ROTEIRO DE ESTUDOS - RECUPERAÇÃO FINAL – HISTÓRIA
2ª SÉRIE - SIGMA
O SEGUNDO REINADO: ASPECTOS ECONÔMICOS
Base econômica:
Café.
Mão de obra escrava africana no Vale do Paraíba e escrava ou assalariada no Oeste Paulista.
Vale do Paraíba:
A expansão do cultivo do café no Brasil teve como ponto forte a região conhecida como Vale do Paraíba, que se localiza entre o leste paulista e o oeste do Estado do Rio de Janeiro.
Facilidade no escoamento da produção das lavouras. Crise da produção cafeeira (causas):
Exploração predatória na produção: Esgotou a fertilidade da terra.
Oeste Paulista:
Sua produção era extensiva e não mecanizada.
O rico solo de terra roxa de São Paulo foi o lugar ideal para que o cultivo continuasse.
O que acabou levando a cafeicultura para o oeste foi, essencialmente, a disponibilidade de terras, que permitiu uma maior expansão dos plantios, também praticados de forma extensiva.
As condições de solo e clima eram bem mais propícias para o café em São Paulo, onde a planta chegava a ter cinco anos a mais de produtividade do que em outras regiões.
Também o uso de uma tecnologia mais avançada foi muito importante para São Paulo.
Quanto à mão de obra, o Oeste também usou a escrava africana. Contudo, por se desenvolver um pouco mais tarde, praticamente quando o tráfico negreiro já havia sido proibido, buscou-se uma outra alternativa de trabalhadores. Vieram os imigrantes.
Era Mauá:
A Era Mauá é determinada pelas ações do Barão de Mauá, político e industrial brasileiro, no intuito de acelerar o cenário industrial do País.
No começo do século XIX, o panorama socioeconômico nacional apresentava-se da seguinte forma: concentração de interesses no campo, trabalho escravo e uma aristocracia que investia somente em terras e na própria segurança. Todos estes fatores atravancavam o crescimento do Brasil no que se refere à industrialização e ao capitalismo. A preocupação com o comércio e a indústria era mínima, assim como a continuidade do escravismo, que dificultava o desenvolvimento da economia.
Isso começa a mudar no ano de 1844, quando a produção interna do País é favorecida com a Tarifa Alves Branco, pois as alíquotas, que são percentuais de incidência de imposto no valor tributado, aumentaram no que se refere aos importados.
O mercado de produção interna tornava-se mais competitivo com os produtos que vinham do exterior. Outro fator que ajudou na mudança dos rumos da economia brasileira foi o fim do tráfico de escravos (1850).
Ainda naquele ano foi criado o Código Comercial, que era uma ferramenta de regulação em transações comerciais e para companhias capitalistas que surgiam.
Neste momento surge a figura do Visconde de Mauá, como era conhecido Irineu Evangelista de Souza. Entre suas ações para o impulso da economia, estão: criação de estaleiros e fundições, companhias de linhas telegráficas, ferrovias, iluminação a gás, transporte urbano, entre outros negócios. O Barão tinha, até mesmo, bancos no Brasil e no exterior.
O crescimento industrial brasileiro incomodava a elite rural escravista e os países concorrentes. O barão foi boicotado pelo governo e acabou falindo.
A CRISE DO IMPÉRIO E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA QUESTÃO CHIRSTIE:
A Questão Christie foi um impasse diplomático ocorrido entre o Império do Brasil e o Reino Unido entre os anos de 1862 e 1865.
QUESTÃO RELIGIOSA:
Ao longo do tempo, a Igreja e o Império Português consolidaram relações próximas nas esferas políticas e religiosas.
Durante o Segundo Reinado, o sistema de padroado instaurou uma grave crise entre Dom Pedro II e os clérigos católicos brasileiros.
o papa Pio IX enviou uma bula que determinava, entre outras coisas, que todos os católicos envolvidos com a prática da maçonaria fossem imediatamente excomungados da Igreja.
O anúncio acabou atingindo diretamente Dom Pedro II, que integrava os quadros da instituição censurada.
O governo imperial perdeu uma fundamental e influente base de apoio político ao regime. QUESTÃO PLATINA:
Questões políticas: Formada a Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai) contra os interesses expansionistas do Paraguai.
Início da guerra.
Tríplice Aliança X Paraguai.
Fim da guerra marcado por séria crise econômica a todos os participantes e a consequente dependência econômica perante a Inglaterra.
QUESTÃO ABOLICIONISTA:
Bill Aberdeen (1845): lei aprovada pelo parlamento britânico que concedia ao Almirantado Inglês o direito de aprisionar navios negreiros que realizassem o transporte de cativos da África para as Américas.
