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O AGRÁRIO EM QUESTÃO: UMA LEITURA SOBRE A CRIAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS RURAIS NO SUDESTE DO PARÁ. ( GT1- A luta pela terra e a política fundiária )

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O AGRÁRIO EM QUESTÃO: UMA LEITURA SOBRE A CRIAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS RURAIS NO SUDESTE DO PARÁ.

( GT1- A luta pela terra e a política fundiária )

Fernando Michelotti1 Beatriz Ribeiro2

Haroldo Souza3

Rafael L. de Araújo Freitas3

1. Introdução

O foco desse artigo é a criação de assentamentos na região Sudeste do Pará. A partir disso, buscamos estabelecer um diálogo com estudos recentes de geógrafos que estão interpretando o processo de criação de assentamentos no Brasil, observando questões comuns e especificidades da região em destaque frente à dinâmica nacional.

Esses estudos, realizados por Lacerda et al. (2007), Alentejano (2006), Porto Gonçalves (2005), Oliveira (2004) e Fernandes (2001), dão indicações de 03 questões que nortearam este trabalho: (i) a criação de assentamentos no Brasil tem sido uma política de regularização fundiária reativa à luta dos trabalhadores sem-terra ; (ii) no período recente, sobretudo no 1° mandato do Governo Lula, houve um descolamento geográfico dessa política de criação de assentamentos ; (iii) esse descolamento reforça um padrão de expansão da fronteira agrária, onde a devastação ambiental e a violência mantém-se como elementos estruturantes da ocupação do espaço brasileiro. O diálogo com esse autores e a reflexão sobre a região Sudeste do Pará apoiaram-se nos dados de criação de assentamentos fornecidos pela Superintendência Regional 27 do INCRA (sede em Marabá) através do Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária – SIPRA atualizado em 03/04/2007 ; dos dados sobre a violência fornecidos pela Comissão Pastoral da Terra – CPT através de seus Relatórios Anuais de Conflitos no Campo Brasil (diversos anos) ; dados de desmatamento de municípios fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE através do programa PRODES.

1

MsC, Professor da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Pará – UFPA / Campus de Marabá. End. Folha 17, Quadra e Lote Especial, Campus II da UFPA, Marabá-PA, tel (94) 2101-5900,

fmichelotti@ufpa.br

2

Geógrafa, MsC. Doutoranda do Programa de Geografia da Universidade Federal Fluminense – UFF. End. Folha 17, Quadra e Lote Especial, Campus II da UFPA, Marabá-PA, tel (94) 3012-1353,

beatrizf.ribeiro@bol.com.br

3

Eng. Agrônomos. Pesquisadores Associados ao Laboratório Sócio-Agronômico do Tocantins – LASAT, end. Folha 17, Quadra e Lote Especial, Campus II da UFPA, Marabá-PA, tel (94) 3012-0404,

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2. A Dinâmica Recente de Criação de Assentamentos no Sudeste Paraense

Um primeiro elemento de concordância entre o debate nacional e o local refere-se à chamada política reativa de criação dos asrefere-sentamentos pelos governos federais brasileiros da nova-república. Fernandes (2001, p. 42) observa que os trabalhadores sem-terra conquistaram a maior parte do que hoje são os assentamentos onde vivem por meio da luta pela terra, obrigando o governo a fazer a regularização fundiária posterior.

Os sem-terra conquistaram a maior parte das terras onde hoje estão assentados. E, é importante enfatizar, essa realidade é fruto da luta pela terra. A competência do governo nesses processos é a regularização fundiária. A luta pela terra não é, evidentemente, uma política de governo, mas sim dos trabalhadores. Sem reforma agrária, a implantação dos assentamentos tornou-se política de governo (FERNANDES, 2001, p.42).

