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Especial PRIMUM FAMILIAE VINI EM DEGUSTAÇÃO NO BRASIL. Viagem DiVina VIENA: A METRÓPOLE COM MAIS VINHEDOS URBANOS NO MUNDO

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Academic year: 2021

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E D Ã O 1 5 A N O III

edição 15 ano III R$ 12,90

www.revistadivino.com.br

PRIMUM FAMILIAE VINI EM DEGUSTAÇÃO NO BRASIL

Especial

VIENA: A METRÓPOLE COM MAIS VINHEDOS URBANOS NO MUNDO

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4 diVino

Carta a

O

Leitor

Assim como cada nova safra no vinhedo oferece novas possibilidades e expecta-tivas, o mês de janeiro é também considerado um marco para muita gente, que tem a sensação de recomeço, de disposição para novos planos e de esperança por novas chances. Mas é importante lembrar que, ainda que novas uvas estejam para nascer, há muito vinho envelhecendo no barril ou na garrafa já há algum tempo, num ritmo que não leva em conta datas específicas do calendário, mas nem por isso pode ser desrespeitado ou apressado. Isso serve para as pessoas também. Devaneios à parte, nesta edição da diVino não pude deixar de notar uma verdadei-ra concentverdadei-ração de pessoas admiráveis (que podem servir de boas fontes de inspi-ração para o novo ano). Jean-Luc Thunevin é uma delas. Ex-DJ e ex-restaurateur, ele chegou a Saint-Émilion em 1984 e hoje seus vinhos de garagem são ícones na região. Já Chiara Lungarotti é dessas mulheres que sabem conciliar família com trabalho – ela é CEO da vinícola fundada por seu pai e viaja o mundo com seus vinhos quando não está em Perugia, onde mora com o marido e um filho de dois anos. O agropecuarista e empreendedor gaúcho José Antônio Peterle partiu do zero e, depois de oito anos, acaba de lançar a primeira safra de seu vinho. E, em um evento no mínimo memorável, representantes das 11 famílias de produtores de vinho membros da Primum Familiae Vini vieram para o Brasil, onde apresen-taram dois de seus rótulos mais representativos, além de mostrar por que a orga-nização é um sucesso.

Pessoas lutadoras, brilhantes, ousadas e que trabalham bastante. Sorte delas, que trabalham com vinho.

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Histórias que

O

Vinh

O

Conta

por

Heloisa Whately

CHIARA LUNGAROTTI É HERDEIRA DA PRIMEIRA

VINÍCOLA ITALIANA DE PORTE A SER COMANDADA

POR MULHERES. MAS ISSO NÃO É TUDO.

omo ela consegue? Essa era a pergunta que eu me fazia en-quanto conversava com Chiara Lungarotti, que comanda, ao lado de sua mãe e de sua irmã Teresa Severini, a vinícola Lungarotti, o hotel Le Tre Vaselle e o Museu do Vinho e do Óleo de Oliva. Isso tudo além de ser presidente do Movi-mento del Turismo del Vino, associação feita para incentivar o turismo do vinho na Itália, vice-presidente da Associação das Mulheres do Vinho (foi presidente por dois anos con-secutivos) e conselheira da Fundação Perugia de Música Clássica. Ah, sim, também é casada, tem um filho de dois anos, viaja o mundo apresentando seus vinhos e acaba de inaugurar o bellaUve Spa. Esteve no Brasil para apresentar seus vinhos, que agora chegam ao País pela Mistral. No ro-teiro, Rio de Janeiro e São Paulo e nenhum sinal de jet leg

Mulher

mara

V

ilha

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76 diVino

Paixão pelo vinho

“Depois da Segunda Guerra Mundial, meu pai decidiu tornar uma típica fazenda em uma propriedade especializada, pois acreditava que esse era o futuro da agricultura italiana. Então ele decidiu se especializar em vinho, que era sua grande paixão. Em 1935, com um mestrado em viticultura nas mãos, começou a replantar os antigos vinhedos”, conta Chiara. No início da dé-cada de 1960, Giorgio Lungarotti fundou sua vinícola na região da Úmbria, na Itália. Ele se casou, teve filhos e contagiou todos ao seu redor com sua paixão pelo vinho. Esse foi sem dúvida o segredo para o bem-sucedido processo de sucessão no coman-do da vinícola: em 1999, suas filhas Chiara e Teresa assumiram o comando da empresa. “Nós crescemos em meio ao vinho e ele se tornou nossa paixão, não foi algo imposto”, diz Chiara. Gior-gio Lungarotti, com seus antológicos Rubesco Riserva 1971 e 1975 colocou a Úmbria no mapa da enoviticultura mundial.

