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Trabalho noturno: repercussões na saúde do profissional de enfermagem

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Trabalho noturno: repercussões na saúde do profissional

de enfermagem

Night work: effects on health professional nursing

Dina Luciana Batista Andrade1, Lidiane Alves Silva2, Marli Batista Magalhães3, Fernanda Marques da Costa4, Jaciara Aparecida Dias Santos5, Jair Almeida Carneiro6

1Faculdade Unidas do Norte de Minas, Funorte, Montes Claros-MG, Brasil; 2Curso de Enfermagem da Faculdade de Saúde, Ibiturana,

Montes Claros-MG, Brasil; 3Curso de Mestrado em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros, Montes

Claros-MG, Brasil; 4Curso de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros-MG, Brasil.

Resumo

Objetivo – Investigar as repercussões do trabalho no período noturno na saúde de profissionais de Enfermagem de um hospital no Norte

de Minas-MG. Métodos – Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, analítico e transversal. Para a coleta de dados que ocorreu

entre outubro e novembro de 2013 utilizou-se um questionário autoaplicável. Os dados foram inseridos no SPSS® (Statistical Package for the Social Science) empregando a análise bivariada, por meio do teste qui-quadrado de Pearson ou exato de Ficher. A variável de-pendente foi o relato da piora da saúde após trabalhar um ano no turno noturno. Resultados – Participaram do estudo 103 profissionais.

Evidenciou-se que 41,7% (43) dos profissionais houve piora na saúde após trabalharem durante o período noturno. Houve diferença estatisticamente significante entre a piora da saúde e as variáveis idade; tempo de trabalho na enfermagem; entre aqueles que prestam cuidados de enfermagem fora do hospital; entre os que já tiveram doença relacionada ao trabalho; entre os que se sentem pressionados no trabalho; entre os que frequentemente são interrompidos no trabalho e entre os que não conseguem se desligar mentalmente do tra-balho. Conclusão – Assim, conclui-se que o trabalho no turno noturno influenciou negativamente a saúde de 41,7% dos profissionais

de enfermagem estudados. Dessa forma evidenciou-se o caráter nocivo que a profissão, durante o turno noturno, pode ter na vida de seus profissionais.

Descritores: Enfermagem; Trabalho noturno; Saúde do trabalhador

Abstract

Objective – To investigate the effects of work at night in health nursing professionals of a hospital in the north of Minas Gerais. Methods –

This is a study of quantitative, analytical and transversal approach. For data collection that took place between October and November 2013 we used a self-administered questionnaire. The data were entered into SPSS (Statistical Package for Social Science) using the bivariate analysis using the chi-square test or Fischer exact. The dependent variable was the account of health worsens after working a year on the night shift. Results – The study included 103 professionals. It was evidenced that 41.7% (43) professional worsening health after work

during the night. There was a statistically significant difference between the deterioration of health and the variables age; working time in nursing; between those who provide nursing care outside the hospital; among those who have had disease related to work; among those who feel pressured at work; among those who are often interrupted at work and among those who can’t hack it mentally from work. Con-clusion – Therefore, it is concluded that work on the night shift negatively influenced the health of 41.7% of the studied nursing

profes-sionals. Thus it became clear the harmful nature of the profession, during the night shift, can have on the lives of its employees.

Descriptors: Nursing; Night work; Worker health

Introdução

Com o surgimento da era industrial, juntamente com o desenvolvimento da sociedade surgiu também a di-visão do trabalho em turnos2. O trabalho em turnos é uma forma de organizar diariamente o trabalho, em jornadas que podem ser em distintos horários do dia, de maneira fixa ou em forma de rodízio3.

No Brasil, uma parcela da população realiza o traba-lho em turnos, no período noturno1. Profissionais da área da saúde, em especial a equipe de enfermagem, utilizam tais esquemas de trabalho pela necessidade de assistência ininterrupta ao paciente e atender a de-manda da população pelos serviços de saúde4-5.

A alternância dia e noite é um dos mais essenciais determinadores do ritmo biológico e acarreta a oscila-ção satisfatória das funções corporais denominada por ritmo circadiano, responsável por níveis mais elevados de atividade diurna e níveis diminuídos no período

no-turno. De maneira geral, o ciclo circadiano é influen-ciado por fatores ambientais como a temperatura, o clima e a exposição luminosa, além de fatores sociais como horário de serviço, horários de alimentações, ca-lendário escolar, enfim, atividades que fazem parte da vida cotidiana6.

