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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI RELATOR DO HABEAS CORPUS ª TURMA - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR DO HABEAS CORPUS 136.015 – 2ª TURMA - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

HC 136.015

Paciente: Elza Marques Coelho Coator: Superior Tribunal de Justiça

ELZA MARQUES COELHO, já devidamente qualificada nos autos, vem,

respeitosamente, à presença de V. Exa., por intermédio do Defensor Público-Geral Federal, através do Defensor designado, conforme Portaria 464, de 29 de julho de 2016, interpor recurso de AGRAVO, previsto no artigo 317 do RISTF, em face de r. decisão proferida em 9 de junho de 2017, que negou seguimento ao HABEAS

CORPUS 136.015, impetrado contra decisão do Superior Tribunal de Justiça.

Requer seja recebido, conhecido e provido o recurso, rogando ainda, caso não exercido o juízo de retratação, seja o mesmo levado à Turma para que esta lhe dê provimento.

COLENDA TURMA

1. BREVE NARRAÇÃO DOS FATOS

A agravante foi processada e condenada ao cumprimento da pena de 12 anos de reclusão em regime inicial fechado, como incursa nas sanções do artigo 121 §2º, I, do Código Penal, por fato ocorrido em 13/09/1996, na comarca de Contagem/MG, que teria sido praticado em coautoria.

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2 no Tribunal do Júri da Comarca de Contagem, resultando na condenação acima.

Importa destacar que, em relação ao corréu, filho da paciente (Cristiano Marques Coelho), uma vez frustrado o seu interrogatório, determinou-se o desmembramento do processo, formando-se os autos do feito 0079.97.016174-5. Posteriormente, foi anulado o júri realizado em relação a ele, ocorrendo nova reunião dos processos para julgamento em conjunto. Em seguida, foi extinta a punibilidade do acusado Cristiano.

O processo contou com vários recursos e habeas corpus impetrados em seu trâmite, que geraram justamente a situação ensejadora da ilegalidade atacada na impetração.

Encerrada a fase ordinária, inconformada, a defesa ingressou com Recurso Especial, não admitido na origem. Em seguida, foi interposto agravo para destrancá-lo, também não conhecido em decisão monocrática.

Não se conformando, a defesa impetrou ordem de habeas corpus, também distribuída para a 5ª Turma, com relatoria do Ministro Néfi Cordeiro, que não conheceu da ordem, com fundamento na Súmula 568/STJ (HC 323.794).

Em seguida, foi impetrado outro writ, todavia, o Ministro Relator, Raul Araújo, determinou seu encaminhamento ao Egrégio Supremo Tribunal Federal, por entender que ele se voltava contra decisão prolatada pela Corte Superior de Justiça.

Entretanto, essa Suprema Corte, em decisão singular, não ingressou no mérito habeas corpus, negando-lhe seguimento, por entender que não teria ocorrido o esgotamento da instância anterior.

2. DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE AGRAVO

Inicialmente, cumpre afirmar a tempestividade do recurso manejado. A Defensoria Pública-Geral da União foi intimada eletronicamente em 23 de junho de 2017, sexta-feira.

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3 impõe a contagem em dobro dos prazos processuais, na forma do art. 44, I, da Lei Complementar nº 80/1994.

Destaca-se que o prazo adentrou o período de férias forenses, pelo que sua contagem ficou suspensa até o retorno das atividades em 1º de agosto de 2017.

Portanto, o prazo final para a interposição do recurso pertinente é o dia 04 de agosto de 2017, sexta-feira.

3. DAS RAZÕES RECURSAIS

O subscritor da presente está ciente da jurisprudência do STF no sentido de não conhecer de impetração voltada contra decisão monocrática de Corte Superior. Todavia, em situação excepcional, mesmo o rigor do enunciado da Súmula 691 da Corte tem sido abrandado para fazer cessar, imediatamente, situação de flagrante constrangimento.

No caso em análise, não se trata de habeas corpus ajuizado em face de mero indeferimento de liminar, mas de decisão singular definitiva.

Por sua vez, o tema de fundo tratado no writ versa sobre erro grave, flagrante, cometido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

O processo contou com inúmeros incidentes, como anulação da sentença de pronúncia, por exemplo. Mas cabe considerar primordialmente, para o deslinde de questão, a nulidade das decisões proferidas por dois desembargadores que são pai e filho, Gudesteu Biber e Judimar Biber.

