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Identificação de táxons de plantas por análise de textura do parênquima

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Academic year: 2021

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Identificac¸˜ao de t´axons de plantas por an´alise de textura do parˆenquima

palic¸´adico

Andr´e R. Backes

Universidade de S˜ao Paulo

Instituto de Ciˆencias Matem´aticas e Computac¸˜ao

S˜ao Carlos - SP

backes@icmc.usp.br

Jarbas J. de M. S´a Junior

Universidade de S˜ao Paulo

Instituto de Ciˆencias Matem´aticas e Computac¸˜ao

S˜ao Carlos - SP

jarbas joaci@yahoo.com.br

Odemir M. Bruno

Universidade de S˜ao Paulo

Instituto de Ciˆencias Matem´aticas e Computac¸˜ao

S˜ao Carlos - SP

bruno@icmc.usp.br

Rosana M. Kolb

Universidade Estadual Paulista J´ulio de Mesquita Filho

Departamento de Ciˆencias Biol´ogicas

Assis - SP

rosanakolb@hotmail.com

Resumo

Este trabalho prop˜oe o uso de m´etodos computacio-nais na an´alise de textura do parˆenquima palic¸´adico, vi-sando obter novas caracter´ısticas anatˆomicas que possam auxiliar a identificac¸˜ao e a delimitac¸˜ao de t´axons. Para tanto, os m´etodos de Matrizes de Co-ocorrˆencia, Descrito-res de Fourier, DescritoDescrito-res de Wavelets, Filtros de Gabor e a Dimens˜ao Fractal, em sua abordagem multi-n´ıveis, foram aplicados em janelas60 × 60 retiradas a partir de imagens histol´ogicas foliares. As assinaturas obtidas foram avali-adas utilizando um classificador linear denominado LDA (Linear Discriminant Analysis). Os experimentos foram re-alizados com oito esp´ecies lenhosas t´ıpicas do cerrado do Estado de S˜ao Paulo, Brasil. Dentre os m´etodos emprega-dos, a Dimens˜ao Fractal apresentou os melhores resulta-dos, com78, 44% de acertos na discriminac¸˜ao dos diferen-tes t´axons avaliados. Isso comprova a viabilidade de se uti-lizar a an´alise histol´ogica acoplada `a an´alise

computacio-nal como ferramenta na identificac¸˜ao e na delimitac¸˜ao de t´axons, sendo a textura do parˆenquima palic¸´adico mais um descritor a ser levado em considerac¸˜ao nesses estudos.

1. Introduc¸˜ao

Dados obtidos a partir de plantas herborizadas e de sua morfologia externa constituem a principal ferramenta para a identificac¸˜ao e a delimitac¸˜ao de t´axons. No entanto, os principais m´etodos utilizados na taxonomia se mostram fa-lhos na resoluc¸˜ao de alguns problemas taxonˆomicos [18]. M´etodos baseados na anatomia, embora n˜ao t˜ao acess´ıveis quanto o uso da morfologia externa, tˆem sido cada vez mais utilizados, com o objetivo de buscar novos caracteres que auxiliem a elucidar os problemas taxonˆomicos [27]. Al´em disso, a identificac¸˜ao/delimitac¸˜ao de t´axons ´e amplamente baseada em caracter´ısticas morfol´ogicas dos ´org˜aos repro-dutivos, os quais nem sempre se encontram presentes nas amostras. Por outro lado, caracteres anatˆomicos podem ser utilizados mesmo quando as amostras se encontram em

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es-tado vegetativo [27]. Padr˜oes de nervac¸˜ao foliar [5, 20], di-ferentes tipos de estˆomatos [18], tipos de tricomas [9], for-mato das c´elulas, presenc¸a/espessura de cut´ıcula, proporc¸˜ao entre parˆenquima palic¸´adico e lacunoso, presenc¸a de teci-dos (como hipoderme), de estruturas secretoras, de cristais etc. [21, 22, 25, 8, 26] tˆem sido utilizados na caracterizac¸˜ao e no entendimento taxonˆomico de diferentes grupos. No en-tanto, outras caracter´ısticas relevantes, como cor, textura e complexidade dos cortes anatˆomicos, tˆem sido desconside-radas.