O trabalho noturno apresenta efeitos diretos e indi-retos sobre a saúde e sobre a vida pessoal do traba-lhador. Vale ressaltar que trabalhar no sentido inverso ao funcionamento fisiológico do organismo pode acar-retar modificações na performance laboral com con-sequências significativas para a segurança e saúde dos profissionais7.

O desajuste nos horários habituais da equipe de en-fermagem é uma questão que necessita de maior aten-ção, uma vez que se sabe da existência do relógio bio-lógico e dos mecanismos que podem influenciá-los, principalmente em relação às alterações do sono, além

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disso é essencial lembrar que o organismo passará por uma fase de adaptação, que não é instantânea, pois a espécie humana é diurna3. Tais fatores estabelecem uma complexa relação entre qualidade de vida e ca-pacidade para o trabalho8.

Embora seja sabido dos malefícios à saúde acarreta-dos pelo trabalho noturno, o cuidado hospitalar aos pacientes internados não tem como ser suprimido. Por-tanto, o serviço noturno é uma necessidade dos serviços de saúde, todavia, deve-se buscar maneiras para evitar ao máximo os danos à saúde do profissional9.

Dessa forma, ao se considerar os problemas fisioló-gicos, sociais e de adaptação dos profissionais de en-fermagem que o trabalho noturno pode acarretar, surgiu então, o interesse em estudar esse assunto em um hos-pital do Norte de Minas Gerais. Assim, este trabalho faz-se importante não somente para a enfermagem, mas também para as instituições que os empregam por fornecer subsídios que poderão facilitar o manejo das repercussões principalmente das negativas, por exem-plo, a identificação dos principais estressores e de si-tuações de potencial mórbido apontados pelos próprios profissionais envolvidos. Destarte, o presente estudo objetiva investigar as repercussões do trabalho no pe-ríodo noturno na saúde de profissionais de Enfermagem de um hospital de grande porte de uma cidade do Norte de Minas Gerais.

Métodos

Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, analítico, com recorte transversal. A pesquisa foi reali-zada em um hospital de grande porte do Norte de Minas Gerais, com cerca de 330 leitos, que atende pro-cedimentos de média a alta complexidade fornecendo cobertura em seus serviços a uma população de mais de dois milhões de pessoas. A pesquisa respeitou os aspectos éticos previstos na Resolução 196/96 do Con-selho Nacional de Saúde e foi aprovada pelo Comitê de Ética de pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE) sob o número do parecer con-substanciado 125.634/12.

A amostragem foi censitária, pois trabalhou com toda a população de profissionais da enfermagem do período noturno. A amostra inicial era de 124 pessoas. Os cri-térios para inclusão foram: aceitar participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclare-cido (TCLE) e ser membro da equipe de enfermagem do hospital cenário há mais de um ano. Foram excluídos da pesquisa: os profissionais que estiveram afastados do trabalho por atestados ou licenças médicas no mo-mento da coleta de dados, os que não consentiram for-malmente em participar da pesquisa, os que não foram encontrados no plantão após três tentativas e os que estiveram de férias, totalizando 21 pessoas. A amostra final fixou-se em 103 profissionais que representam 83,06% da amostra inicial.

Foi aplicado um questionário obtido de uma disser-tação de mestrado da Universidade de São Paulo – USP10. Esse instrumento de coleta de dados foi

previa-mente testado e aplicado para 10% dos 124 profissio-nais da referida instituição de saúde, porém de outro turno de serviço para não interferir na população de estudo. O questionário foi adaptado a partir do teste piloto e visando responder o objetivo da pesquisa. As variáveis estão dispostas em três grupos, a saber, socio-demográficas, ocupacionais e relacionadas às reper-cussões do trabalho noturno na saúde do profissional de enfermagem. A variável dependente do estudo foi investigada pela seguinte pergunta: “Comparado há um ano, como você classificaria sua saúde em geral, nesse momento?”. As respostas foram categorizadas em: a saúde não piorou (para os que responderam que saúde melhorou ou não mudou em nada) e a saúde piorou (para os que informaram que a saúde está um pouco ou muito pior).