Essa reatividade da criação de assentamentos fica mais clara quando comparamos temporalmente as diversas formas de luta pela terra e a criação de assentamentos. No gráfico 01 fizemos essa comparação utilizando o número de ocupações de terra realizadas no nível nacional e o número de assentamentos criados especificamente nos 07 municípios que compõem o chamado “Território do Sudeste Paraense”4. É possível verificar que na maior parte do período analisado (1987 a 2006), a criação de assentamentos é uma resposta à intensificação das ocupações de terra em anos anteriores. No caso da região estudada entendemos que ela se beneficiou da luta pela terra mais geral no Brasil, ao mesmo tempo em que as ações locais contribuíram para reforçar essa luta mais geral. Exemplo significativo disso foi o Massacre de Eldorado de Carajás, ocorrido nessa região em 1996 e que, dada a sua repercussão nacional e internacional, exerceu uma forte pressão junto ao governo federal pela criação de assentamentos em todo o país.

A principal exceção para o fenômeno citado refere-se ao período 2003-2006 onde observamos um crescimento das ocupações de terra nacionalmente e uma redução do número de assentamentos criados nestes municípios. Esse período será analisado mais detalhadamente neste artigo.

4

A denominação de Território do Sudeste Paraense refere-se à área compreendida pela malha administrativa de 07 municípios da mesorregião do Sudeste do Pará (Marabá, Nova Ipixuna, Itupiranga, Eldorado dos Carajás, Parauapebas, São Domingos do Araguaia e São João do Araguaia). Foi criada a partir da política de regionalização proposta pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A partir do ano de 2003 esta política de governo vem sendo colocada em prática com o objetivo de fomentar a articulação e a integração das políticas públicas voltadas à agricultura familiar. Para a definição do “território” foram realizadas consultas junto aos movimentos sociais e organizações de apoio aos agricultores. Para uma discussão mais detalhada ver Michelotti et al. (2006).

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Gráfico 01: Comparação entre n° de ocupações de terra no Brasil e o n° de assentamentos criados no “Território do Sudeste Paraense”.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 0 100 200 300 400 500 600 700

N° Pas Criados no Territ SE Ocupações Nacionais

Fonte: Setor de Documentação da CPT Nacional / Comissão Pastoral da Terra, 2007; SIPRA-INCRA-SR27, atualizado em 03/04/2007.

Os dados de ocupações de terra da CPT no Brasil que compõem o gráfico 01 foram analisados por Alentejano (2006) que fez uma periodização da luta pela terra no Brasil. Este autor identificou 05 fases distintas, a saber: (i) 1987 – 1989, com o fortalecimento dos movimentos sociais do campo e uma forte polarização sobre a reforma agrária na Constituinte de 1988 e nas eleições presidenciais de 1989; (ii) 1990 – 1994, um período de declínio da luta pela terra, em função das derrotas na Constituinte e nas eleições presidenciais, criando uma série de entraves para as desapropriações de terra; (iii) 1995 – 1999, a superação de alguns entraves legais para as desapropriações de terra, iniciando a partir de 1994 uma retomada das ocupações que ganham força após 1995 com a derrota de Lula nas eleições presidenciais. A intensidade das mobilizações e a repercussão nacional e internacional dos conflitos agrários desse período colocam o Governo FHC na defensiva; (iv) 2000 – 2002, passada a fase defensiva do governo FHC, este já no seu segundo mandato parte para a ofensiva por meio de medidas legais, como o impedimento da vistoria em terras ocupadas e da repressão aos movimentos sociais e às suas lideranças, forçando um recuo da luta pela terra; (v) 2003 em diante, com o Governo Lula há uma retomada das ocupações como expressão da luta pela terra fruto, por um lado, do alívio à repressão aos movimentos sociais e, por outro, da não concretização da reforma agrária.

Se comparadas às ocupações de terras com o número de assentamentos criados nos 07 municípios que compõem o chamado “Território do Sudeste Paraense”, (gráfico 01), pode ser feita a seguinte periodização: (i) 1987 – 1988: inicia-se a criação