Lei Eusébio de Queirós (1850): Esta lei teve por principal objetivo proibir o tráfico atlântico de escravos, vindos do continente africano ao Brasil.
Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco (1871): Determinava que os filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir desta data ficariam livres
Lei Saraiva-Cotegipe ou Lei dos Sexagenários (1885): Previa liberdade aos escravizados que tivessem mais de sessenta anos de idade e estabelecia normas para libertação gradual dos cativos, mediante indenização.
Lei Áurea: Foi votada e aprovada em poucos dias e em 13 de maio de 1888 a escravidão era extinta do país. Com um texto curto, simples e direto, a lei libertava cerca de 700 mil escravos, num país com então 15 milhões de habitantes. O número de escravizados na data não é tão expressivo tendo em vista um grande contingente de libertos já existentes no país.
Mas, a libertação tardia marca também o fim da monarquia por uma crise instaurada neste cenário. Mesmo a assinatura da lei sendo considerada o ato mais popular do Império, não agradou um grupo importante do cenário político: os proprietários rurais.
Mesmo agraciados com o título de baronato a falta de indenização fez com que rompessem com o Estado, já que suas fortunas se concentravam na posse de escravos, e assim aderem à causa republicana.
QUESTÃO MILITAR:
Proclamação da República Brasileira aconteceu no dia 15 de novembro de 1889. Resultado de um levante político-militar que deu inicio à República Federativa Presidencialista. Fica marcada a figura de Marechal Deodoro da Fonseca como responsável pela efetiva proclamação e como primeiro Presidente da República brasileira em um governo provisório (1889-1891).
O IMPERIALISMO E A COLONIZAÇÃO DO SÉCULO XIX
O imperialismo ou neocolonialismo do século XIX se constituiu como movimento de domínio, conquista e exploração política e econômica das nações industrializadas europeias (Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Holanda) sobre os continentes africano e asiático.
A “partilha” da África e da Ásia se deu fundamentalmente no século XIX (pelos europeus), mas continuou durante o século XX. No decorrer deste, os Estados Unidos e o Japão ascenderam industrialmente e exerceram sua influência imperialista na América e na Ásia, respectivamente.
A “corrida” com fins de “partilha” da África e da Ásia, realizada pelas potências imperialistas, aconteceu por dois principais objetivos: 1º) a busca por mercados consumidores (para os produtos industrializados); 2º) a exploração de matéria-prima (para produção de mercadorias nas indústrias). A industrialização europeia se acentuou principalmente após as inovações técnicas provenientes da 2ª fase da Revolução Industrial.
A principal hipótese para a legitimação do domínio imperialista europeu sobre a África e a Ásia foi a utilização ideológica de teorias raciais europeias provenientes do século XIX. As que mais se destacaram foram o evolucionismo social e o darwinismo social.
O darwinismo social se caracterizou como outra teoria que legitimou o discurso ideológico europeu para dominar outros continentes. O darwinismo social compactuava com a ideia de que a teoria da evolução das espécies (Darwin) poderia ser aplicada à sociedade. Tal teoria difundia o propósito de que na luta pela vida somente as nações e as raças mais fortes e capazes sobreviveriam.
A Conferência de Berlim aconteceu entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885 e delimitou regras e acordos durante a ocupação do continente africano pelas potências europeias. Conhecido também como partilha da África, esse evento oficializou o neocolonialismo que resultou na extensa exploração econômica de colônias africanas pelos países europeus.
EXERCÍCIOS DE REVISÃO
1 – O crescimento da produção cafeeira alterou a socieda-de brasileira do século XIX, sem modificar a estrutura econômica herdada do Período Colonial. Justifique essa afirmativa, ressaltando as alterações ocorridas e os elementos estruturais que permaneceram.
_____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________
2 – A expansão da economia do café para o Oeste Paulista, na segunda metade do século XIX, e a grande imigração para a lavoura de café trouxeram modificações na história do Brasil, como:
a) o fortalecimento da economia de subsistência e a manutenção da escravidão. b) a diversificação econômica e o avanço do processo de urbanização.
c) a divisão dos latifúndios no Vale do Paraíba e a crise da economia paulista. d) o fim da república oligárquica e o crescimento do movimento camponês.
e) a adoção do sufrágio universal nas eleições federais e a centralização do poder. 3 – Sobre a economia durante o Segundo Reinado, analise as seguintes afirmativas: I – A Lavoura do café no Oeste Paulista, favoreceu a construção de ferrovias; II - As iniciativas do Barão de Mauá receberam total apoio do Império;
III - Os cafeicultores do Vale do Paraíba, introduziram técnicas modernas e o trabalho assalariado em suas lavouras;
IV - Os cafeicultores do Oeste Paulista, introduziram a mão-de-obra imigrante em suas lavouras. São falsas as afirmativas:
a) I e IV; b) II e III; c) I, II e IV; d) II, III e IV; e) II e IV.
