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O 2º ano de pandemia e os impactos no tecido empresarial Retratos e orientações para a crise

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Academic year: 2021

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Mais de um ano após a declaração de pandemia, os diversos indicadores sobre as empresas revelam ainda incertezas e hesitações sobre a sua evolução no futuro próximo.

Se há uma característica que se destaca imediatamente nesta crise, e que a torna bastante diferente da que vivemos há cerca de uma década, é o enorme desequilíbrio com que a pandemia afetou os diversos setores de atividade. Os setores mais afetados estão a revelar mais dificuldades a diversos níveis, desde a quebra de volume de negócios à redução de empresários que querem apostar em novas empresas destes setores.

Além disso, a análise histórica de crises anteriores indica-nos que muitos dos impactos poderão estar suspensos ou atenuados pelas medidas de apoio do governo e das instituições europeias para mitigar as consequências das medi-das de contenção da pandemia na economia e no tecido empresarial. Insolvências e encerramentos estão entre os fenómenos que deverão estar neste estado de suspensão.

Por outro lado, ficámos também a saber que quase metade das empresas em Portugal estão bem preparadas para enfrentar esta crise, fruto de uma resiliência financeira que lhes dá mais vigor para ultrapassar as atuais dificuldades. O nível de exposição dos diversos setores aos impactos da pandemia e a capacidade das empresas de os enfrentar sugerem que a recuperação será feita a velocidades diferentes, com os setores e as empresas a necessitarem de incentivos também diferenciados e que correspondam à sua situação real, que é o que aqui pretendemos mostrar através de análises sobre as dificuldades que as empresas enfrentam, bem como os seus pontos fortes e que nos transmitem mais otimismo. A prazo, ambos terão reflexos nas dinâmicas de todo o tecido económico.

O 2º ano de pandemia e os impactos no tecido empresarial

RetRatos e oRientações paRa a cRise

abril 2021

Sabemos a forma desigual como esta

crise atua sobre o tecido empresarial.

Caracterizámos essas diferenças

e identificámos onde estão as

empresas que realmente têm mais

probabilidade de sobreviver com

sucesso.

(2)

Impactos e

efeitos desiguais

nos setores de

atividade

As restrições decretadas

para a contenção da

pandemia produziram

impactos muito desiguais

nos diversos setores de

atividade, criando efeitos

também desiguais ao nível

da quebra de atividade e

do volume de negócios, nos

Restrições afetam 194 mil empresas

Quase 200 mil entidades do tecido empresarial atuam em atividades de impacto alto de acordo com o indicador Covid-19 - Grau de impacto setorial, desenvolvido pela Informa D&B. Os impactos são sentidos de forma mais profunda pelos setores com maior exposição aos efeitos das restrições de circulação e atividade das empresas, como Alojamento e restauração, Transportes, Retalho e Serviços Gerais.

impacto da pandemia coVid-19 nos setoRes

Distribuição do número de entidades (Empresas e ENI) por setor de atividade e grau de impacto

março 2021

impacto da pandemia coVid-19 nas Regiões

Distribuição do setor empresarial (empresas e ENI) por região (NUTS II) e grau de impacto setorial

Alojamento e Restauração Transportes Retalho Serviços Gerais Indústrias Grossista

Tec. da Informação e Comun. Construção

Atividades Imobiliárias Serviços Empresariais Agr. e outros recursos naturais Energias e Ambiente 11% 4% 17% 11% 8% 7% 3% 12% 7% 13% 6% 0% 66 15 60 27 17 7 1 -1 -% entidades do tecido empresarial

N.º entidades que atuam em atividades com Grau de impacto alto (Milhares)

100% 61% 39% 26% 16% 58% 39% 55% 6% 17% 48% 35% 17% 48% 35% 69% 28% 3% 100% 95% 5% 80% +194 mil entidades 2% 18% 98% 2% 99%

Alto Médio Baixo

Algarve Reg. Aut. Madeira Norte Reg. Aut. Açores A. M. Lisboa Centro Alentejo 6% 2% 33% 2% 29% 21% 7% 13 5 70 3 53 37 12 % entidades do tecido empresarial

N.º entidades que atuam em atividades com Grau de impacto alto (Milhares)

+194 mil entidades

Alto Médio Baixo

39% 39% 35% 31% 30% 30% 28% 41% 44% 47% 36% 53% 48% 33% 20% 17% 18% 33% 17% 22% 39%

impactos no turismo com consequências

regionais

Os efeitos da pandemia revelaram uma especial incidência sobre as empresas que fornecem serviços relacionados com o turismo. Esta situ-ação mostrou consequências na distribuição regional dos setores com maior impacto. É em regiões com uma forte dependência das ativida-des associadas ao turismo, como o Algarve e a Madeira, que se encon-tram maiores percentagens de empresas em setores com impacto alto.

