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TRAJETÓRIA DO RÁDIO GUARAPUAVANO: HISTÓRIAS CONTADAS POR SEUS PROFISSIONAIS

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Anais do 9º Salão de Extensão e Cultura

22 a 24 de novembro de 2016, UNICENTRO, ISSN - 2238-4464

TRAJETÓRIA DO RÁDIO GUARAPUAVANO: HISTÓRIAS CONTADAS POR SEUS PROFISSIONAIS

Área Temática: Comunicação.

Autores: Éverly Pegoraro (Coordenadora Pedagógica)1, Mônica Cristina Nunes

(Coordenadora Administrativa)2, Layse Pereira Soares do Nascimento (Coordenadora Geral)3, Ana Cimitam (discente)4, Any Mary Ossak Cordeiro (discente)5, Carlos Souza (discente)6,

Douglas Meurer Kuspiosz (discente)7, Fernanda Motter(discente)8, Luiz Felipe Panozzo (discente)9, Noeli Rosangela de Almeida (discente)10, Sabrina Ferrari da Silva (discente)11,

Walquíria de Lima (discente)12.

RESUMO: O projeto “Memórias do Rádio Guarapuavano” tem o objetivo de reunir histórias

de profissionais que trabalharam (ou ainda trabalham) como radialistas no município. Conhecendo suas histórias profissionais será possível conhecer também um pouco da história das emissoras nas quais atuaram: suas estruturas físicas equipamentos, condições de trabalho, programações, atrações, dificuldades, etc. A iniciativa tem a proposta de preservar a memória do rádio guarapuavano. Ao mesmo tempo, este projeto tem a finalidade de oportunizar aos alunos do curso de jornalismo o exercício prático nas várias etapas que envolvem a produção radiofônica. Para além do exercício prático, a atividade visa despertar nos acadêmicos a importância da preservação das histórias vivenciadas por profissionais e que marcaram a trajetória deste meio de comunicação em Guarapuava. Os discentes também participarão de

1 Éverly Pegoraro, professora efetiva do Departamento de Comunicação Social. E-mail: everlyp@yahoo.com.br. 2 Mônica Cristina Nunes, agente universitária, monicac_@hotmail.com.

3 Layse Pereira Soares do Nascimento, professora efetiva do Departamento de Comunicação Social. E-mail:

p.layse@hotmail.com.

4 Ana Cimitam, discente do primeiro ano do curso de Jornalismo, membro da equipe executora do projeto.

E-mail: anacimitam@uol.com.br.

5 Any Mary Ossak Cordeiro, discente do terceiro ano do curso de Jornalismo da Unicentro, membro da equipe

executora do projeto. E-mail: anymary_ossak@hotmail.com.

6 Carlos Souza, discente do segundo ano do curso de Jornalismo da Unicentro, membro da equipe executora do

projeto. E-mail: carlosjr.147@gmail.com.

7 Douglas Meurer Kuspiosz, discente do segundo ano do curso de Jornalismo da Unicentro, membro da equipe

executora do projeto. E-mail: douglasmeurer@outlook.com.

8 Fernanda Motter, discente do terceiro ano do curso de Jornalismo da Unicentro, membro da equipe executora

do projeto. E-mail: fernandamotter1@hotmail.com.

9 Luiz Felipe Panozzo, discente do quarto ano do curso de Jornalismo da Unicentro, membro da equipe executora

do projeto. E-mail: luiz.panozzo@hotmail.com.

10 Noeli Rosangela de Almeida, discente do terceiro ano do curso de Jornalismo da Unicentro, membro da equipe

executora do projeto. E-mail: noeli_alm@hotmail.com.

11 Sabrina Ferrari da Silva, discente do segundo ano do curso de Jornalismo da Unicentro, membro da equipe

executora do projeto. E-mail: sabrinaferraridasilva@hotmail.com.br.

