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AS METÁFORAS MULTIMODAIS: INDO ALÉM DO TIPO VERBO-VISUAL

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AS METÁFORAS MULTIMODAIS: INDO ALÉM DO TIPO VERBO-VISUAL

Natália Elvira Sperandio1

RESUMO

Apesar do imenso número de pesquisas dedicados ao estudo da metáfora como processo conceitual, poucos são os trabalhos voltados para sua codificação em outros modos, como o imagético. Diante disso, este trabalho possui a proposta de analisar a produção das denominadas metáforas multimodais. Seguindo as pesquisas desenvolvidas por Forceville (1996/2008/2009) buscaremos demonstrar como os diferentes modos semióticos podem atuar na produção dessas metáforas e, consequentemente, em seus sentidos. Porém, diferente do autor, não restringiremos nossas análises às metáforas multimodais do tipo verbo-visual, ou seja, buscaremos demonstrar que essas metáforas podem ser produzidas pela articulação de diferentes modos, além do verbo-visual.

Palavras-chave: Metáfora. Multimodalidade. Metáfora multimodal.

ABSTRACT

Despite the immense amount of research devoted to the study of metaphor as conceptual process, there are few studies related to codification in other ways, such as imagery. Therefore, this study has analyzed the proposal for the production of multimodal metaphors. Following the research carried out by Forceville (1996/2008/2009) seek to demonstrate how different semiotic modes can act in the production of these metaphors and consequently their senses.However, unlike the author, not confine our analysis to multimodal metaphors type verb-visual; seek to demonstrate that these metaphors can be produced by the articulation of different modes, besides the verbal-visual.

Keywords: Metaphor. Multimodality. Multimodal metaphor.

Introdução

Vivemos em uma cultura que por muitos anos privilegiou a monomodalidade. Ou seja, acreditávamos que a linguagem, falada ou escrita, sozinha fosse capaz de abarcar todo o processo de comunicação, de abranger todas as possibilidades de produção de significados de um texto. No entanto, como afirmam Kress e Van Leeuwen (1996), houve uma transformação tanto nas mídias quanto nos meios de comunicação, fazendo com que outros modos semióticos, como, por exemplo, a imagem, as cores, o som; passassem a fazer parte da composição e interpretação dos textos. Estes passam a ser denominados de multimodais.

1Doutoranda em Linguística – Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail:

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Com essa nova perspectiva, em que o verbal e o não-verbal atuam na construção de sentido de um texto, muitas propostas de estudos mudaram seu foco sobre textos exclusivamente verbal para discursos em que a linguagem é apenas um dos modos comunicativos. Com os estudos desenvolvidos sobre o processo metafórico não poderia ser diferente. Como propõe Forceville (2009) a metáfora não é uma questão de linguagem, mas de pensamento e ação, ocorrendo dessa forma em outros modos além do verbal.

Diante disso, este trabalho possui a finalidade de analisar a produção das metáforas no interior dos discursos multimodais. Para isso, utilizaremos como arcabouço teórico as pesquisas desenvolvidas por Forceville (1996/2008/2009). No entanto, diferente do autor, não focaremos nas metáforas multimodais do tipo verbo-visual, por acreditarmos que os domínios fonte e alvo dessas metáforas são criados pela sobreposição dos diferentes modos que constituem um discurso multimodal.

Como forma de expormos nossa perspectiva de estudo, iniciamos com a Teoria da Metáfora Conceitual, por essa ser considerada revolucionária nos estudos dessa figura, apesar de, como advoga Schröder (2008), ter produzido um rompimento aparente nos estudos clássicos. Para a pesquisadora, os estudos de Lakoff e Johnson (1980) sistematizaram de forma coerente o trabalho sobre a metáfora e demonstraram sua onipresença em nossa vida diária. Nosso trabalho utilizará a definição de metáfora proposta por essa teoria, sendo conceitualizada como a forma de experienciarmos um domínio conceitual a partir de outro. No entanto, como Lakoff e Johnson (1980) focam apenas na manifestação verbal do processo metafórico recorreremos a outra proposta de estudo, a metáfora multimodal.