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de assentamentos na região, resultantes na pressão nacional e regional pela reforma agrária, acrescidos de interesses locais, expressos através da política de regularização fundiária promovida por Jader Baralho à frente do MIRAD5; (ii) 1989 – 1996, redução significativa na criação de assentamentos na região reflexo do desmonte de estruturas do Estado e do refluxo da luta pela terra; (iii) 1997 – 1999, fruto da pressão nacional e local iniciada já em 1994/956, da criação da Superintendência Regional do INCRA em Marabá (SR-27) e da repercussão do Massacre de Eldorado dos Carajás (um dos municípios que compõem o atual “Território do Sudeste Paraense”) inicia um período de criação de elevado número de assentamentos; (iv) 2000 – 2002 (final do Governo FHC), do ponto de vista da criação de assentamentos ocorre um declínio em relação ao período anterior, reflexo da ofensiva do governo federal em desmobilizar a luta pela terra, embora no ano de 2001 o número de assentamentos criados seja elevado; (v) 2003 – 2006 (1° Governo Lula), em que pese a retomada da pressão nacional pela reforma agrária, a criação de assentamentos nestes municípios segue o mesmo padrão do período final do Governo FHC.

Gráfico 02: Área desapropriada para a criação de assentamentos no “Território do Sudeste Paraense”. 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ha

Área Desapropriada para PAs Área Média Anual dos Períodos Identificados Fonte: SIPRA-INCRA-SR27, atualizado em 03/04/2007.

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Em 1987, ao assumir o Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário – MIRAD, o ex-governador paraense Jader Barbalho promoveu ampla compra de grandes castanhais no Sudeste do Pará para desapropriação. A maioria dos castanhais não eram titulados, configurando um movimento de regularização fundiária que trouxe grandes benefícios à oligarquia local alijada dos benefícios e incentivos distribuídos pela ditadura militar e que agora passaria a compor a base de sustentação política do PMDB – partido de Barbalho – na região (Costa, 1992, p. 49).

6 Regionalmente, neste período, houve a criação da Regional Sudeste da FETAGRI – Pará e do MST – Pará,

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Essa periodização local pode ser reforçada pelo gráfico 02, que mostra as áreas totais desapropriadas para a criação de assentamentos nos mesmos 07 municípios, analisados no gráfico anterior, bem como a área média anual desapropriada em cada um dos períodos identificados. Nota-se que, em ambos os casos, os períodos de maior criação de assentamento / desapropriação de áreas são reativos ao crescimento dos conflitos e das pressões da luta pela terra. Confirma-se a exceção do período do 1° Governo Lula que embora a pressão nacional tenha aumentado, não houve uma correspondência do aumento nem do número de assentamentos, nem da área desapropriada nos municípios que compõem o “Território do Sudeste Paraense”.

Em busca de um entendimento da contradição ocorrida neste período, retomamos o diálogo com os estudos sobre a criação de assentamentos no Brasil. Alentejano (2006) indica que não houve uma descontinuidade com a política reativa de criação de assentamentos, no entanto, houve um descolamento geográfico dessa política. Comparando as diferentes regiões brasileiras verifica-se que, as regiões onde ocorreram maiores intensidades de conflitos pela terra não foram as mesmas que tiveram o maior número de assentamentos criados. A tese defendida é de que a estratégia do Governo Lula é a mesma do regime ditatorial de colonização e avanço da fronteira agrária, sem coragem de enfrentar o monopólio da terra e a grilagem buscando amenizar os conflitos sociais com a criação de assentamentos em regiões de fronteira.

Dados apresentados por Lacerda et al. (2007) mostram que no período 2003 – 2005 a Região Norte teve 8,5% das ocupações de terra no país e conseguiu 66,3% dos assentamentos, enquanto no Sul e Sudeste ocorreram 35,1% das ocupações e apenas 7,4% dos assentamentos. Para esses autores:

Isto revela uma estratégia governamental que reproduz a velha prática de substituir a reforma agrária pela colonização e regularização fundiária, contribuindo com o avanço do ‘complexo da devastação’ (grileiros-madeireiros-pastagem-agronegócio) que destrói os cerrados e a Amazônia

(LACERDA et al, 2007, p. 90).

A estratégia de descolamento geográfico na criação dos assentamentos adotada pelo Governo Lula no nível nacional também se reproduz no nível regional. Para o desenvolvimento dessa questão foram acrescidos a este estudo mais 02 municípios além daqueles que compõem o chamado “Território do Sudeste Paraense”. São eles: Novo Repartimento e Pacajá, ambos localizados à Noroeste da área anterior, seguindo pela Rodovia Transamazônica e aqui considerados como uma nova frente de expansão da fronteira agrária.

