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O Agendamento de Temas Regionais nos Diários Impressos de Ponta Grossa (PR)

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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo 16º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo FIAM-FAAM / Anhembi Morumbi – São Paulo – Novembro de 2018

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O Agendamento de Temas Regionais nos Diários

Impres-sos de Ponta Grossa (PR)

Edilene dos Santos Ogura1

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Resumo: Como os jornais diários impressos de Ponta Grossa (PR) agendam acontecimentos dos municípios vizinhos? Esta é a pergunta que o presente artigo se propõe a responder. Para isso, como base teórica, estão sendo aplicados conceitos de agenda-setting e critérios de noticia-bilidade. A pesquisa empírica foi realizada nos dois jornais de Ponta Grossa (Diário dos Cam-pos e Jornal da Manhã), analisando capa e páginas internas de notícia de uma semana comCam-posta, entre os meses de setembro e outubro de 2017. Ao todo, foram coletadas cinco edições de cada periódico, resultando em 67 chamadas de capa e mais 196 textos das demais páginas do DC e 48 chamadas de primeira página e 141 matérias do JM. Os resultados demonstram que a regio-nalização editorial não faz parte da agenda midiática dos referidos periódicos, uma vez que o DC dedicou pouco mais de 10% de seu espaço para as notícias regionais e o JM, 5%.

Palavras-chave: Agendamento Temático; Critérios de Noticiabilidade; Região dos Campos Gerais; Jornal da Manhã; Diário dos Campos.

1.

Introdução

O presente artigo é resultado de pesquisa sobre jornalismo regional que tem como objetos de estudo os dois jornais diários de Ponta Grossa (PR): Diário dos

Cam-pos e Jornal da Manhã. O objetivo é verificar e entender como os jornais diários

im-pressos de Ponta Grossa agendam acontecimentos dos municípios da Região dos

1 Jornalista, estudante do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Jornalismo da Universidade Estadual

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2 pos Gerais do Paraná. O fio condutor do estudo fundamenta-se em duas correntes teóri-cas: agenda-setting (ou agendamento temático) e critérios de noticiabilidade. Já a pes-quisa empírica tem como base metodológica a análise do conteúdo produzido (ou veicu-lado) pelos dois jornais.

A chamada Região dos Campos Gerais - como é conhecida popularmente – tra-ta-se da mesorregião geográfica centro-oriental paranaense, que tem como cidade-polo Ponta Grossa. De acordo com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes)2, que toma como base os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14 municípios formam esta mesorregião: Imbaú, Ortigueira, Reser-va, Telêmaco Borba, Tibagi, Ventania, Arapoti, JaguariaíReser-va, Piraí do Sul, Sengés, Ca-rambeí, Castro, Palmeira e Ponta Grossa. No entanto, a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG)3 considera mais cinco cidades, além das citadas pelo Ipar-des/IBGE: Curiúva, Ipiranga, Ivaí, Porto Amazonas e São João do Triunfo. Os jornais, por sua vez, vão além e acrescentam outros municípios, como mostram os materiais produzidos por eles para divulgação.

No caso do JM essa abrangência regional pode ser considerada pela publicação do Anuário Caminhos dos Campos Gerais4, que em 2017 chegou à sua oitava edição.

Além dos 19 municípios já citados, este periódico também inclui na região Cândido de Abreu, Fernandes Pinheiro, Imbituva, Irati, Prudentópolis, Rebouças e Teixeira Soares. Já o DC – conforme o Anuário Terra de Riquezas, publicado em 2017 – exclui Curiúva como município dos Campos Gerais, mas acrescenta aos dados oficiais do Ipar-des/IBGE e da AMCG outros quatro municípios: Guamiranga, Irati, Prudentópolis e Teixeira Soares.

Foi com base nesse “mapa” que a pesquisa foi realizada, com o intuito de des-cobrir se os municípios citados pelos mídia de Ponta Grossa como integrantes da Região dos Campos Gerais são representados nas páginas dos jornais e, em caso afirmativo, de que forma isso ocorre. Ou seja, como os periódicos ora analisados agendam os

2 Disponível em www.ipardes.pr.gov.br. Acesso em 16 ago.17. 3 Disponível em www.amcg.com.br. Acesso em 26 jan.2018.

4 Disponível em

http://arede.info/jornaldamanha/cotidiano/167359/JM-E-AREDE-LANCAM-NA-SEGUNDA-FEIRA-A-8-EDICAO-DO-ANUARIO-CAMINHOS-DOS-CAMPOS-GERAIS. Acesso em 26 jan.2018.