Com base nos estudos da Teoria da Metáfora Conceitual Forceville (1996/2008/2009) vem desenvolvendo uma pesquisa que contempla o processo metafórico em outros modos semióticos. No início de seus trabalhos, Forceville (1996) privilegiou as metáforas do tipo visual e, nos últimos anos, vem pesquisando o que denomina de metáforas multimodais. Porém, apesar de suas pesquisas privilegiarem outros modos, não restringindo-se ao verbal, o autor tem analisado metáforas multimodais do tipo verbo-visual, ou seja, metáforas construídas apenas por esses dois modos, sendo que cada modo estaria presente na ativação de um de seus domínios. Todavia, como nossas análises demonstrará, há metáforas multimodais com domínios construídos pela ativação simultânea de diferentes modos semióticos.

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Teoria da Metáfora Conceitual

Alvo de diversos trabalhos, a metáfora tem despertado o interesse de vários campos de estudos. Citando apenas alguns, temos: a retórica, o discurso, a psicologia, a literatura, dentre outros. Seu estudo não é novo, tendo sua origem, no ocidente, nas pesquisas de Aristóteles. Esse a considerava “transportar para uma coisa o nome de outra, ou do gênero para a espécie, ou da espécie para o gênero, ou da espécie de uma para a espécie de outra, ou por analogia” (ARISTÓTELES, 1991, p. 273). No entanto, é apenas em 1980 com o livro Metaphor we live by, escrito por Lakoff e Johnson, que o processo metafórico é reconhecido como onipresente em nosso pensamento e ação.

Lakoff e Johnson (1980) advogam que a metáfora é uma forma de compreendermos e experienciarmos uma coisa em termos de outra. Para os autores, no processo metafórico, há um mapeamento sistemático entre dois domínios conceituais: o domínio-fonte, considerado fonte de inferência, e o domínio-alvo, local em que essas inferências serão aplicadas. Como forma de exemplificação os pesquisadores nos oferecem a metáfora DISCUSSÃO É GUERRA. Nessa temos guerra como domínio-fonte e discussão como domínio-alvo. Como discussão é conceitualizada parcialmente em termos de guerra, já que o mapeamento de um domínio a outro é parcial, temos uma influência sistemática em nossa forma de falar e agir, enquanto discutimos, por isso expressões oriundas do domínio guerra são utilizadas na conceitualização do domínio discussão.

Apesar de considerarem a metáfora primariamente uma questão de pensamento e ação e derivadamente uma questão de linguagem, Forceville (1996) afirma que Lakoff e Johnson (1980) focaram nas manifestações verbais da metáfora. Diante disso, Forceville (1996/2008/2009) promove um estudo que possui como foco as metáforas produzidas por outros modos semióticos. Passamos agora a apresentação de suas pesquisas.

Indo além do verbal: a proposta da metáfora multimodal

Em um estudo feito sobre a metáfora visual na propaganda, Forceville (1996) desenvolve um modelo teórico para as metáforas visuais. Tendo como corpus um

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conjunto de anúncios publicitários e outdoors, o autor, com base na teoria da interação da metáfora, de Black (1993), propõe que a identificação de uma metáfora será feita a partir da resposta de três questões cruciais: a) quais são os dois termos de uma metáfora, ou seja, seus domínios fonte e alvo, b) qual desses termos será considerado seu domínio-fonte e domínio-alvo, e c) quais traços são projetados do domínio-fonte ao domínio-alvo. Para Forceville (1996) as respostas dessas questões envolvem vários fatores contextuais.

No transcorrer de sua pesquisa, Forceville (1996) faz a distinção de quatro subtipos de metáforas visuais. O primeiro é denominado como metáforas visuais com um termo visualmente presente. Para o autor, nesse subtipo um dos termos não é visível, mas sugerido pelo contexto visual. A propaganda abaixo nos demonstra esse subtipo:

FIGURA 1- Anúncio exemplificando as metáforas visuais com um termo presente visualmente

Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/noticia/120352. Acesso em: 20 fev. 2014.