(3)

crise atinge faturação das empresas

Segundo o ‘Indicador do Impacto Estimado no Volume de Negócios 2020’ da Informa D&B, 60% das empresas poderão ver o volume de negócios decrescer mais de 8%.

Na realidade, uma variação negativa na faturação em 2020 deverá ocorrer em cerca de 80% das empresas. No entanto, em março e abril de 2020 a maioria das empresas viu a sua atividade profundamen-te afetada, quer aquelas que foram diretamenprofundamen-te impossibilitadas de a exercer, quer muitas outras que, apesar de não interromperem a ope-ração, tiveram necessidade de adaptar as suas práticas às novas con-dições, uma adaptação que envolveu grandes reduções de atividade. Se estimarmos que essa redução na atividade corresponde a 8% do volume de negócios e se considerarmos apenas as empresas com um decréscimo superior a esse valor, a percentagem de empresas com que-bras estimadas situa-se nos 60%, valor semelhante em ambas as cri-ses. A maioria das empresas com uma quebra significativa estimada do seu negócio em 2020 atua em setores com impacto alto à pandemia. Pelo contrário, são esperadas variações positivas nas vendas de empre-sas de setores menos expostos à pandemia.

impacto das cRises no Volume de negócios das empResas % de empresas que decrescem o volume de negócios em cada período

impacto estimado no Volume de negócios em 2020 Distribuição das empresas por variação estimada do volume de negócios (%)

2020 / 2019 63% 50% 43% 36% Pandemia COVID-19 PAEF 2012 / 2011 2013 / 2012 2014/ 2013 2019/ 2018 Estimativa 2020 / 2019 Decréscimo superior a -8% 60% 20%

Empresas que decrescem o volume de negócios

31+29+20+8+

31%

5

+

7

H

< -16% Entre -16% e -8% Entre -8% e -2% Entre -2% e 2% Entre 2% e 7% ≥ 7% 29% 20% 8%5% 7% % empresas

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setores com mais impacto agravam atrasos nos

pagamentos

As empresas dos setores de atividade com grau de impacto mais alto são as que têm um número médio de dias de atraso mais elevado face às datas de pagamento acordadas com os fornecedores, registando um aumento superior a 3 dias de atraso entre fevereiro de 2020 e março de 2021. Alojamento e restauração, o setor mais exposto à pandemia, regista um aumento de 6,6 dias de atraso, sendo o setor com mais dias de atraso nos pagamentos aos fornecedores.

Na totalidade do tecido empresarial registou-se um aumento pouco significativo na média de dias atraso, passando de 26 para 27 dias no mesmo período.

atRasos de pagamento das empResas a foRnecedoRes poR gRau de impacto setoRial

Evolução do n.º médio de dias de atraso nos pagamentos por grau de impacto setorial

medidas restritivas penalizam empreendedorismo

A atividade empreendedora em Portugal foi significativamente afetada desde o início da pandemia. O 1º trimestre de 2021 mostra uma quebra de 16,9% face ao período homólogo, mas os setores do Retalho e da Agricultura e outros recursos naturais já registam maior número de no-vas empresas que em 2020, bem como os distritos de Bragança, Viseu, Leiria, Évora e Beja.

A evolução neste período mostra que a criação de empresas é mui-to condicionada pelas medidas restritivas, sofrendo as maiores quedas quando estas são mais severas.