Embora n˜ao exista uma definic¸˜ao concreta sobre o con-ceito de textura, a mesma ´e facilmente identificada pelo sis-tema visual humano e pela sua riqueza de informac¸˜ao. Tex-turas s˜ao definidas como padr˜oes visuais complexos, em ge-ral compostas por entidades (ou subpadr˜oes), que apresen-tam caracter´ısticas como brilho, cor, inclinac¸˜ao e apresen-tamanho caracter´ısticos [11, 12]. Isso faz da textura um excelente descritor regional, capaz de fornecer informac¸˜oes muito ´uteis para o reconhecimento e interpretac¸˜ao autom´atica de uma imagem por um computador [3].

Este trabalho tem o objetivo de empregar m´etodos com-putacionais de an´alise de textura a partir de imagens his-tol´ogicas dos cortes transversais da superf´ıcie foliar, vi-sando sua poss´ıvel utilizac¸˜ao na identificac¸˜ao e delimitac¸˜ao taxonˆomica. Trata-se de uma proposta inovadora que busca alcanc¸ar um novo descritor a ser utilizado pela taxonomia. Para tanto, foram considerados imagens do parˆenquima palic¸´adico de Byrsonima intermedia A. Juss., Miconia albi-cans(Sw.) Triana, Tibouchina stenocarpa (DC.) Cogn., Vo-chysia tucanorum Mart., Xylopia arom´atica (Lam.) Mart., Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera, Miconia chamis-sois Naudine Jacaranda caroba (Vell.) A. DC., esp´ecies lenhosas t´ıpicas do cerrado do Estado de S˜ao Paulo, Bra-sil.

2. Materiais e M´etodos

2.1. Preparo das Amostras

Para cada esp´ecie considerada, foram obtidos segmentos medianos do semilimbo de folhas completamente expandi-das. Foram escolhidos, ao acaso, cinco indiv´ıduos adultos diferentes, localizados na Estac¸˜ao Ecol´ogica de Assis, As-sis, Estado de S˜ao Paulo, Brasil (22◦33’65” - 22◦36’68”S e 50◦22’29” - 50◦23’00”W). As amostras foram fixadas em FAA70, desidratadas em uma s´erie etan´olica, embebidas em parafina e cortadas em secc¸˜oes de 8µm. As secc¸˜oes trans-versais foram coradas com azul de astra e fucsina b´asica e montadas em entellan. Ao todo, duas imagens de dife-rentes regi˜oes da lˆamina foram obtidas utilizando um mi-crosc´opio trinocular Leica, modelo DM-1000, acoplado a uma cˆamera de v´ıdeo Leica, DFC-280. Depois de adqui-ridas as imagens (com ampliac¸˜ao de 200×), foram

retira-das janelas de 60 × 60 pixels do parˆenquima palic¸´adico (Fi-gura 1). Ao todo, 40 janelas de textura foram adquiridas para cada esp´ecie (Figura 2).

Figura 1. Amostra de Tibouchina stenocarpa e respectiva janela 60 × 60 do par ˆenquima palic¸ ´adico.

2.2. Dimens˜ao Fractal Multi-n´ıveis

O termo complexidade pode ser entendido com uma me-dida do qu˜ao irregular um objeto ´e, ou quanto do espac¸o ele ocupa. Trata-se de um termo amplamente utilizado na Literatura, sendo a Dimens˜ao Fractal a maneira mais utili-zada de quantific´a-la. A Dimens˜ao Fractal (DF ) ´e um va-lor fracion´ario capaz de representar o n´ıvel de ocupac¸˜ao do espac¸o e irregularidade do objeto, diferente da dimens˜ao to-pol´ogica, um n´umero inteiro que define o n´umero de di-mens˜oes do espac¸o onde o objeto se encontra [23, 28].

