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IPHAE. II Caracterização da área de entorno do bem tombado : características urbanas.

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Academic year: 2021

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Parecer Técnico IPHAE nº66 Porto Alegre, 12 de dezembro de 2002. Ref.: Definição de entorno

Prédio Tombado: Museu Érico Veríssimo Município: Cruz Alta

I – Identificação do imóvel:

O prédio tombado foi construído em fins do século XIX e apresenta elementos de diversos estilos arquitetônicos. Foi residência do escritor Érico Veríssimo desde o nascimento, em 1905, até os 17 anos de idade. Está situado na Av. General Osório, nº 380. Foi tombado pelo governo do estado em 01/08/1984, inscrição nº 23 do livro do tombo histórico, conforme a portaria nº 07/84, de 01/08/1984, publicada no Diário Oficial do Estado, de 16 de agosto de 1984. A definição da área de entorno e legislação de proteção entretanto, não constam da portaria de tombamento e serão definidos por este parecer.

II – Caracterização da área de entorno do bem tombado : características urbanas.

O imóvel tombado está situado na zona central da cidade de Cruz Alta, definida pelo plano diretor atual como de uso predominante comercial (zona comercial 1/zc– 1). A zona central apresenta traçado aproximadamente ortogonal, com os quarteirões de diferentes dimensões, e adaptando-se ao relevo. A tipologia arquitetônica é bastante diversificada caracterizando as diferentes épocas e influências estilísticas na formação da cidade. Há poucos exemplares remanescentes da arquitetura colonial, apresentando elementos neoclássicos, sobrados de porão alto e outros também, representantes do ecletismo, da influência art decó, esta bastante acentuada, prédios modernistas e contemporâneos. As edificações mais antigas, do 1º quartel do séc. XX e anteriores, apresentam em geral, boa qualidade construtiva e razoável estado de conservação. O uso comercial, sem a regulamentação mais rigorosa dos veículos publicitários, contribui para a deterioração do ambiente urbano, pois em alguns casos, há painéis de propaganda comercial encobrindo telhados, platibandas, cimalhas, esquadrias e elementos decorativos das fachadas. Muitas destas construções mais antigas sofreram descaracterizações decorrentes dos novos usos, e algumas se mantém bem preservadas. Há quarteirões que apresentam nas testadas, novas construções, formando conjuntos harmoniosos com as edificações preexistentes. Alguns prédios mais recentes, rompem pela sua escala, a estrutura urbana anterior, tendo sido ignorado o entorno na sua implantação.

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SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DO ESTADO

Av. Borges de Medeiros, 1501, 21º andar- Porto Alegre-RS - Cep:90110-150 Fone/Fax: (051)3225.3176 – e-mail: iphae@via-rs.net

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Os passeios, em sua maioria, são revestidos com pedra gres, e o leito das vias públicas com recobrimento asfáltico, apresentam más condições de conservação no locais de maior trânsito de veículos. Há uma sinaleira na esquina da Av. General Osório com Av. General Câmara, próxima ao prédio tombado, onde há grande fluxo de veículos, inclusive pesados. A pavimentação nesse local encontra-se em péssimo estado de conservação. As duas avenidas referidas apresentam canteiro central, sendo o da Av. General Câmara, arborizado. Há postes de iluminação, e rede elétrica aérea.

III – Legislação de Referência: 1. Legislação federal:

Decreto Lei nº 25, de 30/11/1937

-Art. 18 - " sem prévia autorização do SPHAN, não se poderá , na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso, multa de 50% do valor do mesmo.

Portaria nº 11, de 11/09/1986 (instauração do processo de Tombamento). Art. 4 - § 1 - "... no caso de bens imóveis, instrução ao pedido constará de estudo, tanto quanto possível minuciosa, incluindo a descrição do objeto, de sua área, de seu entorno. ...restrição aos vizinhos, em reduzir ou alterar a visão do bem tombado, através de obras, anúncios ou cartazes, que estes venham a colocar em seus imóveis. Esta restrição cabe à Prefeitura Municipal , que aprova estas obras, verificar.

2. Legislação estadual:

Lei nº 7231, de 18/12/1978 (dispõe sobre o Patrimônio Cultural do Estado). Art. 2 - "... aplicam-se no que couber, aos bens integrantes do Patrimônio Cultural do Estado, as disposições do Dec - Lei nº 25, de 30/11/1937.

Art. 3 - ... remete às constituições federal e estadual dos anos de 1988 e 1989, respectivamente.

Legislação ambiental em vigor no Estado do RGS 3. Legislação municipal:

Lei que estabelece o Plano Diretor do Município de Cruz Alta Legislação ambiental do Município de Cruz Alta

IV – Critérios para a definição da área de entorno:

A área de entorno do prédio será definida a partir da análise de dados obtidos através de observações locais, levantamento fotográfico, registros cartográficos fornecidos pela prefeitura municipal (plantas de quadra, mapa com a situação do imóvel), plantas de zoneamento do plano diretor elaborado pela UNICRUZ, legislação de referência e cartas patrimoniais.

V – Definição da poligonal de entorno:

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será delimitado pela poligonal formada pelos seguintes vértices:

VI – interseção do segmento que passa pelo eixo da rua Voluntários da Pátria com o segmento que passa pelo eixo da Av. General Osório, conforme planta em anexo.

VII – interseção do segmento anterior, com o segmento perpendicular ao eixo da Av. General Osório, passando a 50m do alinhamento da av. Gal. Câmara, no quarteirão Q4, conforme planta em anexo.