Todos os setores foram afetados na constituição de novas empresas desde o início da pandemia, mas o seu efeito fez-se sentir de forma mais acentuada nos setores com impacto mais alto à pandemia. No 2º semestre de 2020 registou-se já um crescimento de novas empresas

Pandemia COVID-19

Variação mar 21 / fev 20

(dias)

jan 20 fev 20 mar 20 abr 20 jun 20 jul 20 ago 20 set 20 out 20 nov 20 dez 20 jan 21 fev 21 mar 21

23,8 23,7 24,0

26,3 26,0 26,1

28,1

30,5

27,4

Alto Médio Baixo

+3,1 +0,1 +0,3 -15% -78% -70% -49% -13% -19% 4% 3% -15% -16% -16% -37% -25% 42% jan 20 2ª 1º confinamento geral pré-pande-mia Variações homólogas Restrições à circulação e atividade das empresas Restrições à circulação e

atividade das empresas 2º confinamento

-73% -34% -5% -18% -17%

eVolução do nascimento das empResas

(5)

43% das empresas são resilientes

Cerca de 43% das empresas em Portugal têm um nível de Resiliência Financeira Elevado ou Médio-alto, de acordo com o novo indicador de-senvolvido pela Informa D&B. Este facto permite-lhes enfrentar a cri-se económica motivada pela pandemia de forma mais robusta do que as restantes empresas, independentemente da severidade do impacto sentido no setor em que operam.

A resiliência cresce com a dimensão das empresas. As grandes empre-sas e as PME registam uma percentagem de empreempre-sas resilientes sem-pre acima dos 60%, enquanto nas microemsem-presas essa percentagem desce para os 38%.

níVel de Resiliência financeiRa das empResas % empresas por nível de resiliência financeira

11% Elevado Médio-alto Médio Reduzido Mínimo 32% 31% 18% 8% Tecido empresarial

Resiliência

financeira das

empresas será

decisiva na

conjuntura atual

As empresas resilientes

terão maior capacidade para

enfrentar os impactos da

pandemia, mesmo quando

pertencem aos setores mais

afetados.

A Informa D&B criou o

Indicador de Resiliência

Financeira, identificando

onde estão estas empresas,

pois tendem a emergir mais

robustas após as crises,

robustecendo também a

economia do país.

exportadoras são mais resilientes

Nos setores que mais vendem para o mercado externo - e que repre-sentam mais de 90% das exportações - as empresas com negócios com outros países são mais resilientes do que as que vendem exclusivamen-te para o mercado inexclusivamen-terno. A maior diferença verifica-se no setor das Tecnologias de Informação e Comunicação, onde 56% das exportadoras têm resiliência Elevada ou Média-alta, mais 18 pontos percentuais do que as empresas do mesmo setor que vendem só no mercado interno.

Resiliência nos setoRes mais expoRtadoRes % empresas com nível de resiliência elevado ou médio-alto

48% 33% 29% 40% 38% 45% 40% 50% 56% 58%

Exportadoras Empresas que vendem só no mercado interno Indústrias

Grossista

Transportes

TIC

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definições

coVid-19 - gRau de impacto setoRial

Indicador Informa D&B que permite classificar o grau de impacto provocado pelas medidas de contenção da pan-demia em cada setor de atividade (grau de exposição de cada setor à panpan-demia: alto, médio, baixo).

impacto estimado no Volume de negócios em 2020

Indicador Informa D&B que permite estimar para cada empresas o intervalo de variação do seu volume de negó-cios em 2020 face a 2019.

indicadoR de pagamentos – paydex®

Indicador estatístico desenvolvido pela Dun & Bradtreet que avalia o desempenho das empresas quanto ao paga-mento a fornecedores, medindo o número médio de dias de pagapaga-mento além dos prazos acordados.

nascimentos de empResas e outRas oRganizações

Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça até 31 março 2021.

Resiliência financeiRa

Indicador desenvolvido pela Informa D&B , que avalia a capacidade de uma empresa enfrentar um choque exce-cional e não previsto com impacto significativo no seu processo produtivo e comercial, permitindo posicionar cada empresa relativamente ao setor em que se insere.

expoRtadoRas

Empresas com volume de negócios no mercado externo a representarem pelo menos 5% do seu volume de negó-cios ou pelo menos 1 milhão de euros no ano.

Estas análises são relevantes para construir

critérios e orientações nas escolhas e

decisões que vão moldar o futuro próximo

de grande parte do tecido empresarial,

sobretudo numa altura em que serão

decisivos os apoios do Estado e os que virão

da União Europeia.

A capacidade analítica oferece-nos um conhecimento cada

vez mais profundo e sofisticado da realidade das empresas e

das evoluções passadas e expetáveis do tecido empresarial.

A partir do momento em que temos em nosso poder este

conhecimento, temos também a obrigação de o utilizar.

Referências

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