Dentre os m´etodos existentes para estimar a Dimens˜ao Fractal se encontra o Box-Counting. Esse m´etodo se baseia na sobreposic¸˜ao de um grid de caixas de aresta r sobre uma imagem A ∈ R2 e na contagem do n´umero de quadrados que interceptam a imagem, N (r) (Figura 3) [7, 23, 28]. A Dimens˜ao Fractal ´e obtida a partir da relac¸˜ao entre o tama-nho da caixa utilizada, r, e o numero de caixas contadas, N (r), obedecendo `a seguinte equac¸˜ao:

DF = − lim r→0

log(N (r))

log(r) . (1)

Visando aplicar o m´etodo de Box-Counting em textu-ras, optou-se por utilizar uma vers˜ao multi-n´ıveis do mesmo [2]. Nela, diferentes vers˜oes da imagem original s˜ao gera-das a partir da sua binarizac¸˜ao, sendo a Dimens˜ao Fractal calculada para cada uma dessas imagens. Assim, dada uma imagem de textura A ∈ R2e um conjunto de limiares Li, Li ∈ L, uma imagem bin´aria ALi ´e gerada aplicando uma

transformac¸˜ao δLi: ALi= δLi(A) = ∀a ∈ A  aLi = 0, se a < Li aLi = 1, se a ≥ Li (2) A Dimens˜ao Fractal ´e ent˜ao estimada para cada imagem ALi

DFLi= − limr→0

log(NLi(r))

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(a) (b) (c) (d)

(e) (f) (g) (h)

Figura 2. Janelas 60 × 60 retiradas do par ˆenquima palic¸ ´adico das esp ´ecies: a - B. intermedia, b - M.

albicans, c - T. stenocarpa, d - V. tucanorum, e - X. aromatica, f - G. polymorpha, g - M. chamissois e h - J. caroba.

Figura 3. Divis ˜ao de uma imagem usando o m ´etodo de Box-Counting para diferentes va-lores de r.

resultando em uma assinatura de textura ψ(A)

ψ(A) = [DFL1, . . . , DFLi, . . . , DFLM] i ∈ 1 . . . M, (4)

onde M ´e o n´umero de limiares considerados para a caracterizac¸˜ao da textura.

Uma importante quest˜ao envolvendo o m´etodo de Di-mens˜ao Fractal considerado se refere `a quantidade de n´ıveis de cinza M selecionados para compor a assinatura da ima-gem. Para uma discriminac¸˜ao eficiente de diferentes classes de imagens, ´e necess´ario selecionar um conjunto de n´ıveis de cinza cuja variˆancia entre classes seja m´axima para as amostras estudadas. Para tanto, foi aplicado neste trabalho o m´etodo de Otsu [16, 19], em sua vers˜ao multi-n´ıveis, so-bre o histograma m´edio das imagens, de acordo com as se-guintes regras:

1. Dada uma imagem j, calcule o seu histograma hj(i). Repita esse procedimento para todas as amostras con-sideradas no experimento;

2. Calcule o histograma m´edio, hj(i) a partir dos histo-gramas calculados. Esse histograma m´edio representa a distribuic¸˜ao dos n´ıveis de cinza ao longo das amos-tras;

3. Selecione M n´ıveis de cinza distintos aplicando o m´etodo de Otsu multi-n´ıveis [16, 19] sobre o histo-grama m´edio, hj(i), calculado anteriormente.

2.3. Metodologias comparadas

• Matrizes de Co-ocorrˆencia: s˜ao matrizes que es-timam propriedades de uma imagem relaciona-das `a estat´ıstica de segunda-ordem [6]. Formal-mente, dada uma imagem f (x, y) com um con-junto de G n´ıveis discretos de intensidade, a matriz de co-ocorrˆencia hdθ(i, j) ´e definida tal que cada en-trada na posic¸˜ao seja igual ao n´umero de vezes que as condic¸˜oes das equac¸˜oes abaixo sejam satisfei-tas. Isso resulta em uma matriz quadrada de dimens˜ao igual ao n´umero de n´ıveis de intensidade da igem, para cada distˆancia d e orientac¸˜ao θ. Se essa ma-triz ´e dividida pelo total de vizinhos R(d, θ), torna-se uma matriz de probabilidades pdθ(i, j) de dois pi-xels a uma distˆancia d e orientac¸˜ao θ serem i e j.

f (x1, y1) = i e f (x2, y2) = j (5)

(x2, y2) = (x1, y1) + (d cos(θ), d sin(θ)) (6) Haralick[11] propˆos algumas caracter´ısticas ´uteis que podem ser extra´ıdas a partir das matrizes de co-ocorrˆencia. Neste trabalho foram usadas matri-zes sim´etricas (pares d = 1 e d = −1) e ˆangulos de (0◦, 45◦, 90◦, 135◦). As medidas testadas fo-ram energia, entropia, contraste, correlac¸˜ao, homoge-neidade e valor absoluto.