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Figura 01: Localização do “Território do Sudeste Paraense” e da Nova Fronteira Agrária (municípios de Novo Repartimento e Pacajá).

Fonte: LASAT, 2007.

Sobre o conceito de fronteira, Oliveira Filho (1979, p.110-114) a define como um modelo de análise teórica de fenômenos histórico-sociais. Esse autor afirma que fronteira não é um objeto empírico real, portanto não é uma região ou uma fase na vida dessa região; ao contrário, fronteira é uma forma de se propor uma investigação. Desde essa perspectiva, a idéia de fronteira agrária tratada neste artigo, bem como, do recorte do território ou dos conflitos de territorialidades são pensados de acordo com certos interesses. Portanto, fronteira representa uma forma de delimitar o

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tratamento dos dados possibilitando evidenciar um movimento da frente de expansão e um tipo de conflito que em outro recorte muito provavelmente não seria relevante.

Esse movimento da frente de expansão é definido por Velho (1972, p.13) “operacionalmente, como sendo constituída daqueles segmentos extremos da sociedade brasileira que se internavam em áreas antes não exploradas, e apenas ocupadas por sociedades indígenas”. Assim, o que há de central na idéia de frente de expansão é o seu caráter dinâmico, inclusive diferenciando-se da região que lhe deu origem, dado que esta teria maior grau de permanência (VELHO, 1982, p. 34). O próprio autor reconhece, no entanto, que é difícil encontrar uma frente de expansão isolada em meio ao nada, pois cada vez mais ela está ligada a uma expansão sistemática e irreversível da sociedade brasileira (idem, p. 35).

No caso amazônico recente, essa ligação da frente de expansão específica com a dinâmica mais geral da sociedade brasileira é mais evidente. Costa (2000, p. 201) afirma que na Amazônia ocorre uma negação do padrão anterior de ocupação da fronteira agrícola brasileira caracterizada pelo contínuo avanço das estruturas camponesas sobre áreas não desbravadas para a agricultura. No caso amazônico há uma presença concomitante de diferentes atores que disputam o espaço geográfico com os camponeses levando a uma elevada conflitividade na frente de expansão.

A conceituação de frente de expansão trabalhada neste artigo tem como base a dinâmica de criação de assentamentos pelo INCRA, considerada como fruto da ação reativa do governo federal face à luta pela terra no Brasil, ao privilegiar uma dinâmica de expansão ao invés do enfrentamento ao monopólio da terra nas áreas de maior permanência. Essa opção, no entanto, não elimina nem os conflitos privados, nem os públicos como mostram Lacerda et al (2007) a partir dos índices de violência7 da luta pela terra. Os dados dos Estados do Pará e Mato Grosso não deixam dúvidas de que a violência ainda é um componente estruturante do processo de ocupação do espaço brasileiro (LACERDA et al. 2007, p.92).

Ao compararmos a luta pela terra expressa pelo número de ocupações de terra com a criação de assentamentos pelo governo federal no período entre 1999 e 2006 verificam-se duas tendências divergentes nos gráficos 03 e 04. De maneira geral, no gráfico 03, comparando os municípios do “Território do Sudeste Paraense” a tendência nos últimos anos é do crescimento do número de ocupações de terra e, contraditoriamente, há uma redução do número de assentamentos criados. No gráfico

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Os dados da violência foram tratados a partir de 03 eixos analíticos e 06 indicadores. Foram eles: Eixo 1 – Conflitividade, articulando os índices de conflitividade e envolvimento da população em conflitos; Eixo 2 – Violência do Poder Público, envolvendo dois índices de intensidade da ação do poder judiciário, um deles em função do número de pessoas presas e o outro em função do número de pessoas despejadas; Eixo 3 – Violência do Poder Privado, pelos índices de assassinatos e pessoas expulsas (Porto-Gonçalves, 2005).