Os dados coletados foram tabulados no SPSS® (Sta-tistical Package for the Social Science), versão for Win-dows 18.0 para WinWin-dows®. Posteriormente foram sub-metidos à tratamentos estatísticos empregando a estatística descritiva com distribuição de frequência simples, análise bivariada por meio do teste do qui-quadrado de Person ou exato de Ficher, para as variáveis categóricas. Para as variáveis quantitativas foi usado o teste t de studants. Em todos os testes foi considerado o nível de significância de 0,05%.

Resultados e discussão

Dos 103 profissionais que participaram da pesquisa 74 (71,8%) são do sexo feminino e 29 (28,2%) do mas-culino, a média de idade entre eles foi de 36 anos. A média de tempo de trabalho na enfermagem foi de 12 anos e de trabalho em turnos foi de 10 anos. Dentre os profissionais investigados 41,7% (43) relataram que a saúde piorou no último ano de trabalho no período noturno.

Em consonância com este estudo uma pesquisa feita em um hospital da cidade de Bebedouro (SP) acerca influência do trabalho noturno na qualidade de vida dos profissionais de enfermagem demonstrou que alar-mantes 44% apresentam algum impacto negativo na saúde em decorrência do trabalho noturno2.

A Tabela 1 apresenta a análise bivariada entre as ca-racterísticas sociodemográficas e ocupacionais em fun-ção do impacto do trabalho noturno na saúde dos pro-fissionais de enfermagem.

Os dados apresentados na Tabela 1 demonstram resultados estatisticamente significativos em relação às variáveis idade e tempo de trabalho na enferma-gem (p=0,05), assim, pode-se afirmar que à medida que a média da idade aumenta (média=37,8 anos; dp=8,8) observa-se maior impacto negativo na saúde desses profissionais. O mesmo acontece com o tempo de trabalho na enfermagem, ou seja, o aumento da média de anos trabalhados (média=13,9 anos; dp=9,0) está relacionado à piora gradativa na saúde desses trabalhadores.

De maneira semelhante, um estudo, conduzido em cinco instituições hospitalares da região oeste do Paraná,

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observou que os trabalhadores com mais idade, princi-palmente aqueles com 40 anos ou mais, podem ser mais vulneráveis ao trabalho noturno no tocante aos agravos de saúde provenientes dessa situação laboral11.

Ainda analisando a Tabela 1 nota-se que há entre os profissionais um relato de piora da saúde entre aqueles que têm maior número de anos de trabalho em turno, todavia em relação a esta variável não houve signifi-cância estatística. Tal situação apresenta-se diferente em vários estudos que trabalham este tema da saúde dos profissionais que trabalham a noite, como é o caso

de uma pesquisa desenvolvida no hospital universitário do estado do Rio Grande do Sul em que foi possível observar que estatisticamente, com o passar dos anos, trabalhar a noite tem piorado o estado de saúde dos trabalhadores. Essa pesquisa comparou dois grupos de profissionais, os com até 5 anos e aqueles com 15 anos ou mais no trabalho noturno. Os trabalhadores com até cinco anos nesse turno estavam em fase de adapta-ção social, mental, corporal e no ritmo biológico e não apresentavam ainda muitos problemas de saúde. Já os trabalhadores com mais de quinze anos de serviço no-Tabela 1. Distribuição dos trabalhadores da enfermagem segundo características sociodemográficas e ocupacionais e sua

relação com o estado de saúde a partir de uma média em anos. Montes Claros, MG, Brasil, 2014.

Variáveis Média Desvio Padrão Valor p IC-95% Idade

Saúde não piorou 34,7 7,6 0,05

Saúde piorou 37,8 8,8 0,1

Escolaridade

Saúde não piorou 15,0 1,7 0,20

Saúde piorou 14,6 1,4 1,0

Tempo de trabalho na enfermagem

Saúde não piorou 10,9 5,8 0,05

Saúde piorou 13,9 9,0 0,1

Tempo de trabalho em turnos

Saúde não piorou 9,8 6,15 0,50

Saúde piorou 10,9 8,30 1,7

Tempo trabalho no Hospital

Saúde não piorou 10,6 6,54 0,40

Saúde piorou 11,7 6,70 1,5

Tabela 2. Distribuição dos profissionais da enfermagem, quanto às variáveis sócio-ocupacionais e de perfil. Montes Claros, MG, Brasil, 2014.