• Descritores de Wavelet: s˜ao produzidos atrav´es da aplicac¸˜ao da Transformada Wavelet sobre o sinal ori-ginal, o que provoca a decomposic¸˜ao do sinal em duas partes: aproximac¸˜ao (a), contendo a maior parte da

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energia do sinal, e detalhe (d), contendo a energia re-sidual do sinal. Esse processo pode ser repetido para cada aproximac¸˜ao a calculada, gerando assim uma nova decomposic¸˜ao do sinal e uma maior compactac¸˜ao da energia do mesmo na aproximac¸˜ao.

A definic¸˜ao de uma Transformada Wavelet conside-rando um sinal cont´ınuo f (t) ´e dada por:

W (a, b) = Z

f (t)ψa,b(t)dt (7) onde os parˆametros a e b variam continuamente em <, sendo a func¸˜ao ψa,b, chamada Wavelet, definida por: ψa,b(t) = 1 √ aψ  t − b a  (8) Em imagens, a Transformada Wavelet ´e aplicada tanto em linhas quanto em colunas, o que decomp˜oe a imagem em quatro partes (um n´ıvel de aproximac¸˜ao e trˆes de detalhes). Para este experimento utilizou-se a Wavelet de Daubechies 4 (D4) e trˆes n´ıveis de decomposic¸˜ao foram calculados, resultando em nove componentes de detalhe da imagem. Energia e entro-pia foram ent˜ao calculados a partir dessas componen-tes, totalizando um conjunto de 18 descritores de Wa-velet [24, 12].

• Descritores de Fourier: a Transformada de Fourier permite descrever uma imagem a partir de seu espec-tro de freq¨uˆencias. Assim, as diferentes caracter´ısticas presente na imagem s˜ao descritas por diferentes gru-pos de freq¨uˆencias. A Transformada de Fourier ´e defi-nida como: F (u, v) = Z ∞ x−∞ Z ∞ y−∞

f (x, y)e−j2π(ux+vy)dxdy, (9) onde j ´e o n´umero imagin´ario, e f (x, y) ´e a intensi-dade do pixel na posic¸˜ao (x, y) da imagem.

Os descritores de Fourier s˜ao ent˜ao calcula-dos como sendo um vetor de caracter´ısticas con-tendo a energia dos 29 coeficientes mais signifi-cativos da transformada de Fourier. Como as bai-xas freq¨uˆencias est˜ao dispostas no centro da imagem (isso depois de ser realizada uma operac¸˜ao de shif-ting), cada coeficiente corresponde `a soma dos va-lores absolutos do espectro localizados a uma certa distˆancia do centro da imagem transformada [1, 4]. • Filtros de Gabor: o Filtro de Gabor 2-D ´e,

basi-camente, uma func¸˜ao gaussiana bi-dimensional mo-dulada por uma sen´oide orientada na direc¸˜ao θ e freq¨uˆencia W . Neste procedimento, uma fam´ılia de filtros de Gabor ´e convoluida sobre uma ima-gem e cada filtro representa diferentes escalas e

orientac¸˜oes obtidas a partir de uma configurac¸˜ao ori-ginal [17, 13, 14].

Um filtro de Gabor pode ser calculado no dom´ınio do espac¸o ou da freq¨uˆencia, existindo para isso as se-guintes formulac¸˜oes, respectivamente:

g(x, y) =  1 2πσxσy  e− 1 2  x2 σ2x+ y2 σ2y  +2πjW x (10) e G(u, v) = e− 1 2 h (u−W )2 σ2u + v2 σ2v i (11) onde σu= 1/2πσxe σv= 1/2πσy.