12 Walquíria de Lima, discente do terceiro ano do curso de Jornalismo da Unicentro, membro da equipe

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22 a 24 de novembro de 2016, UNICENTRO, ISSN - 2238-4464

discussões teóricas interdisciplinares (jornalismo, história e memória) norteadoras deste projeto.

PALAVRAS-CHAVE: Jornalismo; História; Radialistas, Memória, Rádio. 1. INTRODUÇÃO

Preservar a memória do rádio em Guarapuava, sobretudo dos profissionais que construíram suas carreiras como radialistas, está entre os principais objetivos do Projeto de extensão “Memórias do Rádio Guarapuavano”13. Por meio de entrevistas, estes profissionais poderão contar suas histórias, destacar os acontecimentos marcantes de suas trajetórias no rádio e rememorar momentos curiosos que vivenciaram. Como desdobramento será possível conhecer como eram as rotinas dentro das emissoras locais, os recursos físicos existentes, a estrutura hierárquica, os atrelamentos políticos, entre outras questões. A grande contribuição desta proposta está em buscar reunir informações que acabam se perdendo com o tempo, e, em fazer o registro das memórias que integram o cenário radiofônico de Guarapuava, possibilitando assim a elaboração de parte da história da mídia regional.

No Brasil, oficialmente, a primeira transmissão radiofônica ocorre em 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro, quando, em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil, o presidente Epitácio Pessoa fala à nação. A primeira emissora de radiodifusão do país foi fundada em 1923 por Roquete Pinto e Henrique Morize, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. O fundador e ex-presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), José de Almeida Castro, fala sobre este período:

A rádio só começou a operar, no entanto, em 30 de abril de 1923, com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, instalado na Escola Politécnica, na então capital federal. Pessoalmente, ao cumprir tarefa em pequeno estúdio de rádio, em 1933, aos 11 anos de idade, na Rádio Sociedade da Bahia, a PRA-4 de Salvador, aprendi que as primeiras emissoras eram clubes ou sociedades de amigos, em geral, nascidas da união de curiosos

encantados com a sensacional novidade

(http://www.abert.org.br/web/index.php/quemsomos/historia-do-radio-no-brasil).

A informação de Castro, de que começou “a cumprir tarefa” no estúdio aos 11 anos de idade causa espanto nos dias de hoje, entretanto, essa prática ainda era comum nos anos de 1960 e 1970. Os jovens iniciavam a carreira de radialista, em geral, ainda na adolescência. Outra característica deste período era a migração destes profissionais para as redações dos jornais, depois de adquirida alguma experiência no rádio.

Os primeiros locutores do novo meio de comunicação foram os radioamadores, pois já possuíam experiência com o microfone. Para ingressar na carreira bastava ter uma bela voz e

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O projeto está vinculado ao Grupo de Pesquisa Comunicação e Interfaces Socioculturais, na linha de pesquisa Processos Comunicacionais e Sociabilidades, pois um de seus eixos temáticos refere-se às operações memoráveis e os respectivos desdobramentos nas práticas midiáticas.

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interesse pelo veículo de comunicação. A profissão de radialista só foi regulamentada no ano de 1978, pela lei 6.615, conhecida como a Lei do Radialista, que elimina o registro provisório da categoria, mas não prevê a obrigatoriedade do diploma em curso superior de qualquer natureza. De acordo com esta lei, radialista é o profissional que trabalha com meios de comunicação, principalmente com o rádio, podendo atuar também com televisão.

A partir de então, todos os profissionais da área devem ter o registro profissional de radialistas, emitido pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para desempenhar suas funções. A emissora de rádio, explica Ferraretto (2001, p.41),

“constitui-se, essencialmente, em uma prestadora de serviço que fornece informação e entretenimento à sua clientela, o público. Comercial, educativa ou comunitária, tem de se enquadrar em uma determinada legislação que regulamenta o seu funcionamento e as relações entre seus profissionais”.