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04, que expressa a situação na frente de expansão, verifica-se o contrário, ou seja, um número baixo de ocupações de terra frente a um número relativamente mais elevado de assentamentos criados. Reforça-se assim a tese de que o Governo Lula tem adotado uma política de criação de assentamentos que evita o enfrentamento ao monopólio da terra nas regiões de ocupação mais antiga8 e força a expansão da fronteira agrária como solução para a demanda dos sem-terra.

Gráfico 03: Comparação entre o número de ocupações e o número de projetos de assentamento criados nos municípios que compõem o “Território do Sudeste Paraense” 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Ocupações Assentamentos

Fonte: SIPRA-INCRA-SR27, atualizado em 03/04/2007 e CPT – Conflitos no Campo Brasil (vários anos). Gráfico 04: Comparação entre o número de ocupações e o número de projetos de assentamento criados nos municípios de Novo Repartimento e Pacajá.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Ocupações Assentamentos

Fonte: SIPRA-INCRA-SR27, atualizado em 03/04/2007 e CPT – Conflitos no Campo Brasil (vários anos).

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Dois exemplos associados são ilustrativos dessa tendência na região em tela. O Zoneamento Ecológico-Econômico do Pará considera a área que abrange o “Território do Sudeste Paraense” como uma “área de consolidação produtiva”, privilegiando territorialidades e racionalidades portadoras de projetos que se baseiam em formas de produção da paisagem baseada na homogeneização industrialista e flexibilizando a questão ambiental relacionada às relações de produção. Em consonância com este tipo de ordenamento, em 2007 o Governo Lula, através da Casa Civil, MMA e MDA propôs a criação do Distrito Florestal Sustentável de Carajás, cujo plano é fazer reflorestamentos com espécies de rápido crescimento no ‘Bico do Papagaio’, o qual inclui esta região, priorizando um modelo de desenvolvimento do agronegócio do reflorestamento – carvão – mineração, num claro processo que Oliveira (2004) chama de subordinação do território ao capital.Dada a existência de grandes áreas de projetos de assentamentos nessa região, a disputa de territorialidades se coloca em outro nível, não apenas na luta pela terra, mas, sobretudo pelo projeto de desenvolvimento.

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Os gráficos 05 e 06, a seguir, ilustram a evolução da criação de assentamentos no “Território do Sudeste Paraense” e na frente de expansão, tanto em número (gráfico 05), como em área desapropriada (gráfico 06), seguindo a periodização proposta neste artigo.

Gráfico 05: Evolução da criação de assentamentos no “Território do Sudeste Paraense” e na nova frente de expansão.

N° Total de Pas Criados em Diferentes Períodos

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1987/88 1989/96 1997/99 2000/02 2003/06

Território do SE N. Repartimento / Pacajá Fonte: SIPRA-INCRA-SR27, atualizado em 03/04/2007.

Os dados sobre o número de assentamentos criados no “Território do Sudeste Paraense” mostram um aumento nos três primeiros períodos com uma elevação bastante significativa entre 1997 – 1999. Nos dois últimos períodos, 2000 – 2002 e 2003 – 2006, houve uma redução no número de assentamentos criados embora os números tenham se mantido superiores aos primeiros períodos. Já os números de assentamentos criados nos municípios de Novo Repartimento e Pacajá mostraram uma tendência de crescimento a cada período analisado, atingindo os maiores valores entre 2003 – 2006, embora estes números ainda sejam inferiores aos dos municípios do “Território do Sudeste Paraense”.

Quando realizamos essa mesma comparação a partir da área desapropriada para a criação dos assentamentos, observamos mais nitidamente a tendência de redução da criação de novos assentamentos no “Território do Sudeste Paraense” e o crescimento na frente de expansão. Nos dois primeiros períodos analisados, a área desapropriada foi elevada tanto no “Território” como nos municípios da frente de expansão. No período de 1997 – 1999, quando a luta pela terra atingiu seu ponto mais elevado de territorialização nos municípios mais densamente ocupados, a área desapropriada na frente de expansão ficou num patamar bem mais baixo, indicando

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um momento em que a correlação de forças entre os movimentos que lutam pela terra e o governo foi mais favorável aos primeiros. O período 2000 – 2002, mostra um refluxo na conquista de terras em toda a região e o primeiro Governo Lula (2003 – 2006) mostra com mais clareza a tendência de resolução dos conflitos agrários com a criação de assentamentos nas frentes de expansão.