No anúncio do Burger King encontramos a imagem de um saco de batatas sendo segurado por uma mão. Nessa propagando identificamos a metáfora SACO DE BATATA É UMA TOCHA OLÍMPICA. Podemos observar que apenas o domínio-alvo dessa metáfora, saco de batata, é representado visualmente, sendo o domínio-fonte, tocha olímpica,

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sugerido pelo contexto visual, neste caso pela imagem da fumaça, do estádio ao redor e pela forma em que o saco de batata é segurado.

No segundo subtipo temos as metáforas visuais com os dois termos apresentados visualmente. Neste caso, partes dos dois termos são representados visualmente, resultando em um fenômeno híbrido, percebido como uma única gestalt.

FIGURA 2 – Anúncio exemplificando metáforas com dois termos presentes visualmente

Fonte:http://www.marketingcomentado.com.br/2012/03/campanha-criada-pela-almapbbdo-promove.html. Acesso em: 20 fev. 2014.

O anúncio do perfume Floratta, do Boticário, exemplifica esse subtipo de metáfora. Nesse anúncio temos o frasco do perfume hibridizado com uma flor. Nessa metáfora há a identificação de seus dois domínios através do visual, produzindo a metáfora PERFUME FLORATTA É UMA FLOR. Com ela podemos inferir que a fragrância desse produto é agradável e suave como o cheiro de uma rosa.

O terceiro subtipo é denominado de símile visual. Nesta definição ambos os termos são representados em sua totalidade. O anúncio a seguir exemplifica esse subtipo. Nele temos a imagem completa de um rinoceronte e de um carro, nos levando a produzir a metáfora O CARRO É UM RINOCERONTE. A partir da associação desses dois domínios somos conduzidos a compreender a marca do carro anunciado tão forte e resistente quanto esse animal.

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FIGURA 3 – Anúncio exemplificando a símile visual

Fonte: http://baccofacom.blogspot.com.br/. Acesso em: 12 jan. 2014

Por último, temos as metáforas verbo-visuais. Nestas um dos termos é representado pelo visual e o outro pelo verbal. Exemplificamos esse último subtipo com a anúncio a seguir. Nesse anúncio o domínio-fonte, bebida refrescante, constituído pela imagem e o domínio-alvo, produtos dove, pelo verbal. Com essa metáfora inferimos que os produtos dove são refrescantes, da mesma forma que uma bebida gelada.

FIGURA 4 – Anúncio exemplificando as metáforas multimodais do tipo verbo-visual

Fonte:http://www.memoriadapropaganda.org.br/Noticias/Noticia.php?newsId=20060523C&I mg=1. Acesso em: 10 jan. 2014.

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Em um estudo posterior, Forceville (2008) promove algumas modificações, passando a denominar as metáforas de um termo visualmente presente como metáforas contextuais e as metáforas com dois termos visualmente presentes de metáforas híbridas. Em conjunto com essas mudanças o autor criou uma nova categoria, as metáforas integradas, sendo essas definidas como um subtipo da metáfora visual, onde um objeto unificado ou uma gestalt é apresentado em sua totalidade, capaz de lembrar esse objeto sem que haja pistas contextuais.

FIGURA 5 – Anúncio exemplificando as metáforas integradas

Fonte: http://comunicacaochapabranca.com.br/?p=15146. Acesso em: 10 jan. 2014.

Na imagem acima temos o domínio-alvo cigarro integralmente representado pela imagem e ainda nos remetendo ao seu domínio-fonte arma. Assim, o alvo é fisicamente representado e nos remete a fonte, ou seja, a fonte é sugerida pelo contexto pictórico: pela forma que os cigarros são colocados um ao lado do outro e são partidos. Nessa metáfora integrada, CIGARRO É ARMA, inferimos que, da mesma forma que uma arma, o cigarro traz danos a nossa saúde, podendo nos levar a morte.

Nos últimos anos, Forceville (2009) vem trabalhando com as noções de modo, monomodalidade e multimodalidade. O autor considera em suas pesquisas os seguintes modos: signo pictórico, signo escrito, signo falado, gestos, sons, música, cheiro, gosto e toque. As metáforas monomodais são vistas pelo pesquisador como aquelas em que domínio-fonte e domínio-alvo são produzidos exclusivamente por um único modo. Essas

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metáforas foram exaustivamente analisadas por muitos teóricos, como por Lakoff e Johnson, que focaram nas metáforas codificadas apenas pelo modo verbal. Para o autor, um tipo de metáfora monomodal que tem despertado o interesse de muitos pesquisadores é a visual. A seguir trazemos um exemplar dessa metáfora.