Variáveis Saúde não piorou Saúde Piorou Valor P

N % N % Sexo Feminino 43 41,7 31 30,1 0,57 Masculino 17 16,5 12 11,7 Estado Conjugal Com companheiro 34 33,0 28 27,2 0,22 Sem companheiro 28 25,2 15 14,6 Possui filhos Não 24 23,3 13 12,6 0,20 Sim 36 54,5 30 45,5

Tem ajuda de doméstica

Sim 13 12,7 6 5,9 0,22

Não 46 45,1 37 36,3

Setor de Trabalho

Setor aberto 37 36,3 21 20,6 0,16

Setor fechado 23 22,5 21 20,6

Presta cuidados de enfermagem fora do hospital

Não 46 44,7 26 25,2 0,05

Sim 14 13,6 17 16,5

Folga

Realiza atividades fora do ambiente doméstico 23 22,3 18 17,5 0,43 Permanece no ambiente doméstico 37 35,9 25 24,3

Sustenta outros

Não 48 46,6 37 35,9 0,30

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turno na instituição e que, possivelmente, já experi-mentavam modificações no ritmo biológico, apresen-taram elevação das probabilidades de cronicidade de sinais e sintomas12.

Apesar dos entrevistados possuírem anos de estudos diferenciados, com média de 15 anos, não foi encon-trado diferença estatisticamente significante (p=0,20) quando comparada à piora ou não da saúde. Além disso, a variável tempo de trabalho no hospital também não apresentou diferença estatisticamente significante em relação ao impacto do trabalho noturno na saúde. A Tabela 2 evidencia as variáveis sócio-ocupacionais e de perfil dos profissionais da enfermagem estudados. Observa-se que na Tabela 2 dos 103 profissionais em estudo há predominância de profissionais do sexo fe-minino (71,8%) e que a maioria destas não refere piora da saúde por trabalhar à noite. A feminização da enfer-magem é um dado histórico que remete à origem da profissão historicamente delegada às mulheres, e que sempre esteve ligada ao cuidado13. Essa característica aparece substancialmente nos trabalhos envolvendo essa classe, dois exemplos são representados pelo es-tudo desenvolvido no hospital de Poços de Caldas (MG) em que também houve predominância do sexo femi-nino com 82,4%3 e pelo estudo que foi realizado em grandes hospitais públicos do município do Rio de Ja-neiro (RJ) em que o grupo predominante foi o feminino com 87,3% da amostra14.

Em contrapartida ao que foi demonstrado neste es-tudo, a piora da saúde é mais frequente entre as mu-lheres da enfermagem em várias pesquisas. Este dado é explicado na literatura pelo fato das mulheres, pro-fissionais da enfermagem acumular funções domésti-cas e em alguns domésti-casos o cuidado com os filhos, origi-nando a dupla ou tripla jornada de trabalho. Tais evidências as tornam mais vulneráveis aos efeitos ne-gativos do trabalho noturno, acarretando problemas à saúde7.

No presente estudo, também foi observados que 33% vivem com companheiro, 54,5% possuem filhos e 45,1% não dispõem de empregada doméstica, ne-nhuma dessas variáveis interferiram na piora da saúde. Esses dados também foram evidenciados no estudo de-senvolvido no hospital universitário de Santa Maria, lo-calizado na região sul do Brasil em que casado ou com companheiro (64,29%), com filho(s) (80,96%) e que optaram pelo trabalho noturno (90,48%) não observam impactos negativos na saúde a curto prazo15.

Já outra pesquisa que investigou a satisfação com o trabalho e impactos do trabalho noturno entre profis-sionais da enfermagem verificou uma situação diferente. Na citada investigação o fato de possuir companheiro e filhos foi compreendido como fatores coadjuvantes para a piora da saúde e qualidade de vida com trabalho noturno. Esse impacto negativo na saúde foi relacionado ao fato de tais situações repercutirem negativamente no descanso posterior ao plantão noturno, seja pelo cuidado e atenção dispensados a eles, seja pelos ruídos e barulho provocados pelos mesmos12.

Entre os entrevistados 31 (30,1% da amostra) relata-ram prestar cuidados de enfermagem fora do hospital, destes a maioria 17 (54,8%) relataram piora da saúde no último ano. A análise dessa variável apontou signi-ficância estatística para este dado.