Gráfico 06: Evolução da área desapropriada para criação de assentamentos no “Território do Sudeste Paraense” e na nova frente de expansão.

0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 450.000 1987/88 1989/96 1997/99 2000/02 2003/06 h a

Território do SE N. Repartimento / Pacajá Fonte: SIPRA-INCRA-SR27, atualizado em 03/04/2007.

Gráfico 07: Evolução da área média por família nos assentamentos no “Território do Sudeste Paraense” e na nova frente de expansão.

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 1987/88 1989/96 1997/99 2000/02 2003/06 h a

Território do SE N. Repartimento / Pacajá Fonte: SIPRA-INCRA-SR27, atualizado em 03/04/2007.

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O gráfico 07 mostra a área média destinada para cada família nos assentamentos criados. Esses dados foram obtidos dividindo a área total dos assentamentos pelo número de famílias previstas para serem assentadas. A partir desses dados verificamos que nos assentamentos do “Território do Sudeste Paraense” a área média desapropriada para cada família tem sido menor, com lotes em torno de 40 ha. No período de maior territorialização da luta pela terra, entre 1997 – 1999, a média dos lotes atingiu seu menor valor, em torno de 35 ha, reforçando a tese de que o processo de regularização fundiária não é suficiente para inverter a estrutura agrária existente9.

As áreas médias conquistadas pelas famílias nos assentamentos criados nos municípios da frente de expansão são em geral maiores do que no “Território do Sudeste Paraense. Isso pode ser explicado pela menor pressão pela terra na frente de expansão devido ao fato desta ainda não ter sido fortemente monopolizada. Mesmo assim, houve uma redução na área média entre 1987 – 2002 passando de 79,4 ha para 35,5 ha. Durante o primeiro governo Lula (2003 – 2006) o tamanho médio dos lotes sofreu um aumento significativo chegando a uma média de 90,9 ha. Cogitamos a hipótese de que esse aumento na área média por família pode estar servindo como uma espécie de ‘atrativo’ para garantir que as famílias aceitem a migração para frente de expansão.

Esse maior tamanho dos lotes nos assentamentos na frente de expansão pode ter um caráter compensatório dado as dificuldades encontradas nessas novas áreas como, por exemplo, menor infra-estrutura básica de estradas e transporte para a produção. Ao mesmo tempo, podem estar levando à implantação de sistemas de produção mais extensivos na utilização das terras baseados, sobretudo, em lavouras temporárias de corte e queima e na pecuária extensiva. Essa perspectiva de uso de estratégias terra-extensiva pelos assentados na frente de expansão traz uma questão adicional à problemática estudada: a questão ambiental.

A trajetória terra-extensiva não deve ser confundida com o mesmo processo de “pecuarização” que predominou no decorrer da ocupação do atual “Território do Sudeste Paraense”. A frente de expansão camponesa que chegou à Marabá nos anos 60/70 deu-se num quadro de elevada instabilidade fundiária provocando, entre outras coisas, uma forte tendência à ‘pecuarização’ (HURTIENNE, 1999). É de se esperar que a regularização fundiária mais precoce na nova frente de expansão possa estimular sistemas de produção mais complexos nos assentamentos.

9 Fernandes (2001, p. 44) afirma que “Para se falar em reforma agrária é preciso que exista – de fato – uma política nesse sentido, um plano com objetivos e metas para a desconcentração fundiária. O governo tem tentado solucionar os conflitos no campo com algumas desapropriações e com a compra de terra, respondendo às pressões das famílias sem-terra. (...) Essas políticas e as compras de terra não são reforma agrária”.

