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DIARRÉIAS CAUSADAS POR Brachyspira spp EM SUÍNOS

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DIARRÉIAS CAUSADAS POR

Brachyspira spp EM SUÍNOS

INTRODUÇÃO

As diarréias bacterianas causam alguns dos problemas mais importantes para a produção de suínos em todo o mundo. Animais de praticamente todas as idades podem ser afetados, mas nas fases de crescimento e terminação (60 a 180 dias de idade), as doenças têm sido bem menos estudadas. Nessas idades, as causas de diarréia mais comuns são bactérias capazes de infectar o ceco e cólon, como Brachyspira hyodysenteriae e outras espécies do gênero Brachyspira. Bactérias do gênero Brachyspira infectam principalmente a porção distal do intestino delgado, como Clostridium perfringens tipo A, Yersinia pseudotuberculosis e uma bactéria intracelular,

Lawsonia intracellularis, também são prevalentes nessa fase. Na Figura 1 é apresentado um

diagrama representando a idade em que são mais freqüentes as diarréias causadas por esses e outros agentes.

Figura 1: Idade de maior ocorrência das principais diarréias dos suínos nas fases de recria e

terminação. Fonte: David E. Barcellos.

O gênero Brachyspira corresponde ao grupo de bactérias anteriormente classificadas no gênero

Serpulina e incluindo várias espiroquetas intestinais comensais e patogênicas para suínos, outras

espécies animais e para o homem. Especificamente para os suínos, pelo menos duas formas de diarréia causadas por Brachyspiras são reconhecidas. A primeira é a Disenteria Suína (DS), cujo agente etiológico é a B. hyodysenteriae. Através de avanços recentes obtidos na caracterização fenotípica e genotípica das espiroquetas intestinais humanas e em animais, foi reconhecido um outro agente de diarréia, a B. pilosicoli, causador de uma patologia conhecida em suínos como

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função disso e da necessidade do uso sistemático de medicação com antimicrobianos para seu controle, a CE tornou-se muito importante para a indústria de suínos.

Além da B. hyodysenteriae e B. pilosicoli, outras espécies do gênero Brachyspira (B. innocens,

B. murdochii) e um Treponema (T. succinifaciens) têm sido isoladas do trato intestinal dos

suínos, acredita-se que sejam comensais.

As infecções espiroquetais em suínos possuem uma significativa importância econômica. Na década de 80, a disenteria suína foi considerada como a doença de maior importância da Austrália. Foi estimada uma perda anual de 100 dólares americanos por porca. A piora na conversão alimentar tem sido calculada na ordem de 10 a 90% e a redução do ganho de peso diário em 13 a

62%. Recentemente, a ocorrência da disenteria suína tem diminuído, mas nota-se uma forte

emergência da colite espiroquetal. A doença cursa com prejuízos à absorção de nutrientes e líquidos no intestino grosso, interferindo diretamente com o uso da alimentação numa fase da produção em que chega a representar acima de 80% do custo de produção.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E PATOLÓGICAS

A infecção com a B. hyodysenteriae e B. pilosicoli causa perda de peso e atraso no crescimento, principalmente por má absorção intestinal e desidratação. Entre leitões experimentalmente inoculados com a B. hyodysenteriae, ocorreu redução no ganho de peso diário entre 13 a 62% e uma queda na eficiência da conversão alimentar entre 10 a 90%. Tanto na DS como na CE, o maior impacto econômico resulta do aumento no número de dias necessários para que o animal chegue à idade de abate e, consequentemente, custos maiores com alojamento e alimentação. Além disso, ocorrem perdas importantes por atraso no fluxo (movimentação) dos animais através dos diferentes setores das criações.

Existem duas formas de infecção espiroquetal no cólon dos suínos com importância clínica. A DS, causada pela B. hyodysenteriae, é uma colite muco-hemorrágica grave de animais nas fases de crescimento e terminação (figura 2). Na apresentação típica, os animais mostram inicialmente prostração moderada e queda no consumo de alimentos. A seguir, desenvolvem diarréia de cor acinzentada a preta, com consistência pastosa a líquida. O quadro evolui para disenteria típica, com fragmentos de mucosa, fibrina, células epiteliais e estrias de sangue nas fezes. Os doentes desidratam, apresentam-se prostrados e com flancos deprimidos. Aproximadamente 10% morrem nos primeiros 5 dias após iniciarem os sintomas e, em casos extremos, a mortalidade total pode ser superior a 50%. A maioria dos leitões se recupera em 1 a n semanas, mas o crescimento pode permanecer deprimido.

Figura 2: (E) Diarréia com sangue e muco de um suíno infectado com Brachyspira

hyodysenteriae. Na figura ao lado, (D) cólon espiral que apresenta hemorragia e abundante

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A outra forma de infecção com importância clínica em suínos é a colite espiroquetal (CE), causada pela B. pilosicoli. A doença cursa com colite e diarréia e em geral ocorre aos 60-85 dias de idade, uma a duas semanas após o reagrupamento dos animais no início da fase de crescimento. A consistência das fezes dos doentes varia entre pastosa a mucoide e a coloração entre acinzentada a esverdeada. A presença de sangue é incomum, mas eventualmente pode estar presente nas fases finais da infecção. Em geral as manifestações clínicas da CE são transitórias e tipicamente resolvem em 7 a 10 dias. Embora a infecção possa persistir, a presença de diarréia é incomum em leitões com idade superior a 140 dias.

