdo promovendo tarefas onde a duração da imersão seja maior, imersão de maior profundidade, da pessoa significativa para o docente, etc.
Imersão Vertical Imersão Ventral Livre Imersão Dorsal ???? Imersão Ventral assistida Imersão Ventral Prolongada
1.Imersão simultânea na posição vertical da pessoa significativa e do bebé, até ao nível dos olhos.
2.Imersão simultânea na posição vertical da pessoa significativa e 3.Imersão na posição vertical do bebé.
7.Imersão em decúbito ventral da pessoa significativa para o docente, sendo largado a meio do trajecto (imersão livre).
8.Imersões profundas, indo buscar objectos ao fundo da piscina. 9.Imersões aumentando a distância entre os dois adultos.
4.Imersão de curta duração em decúbito ventral, do docente para a pessoa significativa, tendo o bebé sempre um dos adultos a pegarem nele (imersão assistida).
5.Imersão em decúbito ventral, do professor para a pessoa significativa, sendo largado a meio do trajecto (imersão livre).
6.Imersão em decúbito ventral, da pessoa significativa para o docente, tendo o bebé sempre um dos adultos a pegarem nele (imersão assistida).
9.5.Passagens
As passagens estimulam a realização de movimentos propulsivos com os membros, quer à superfície, quer em imersão através de movimentos reflexos (reflexo natatório) ou voluntários.
o bebé não vai ser traccionado por um adulto, mas apenas impulsionado numa fase inicial da passagem.
Os deslocamentos podem envolver dois adultos (um impulsiona a criança e Outro recebe-a) ou apenas um. No caso de ser envolvido apenas um adulto pode-se propor que a criança vá até um determinado ponto e depois retome ao adulto.
4-Passagem da pessoa significativa para o docente, à superfície ou em imersão, retornando à pessoa significativa.
5-Passagem do docente para a pessoa significativa, à superfície ou em imersão, retornando ao docente.
6-Passagem do docente ou da, pessoa significativa para um barão fixo numa parede lateral, retornando ao adulto.
1-Passagem da pessoa significativa para o docente, à superfície ou em imersão. 2-Passagem do docente para a pessoa significativa, à superfície ou em imersão. 3-Passagem do docente ou da pessoa significativa para um varão fixo numa
9.6.Saltos
O motivo para se introduzir os saltos neste momento é o mesmo apresentado para as passagens. Ou seja, o domínio das imersões é um pré-requisito para a introdução e a exercitação dos saltos, tal como das passagens.
Paralelamente às passagens, também serão abordados os saltos.
Inicialmente deve-se estimular as entradas na água de pés (por exemplo, a partir de um escorrega, da posição sentada no bordo ou de pé rio cais da piscina)
Numa etapa mais avançada, pode-se procurar promover situações facilitadoras da execução de saltos numa posição oblíqua, enquanto introdução para a entrada de cabeça. Só se deve considerar a hipótese de abordar esta técnica de entrada em fases de transição da NB para a AMA.
1-Entrada de pés a partir de um escorrega. 2-Salto vertical com entrada de pés.
3-Sentado no degrau da escada, entrada de pés ou oblíquo. 4-Sentado no bordo da piscina, entrada de pés ou oblíquo. 5-De pé, entrada oblíquo.
6-Entrada de pés partindo de um plano superior. 7-Entrada oblíqua partindo de um plano superior.
10.A Estagnação ou o Retrocesso da
Aprendizagem
A aprendizagem em termos gerais, nem sempre é um processo contínuo e linear. Por vezes evidência uma evolução mais ou menos rápida, outras vezes uma estagnação e até mesmo, uma involução.
Pode-se afirmar que uma criança encontra-se num estado de retrocesso ou de estagnação da aprendizagem quando reage desfavoravelmente a um conjunto relativamente alargado de aulas.
Sabe-se que o ritmo da criança é perfeitamente individualizado. Dentro de cada grupo, encontram-se diferenças significativas entre a díade mãe-bebé ou pai-bebé. Desta forma, as metodologias de ensino menos directivas, as que permitem que cada criança tenha um papel determinante nas tomadas de decisão sobre o que fazer serão as mais apropriadas.
Caso o bebé reaja de forma indesejável a apenas uma aula não será significativo, já que poderá ser apenas uma falta de disposição temporária para as tarefas propostas ou para a actividade.
A estagnação ou o retrocesso podem ter causas
intrínsecas
ouextrínsecas
ao sujeito.As Intrínsecas incluem-se o surgimento da dentição e o início da marcha autónoma.
Os motivos extrínsecos e de entre estes, a actuação dos pais e/ou do docente são os mais frequentes
Assim, é importante saber quando acaba a predisposição do bebé para os estímulos apresentados e onde começa a vontade dos adultos de quererem impor o ritmo que desejavam que ele tivesse.
10.1.Prevenção
A melhor forma de prevenir a estagnação ou o retrocesso do processo ensino-aprendizagem, nas aulas de NB, será o respeito pelo ritmo de aprendizagem de cada criança.
Para tal, será determinante que:
• transmitir frequentemente segurança e carinho à criança, aumentando desta forma a sua autoconfiança.
• os pais estejam desde a primeira aula esclarecidos sobre os objectivos e as etapas do programa;
• os pais estejam desde a primeira aula esclarecidos sobre os objectivos e as etapas do programa;
• conhecer a relação dos pais com a água, dado que essa relação pode espelhar-se no comportamento do filho no meio líquido;
• utilizar de forma racional os estímulos. Uma insuficiente estimulação poderá levar à estagnação da aprendizagem e uma estimulação excessiva ou precoce produzirá um retrocesso e;