Neste trabalho foi utilizado uma fam´ılia de 16 filtros (com 4 rotac¸˜oes e 4 escalas), com uma faixa de freq¨uˆencias entre os valores 0,01 e 0,3, de acordo com o modelo ma-tem´atico apresentado em [17].

2.4. An´alise estat´ıstica utilizando LDA

A classificac¸˜ao das diferentes amostras de texturas foi realizada utilizando o m´etodo de LDA (Linear Discrimi-nant Analysis), um m´etodo estat´ıstico de aprendizado su-pervisionado [10]. Esse m´etodo tem o objetivo de encon-trar uma projec¸˜ao dos dados em um sub-espac¸o linear onde a variˆancia entre as classes ´e maior que a variˆancia dentro das classes.

Seja fj(x) a func¸˜ao densidade da populac¸˜ao j, j = 1, 2, . . . , g, a probabilidade de erros de classificac¸˜ao ´e mi-nimizada de acordo com a seguinte regra de discriminac¸˜ao: para uma dada observac¸˜ao x, calcule o valor de densidade fj(x) para cada populac¸˜ao j, j = 1, 2, . . . , g, e classifique a observac¸˜ao na populac¸˜ao k que apresentar o maior valor para fj(x): fk(x) = arg max{fj(x), j = 1, 2, . . . , g} (12) com fj(x) = − 1 2ln(|Σj|) − 1 2(x − µj) 0Σ−1 j (x − µj), (13) onde µ e Σjs˜ao, respectivamente, o vetor m´edia e a ma-triz de covariˆancia da populac¸˜ao j, j = 1, 2, . . . , g. Detalhes adicionais sobre a formulac¸˜ao matem´atica da func¸˜ao discri-minante s˜ao apresentados em [15].

3. Resultados e Discuss˜ao

Dentre os m´etodos comparados, a Dimens˜ao Fractal em sua abordagem multi-n´ıveis foi o que apresentou os melho-res melho-resultados (Tabela 1). Isso se deve ao fato de que cada

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n´ıvel de cinza selecionado representa onde a homogenei-dade da textura se altera. M´etodos de an´alise de complexi-dade, como a Dimens˜ao Fractal, permitem quantificar a ho-mogeneidade de uma imagem a partir de sua complexidade. Assim, o m´etodo de Otsu multi-n´ıveis combinado com a Dimens˜ao Fractal permite criar uma assinatura capaz de re-presentar as mais relevantes mudanc¸as na complexidade da textura.

M´etodo Taxa de acertos (%) Matriz de Co-ocorrˆencia 77,81

Descritores de Wavelet 60,31 Descritores de Fourier 62,81 Filtros de Gabor 65,31 Dimens˜ao Fractal 78,44

Tabela 1. Comparac¸ ˜ao dos resultados obti-dos para os diferentes m ´etoobti-dos considera-dos.

Figura 4. Desempenho da Dimens ˜ao Fractal `a medida que se varia o n ´umero de n´ıveis de cinza selecionados M . Melhor resultado ob-tido para M = 131, com taxa de acerto de

78, 44%.

A Figura 4 apresenta o desempenho dessa abordagem na delimitac¸˜ao das amostras `a medida que se varia o n´umero de n´ıveis de cinza selecionados M . Nesse estudo prelimi-nar o melhor resultado foi obtido para M = 131, com taxa de acerto de 78, 44%. Esse tipo de abordagem pode ser ´util em estudos que visam identificar/delimitar t´axons que

apre-sentam morfologia interna semelhante entre si, com carac-teres n˜ao distinguidos facilmente pelo olho humano.

A explicac¸˜ao do resultado obtido pelas matrizes de co-ocorrˆencia (77, 81% de acertos), provavelmente ´e devida `as diferenc¸as no tamanho e na distribuic¸˜ao dos cloroplas-tos nas c´elulas do parˆenquima palic¸´adico. Como as matri-zes de co-ocorrˆencia medem justamente a distribuic¸˜ao es-pacial dos pixels a uma certa distˆancia, elas captam a forma como os cloroplastos se distribuem em cada esp´ecie. Al´em disso, dependendo da esp´ecie, as c´elulas em palic¸ada apre-sentam dimens˜oes diferentes e uma disposic¸˜ao espacial que pode ser mais ou menos compacta, o que resulta num te-cido palic¸´adico com caracter´ısticas ´unicas de cada esp´ecie. Sendo assim, ´e poss´ıvel que as matrizes de co-ocorrˆencia fornec¸am resultados ainda melhores se utilizadas em outro conjunto de t´axons, onde haja maiores variac¸˜oes celulares em relac¸˜ao `a disposic¸˜ao espacial.