Os documentos acostados à peça apresentada em 13/10/2016, comprovam, de forma cristalina, o alegado (as três mais relevantes são repetidas no recurso para facilitação da compreensão). Como o pai, Desembargador Gudesteu Biber foi o primeiro a votar em questão atinente ao processo, a saber, o habeas corpus impetrado em favor da agravante, seu filho, o Desembargador Judimar Biber tornou-se impedido, pelo que não poderia ter proferido voto no recurso em tornou-sentido estrito. Para tornar ainda mais grave a situação, o pai votou novamente, desta feita em

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4 apelação ministerial, envolvendo corréu. O Desembargador Judimar Biber constatou o ocorrido, tanto que se deu por impedido em despacho posterior.

O novo Desembargador que assumiu a relatoria da apelação, Reinaldo Portanova, suscitou a nulidade pela participação de pai e filho no mesmo feito, ficando vencido, entretanto. Ao final, a última apelação foi relatada pelo Desembargador Reinaldo Portanova, que, mais uma vez, votou pela nulidade do processo desde o julgamento do recurso em sentido estrito, em razão do impedimento. Por essas razões principalmente, cabe a análise do mérito que fundamenta a impetração.

Como já mencionado, tanto na exordial, quanto na petição apresentada em 13 de outubro de 2016, pai e filho, ambos Desembargadores do Tribunal Mineiro, julgaram o mesmo processo, situação expressamente reconhecida pelo filho, Desembargador Judimar Biber. Pior, ao reconhecer seu impedimento, o Desembargador Judimar remeteu os autos ao substituto. Ao fazê-lo, iniciou-se um paradoxo e, portanto, uma nulidade da qual não se pode fugir: ou não havia motivo para impedimento, pelo que o feito nunca poderia ter deixado as mãos do Desembargador Judimar, devendo a ele retornar, ou havia e ele não poderia ter julgado o Recurso em Sentido Estrito em oportunidade anterior.

Em suma, criou-se uma situação em que a única solução possível é a anulação do feito desde o julgamento do recurso em sentido estrito pelo Desembargador Judimar, ou, ao menos, desde o julgamento da apelação pelo substituto, Desembargador Reinaldo Portanova, caso se conclua pela inexistência do impedimento.

A mera leitura do presente agravo, mais preocupado em reformar a decisão monocrática que com a matéria de fundo, já é suficiente para indicar a gravidade da situação ocorrida, sem qualquer colaboração da defesa.

A formalidade deve ceder espaço ao mérito, ainda mais em se tratando de elevada condenação imposta por crime de competência do Júri.

A Suprema Corte precisa apreciar o mérito. Um processo maculado por erros graves resultou na condenação de uma pessoa. Tal constatação depende

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5 apenas da leitura documental, pelo que o agravo deve ser provido, sendo cassadas as decisões prolatadas.

4. DA SUSTENTAÇÃO ORAL

A gravidade do ocorrido no TJMG mostra-se inequívoca. Não há saída

possível, ou Desembargador impedido julgou o recurso em sentido estrito, ou não sendo impedido, deveria ter permanecido como relator da apelação. Não há

terceira via.

Este Defensor não tem o hábito insurgir-se contra todos as decisões monocráticas desfavoráveis, respeitando o tempo dos Ministros e a jurisprudência consolidada da Suprema Corte.

Todavia, excepcionalmente, pede, no caso em exame, seja provido o agravo de forma a se permitir a realização de sustentação oral, exatamente como ocorreu no julgamento dos Habeas Corpus 137.728 e 140.312, ambos apreciados pela Segunda Turma do STF, no 1º semestre de 2017.

Embora não haja qualquer revolvimento fático, mas tão somente jurídico, a explicação oral da situação facilitará sobremaneira a análise da questão.

5. CONCLUSÃO. PEDIDO

Ante o exposto, requer seja dado provimento ao presente agravo, exercendo-se o juízo de retratação por Vossa Excelência, com o prosseguimento do feito, e a concessão da ordem quando de seu julgamento de mérito.

Caso superado o juízo de retratação, seja o agravo levado à Turma, de forma presencial e em destaque, sendo permitida na oportunidade, a realização de

sustentação oral, para que esta lhe dê provimento, e, ao final, conceda a ordem,

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6 Pugna, ainda, caso exercida a reconsideração, o que se espera que ocorra, pela intimação pessoal da Defensoria Pública-Geral da União para a sessão de julgamento do writ.

Nestes termos, Pede deferimento.

Brasília, 04 de agosto de 2017. Gustavo de Almeida Ribeiro

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