Estudo realizado em um hospital filantrópico de mé-dio porte, do município mineiro de Araxá, a maioria dos técnicos e auxiliares de enfermagem (70,4%) exer-ciam outras atividades após o trabalho noturno. Um fato interessante é que todos responderam que já se organizaram com relação às atividades diurnas e o tra-balho noturno embora houvesse relatos acerca de can-saço excessivo em 42% das mulheres e 38% dos ho-mens. Quando interrogados sobre os malefícios para a saúde em decorrência do trabalho noturno, houve unanimidade em afirmar que acreditam e vivenciam o impacto negativo corroborando com as informações deste estudo7.

Em outra pesquisa realizada no hospital universitário de Curitiba, verificou-se que 45,8% dos profissionais possui outro emprego na área de enfermagem, o que pode ser resultado da necessidade de complementação salarial, situação que pode estar contribuindo para a piora da saúde da equipe de enfermagem16-18.

Quanto às repercussões do trabalho noturno, a cefa-leia frequente, falta de apetite ou insônia, assusta-se com facilidade, apresenta tremores nas mãos e sente-se nervoso, tenso ou preocupado não foram obsente-servadas diferenças estatisticamente significantes. Outros fatores que também podem afetar a saúde ou podem refletir problemas físicos e psicológicos, tais como problemas relacionados ao sistema digestivo, dificuldade de pensar com clareza, sofrer acidentes no trabalho, realizar es-forço físico em excesso também não apresentaram di-ferenças estatisticamente significante em relação à piora da saúde (P>0,05).

Em estudo realizado entre trabalhadores da saúde em Minas Gerais foram encontrados dados semelhantes em relação à presença de sintomas físicos ou psicoló-gicos em decorrência da privação do sono. O estudo apontou ainda que o trabalho noturno não parece cau-sar alteração ao sono dos trabalhadores, pois tais pro-fissionais quando estão no período de férias apresentam sono normal19.

Entretanto, em uma revisão sobre os impactos nega-tivos da escassez de sono, verificou-se que o organismo humano desenvolve alterações que interferem direta-mente nos sistemas circulatório, nervoso, digestivo e gastrointestinal. Desta forma, é possível observar fadiga, irritabilidade, diminuição do estado de alerta, mal-estar, estresse, cefaleia frequente, insônia, enjoo e depressão. As desordens nos ritmos circadianos ocasionam dimi-nuição da eficiência profissional7.

Observa-se um frequente descuido com a qualidade alimentar que pode estar associado à ingestão de ali-mentos industrializados de fácil preparo e baixo valor nutricional, o que favorece o surgimento de transtornos digestivos. Além disso, a literatura aponta que o ganho ponderal e o sedentarismo também podem ser

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conse-quências do trabalho noturno20. Nessa investigação parte dos trabalhadores (22,4%) relata sintomas diges-tivos, mas esse contingente também não foi maior entre os que observam piora da saúde não configurando as-sim, significância estatística.

Entre os trabalhadores que informaram ter ou já ter sofrido de alguma doença relacionada ao trabalho houve diferença estatisticamente significante (P<0,05) em relação à piora da saúde. Dessa forma, os traba-lhadores do período noturno podem faltar mais ao tra-balho por motivo de doença. Essas doenças podem estar associadas às modificações fisiológicas, em

vir-tude da falta de sintonia entre seu ritmo circadiano e a prorrogação do período de vigília21-22. De forma seme-lhante ao presente estudo, outra pesquisa realizada em hospital universitário mostrou que a maior parte dos trabalhadores do turno noturno afirmou apresentar doenças relacionadas ao trabalho. Dentre elas lom-balgias associadas ao transporte e mudança de decú-bito de pacientes, bem como a contaminação ocupa-cional por doenças infecciosas, além de apresentar doenças psicossomáticas, cardiovasculares e osteo-musculares com consequente piora da saúde geral23. Tal situação talvez possa ser explicada pela natureza Tabela 3. Repercussões do trabalho noturno na saúde do profissional de enfermagem e sua relação com o estado de saúde.

Montes Claros, MG, Brasil, 2014.