VIII – interseção do segmento anterior com o segmento que passa pelo eixo da rua Mariz e Barros, conforme planta em anexo.

VIV – interseção do segmento anterior com o segmento que passa pelo eixo da rua Mariz e Barros (nova direção), conforme planta em anexo.

VV – interseção do segmento anterior com o segmento que passa pelo eixo da rua Pinheiro Machado, conforme planta em anexo.

VVI – interseção do segmento anterior com o segmento que passa pelo eixo da Av. Presidente Vargas, conforme planta em anexo.

VVII – interseção do segmento anterior com o seguimento que passa pelo eixo da rua Voluntários da Pátria, passando por VI e fechando a poligonal.

Observação:

As construções que estiverem parcialmente incluídas na poligonal de entorno, estarão regulamentadas, em sua totalidade, pelas diretrizes estipuladas para este.

VI - Diretrizes:

1- Em relação às reformas, serviços e demais alterações nos prédios, equipamentos e infra-estrutura existentes:

a) Qualquer intervenção realizada na área de entorno acima delimitada, deverá ter prévia aprovação do IPHAE;

b) Deverá ser apresentada documentação explicitando os motivos da intervenção, acompanhada de projeto, com memorial descritivo e especificação de materiais para aprovação, podendo ser solicitadas pelo IPHAE informações complementares, até que a proposta esteja perfeitamente esclarecida.

c) Nas fachadas onde existem platibandas com elementos

decorativos, assim como cimalhas, molduras, etc., estes elementos não poderão ser retirados ou encobertos por cartazes ou outros materiais de revestimento.

d) As novas intervenções deverão contemplar a recuperação das fachadas, no casario existente.

2 - Em relação às novas edificações, substituições e novas construções de qualquer espécie:

a) As novas edificações e construções deverão ter projeto aprovado previamente pelo IPHAE.

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No quarteirão Q1: deverão atingir altura máxima de 2(dois) pavimentos ou 7m(sete metros).

No quarteirão Q2: a partir do alinhamento da Av. Gal. Osório até a distância de 30m(trinta metros) – ver planta em anexo – deverão atingir altura máxima de 2(dois) pavimentos ou 7m(sete metros). Na área restante do quarteirão, deverão atingir altura máxima de 3(três) pavimentos ou 10m(dez metros).

No quarteirão Q3: a partir do alinhamento da Av. Gal. Osório até a distância de 30m(trinta metros) – ver planta em anexo - deverão atingir altura máxima de 2(dois) pavimentos ou 7m(sete metros). Na área restante do quarteirão, deverão atingir altura máxima de 3(três) pavimentos ou 10m(dez metros).

No quarteirão Q4: deverão atingir altura máxima de 2(dois) pavimentos ou 7(sete metros).

Observação: as alturas deverão ser contadas no ponto médio da fachada no alinhamento, do nível do passeio público ao ponto mais elevado da edificação , incluídos pilotis, coberturas, platibandas, etc.

c) Em todos os quarteirões, as construções deverão ter por limite máximo o alinhamento, incluídos balanços, sacadas, etc.

3) Em relação à infra-estrutura urbana e arborização:

Toda obra de infra-estrutura e ou paisagismo deverá ter prévio parecer do IPHAE.

Infra-estrutura: os postes, fiação, equipamentos e demais elementos da infra-estrutura urbana existentes na área de entorno do Bem Tombado não deverão dificultar a visibilidade do mesmo. Deverá ser realizada a limpeza e manutenção constante dos passeios e vias públicas, e as obras de recuperação das pavimentações deverão sempre preservar os materiais e o desenho originais.

Praças, jardins e arborização pública: realizar ações de manutenção constantes. A arborização deverá considerar a valorização do prédio tombado, assim como da paisagem urbana em seu conjunto.

Publicidade: os veículos de propaganda comercial e quaisquer outros deverão seguir padrões específicos , aprovados pelo IPHAE. Observação: em caso de incompatibilidade entre as legislações federal, estadual e municipal, prevalecerá a mais restritiva.

Caberá à Prefeitura Municipal, enviar ao IPHAE, previamente, para análise e parecer, todos os projetos e demais pedidos de licenciamento que surgirem na área acima delimitada.

VII – Recomendações:

1–Sugerimos que a fiação da rede elétrica na área acima delimitada seja subterrânea.

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2-Desviar o fluxo de trânsito pesado (caminhões e ônibus) existente hoje na Av. Gal. Osório, junto ao Bem Tombado.

3-Relocação da sinaleira existente na esquina das avenidas Gal. Osório e Gal. Câmara.

4-Restaurar a pavimentação do passeio e vias públicas, resgatando sua aparência original.

5-Preservar e restaurar os elementos estruturais, decorativos, assim como esquadrias, platibandas e demais elementos remanescentes das fachadas do casario da primeira metade do século XX, ainda existente na área de entorno.

6-Compatibilização das novas construções ao tecido urbano e tipologias preexistentes nessa área.

Devido a diversidade e valor do patrimônio edificado existente ainda em outras áreas da cidade, constituído não apenas por prédios de maior destaque arquitetônico, mas também pelo casario que compõem a paisagem urbana, ressaltamos a importância para o Município, da proteção deste patrimônio em seu conjunto, através de lei específica. Assim torna-se urgente a realização de inventário dos bens imóveis significativos para a memória da cidade, assim como a regulamentação de instrumento legal de proteção.

Marília de Lavra Pinto

Arqtª IPHAE - CREA 34789

Ciente em: __/__/__

Doris de Oliveira - Diretora do IPHAE

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