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3 pios em suas páginas e quais os temas costumam levar uma cidade da região a se tornar notícia.

Para o desenvolvimento da pesquisa, foi coletada uma amostra de cinco edi-ções de cada jornal, durante uma semana composta, entre os meses de setembro e outu-bro de 2017. No DC, foram analisadas 67 chamadas de capa e mais 196 textos das pági-nas interpági-nas. No JM, a coleta resultou em 48 chamadas de primeira página e mais 141 textos jornalísticos.

2. Referencial Teórico

Por que determinados acontecimentos se transformam em notícias e outros não? Segundo Silva M. P. (2014, p. 26-29), com base em Gans (2004), quatro principais grupos formam a classificação para responder a esta pergunta. O primeiro grupo é o centrado nos jornalistas – prática do Gatekeeping, ou seja, os acontecimentos passam pelos chamados portões, que são os jornalistas em suas mais diferentes funções dentro dos periódicos. O segundo grupo são as rotinas de produção, em que os produtores de notícia estão sujeitos ao sistema organizacional, procedimentos de rotina e objetividade. O terceiro grupo são os eventos noticiáveis, em que os acontecimentos é que determi-nam a escolha. O quarto e último grupo elencado pelo autor são as forças oriundas do exterior das organizações jornalísticas, como determinismos tecnológicos ou de cunho econômico. “Cada uma dessas alternativas de explicação ao processo de seleção notici-osa possui certo grau de verdade ou validade”. (SILVA, M. P., 2014, p. 29). De acordo com o autor, os quatro grupos, de alguma maneira, possuem aspectos dos critérios de noticiabilidade, onde estão inseridos os processos de seleção e valores-notícia.

Segundo Shoemaker (2014, p. 16, grifo no original), “noticiabilidade é um constructo cognitivo, um julgamento feito pelos seres humanos” e, neste sentido, os acontecimentos são inclusos nos critérios de noticiabilidade por serem desviantes, signi-ficantes ou ter essas duas formas ao mesmo tempo. Para Silva, M. (2014, p. 31), dentro dos critérios de noticiabilidade estão a seleção noticiosa e os valores-notícia e o desvio é o “padrão clássico da seleção noticiosa”. “[...] os valores-notícia, entendidos como pa-râmetros que levam um determinado acontecimento a ser selecionado como noticiável

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4 [...] estabelecem-se atrelados a um padrão clássico de ruptura a uma ordem social ante-riormente estabelecida”. (SILVA, M. P., 2014, p. 31).

Silva, G. (2014) cita três conjuntos que compõem os critérios de noticiabilida-de. O primeiro deles é a origem dos fatos, caracterizado pelos valores-notícia; o segun-do é o tratamento segun-dos fatos, ou seja, a seleção hierárquica segun-dos acontecimentos (incluin-do aí as rotinas de produção, a organização, etc); e a visão (incluin-dos fatos, que inclui a ques-tão ética, filosófica e epistemológica do jornalismo. “Esses conjuntos, com certeza, não funcionam de modo isolado. Na prática da produção noticiosa, todos esses critérios va-riados de noticiabilidade atuam concomitantemente” (SILVA, G., 2014, p. 53).

A necessidade de se pensar sobre critérios de noticiabilidade surge diante da constatação prática de que não há espaço nos veículos informativos para pu-blicação ou veiculação da infinidade de acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia. Frente a um volume tão grande de matéria-prima, é preciso estratificar para escolher qual acontecimento é mais merecedor de adquirir existência pública como notícia (SILVA, G., 2014, p. 54).

Molotch e Lester (1999) dizem que os critérios de noticiabilidade estão relaci-onados diretamente à construção de um acontecimento, que só se torna público ao pas-sar por três agências, cada qual contribuindo em alguma medida para essa construção. Essas agências são: 1. Promotores de notícia (fontes), 2. News assemblers (jornalistas) e 3. Consumidores de notícias (leitores, telespectadores).

Os autores destacam que os promotores têm interesse em promover certas ocorrências, ao mesmo tempo em que tentam resguardar outros acontecimentos para que não se tornem públicos. Todavia, Molotch e Lester (1999) lembram que não basta que-rer promover um acontecimento, é preciso ter acesso aos jornalistas e/ou aos meios de comunicação. A acessibilidade pode ser dividida em três tipos: acesso habitual (nor-malmente fontes oficiais), acesso disruptivo (fontes que querem ter acesso habitual, mas não têm e, por isso, criam conflitos) e acesso direto (próprio jornalista promove o acon-tecimento). Com a profissionalização das assessorias de comunicação, os acessos habi-tual e disruptivo parecem ter se tornado mais eficazes e facilitados.