Variáveis Saúde não piorou Saúde piorou Valor P

N % N % Cefaleia frequente Não 38 36,9 22 21,4 0,15 Sim 22 21,4 21 20,3 Falta de apetite Não 54 60,7 35 39,3 0,16 Sim 6 5,8 8 7,8 Insônia Não 37 35,9 25 24,3 0,43 Sim 23 22,3 18 17,5

Assusta-se com facilidade

Não 43 41,7 27 26,2 0,23

Sim 17 16,5 16 15,5

Tremores nas mãos

Não 55 53,4 39 37,9 0,56

Sim 5 4,9 4 3,9

Sente-se nervoso, tenso ou preocupado

Não 30 29,1 18 17,5 0,27

Sim 30 29,1 25 24,3

Problemas do sistema digestivo

Não 45 43,7 35 34,0 0,30

Sim 15 14,6 8 7,8

Tem dificuldade de pensar com clareza

Não 45 43,7 28 27,2 0,20

Sim 15 14,6 15 14,6

Já teve ou tem doença do trabalho

Não 48 46,6 23 22,3 0,00

Sim 12 11,7 20 19,4

Sofreu acidente de trabalho

Não 43 42,2 26 25,5 0,13

Sim 16 15,7 17 16,7

Sente-se pressionado no trabalho

Não 17 16,5 6 5,8 0,05

Sim 43 41,7 37 35,9

Frequentemente sou interrompido no trabalho

Não 34 33,0 14 13,6 0,01

Sim 26 25,2 29 28,2

Faz esforço físico em excesso no trabalho

Não 13 12,6 8 7,8 0,45

Sim 47 45,6 35 34,0

Não consegue se desligar mentalmente do trabalho

Não 18 17,5 7 6,8 0,05

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do serviço desempenhado pela enfermagem, caracte-rizado por cuidado direto ao paciente, realização de ações que exigem grande esforço físico, atividades re-petitivas e monótonas e que podem exigir grande es-forço físico24-25.

Outro fator que foi investigado neste estudo foi o fato de sentir-se pressionado no trabalho, sendo veri-ficada diferença estatisticamente significante (p=0,05) em relação a este fator e à piora da saúde. Tal situação foi anteriormente estudada entre trabalhadores de um hospital da rede pública de ensino, na cidade do Sal-vador (BA), que demonstrou que os estressores ocu-pacionais estão ligados a diversos fatores, como por exemplo, a organização do trabalho com pressão para produtividade, condições desfavoráveis à segurança, indisponibilidade de treinamento, relação abusiva en-tre supervisores e subordinados, falta de controle so-bre a tarefa e ciclo trabalho-descanso incoerente com limites biológicos. Estas circunstâncias impõem ao trabalhador uma demanda física e psicológica a ser enfrentada25.

Dentre os entrevistados que informaram ser inter-rompidos frequentemente no trabalho, foi encontrada diferença estatisticamente significante (p<0,05) em re-lação à piora da saúde. Tal fato pode ser explicado pelo fato de que a ação de cuidar se constitui num pro-cesso complexo contínuo e que não pode ser adiado ou interrompido em várias circunstâncias, denotando a necessidade de um adequado planejamento de re-cursos humanos com possibilidade de concentração para o trabalho26. Dessa forma, o trabalhador da enfer-magem deve ter tranquilidade e oportunidade de con-centração para que possa realizar o seu trabalho de forma adequada.

Já com relação aos trabalhadores que relataram pen-sar no trabalho até na hora de dormir, ou seja, entre aqueles que não conseguem se distanciar do trabalho observou-se diferença estatisticamente significante (p=0,05) em relação à percepção de piora da saúde. Situação semelhante foi observada entre profissionais de enfermagem do Rio Grande do Sul que relatam con-tinuar por um longo período após o seu turno, em es-tado de alerta, sem conseguir desvencilhar-se de suas atividades laborais. Alguns chegam a afirmar que quando estão em casa é como se ainda estivessem no trabalho e acabam esquecendo-se de sua saúde e bem-estar16,25-27.

Avalia-se, então, a importância dos profissionais da enfermagem do noturno poder ter um momento de des-canso durante o trabalho, sendo esse direito resguar-dado pela lei nº 839/201. Esse momento favorece o descanso físico e mental e ajuda a manter o estado de alerta ao longo da noite de trabalho, diminuindo o risco de cometerem erros e minimizarem os danos oca-sionados à saúde pela inversão do período de sono. Além da necessidade de alterações comportamentais, de motivação e conduta para melhoria da qualidade de vida desses trabalhadores5,28.