FIGURA 6 – Anúncio exemplificando a metáfora monomodal do tipo visual

Fonte: http://www.dreamstime.com/royalty-free-stock-photos-businessman-lotus-pose-lamp-head-grass-image17857668. Acesso em: 25 fev. 2014.

Na imagem apresentada temos a metáfora monomodal CONHECIMENTO É LUZ. Nessa metáfora ambos os domínios são ativados pelo modo pictórico: domínio-alvo, conhecimento, é representado pela imagem de um homem de terno meditando. Nessa imagem sua cabeça, que metonimicamente representa a sabedoria, o conhecimento; não está presente, mas somos capazes de recuperá-la pois sabemos que ela ocupa a parte superior de nosso corpo. Por outro lado, o domínio-fonte luz é ativado pela imagem de uma lâmpada acesa.

As metáforas multimodais são aquelas que têm seus domínios fonte e alvo construídos exclusivamente ou predominantemente por diferentes modos. O interessante é que, apesar de considerar nove tipos de modos, como supracitados, Forceville (2008/2009) explora apenas um tipo de metáfora multimodal, a verbo-visual. Isto é, em suas análises verificamos a presença de metáforas que possuem domínio-fonte e domínio-alvo construídos ou pelo modo verbal, ou visual. O autor não explora a possibilidade de haver outros modos presentes na construção dessas metáforas, ou a articulação de diferentes modos na constituição de seus domínios. Diante disso, esse

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trabalho tem a proposta de analisar a possibilidade das metáforas multimodais serem produzidas nos e entre os diferentes modos semióticos.

FIGURA 7 – Anúncio exemplificando as metáforas multimodais

Fonte: http://topicosembiologiaeeducacao.blogspot.com.br/2011/05/analise-de-propagandas-da-coca-cola.html. Acesso em: 01 mar. 2014.

Na imagem acima temos uma vaca vermelha, com os dizeres “beba Coca-Cola”. Podemos inferir a presença da metáfora multimodal COCA-COLA É LEITE, pois o anunciante recorre à imagem de uma vaca para promover seu produto. Nessa metáfora encontramos os seguintes modos: o domínio-fonte, leite, representado pela imagem de uma vaca sendo ordenhada; e o domínio-alvo, Coca-Cola, pelo verbal (os dizeres “beba Coca-Cola” e Coca-Cola - inscrito nas latas do produto), o visual (as latas de Coca-Cola) e a cor (o vermelho, cor típica das embalagens desse produto). Assim, essa metáfora multimodal é construída pela articulação desses diferentes modos que se fazem presentes na construção de seus domínios. Ao recorrer a essa metáfora o anunciante nos transmite a ideia de seu produto, neste caso a Coca-Cola, possuir as propriedades do leite, ou seja, ser uma bebida nutritiva, essencial para nossa saúde.

No próximo anúncio também encontramos uma metáfora multimodal, MOTO HONDA É FUTEBOL. Esse anúncio é produzido através de dois domínios: futebol e produto moto Honda. Em cada domínio temos a presença de diferentes modos: no domínio-fonte, futebol, o verbal (a palavra futebol) e o modo visual (imagem do brasão); no domínio-alvo, Honda, o verbal (palavra Honda) e o visual (a imagem do produto e do logotipo da marca). Esses domínios, constituídos pelo modo verbal e visual, nos levam a

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compreender a paixão pela moto Honda tão grande quanto nossa paixão pelo futebol. Destacamos que, diferente das metáforas multimodais do tipo verbo-visual, analisadas por Forceville (1996/2008/2009), a metáfora multimodal desse anúncio é produzida pela articulação dos modos verbo-visual em cada domínio. Ou seja, cada domínio dessa metáfora possui tanto o modo verbal quanto o visual.

FIGURA 8 – Anúncio exemplificando as metáforas multimodais

Fonte: http://3.bp.blogspot.com). Acesso em: 01 mar. 2014.

