1. Como era o STN em 1988 e como é HOJE.
2. Os Tributos no Brasil: CTB Nacional, Comparação com o Mundo Desenvolvido e Divisão do Bolo Tributário.
3. Os Problemas mais Graves do Nosso Modelo.
4. É Possível Construir um Modelo Tributário Eficiente? Prof. Paulo Henrique Pêgas Alegria!!!
Prof. Edmilson Machado
2019
IPEC – Curso de Analista Fiscal
ESTRUTURA BÁSICA DA COBRANÇA DE
TRIBUTOS NO BRASIL
COMPARAÇÃO 1988
xHOJE:
• IMPOSTOS
eram
70%
da Carga Tributária
(17% do PIB) em 1988...
CTB era 24%
.
• IMPOSTOS
montam
51%
da Carga Tributária
(17% do PIB) em 2017...
CTB é 32,5%
.
Surgiram diversas Contribuições sobre a Receita (COFINS, PIS, CIDE,...) e o lucro (CSLL) das empresas, com o mesmo objetivo final do imposto. Com isso, o STN foi piorando, piorando, piorando... e virou o Manicômio Tributário atual.
DIVISÃO DOS TRIBUTOS:
IMPOSTOS –
Ato do Contribuinte(11 efetivos)
R$ 1.096 bi
(51%)
União:
IR
,
IPI
,
II
,
IOF
e
ITR
.
503
IE
está ativo, mas não tem cobrança.
IGF
foi previsto, mas não regulamentado.
Estados
:
ICMS
,
IPVA
e
ITCMD
488
Municípios
:
ISS
,
IPTU
e
ITBI
105
DIVISÃO DOS TRIBUTOS:
TAXAS –
Ato do ESTADO
R$ 67 bi (3%)• Poder de Polícia
• Serviço Público (Efetivo ou Potencial),
Específico e Divisível.
São cobradas por todos os entes estatais.
Vinculação Jurídica.
TEORICAMENTE
, os recursos deveriam
ser aplicados na prestação do serviço.
CONTRIBUIÇÕES R$ 990
(46%)
(Recursos Direcionados)
5
• De Melhoria (obras públicas) - X
• CPP (INSS + Servid. Federais) - 410
• Parafiscais (FGTS, Sistema S) - 168
. COFINS + CSLL (Seg. Social) - 293
. PIS/PASEP (Min. Trabalho) - 58
. Econômicas (Cide, dois tipos) - 9
• Previdência Estadual e Municipal - 35
• Loterias em geral
- 5
• CIP, CRC, Sindicais, Seguro DPVAT
- 12
578
360
CARGA TRIBUTÁRIA E O CONSUMO
A Carga Tributária Nacional representa 1/3 do PIB. E a tributação sobre o consumo responde por METADE da CTB nacional. São tributos sobre consumo: IPI, ICMS e ISS
PIS + COFINS + CPP s/ Receita
Impostos sobre Com.Exterior (II e IE)
Cide-Combustíveis
IOF sobre crédito e seguros.
A maior parte deles é cobrado POR DENTRO, trazendo um complexo modelo de apuração, controle e informação aos usuários.
RESUMO DO ICMS
Principal imposto cobrado no Brasil, arrecadou quase R$ 450 bilhões em 2017 e tem estrutura básica definida na CF/88 e em Leis Complementares, legislação estadual específica principalmente em relação a alíquotas e incentivos fiscais, confuso modelo misto de cobrança e arrecadação distribuída entre os estados (75%) e os municípios (25%).
A CF/88 DEFINE SUA ESTRUTURA BÁSICA:
• Será Não-Cumulativo (?) e Poderá ser Seletivo;
• Isenção ou Não-Incidência não Transferem Crédito e Anulam Créditos Anteriores;
• Não Será Cobrado nas Exportações; e
• Será Cobrado na Importação de Produtos adquiridos do exterior, mesmo por não contribuintes.
BASE DE CÁLCULO DO ICMS
• Nas operações INICIAIS OU INTERMEDIÁRIAS,ou para comercialização ou industrialização:
(+) Preço de Venda (+) Frete + Seguro
(-) Desconto Incondicional
• Nas operações FINAIS, ou seja, para USO ou CONSUMO:
(+) Preço de Venda (+) Frete + Seguro (+) IPI
ESTRUTURA BÁSICA DO ICMS - ALÍQUOTAS
• Alíquotas interestaduais são definidas pelo Senado Federal e serão aplicadas em todas as operações,
sejam comerciais/industriais realizadas entre contribuintes ou para uso e consumo.
• Estados aplicam alíquotas internas de forma livre, contudo estas não podem ser inferiores às alíquotas interestaduais.