Amor à terra

Amante da terra desde a infância, Chiara formou-se em agro-nomia pela Universidade de Perugia no anos 1990. “Lembro-me de quando éramos criança, “Lembro-meu pai nos encorajava a andar descalças pelos vinhedos para sentir a terra, sentir o solo.” Chiara não hesita em responder qual a sua parte preferida do trabalho na vinícola: “A terra, o vinhedo. Eu seria a pessoa mais

feliz do mundo se pudesse ficar em meio ao vinhedo o tempo todo, andando por ele, observando. É a minha paixão e gostaria muito de transmitir isso ao meu filho, da mesma maneira como foi transmitido para mim”. Para a CEO da vinícola, um dos principais desafios é “trabalhar para representar o melhor que a Úmbria pode oferecer, tornando-a conhecida ao redor do mun-do. A Úmbria é um segredo muito bem guardado”. Hoje com propriedades em Torgiano e Montefalco, a vinícola produz vinhos de grande tipicidade. “Queremos manter a identidade do vinho, as características de seu terroir. Pelo bem do vinho italiano. Os vinhos europeus são uma expressão da região de onde vêm. Seria mais simples seguir para um estilo mais fácil, mas somente a identidade faz um vinho singular, único.”

Entusiasmo

Chiara começou a trabalhar na vinícola quando tinha 20 anos e ainda estava na universidade. “Nessa época eu passei pelas di-ferentes áreas da empresa para entender como tudo funcionava e isso foi muito importante, pois, quando eu me tornei CEO, eu conhecia todo o processo: o trabalho nos vinhedos, a colheita, o trabalho do enólogo, os fornecedores de rolhas e rótulos”. Desde os tempos de universidade, ela faz questão de passar uma sema-na todos os anos em Bordeaux para se atualizar. “Denis Dubour-dieu, um grande amigo, produtor e nosso consultor desde que

O Le Tre Vaselle foi o vencedor em 2008 na categoria Luxury Country Hotel, do World Luxury Hotel Awards

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Histórias que

O

Vinh

O

Conta

meu pai morreu, é professor de enologia em Bordeaux. Então, nessa viagem, eu combino férias com aprendizado.”

Por seu cuidado com o meio ambiente, a Lungarotti foi selecio-nada para fazer parte do Projeto Biomassa da Universidade de Perugia. No projeto, eles vão utilizar os subprodutos para gerar toda a energia consumida pela vinícola. “Meio ambiente tem de ser prioridade. O futuro depende dele e nós fazemos a nossa parte nos vinhedos, com uma viticultura sustentável.”

Tradição e inovação

Bem antes de Chiara e Teresa assumirem o comando da Lun-garotti, sua mãe já trazia inovações para a propriedade da fa-mília. Em 1974, ela inaugurou junto da vinícola o Museu do Vinho e do Óleo de Oliva, pelo qual é responsável desde en-tão. “Na volta de uma viagem à França e à Alemanha nos anos 1960, meus pais repararam que todos os lugares relacionados a vinho que haviam visitado tinham um pequeno museu, um local para receber visitantes e fomentar a economia local. E resolveram fazer algo assim em Torgiano. Minha mãe estudava história da arte desde aquela época e sabia que um museu era

O museu foi aberto ao público em 1974, tem um acervo de objetos de até 5 mil anos e recebe cerca de 20 mil turistas por ano. “Como não havia sequer um restaurante em Torgiano para receber os turistas que vinham visitar o museu ou os clientes que vinham à vinícola, meu pai decidiu abrir, em 1978, um pe-queno restaurante, que logo expandiu para um hotel-butique”, conta Chiara sobre o Le Tre Vaselle, que hoje tem mais de 50 quartos e é considerado um dos hotéis mais charmosos da Itá-lia. “A cultura do vinho e do azeite tem um papel fundamental no desenvolvimento econômico, histórico e cultural da região da Úmbria e de toda a Itália”, conclui ela. E o mais recente projeto concretizado é o bellaUve Spa, inaugurado em 2010 e resultado de uma parceria com Daniela Steiner, dona de uma marca de beleza e spas em várias partes do mundo.

Valor ao tempo

Pergunto então como ela administra seu tempo. “A coisa mais difícil é conciliar os negócios e a família. Cada mo-mento livre que tenho é para meu filho e meu marido. Cada minuto é muito valioso. Eu não tenho mais vida social em ENRIQUE

VIEIRA E DI V U LG A ÇÃ O

Chiara e Teresa com a mãe, Maria Grazia

Referências

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