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No entanto, essa possibilidade de um possível padrão diferenciado desta frente de expansão face à regularização mais precoce da terra, precisa ser melhor pesquisada. No período 2003 – 2006 (Governo Lula), onde o descolamento geográfico da política de criação de assentamentos passou a ser mais expressivo, há indícios de que a regularização fundiária não está sendo acompanhada do conjunto de políticas públicas de estruturação dos assentamentos, que poderiam fazer um diferencial nas suas trajetórias de desenvolvimento. Recentemente em matéria do jornal O Globo10 foi denunciado o grau de precariedade dos assentamentos nos municípios de Pacajá, Tucuruí e Novo Repartimento onde foi possível detectar todo tipo de dificuldade: ausência de estradas, escolas, enfermidades como a malária, além de graves conflitos com madeireiros, grileiros e pistoleiros. A reportagem mostrou também o abandono dos lotes pelas famílias em função do isolamento, das doenças e do pânico causado pelas ameaças de morte e de expulsão da terra. Há, no entanto, aquelas famílias que resistem e para estas os movimentos camponeses – com uma fina ironia em resposta ao INCRA – passaram a denominá-las a partir da categoria de famílias acampadas em RB.11

Gráfico 08: Evolução da área desmatada do “Território do Sudeste Paraense” e da frente de expansão, em porcentagem da área total.

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 an o

% da área do município desmatada

Território do SE N. Repartimento / Pacajá

Fonte: INPE – PRODES12, 2006.

10

O Globo 06/05/2007. Direito da Amazônia. Pistoleiros expulsam assentados na Amazônia. Violência e falta de infra-estrutura criam assentamentos fantasmas. Felipe Awi. Enviado especial. Pacajá e Tucuruí – PA.

11 RB – Relação de Beneficiários do INCRA, cadastro das famílias assentadas oficializando sua permanência e

garantindo o direito a receber os créditos para instalação e investimento/custeio para produção.

12 O Instituto Nacional de Pesquisas Especiais – INPE construiu esses dados cruzando informações dos municípios do

IBGE (malha municipal digital – 2001) com cenas do satélite Landsat TM. Foram analisados os "pixels" de diferentes classes mapeadas pelo Programa PRODES, a saber: desflorestamento, floresta, não floresta, hidrografia e nuvem, dentro de cada município. Posteriormente, esses “pixels” forma transformados em área através de cálculos algébricos.

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Quando observado o desmatamento que a frente de expansão vem experimentando nos últimos anos verificamos que há a manutenção do caráter predatório de ocupação da Amazônia. Os dois municípios que compõe o que denominamos de frente de expansão tinham 16,6 % de sua superfície desmatada no ano 2000. Em 2005 passou a 33,3 % de superfície desmatada representando 101 % de desmatamento entre 2000 – 2005. No mesmo período, o “Território do Sudeste Paraense” subiu sua área desmatada em 21 % passando de 39,9 % para 48,3 %. O ritmo do desmatamento foi bem mais acelerado na frente de expansão do que na área do “Território do Sudeste Paraense”.

No entanto, essa constatação do ritmo elevado de desmatamento não pode ser entendida como de responsabilidade exclusiva dos assentamentos e conseqüente da frente de expansão camponesa que essa criação estimula. O gráfico 09 mostra uma comparação entre a área desmatada acumulada nos municípios da frente de expansão e as áreas transformadas em projetos de assentamento. O aumento da área desmatada vem se dando num ritmo muito mais acentuado do que o de criação de assentamentos. No período entre 2000 – 2005, enquanto a área dos assentamentos passou de 528,7 para 777,0 mil ha (aumento de 47 %), a área desmatada passou de 452,6 para 907,6 mil ha (aumento de 101 %). Assim, mesmo que os assentamentos estivessem totalmente desmatados, o que não é o caso, haveriam outras frentes significativas de desmatamento, o que desmistifica as teses de que são os assentamentos os grandes responsáveis pelos problemas ambientais na Amazônia. Gráfico 09: Comparação da evolução das áreas acumuladas com desmatamento e desapropriadas para a criação de assentamentos na frente de expansão.

0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 800.000 900.000 1.000.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 H a Assentamentos Desmatamento

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Esses dados reforçam a análise de Velho (1972, p. 14-15) para o caso de Marabá, qual seja, que na realidade empírica há casos em que diferentes tipos de frente de expansão se mesclam, ampliando a riqueza de situações que elas oferecem para a compreensão da frente em si, como de seu papel no interior do sistema global a que pertencem. A frente de expansão amazônica tem sido, na verdade, o inter-relacionamento entre frentes diversas, distinguidas em função das relações com a natureza e das relações de trabalho e produção que estabelecem.