Diversos estudos têm demonstrado que as lesões causadas por B. hyodysenteriae e B. pilosicoli são limitadas ao ceco e cólon. As bactérias eventualmente podem ultrapassar a barreira epitelial pelo espaço intercelular e, nas camadas da submucosa, serem visualizadas fora das células, dentro de macrófagos ou de capilares. Com o passar do tempo, persistem no lúmen das criptas do cólon, que se mostra dilatado e cheio de muco. O reparo do dano superficial ao epitélio é caracterizado por hiperplasia das células das criptas com concomitante depleção de células caliciformes, alongamento da coluna das criptas e aumento no número de células mononucleares na lâmina própria.

DIAGNÓSTICO

Bactérias do gênero Brachyspira são espiroquetas anaeróbicas e tolerantes ao oxigênio. Tem uma forma levemente espiralada e, à microscopia, apresentam-se como bastonetes delgados e são ativamente móveis, com movimento serpentiforme em meios sólidos e semi-sólidos, e de rotação em meios líquidos.

O diagnóstico das infecções intestinais por Brachyspira spp em suínos requer a demonstração e a diferenciação de espiroquetas hemolíticas e fracamente beta-hemolíticas presentes nas lesões e/ou nas fezes dos animais doentes. Deve ser preferencialmente feito na ausência de sinais evidentes de outras doenças ou de lesões iniciais que possam ter sido colonizadas secundariamente por espiroquetas.

Um diagnóstico clínico presuntivo deve preceder ao diagnóstico definitivo da DS ou CE. A presença de diarréia mucoide, com ou sem sangue, cursando com perda de peso, em leitões recentemente introduzidos em instalações de crescimento, recebendo ração e água sem antimicrobianos, podem ser sugestivos de infecções por espiroquetas. A constatação de tiflocolite à necropsia fornece evidências adicionais, especialmente se coexistirem lesões muco-hemorrágicas e/ou placas necróticas nas áreas afetadas. Na maioria dos casos, o diagnóstico definitivo da DS e CE requerem confirmação laboratorial. As principais técnicas utilizadas para tal são:

Exame histopatológico

Colorações de rotina com hematoxilina-eosina são capazes de demonstrar espiroquetas dentro das criptas do intestino grosso e colonizando áreas da mucosa, mas os microorganismos se coram mal. Usando esse método, a infecção pela B. pilosicoli caracteriza-se pela formação na borda externa da superfície epitelial de uma linha que se cora de azul. A presença desta “falsa borda em escova” resulta do agrupamento de espiroquetas ligadas por uma extremidade à superfície mucosa e é considerada patognomônica para a CE. Entretanto, por ser segmental, são comuns os resultados falso-negativos. Além disso, pode estar presente apenas em determinados estágios da infecção e em parte dos animais doentes.

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Figura 3: Corte histológico do cólon proximal nove dias pós infecção com Brachyspira

hyodysenteria: proliferação e dilatação das criptas, cheias de detritos. Necrose severa na

superfície; infiltração celular moderada na lâmina própria e submucosa. Fonte: thepigsite.com

Exame bacteriológico

A técnica considerada como a mais eficiente (“padrão ouro”) para o diagnóstico laboratorial das infecções intestinais por espiroquetas em suínos é o isolamento bacteriano. Para o laboratório podem ser enviados swabs retais, fezes, fezes diluídas em salina ou fragmentos do cólon

com seu conteúdo. Os materiais devem ser mantidos refrigerados entre 4 a 8°C desde a coleta

até o exame. Recomenda-se o uso de swabs com meio de transporte.

Dica compilada do texto de David E. Barcellos e colaboradores em Acta Scientiae Veterinariae. 38(Supl 1): s229-s245, 2010.

MATERIAL COD/EXAMES PRAZO

DIAS Swab retal, fezes ou

fragmento de intestino S73-DIAGNOSTICO ENTÉRICO - DIARRÉIA 5

Swab retal, fezes ou

fragmento de intestino S54-BRACHYSPYRA HYODYSENTERIAE - PESQUISA 5

Swab retal, fezes ou

fragmento de intestino S53-BRACHYSPYRA PILOSICOLI – PESQUISA 5

Fezes ou fragmento de

intestino S23-EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES 3

Fezes ou fragmento de intestino

S74-PERFIL PARASITOLÓGICO DE GRANJA

35 amostras de fezes, sendo: 10 matrizes, 5 leitões ao

desmame, 5 leitões ao final da creche, 5 ao final da recria e 10 ao final da terminação.

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EQUIPE DE VETERINÁRIOS - TECSA Laboratórios

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