O radialista assume inúmeras funções dentro da emissora, como, por exemplo, direção, roteiro, projetos, criação, e muitos outros, sendo o mais comum a locução de programas musicais, narração esportiva e outros tipos de entretenimento. Muitos exercem atividades jornalísticas, de produção e divulgação de notícias.

Há ainda outra área do radialismo, em que o profissional pode desempenhar funções técnicas, como a sonoplastia e edição, preparando a matéria antes de ir para o ar. Também encontra espaço em empresas de web-rádio, que transmitem programas radiofônicos por meio da internet. Para o exercício profissional em qualquer uma destas atividades não é necessário ter curso superior.

O rádio foi o primeiro veículo a conquistar as massas, tornando-se o principal meio de integração cultural do país. Cyro César afirma que desde “o seu começo, o rádio abrigou o modo de viver do brasileiro” (1996, p.70). Humorismo, jornalismo, programas de auditório, radionovela, esporte, foram temas que marcaram grandes momentos no rádio. “O rádio é um veículo de comunicação de massa que por meio de ondas eletromagnéticas atinge a um público numeroso, anônimo e heterogêneo”, explica Cyro César (2005). Como emissor, o rádio usa a linguagem oral associada a diversos recursos sonoros.

Um estudo da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, intitulado Raio X da Radiodifusão Brasileira (ABERT, 2015, p.4), aponta que o rádio continua sendo o segundo meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros, perdendo apenas para a televisão. Os dados estão na Pesquisa Brasileira de Mídia 2015, realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Outro dado apresentado pela pesquisa é que as pequenas rádios são a maioria na realidade brasileira e, desempenham um

importante papel dentro do cenário nacional, “pois levam ao cidadão informação e cultura local, um importante fator de contrapartida no mundo globalizado e massificado, onde a informação assume caráter genérico e global” (ABERT, 2015, p.43).

Cyro César (2005) destaca que as contribuições do rádio para a sociedade são inúmeras, tais como: ajudar o país a superar a pobreza, o analfabetismo, a falta de informação; contribuir para melhorar a cultura, a saúde, a educação e, por consequência, a qualidade de vida da população; atuar como vigilante e intermediário entre poderes e sociedade; promover campanhas de utilidade pública; incentivar a formação de eventos culturais; ensinar a preservar o meio ambiente, promover debates e busca de soluções; divulgar novas ideias, crenças e valores, entre outras. Por outro lado, as características funcionais do rádio para o

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ouvinte, segundo este autor, proporciona lazer; reduz a solidão – rádio é companhia; estimula o interesse por assuntos, eventos, e pessoas; orienta o comportamento social; pauta o tema de conversas; é fonte de informações; auxilia na tomada de decisões e escolhas, etc.

Gramático (2002) se refere aos radialistas como “contadores de histórias”. Compreender o contexto que envolve o meio radiofônico, suas características, as atividades dos profissionais que atuam nesta área, entre outros aspectos pertinentes se faz necessário já que o projeto tratar deste universo. Com o desenvolvimento da proposta espera-se, a partir dos depoimentos dos radialistas, reunir registros importantes para a história da mídia local e regional.

2. DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Inicialmente a equipe executora se reuniu para discutir a proposta e objetivos do projeto, e conhecer a dinâmica de execução das ações extensionistas. A segunda etapa envolve a prospecção de radialistas guarapuavanos a serem entrevistados. Prioritariamente, serão contatados os mais idosos e com condições de conceder entrevista. Relacionados os possíveis entrevistados, o passo seguinte será falar pessoalmente com os radialistas, explicar do que se trata o projeto de extensão, quais seus objetivos e relevância para a história da mídia guarapuavana. A partir do consentimento destes profissionais, em participar do projeto, serão elaboradas as pautas e roteiros de entrevistas. Os locais de gravação das entrevistas serão acordados com os entrevistados. Os acadêmicos irão trabalhar sempre em duplas. Enquanto um se encarregada da condução da entrevista, o outro fica responsável pela parte técnica de registros de imagens, coleta de documentos, etc.