DE PARA
ALÍQUOTA
NORTE
SUL
12%
NORTE
NORTE
SUL
SUL
SUL
NORTE
7%
Alíquota fixa de 4% em todas as operações INTERESTADUAIS com bens e mercadorias importados do exterior que, após o desembaraço aduaneiro:
1. Não tenham sido submetidos a processo de industrialização;
2. Submetidos a processo de industrialização, resultem em mercadorias ou bens com Conteúdo de Importação superior a 40%.
Não são aplicadas nas vendas realizadas para CONSUMIDOR FINAL
ESTRUTURA BÁSICA DO ICMS - ALÍQUOTAS
TRATAMENTO CONTÁBIL DO ICMS
Modelo Brasileiro registra o ICMS no ATIVO (CRÉDITO FISCAL) por ocasião da entrada e no PASSIVO (DÉBITO FISCAL), quando da venda.
Toda compra (seja para industrialização ou revenda) deve ser destacada em duas contas:
1.TRIBUTOS A RECUPERAR 2.ESTOQUE
O valor reconhecido em despesa (alíquota sobre a receita) não representa, em tese, o desembolso no mesmo mês/período.
TRATAMENTO CONTÁBIL DO ICMS
MODELOS TRADICIONAL E “MODERNO”
Compra 3 unidades por R$ 30 cada (R$ 90) e vende 2
unidades por R$ 50 cada (R$ 100). ICMS de 10%
DRE
6.404/76
CPC 30/47
Receita Bruta
100
100
(-) ICMS
(10)
(4)
Receita Líquida
90
96
(-) CMV
(54)
(60)
Lucro Bruto
36
36
COMO SE PAGA PIS+COFINS HOJE...
CRÉDITOS PERMITIDOS
• COMPRAS...
Para revenda + Matéria Prima + Insumos.
• IMOBILIZADO...
Bens novos, utilizados na produção (e imóveis).
• DESPESAS...
Energia Elétrica, Aluguel, Arrendamento, Frete
na Venda, Armazenagem e outras específicas.
Vamos detalhar cada um dos três itens...COMO ERA E A CONFUSÃO QUE FICOU...
Todo mundo pagava 3% de COFINS até 2003. Em FEV/04, foi criado o método Não-Cumulativo para empresas tributadas pelo lucro real, aumentando a alíquota (7,6%), mas permitindo dedução de créditos. E aí, o que aconteceu?A empresa que tinha créditos acima de 60,5% da sua
receita tributada
GANHOU
com a mudança.
A empresa que tinha créditos abaixo de 60,5% da
sua receita tributada
PERDEU
com a mudança.
Quem
GANHOU
, ficou calado. Mas quem
PERDEU
...
15COMO ERA E A CONFUSÃO QUE FICOU...
QUEM
PERDEU
c/ a mudança, reclamou e muito.
Alguns
setores
conseguiram
permanecer
parcialmente no método cumulativo, sendo
tributados no modelo
MISTO
:
Receita da Ativ. Fim CUMULATIVO
Demais Receitas
NÃO-CUMULATIVO
Telecom e Telemarketing;
Transportes, Educação e Saúde;
Serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens; Hotéis, Parques e agências de viagem e turismo; e Outros casos.
COMO ERA E A CONFUSÃO QUE FICOU...
Além disso, existem muitas exceções na longa
legislação
que
regula
as
contribuições
para
PIS/PASEP e COFINS.
Tributação monofásica ou concentrada;
Bases de cálculo e alíquotas diferenciadas;
Enorme lista de itens com alíquota zero, causando
distorção,
confusão
no
modelo
e
enorme
dificuldade
de
gestão,
principalmente
em
empresas menores; e
Incluso no SIMPLES, mas o modelo atual é
bastante prejudicial às ME e EPP.
TRATAMENTO CONTÁBIL PIS e COFINS
O tratamento contábil do PIS+COFINS é idêntico ao tratamento contábil do ICMS, em relação as compras e vendas. Contudo, nas contribuições, há crédito em algumas despesas. A recomendação de registro contábil é a seguinte:
DEB: Despesa de Aluguel (1)
CRED: Caixa 1.000
_______________________________________________________________________________________________________________________ DEB: COFINS a Recuperar
O resultado apresentado no BRASIL
FATURAMENTO BRUTO2.620
. (-) IPI 20%380
. ICMS ST240
RECEITA BRUTA2.000
. (-) DESC. INCONDICIONAIS100
. (-) DEVOLUÇÃO DE VENDAS-RECEITA BRUTA (LÍQUIDA)
1.900
. (-) ICMS - 18%
342
. (-) ISS-. (-) PIS e COFINS - 9,25%
176
RECEITA LÍQUIDA
1.382
DRE
OCULTO
NOTAS
COMO SE TRIBUTA O LUCRO NO BRASIL
MEI – até R$ 81 mil...
SIMPLES – até R$ 4,8M...
Lucro Presumido – até R$ 78M. Lucro Real – Sem Limite de RB.
Aqui se exige REGIME DE COMPETÊNCIA...
Alíquota Combinada de IR+CSLL de 34%
SIMPLES L.PRESUMIDO L.REAL
IMUNES
74,8%
17,9%
2,5%
4,8%
DADOS DE 2014 (RFB) - 4.395 mil Empresas
O SIMPLES NACIONAL é uma ótima ideia, juntando diversos tributos em um único recolhimento. Mas, com destinações e donos diferentes, os tributos precisam ser divididos. Por ex. um mercadinho c/ RB na faixa de R$ 75 mil/mês, (R$ 900 mil/ ano), pagaria SIMPLES assim:
• Bebidas e Perfumaria Alíq. 4,18% (sem ICMS, PIS e COFINS)
• Em torno de 2/3 das vendas Alíq. de 5,45% (sem ICMS)
• Demais mercadorias Alíquota de 8,2%
Será que dá para ter esse nível de controle?