Por outro lado, Hall et al (2014, p. 229) consideram que as pressões da rotina jornalística somadas às exigências de imparcialidade e objetividade fazem com que haja um “exagerado acesso sistematicamente estruturado aos media por parte dos que detêm

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5 posições institucionalizadas privilegiadas”, ou seja, facilitam o acesso de fontes oficiais aos meios de comunicação, fortalecendo, de acordo com Molotch e Lester (1999), a manutenção do status quo.

Os jornalistas, que formam o segundo grupo, segundo Molotch e Lester (1999), trabalham para verificar o valor de uma história, ou seja, aplicar os critérios de noticia-bilidade sobre os acontecimentos que chegam ao seu conhecimento. Por causa da con-corrência com os demais veículos de comunicação, muitas vezes é nesse processo que ocorre o interagendamento ou o agendamento midiático. “Os jornalistas validam seu senso de notícias observando o trabalho de seus colegas. [...] O resultado desta rotina, as observações contínuas e a resultante influência intermídia é uma agência noticiosa mui-to redundante”. (MCCOMBS, 2009, p. 179). Segundo McCombs (2009, p. 181), a defi-nição da agenda da mídia está baseada em três elementos-chave: “as principais fontes que fornecem a informação para as matérias, outras organizações noticiosas, e as nor-mas e as tradições do jornalismo”.

3. Percurso metodológico

Para a realização deste estudo, foram aplicados métodos de pesquisa quantita-tiva, através da análise de conteúdo, e de pesquisa qualitaquantita-tiva, com base na análise de cobertura jornalística e dos conceitos do referencial teórico. Primeiro, as bases teóricas fundamentaram a criação de variáveis para a formatação do livro de códigos para a rea-lização da análise de conteúdo (Bardin, 1977). A partir das leituras, foi possível estabe-lecer o que se estava procurando ao analisar as notícias.

A pesquisa foi aplicada sobre uma amostra de cinco edições do Diário dos

Campos e cinco do Jornal da Manhã, selecionadas conforme o critério “não

probabilís-tico de semana composta” (AGNEZ, 2011, p. 29), e o período analisado foi escolhido com o intuito de coincidir com o material coletado para a dissertação. Os dois jornais circulam de terça-feira a sábado e foram verificadas para esta pesquisa as seguintes edi-ções de ambos: terça-feira (5 de setembro de 2017), quarta-feira (13 de setembro de 2017), quinta-feira (21 de setembro de 2017), sexta-feira (29 de setembro de 2017) e sábado (7 de outubro de 2017).

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6 Tanto nas primeiras páginas quanto nas demais, foram excluídos da análise os anúncios (comerciais ou publicitários). Nas páginas internas, foram analisadas as edito-rias com teor jornalístico, isto é, optou-se por excluir as colunas sociais, cadernos de classificados e imóveis, e suplementos com matérias de comportamento e moda (Find!, no caso do DC, e Urbe, no JM).

Além das chamadas de capa, todas as matérias das editorias Política, Panora-ma, Economia, Cidades, Esportes, Geral e Variedades do Diário dos Campos e as pági-nas de Política, Dinheiro, Cotidiano, Bola e Mix do Jornal da Manhã foram averigua-das. Cada um dos jornais mantém diariamente uma página com conteúdo opinativo e, para esta pesquisa, apenas os editoriais foram incluídos na análise. No JM, esta editoria recebe o nome de Espaço Público e ocupa a página 2. Além do editorial, também inte-gram esta página a Coluna Informe JM (que não é assinada), uma charge e um espaço para artigos denominado Debates. No DC, a página de Opinião também é a 2 e abriga Editorial, Artigo, Carta do Leitor, Charge e Flagra. É nessa mesma página dos dois veí-culos de comunicação que também se encontra o Expediente.

Optou-se por restringir a pesquisa no material jornalístico opinativo apenas ao editorial porque este texto costuma ter um tamanho médio e com certa frequência abor-da temas relacionados à região. Já os demais espaços abor-da página expõem conteúdos ge-néricos, nem sempre relacionados à realidade local e regional e, se acrescentados à pes-quisa, poderiam resultar em dados estatísticos equivocados.

Entre as variáveis relacionadas ao conceito de agenda-setting, podem se consi-derar a questão da fonte, da origem da matéria, do tema e da posição na página – crité-rios que foram estabelecidos no livro de códigos.

O agendamento é uma teoria sobre a transferência de saliência das imagens da mídia sobre o mundo às imagens de nossas cabeças. A ideia teórica central é que os elementos proeminentes na imagem da mídia tornam-se proeminen-tes na imagem da audiência (MCCOMBS, 2009, p. 111).