As demais medidas (Descritores de Wavelet, Descrito-res de Fourier e Filtros de Gabor) apDescrito-resentaram Descrito- resulta-dos inferiores de acertos (Tabela 1) provavelmente por-que o parˆenquima palic¸´adico n˜ao possui caracter´ısticas di-recionais, como linhas horizontais, verticais ou diagonais, como ´e poss´ıvel perceber visualmente. Como esses m´etodos (principalmente Filtros de Gabor e Wavelets) salientam es-sas informac¸˜oes, n˜ao foi poss´ıvel obter os mesmos resulta-dos expressivos obtiresulta-dos pela Dimens˜ao Fractal em sua abor-dagem multi-n´ıveis e pelas matrizes de co-ocorrˆencia.

A identificac¸˜ao/delimitac¸˜ao de t´axons a partir de tecidos, como o parˆenquima palic¸´adico, ´e uma tarefa ´ardua devido `a alta similaridade existente entre amostras de diferentes t´axons e as diferenc¸as presentes dentro de um mesmo t´axon. No entanto, os ´otimos resultados alcanc¸ados com a metodo-logia proposta demonstram que a identificac¸˜ao/delimitac¸˜ao de t´axons por an´alise histol´ogica acoplada `a an´alise com-putacional ´e poss´ıvel e que o parˆenquima palic¸´adico ofe-rece excelentes caracter´ısticas para um determinado t´axon, viabilizando a sua identificac¸˜ao/delimitac¸˜ao. Trabalhos fu-turos, testando essa metodologia na identificac¸˜ao de ou-tros t´axons mais relacionados entre si ou na delimitac¸˜ao de esp´ecies dentro de um determinado gˆenero, por exemplo, poder˜ao esclarecer o seu potencial como ferramenta em es-tudos taxonˆomicos.

4. Conclus˜oes

Este trabalho apresentou uma comparac¸˜ao entre dife-rentes abordagens de extrac¸˜ao de caracter´ısticas de ima-gens vegetais baseada em texturas. A comparac¸˜ao entre os m´etodos foi realizada a partir de experimentos com ima-gens do parˆenquima palic¸´adico de diferentes esp´ecies vege-tais e an´alise estat´ıstica utilizando o m´etodo de LDA.

Dentre os m´etodos comparados, o m´etodo de Dimens˜ao Fractal multi-n´ıveis foi o que apresentou os melhores

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re-sultados. Esse m´etodo se baseia no estudo da variac¸˜ao da complexidade `a medida que se varia os n´ıveis de cinza da imagem, fornecendo assim uma assinatura adequada para a classificac¸˜ao.

A identificac¸˜ao de imagens de origem vegetal, como o parˆenquima palic¸´adico, ´e um empreendimento dif´ıcil de-vido `a similaridade existente entre amostras de dife-rentes esp´ecies e as irregularidades presentes dentro de uma mesma esp´ecie. No entanto, os ´otimos resul-tados alcanc¸ados com a an´alise de sua complexidade demonstram que a identificac¸˜ao de vegetais por an´alise his-tol´ogica ´e poss´ıvel e que o parˆenquima palic¸´adico oferece excelentes caracter´ısticas de uma determinada esp´ecie, via-bilizando a sua identificac¸˜ao.

Acknowledgements

Odemir M. Bruno agradece ao CNPq (Procs. #303746/2004-1 e #504476/2007-6) e a FAPESP (Proc. #06/54367-9). Andr´e R. Backes agradece a FAPESP (Proc. #06/54367-9) pelo apoio financeiro ao douto-rado. Jarbas J. de M. S´a Junior agradece ao CNPq (Proc. #135251/2006) pelo apoio financeiro ao mestrado.

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Referências

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