COMPLEXIDADE DO SIMPLES
21
Receita Bruta ALÍQ. IRPJ+CSLL PIS+COFINS CPP ICMS
Mesmo que fizesse a segregação, o mercadinho seria prejudicado, pois o modelo de ST foi estruturado pensando nas empresas de grande porte.
Ex:
Indústria vende salgadinho (MVA de 50%) p/ o mercadinho por R$ 100, c/ ICMS de R$ 9 cobrado como ICMS ST (aliq. 18%), passando o produto a custar R$ 109.O mercadinho vendendo pelo preço sugerido R$ 150, deixou de pagar ICMS dentro do SIMPLES de R$ 4,13, mas arcou, na verdade, com o imposto de R$ 9, cobrado no modelo de ST. Pagou alíquota de ICMS de 6% em vez de 2,75%.
Mesmo vendendo mais caro (R$ 200 por exemplo), pagou mais do que pagaria (R$ 5,50).
COMPLEXIDADE DO SIMPLES
O STF E A COBRANÇA DE TRIBUTOS SOBRE TRIBUTOS • ICMS, PIS e COFINS são cobrados POR DENTRO.
• Empresas entraram na justiça pedindo para retirar o ICMS da base de cálculo das contribuições para PIS e COFINS.
• O STF, depois de mais de uma década de discussão, finalmente se posicionou em MAR/17 dando ganho de causa para as empresas, com REPERCUSSÃO GERAL.
• A PGFN recorreu em OUT/17. Até o momento, o STF não julgou os embargos apresentados e não modulou sua decisão, ou seja, não definiu o alcance e os detalhes.
• A RFB mantém a legislação em vigor, cobrando PIS e COFINS sobre o valor total da receita, incluindo o ICMS. Publicou solução de consulta, para quem já tem decisão judicial, direcionando o cálculo para o valor apurado no final de cada mês, ao contrário do entendimento da maioria das empresas. • Veja exemplo numérico a seguir:
UM OLHAR CONTÁBIL SOBRE A DECISÃO DO STF
Admita que a Cia. Z (Lucro Real) precise vender seu produto por R$ 1.000. Considerando a legislação atual, em vigor, os tributos que devem ser incluídos no preço são:
PIS de 1,65% e COFINS de 7,6% ICMS de 18%
Então, o preço de venda será obtido da seguinte forma:
24
• Tributos (ICMS, PIS e COFINS) = 27,25% • Valor do Produto = 72,75% • 1.000,00 / 0,7275 = R$ 1.374,57 – Preço de Venda BASE DE CÁLCULO : R$ 1.374,57 ICMS – 18% R$ 247,42 COFINS – 7,6% R$ 104,47 PIS – 1,65% R$ 22,68 REC. BRUTA 1.374,57 (-) ICMS (247,42) (-) PIS+COFINS (127,15) REC. LÍQUIDA 1.000,00
UM OLHAR CONTÁBIL SOBRE A DECISÃO DO STF Supondo que o ICMS não integre as bases de PIS+COFINS, teríamos que calcular primeiro as contribuições e depois o ICMS.
25
• Tributos (PIS e COFINS) = 9,25% • Valor do Produto (sem ICMS) = 90,75%
• 1.000,00 / 0,9075 = R$ 1.101,93 ==> BASE PIS e COFINS
REC. BRUTA 1.343,82 (-) ICMS (241,89) REC. LÍQ. 1.101,93 (-) PIS+COFINS (101,93) REC. LÍQUIDA 1.000,00 • ICMS = 18% • Valor do Produto = 82% • 1.101,93 / 0,82 = R$ 1.343,82 – Preço de Venda
TRIBUTO
BC
ALIQ. VALOR
PIS
1.101,93
1,65% 18,18
COFINS 1.101,93
7,60% 83,75
UM OLHAR CONTÁBIL SOBRE A DECISÃO DO STF
Na essência, ao desconsiderar o ICMS nas bases de PIS+COFINS, o preço de venda mudaria. Veja como ficaria a tabela (DRE nas duas situações):
Portanto, o correto, tecnicamente falando, seria RESSARCIR ao consumidor final pela retirada do ICMS das bases de PIS e COFINS. Como isso torna-se impossível, contabilmente falando,
O STF DEVERIA MODULAR A MUDANÇA A PARTIR DE 2019.26
DENTRO FORA DIF.
RECEITA BRUTA (1) 1.374,57 1.343,82 30,75
.ICMS - 18% 247,42 241,89 5,53
RECEITA. BRUTA (2) 1.127,15 1.101,93 25,22
.PIS+COFINS - 9,25% 127,15 101,93 25,22
RECEITA LÍQUIDA 1.000,00 1.000,00