Durante as entrevistas também serão feitas as fotografias dos radialistas e, eventualmente de documentos, além utilizar fotos de acervos pessoais para exibição em uma exposição. Uma vez realizada a gravação da entrevista, a próxima etapa envolverá a transcrição e a edição dos áudios, finalizando com a produção de programetes, com duração média de 5 minutos, cada um. Posteriormente, a veiculação dos programas será negociada com a Rádio Universitária e/ou emissoras comerciais de Guarapuava. Em todas as etapas do projeto os discentes serão orientados e supervisionados pelos professores coordenadores. Nos encontros periódicos entre coordenação e discentes serão discutidas as linhas teóricas interdisciplinares que fundamentam o projeto: jornalismo, história e memória.

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS JÁ ALCANÇADOS

O projeto está ainda no seu início. A equipe executora já se reuniu algumas vezes, o que possibilitou entre outras ações: discutir detalhadamente a proposta e objetivos propostos; conhecer a dinâmica de execução das ações extensionistas; visitar a exposição "A Rádio Cultura nos 50 anos da Diocese de Guarapuava”, onde estavam expostos alguns equipamentos, documentos, fotos e banners contando um pouco da história da emissora.

Além disso, na semana, de 19 a 23 de setembro de 2016, os integrantes da equipe executora participaram de colóquios sobre temas ligados à radiodifusão, promovido pelo Instituto Histórico de Guarapuava. Na oportunidade, a equipe conheceu vários radialistas, ocasião em que fez contatos com possíveis e potenciais entrevistados. Foram elaborados documentos de apresentação do projeto aos radialistas, documento de autorização de uso da imagem, gravações e, finalizando, o roteiro com as perguntas das entrevistas. A segunda etapa

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envolvendo a relação de radialistas guarapuavanos a serem entrevistados e a visita aos mesmos já está em andamento.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Reunir e disseminar junto à sociedade local, informações sobre a trajetória de radialistas e a história das rádios de Guarapuava, a infraestrutura das emissoras, suas rotinas de produção radiofônica, programação, atrações, quadro informativo, curiosidades e dados históricos, contribui para a preservação da memória do rádio guarapuavano. Entretanto, cabe destacar a relevância das temáticas locais como objeto de investigação de projetos de pesquisas ou extensão. Mais do que oportunizar aos alunos o exercício da produção radiofônica, da entrevista, dos registros fotográficos as atividades visam despertar junto aos alunos a importância dos estudos interdisciplinares, sobretudo entre história e comunicação, apontar novas possíveis temáticas de pesquisa, envolvendo jornalismo, história e memória; possibilitar aos acadêmicos a reflexão sobre a relevância do significado da memória na reconstituição da trajetória das pessoas e a estreita ligação deste fato com o exercício do jornalismo. Como formas de propagar os resultados alcançados com o projeto, serão produzidos e veiculados os programetes para veiculação em rádios, será organizada uma exposição sobre a temática do projeto, no campus Santa Cruz, e, todos os produtos do projeto serão disponibilizados em um blog.

REFERÊNCIAS

CASTRO, José de Almeida. História do Rádio no Brasil. Clubes de amigos e as primeiras

“PR” no rádio brasileiro. Disponível em:

http://www.abert.org.br/web/index.php/quemsomos/historia-do-radio-no-brasil CÉSAR, Cyro. Rádio, inspiração, transpiração e emoção. São Paulo: Ibrasa, 1996. ______. Rádio: a mídia da emoção. São Paulo: Summus, 2005.

FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. PortoAlegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001.

GRAMÁTICO, Dáurea. Histórias de gente de rádio. São Paulo: Ibrasa, 2002.

Raio X da Radiodifusão Brasileira – Abert, maio 2015. Disponível em: www.abert.org.br/web/index.php/bibliotecas/2013-05-22-13-32-13?...

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