Em nossa última análise temos uma capa da revista Veja. Nessa capa o Partido dos Trabalhados, mais conhecido pela sigla PT, é personificado, isto é, adquire características de ser animado. Diante disso, temos dois domínios conceituais distintos: o domínio político, PT, e o domínio de ser animado, neste caso de um ser humano. Como o domínio pessoa é utilizado na conceitualização de PT, podemos pressupor a presença da metáfora PT É UMA PESSOA. Da mesma forma que as duas análises anteriores, essa metáfora tem seu domínio-fonte, pessoa, construído pelo modo verbal (o verbo afundando que indica ação desempenhada por alguém) e o domínio-alvo, PT, pela articulação dos modos verbal (a palavra PT) e o visual (a imagem da estrela ao fundo, símbolo do partido). Essa metáfora produz um sentido negativo para esse partido, já que esse é visto como responsável pelos problemas enfrentados pela Petrobrás.

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FIGURA 9 – Capa da revista Veja exemplificando as metáforas multimodais

Fonte: Revista Veja, edição 2068, abril de 2014.

Conclusão

Limitamos como proposta de trabalho a abordagem do funcionamento das denominadas metáforas multimodais. Nossa finalidade foi analisar a ocorrência dessas metáforas nos diferentes modos semióticos, ultrapassando o tipo verbo-visual proposto por Forceville (1996/2008/2009).

Em nossas análises observamos a possibilidade das metáforas multimodais serem codificadas pela articulação de diferentes modos. Fato evidenciado pelas metáforas multimodais COCA-COLA É LEITE, MOTO HONDA É FUTEBOL e PT É UMA PESSOA, em que seus domínio-fonte e domínio-alvo são construídos pela sobreposição de mais de um modo. Como a figura abaixo exemplifica:

Metáforas Multimodais Domínio-fonte Domínio-alvo

COCA COLA É LEITE modo pictórico e verbal modo pictórico, verbal e cor

MOTO HONDA É FUTEBOL modo pictórico e verbal modo pictórico e verbal PT É UMA PESSOA modo verbal modo verbal e pictórico

Portanto, nossas análises demonstraram que a criação dessas metáforas pode ser mais complexa do que o tipo proposto por Forceville (2008/2009). Na própria definição, desenvolvida pelo autor, encontramos uma limitação, pois essas metáforas são definidas

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como possuindo domínios fonte e alvo exclusivamente ou predominantemente constituídos por diferentes modos. As palavras exclusivamente e predominantemente nos transmitem a ideia da possibilidade de termos apenas um único modo presente na ativação de seus domínios, como as análises feitas pelo autor das metáforas multimodais do tipo verbo-visual nos demonstram, como se não houvesse a possibilidade de sobreposição de diversos modos em seus domínios. Porém, como nossas análises demonstraram, a produção das metáforas multimodais abarcam relações mais complexas do que o tipo verbo-visual nos apresenta.

REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Souza.). São Paulo: Nova Cultura, 1991.

BLACK, Max. More about metaphor. In: ORTONY, Andrew (Org.) Metaphor and thought. Cambridge: Cambridge University Press, 1993. p.19-41.

FORCEVILLE, Charles. Pictorial metaphor in advertising. USA: Routledge, 1996.

FORCEVILLE, Charles. Metaphor in Pictures and Multimodal Representations. In: GIBBS, R. (ed). The Cambridge Handbook of Metaphor and thought. Oxford: University Press, 2008, p. 462-482

FORCEVILLE, Charles. Non-verbal and multimodal metaphor in a cognitivist framework: Agendas for research. In: FORCEVILLE, Charles; URIOS-APARISI, Eduardo. (Eds). Applications of cognitive linguistics: Multimodal Metaphor.New York: Mouton de Gruyter, 2009. p.19-42

KRESS, Gunther.; VAN LEEUWEN, Theo.Reading Images: the grammar of visual

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LAKOFF, George; JOHNSON, Mark. Metaphors we live by. Chicago: University of Chicago Press, 1980.

SCHRÖDER, Ulrike. Antecipações da Metáfora Cotidiana nas concepções de Hans Blumenberg e Harald Weinrich. Revista de Estudos da Linguagem, v. 16, p. 39-54, 2008.

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