Neste estudo, contudo, observou um número

sig-nificativo de trabalhadores (41,7%) que relataram piora da saúde no último ano de trabalho noturno e houve significância estatística para o fato de ser pro-fissional da enfermagem. Algumas pesquisas apontam muitas vantagens no trabalho noturno, como por exemplo, ter mais tempo para a família durante o dia e tempo disponível durante o dia para atividades variadas26.

No tocante às variáveis sóciodemográficas direta-mente associadas a essa piora destacaram o aumento da média da idade e do tempo de trabalho na enferma-gem, não necessariamente do trabalho em turnos. Esse dado é interessante, porque se pode inferir que o serviço na enfermagem é potencialmente adoecedor indepen-dente do turno, uma vez que não houve valorização dos sintomas referentes à noite. Dessa, forma quanto maior o tempo de trabalho na enfermagem, maiores as chances de impactos negativos na saúde12.

Tal afirmação sustenta-se no fato das repercussões descritas na Tabela 3 as que realmente tiveram valor estatísticos são, três em quatro, as relacionadas à di-nâmica organizacional das empresas (variáveis: sente-se pressionado no trabalho, frequentemente sou inter-rompido no trabalho, não consigo me desligar mentalmente do trabalho). Essa dinâmica impõe ao trabalhador jornadas de trabalho exaustivas com nú-mero de profissionais insuficientes para as demandas de serviço, metas rígidas a serem cumpridas, valoriza-ção de produtividade, entre outras, independente do turno trabalhado17.

Todos esses dados, considerados estressores ocupa-cionais, estão ainda associado à baixa remuneração, realidade predominante no cenário da enfermagem18, impondo a esse trabalhador estender o exercício de suas atividades para além do seu horário de trabalho, seja de maneira formal com outros vínculos emprega-tícios ou informal. Este ato de prestar cuidados de en-fermagem fora do hospital esteve entre os que tiveram significância estatística na piora da saúde dos profis-sionais entrevistados. Olhando por esse ângulo pode-se inferir, em concordância com outros autores, que a piora da saúde esta intimamente relacionada à neces-sidade de dupla jornada, talvez por isso, não se tenha relacionado apenas o trabalho noturno em si, mas a necessidade de se trabalhar no horário que seria de descanso13,16-17.

Outro fator preponderante é que alguns sintomas são frequentemente citados pelos profissionais, porém não ganharam significância estatística para a piora da saúde, entre eles cefaléia, insônia, dificuldade de pensar com clareza etc. Essa situação pode ser explicada pela pro-vável compreensão pelos trabalhadores de que tais sin-tomas são comuns para quem trabalha durante a noite e, portanto, não caracterizam uma piora da saúde26. Podem estar associados também a outras questões, como características individuais e predisposição a de-terminadas doenças, e não apenas ao turno noturno de trabalho ou ao período de tempo em que o trabalho vem sendo desenvolvido11,26,29.

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Conclusões

Diante dos resultados observados neste trabalho, nota-se que a vida dos profissionais de enfermagem que trabalham à noite é formada por uma série de fato-res positivos e negativos que influenciam diretamente e indiretamente em sua vida pessoal e profissional.

Os resultados desta pesquisa demonstraram que o trabalho na enfermagem influenciou na piora da saúde para aqueles com mais idade, maior tempo de trabalho na enfermagem, entre aqueles que prestam cuidados de enfermagem fora do hospital, os que já tiveram ou têm doença do trabalho, os que se sentem pressionados no trabalho, os que frequentemente são interrompidos no trabalho e os que pensam no trabalho até na hora de dormir.

Contudo, através dos resultados pode-se inferir que não há muita clareza entre os profissionais entrevistados sobre o adoecimento relacionado ao trabalho, uma vez que muitos deles relataram sintomas de desconforto fí-sico, mas não os atribuíram ao trabalho. Tal situação fragiliza este estudo e evidencia que mais pesquisas sobre este assunto são necessárias e a publicação e apresentação dos dados para as equipes de profissionais envolvidos são de grande relevância por proporcionar uma discussão a cerca do fazer profissional, do adoe-cimento que pode estar relacionado a este fazer e das estratégias para minimizar seus efeitos deletérios.

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Endereço para correspondência:

Jaciara Aparecida Dias Santos Rua A, 142 – Alto Bom Jesus Coração de Jesus-MG, CEP 39340-000 Brasil E-mail: jaciarapds@gmail.com

Recebido em 28 de abril de 2015 Aceito em 10 de junho de 2015

Referências

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