4 – Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, "a Lei de Terras".
Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta.
a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao Brasil.
b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o acesso a elas.
c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelos coronéis, inspirou-se no "Act Homesteade" americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres.
d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de trabalho para os cafeicultores.
e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de quilombos que existiam no Brasil.
5 – O descontentamento do Exército, que culminou na Questão Militar no final do Império, pode ser atribuído: a) às pressões exercidas pela Igreja junto aos militares para abolir a monarquia.
b) à propaganda do militarismo sul-americano na imprensa brasileira.
c) às tendências ultrademocráticas das forças armadas, que desejavam conceder maior participação política aos analfabetos.
d) à ambição de iniciar um programa de expansão imperialista na América Latina.
e) à predominância do poder civil que não prestigiava os militares e lhes proibia o debate político pela imprensa.
6 – A Lei Eusébio de Queirós visava, a partir de 1850: a) extinguir o casamento religioso
b) implantar o divórcio em substituição ao desquite c) regularizar a prática do aborto
d) permitir legalmente a eutanásia e) extinguir o tráfico negreiro
7 – A Proclamação da República, em 1889, está ligada a um conjunto de transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas no Brasil, a partir de 1870, dentre as quais se inclui:
a) a universalização do voto com a reforma eleitoral de 1881, efetivada pelo Partido Liberal.
b) o desenvolvimento industrial do Rio de Janeiro e de São Paulo, criando uma classe operária combativa. c) a progressiva substituição do trabalho escravo, culminando com a Abolição em 1888.
d) a concessão de autonomia provincial, que enfraqueceu o governo imperial.
e) o enfraquecimento do Exército, após as dificuldades e os insucessos durante a Guerra do Paraguai. 8 – “...Nós conquistamos a África pelas armas...temos direito de nos glorificarmos, pois após ter destruído a pirataria no Mediterrâneo, cuja existência no século XIX é uma vergonha para a Europa inteira, agora
temos outra missão não menos meritória, de fazer penetrar a civilização num continente que ficou para trás...” (Da influência civilizadora das ciências aplicadas às artes e às indústrias”. Revue Scientifique, 1889) A partir da citação acima e de seus conhecimentos acerca do tema, examine as afirmativas abaixo.
I - A ideia de levar a civilização aos povos considerados bárbaros estava presente no discurso dos que defendiam a política imperialista.
II - Aquela não era a primeira vez que o continente africano era alvo dos interesses europeus.
III - Uma das preocupações dos países, como a França, que participavam da expansão imperialista, era justificar a ocupação dos territórios apresentando os melhoramentos materiais que beneficiariam as populações nativas. IV - Para os editores da Revue Scientifique (Revista Científica), civilizar consistia em retirar o continente africano da condição de atraso em relação à Europa.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente a afirmativa IV está correta.
b) Somente as afirmativas II e IV estão corretas. c) Somente as afirmativas I e III estão corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas.
A Conferência de Berlim (1884) e a subsequente “Partilha da África” pelas potências europeias tiveram um papel fundamental na transição de uma dominação informal para um colonialismo bastante agressivo, o chamado “novo imperialismo”.
Uma das principais características desse novo imperialismo foi:
a) o convívio pacífico entre africanos e europeus, com ampla extensão de direitos políticos e sociais aos primeiros, nas regiões colonizadas.
b) o fomento ao processo de descolonização da África, iniciado na década de 1830 e encerrado na década de 1890, com amplo apoio das principais potências europeias.
c) a exploração econômica direta dos territórios ocupados e a criação de estruturas coloniais de administração excludentes e violentas.
d) a dominação indireta, pelas potências europeias, das regiões colonizadas, restrita somente a 10% de todo o território africano.
e) a limitação do imperialismo europeu somente à África e a exclusão da Ásia e da Oceania das pretensões imperiais das potências em disputa.
GABARITO:
1 – O emprego da mão de obra imigrante em substituição ao trabalho escravo e a ligação dos barões do café, sobretudo no oeste paulista, à vida urbana, são características das alterações da sociedade.
A manutenção da agro exportação, privilegiando um produto, evidencia a herança do período colonial, no que se refere à economia.
2B; 3B; 4D; 5E; 6E; 7C; 8E; 9C.