A criação de assentamentos pelo INCRA tem causado um movimento de expansão camponesa para Oeste a partir do território e dos conflitos de territorialidades no “Sudeste Paraense”. Esse movimento, no entanto, não pode ser caracterizado como uma frente de expansão única, pois se inter-relaciona com outras frentes de expansão, como: madeireiros, grileiros, pecuaristas extensivos13 que aparentemente recriam uma elevada conflitividade na fronteira mesmo considerando a regularização mais rápida da posse da terra dos camponeses pela atual política de criação de assentamentos.

3. Considerações Finais

Neste artigo foi analisada a dinâmica de criação de assentamentos na região Sudeste do Pará. Comparando-a com a dinâmica mais geral de criação de assentamentos no Brasil, percebeu-se um mesmo padrão no que se refere aos três elementos analisados: (i) é um processo reativo à luta dos trabalhadores sem-terra ; (ii) está passando por um descolamento geográfico entre as áreas de maior intensidade da luta pela terra e a criação dos assentamentos ; (iii) esse descolamento está reforçando a expansão da fronteira agrária, alargando os problemas ambientais e a conflitividade.

Tomando-se como referência os municípios que compõem o chamado “Território do Sudeste Paraense”, fez-se uma periodização da criação de assentamentos onde se verificou que essa criação é uma resposta a intensificação das lutas pela terra ocorridas tanto no nível nacional, como no nível regional, bem como de uma correlação de forças mais favorável aos movimentos sociais do campo no contexto da sociedade nacional e regional. Assim, dois momentos mais favoráveis de criação ocorreram entre 1987-88, período de intensa mobilização social em torno

13

O Relatório de Pesquisa “Atores e Relações Sociais em Novas Fronteiras na Amazônia” (Castro et al., 2002) traz informações bastante detalhadas sobre esse assunto, caracterizando as diversas frentes de expansão que se inter-relacionam em outras áreas de novas fronteiras como Novo Progresso, Castelo de Sonhos e São Félix do Xingu.

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da Constituinte e das eleições presidenciais e 1997-99, reflexo de um intenso período de ocupações de terra em todo o país.

Houve ainda um terceiro período de maior intensidade de ocupações de terra, entre 2003 e 2006 – 1° Governo Lula que, no entanto, não correspondeu a um aumento na criação de assentamentos no “Território do Sudeste Paraense”. A resposta do governo ao aumento do número de ocupações de terra, tanto nacionalmente, como nos municípios do “Território do Sudeste Paraense” baseou-se numa estratégia de criação de assentamentos em áreas consideradas como novas frentes de expansão da fronteira agrária. No Sudeste Paraense isso significou um deslocamento da criação de assentamentos para municípios como Novo Repartimento e Pacajá.

Essa estratégia do Governo Federal denota tanto o não enfrentamento do monopólio da terra nas regiões mais densamente ocupadas, como a priorização ao agronegócio como modelo de desenvolvimento nessas regiões. Ao mesmo tempo, a opção pelos assentamentos na fronteira agrária não tem nem diminuído a violência, nem o padrão de destruição da cobertura florestal nas frentes de expansão.

Longe de serem responsabilidade exclusiva dos assentamentos criados, o ritmo de desmatamento nos dois municípios considerados como a nova fronteira agrária mostrou-se bastante elevado. Em termos absolutos, a área desmatada foi superior a área destinada aos assentamentos, sobretudo considerando que os assentamentos nesses municípios ainda apresentam alta porcentagem de área não desmatada indicando que na verdade combinam-se diferentes frentes de expansão em direção a estes municípios. Dessa forma, a frente de expansão camponesa que se intensifica a partir dos assentamentos criados não significa uma alteração da estrutura fundiária concentrada, tampouco uma reversão do modelo do agronegócio de produção agro-pecuária baseado na homogeneização da natureza reproduzindo, assim, os mesmo problemas agrários nacionais nas novas áreas de fronteira.

4. Bibliografia Citada

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Referências

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