Dessa forma, a posição de um texto pode estar relacionada à saliência que o meio de comunicação dá ao mesmo. Por exemplo, um texto que abre uma página, pos-sui foto, box e outros elementos é mais atraente ao leitor que uma nota, no canto es-querdo da página. “Na sua seleção diária e apresentação das notícias, os editores e

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7 tores de redação focam nossa atenção e influenciam nossas percepções naquelas que são as mais importantes questões do dia”. (MCCOMBS, 2009, p. 17-18). Na capa do jornal, essa hierarquização é ainda mais evidente, já que só ganham este espaço as notícias consideradas mais importantes da edição. “A matéria principal da p. 1, a página de capa

versus a página interior, o tamanho do título, e mesmo o tamanho de uma matéria

co-municam a saliência dos tópicos da agenda noticiosa” (MCCOMBS, 2009, p. 18). Para a análise da capa, foram aplicadas 15 variáveis, entre elas o formato da chamada (manchete, com foto, sem foto, chamada-título, etc.), a posição na página, o município, o tema da matéria e o elemento selecionador. As categorias de elemento se-lecionador foram definidas com base nos critérios de noticiabilidade elaborados por Shoemaker (2014).

Acontecimentos podem ser estatisticamente desviantes (incomuns, insólitos), normativamente desviantes (quebras de leis e normas) e /ou possuir um teor de desvio que envolva as mudanças sociais (revoluções, legislações contro-versas, líderes carismáticos, etc). Eventos e coberturas midiáticas que possu-em significância social envolvpossu-em a política (ações legislativas, por expossu-emplo), a economia (quando os lucros das corporações estão baixos), a cultura (o de-clínio de um teatro local) e o bem-estar social (se a vacina contra a gripe é ineficiente) (SHOEMAKER, 2014, p. 16).

Já para a análise das páginas internas foram consideradas 25 variáveis, entre as quais: formato (nota, reportagem, editorial, etc.), editoria, tamanho – pelo número de parágrafos, conforme Cabrera (2001) –, presença ou ausência de box, presença ou au-sência de foto, autor, suposta origem da matéria (jornalista da redação, assessoria ou agência), município, tema, enquadramento (episódico, personalista, temático, interpreta-tivo), abrangência, tipo e origem da fonte.

A coleta resultou num corpus de 67 chamadas de capa no DC e 48 no JM, além de 196 textos nas páginas internas do Diário dos Campos e mais 141 no Jornal da

Ma-nhã. Essa diferença entre um e outro deve ser considerada pelo fato de que ambos não

possuem o mesmo formato/tamanho. O Diário dos Campos circula no formato standard (56 x 62 centímetros) enquanto seu concorrente, o Jornal da Manhã tem formato

berli-ner (40 x 24,4 centímetros). O número de páginas de conteúdo jornalístico é

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8 Nas cinco edições do DC verificadas, apenas o município de Castro – além de Ponta Grossa, sede dos dois diários – foi citado em uma primeira página. Nas páginas internas, foram contabilizados 24 textos que tratam de cidades no entorno de Ponta Grossa. No JM, três chamadas tinham especificação de municípios da região, enquanto oito textos nas páginas internas nas cinco edições tratavam de assuntos de outras cida-des dos Campos Gerais, que não Ponta Grossa.

4. Resultados da análise

4.1 Análise das capas

Apenas o município de Castro (distante 40 quilômetros de Ponta Grossa) foi ci-tado na primeira página pelo Diário dos Campos durante o período analisado (TAB. 1). Trata-se de uma chamada-título no centro da segunda dobra com teor político-institucional: “TCE alerta Castro para despesas com pessoal”, publicada no dia 13 de setembro. Outras 15 chamadas publicadas pelo DC tinham cunho genérico, mais abran-gente, ou seja, não específico a um município. Por exemplo, “Prazo do PERT é prorro-gado, mas exige atenção” (05/09/2017). Trinta e duas chamadas de capa eram relacio-nadas diretamente a Ponta Grossa, com o nome da cidade – seja no título ou no texto de apoio –, ou com possibilidades claras de identificação de que se trata de Ponta Grossa. Exemplo: “Rangel lança programa para ampliar receita” (05/09/2017). Marcelo Rangel é o prefeito da cidade. Já nas demais 19 chamadas não foi possível identificar o municí-pio de origem. Exemplo é a chamada-título: “Menino fere o pescoço com cerol de pipa” (05/09/2017).

É possível perceber que o DC abre espaço em suas páginas internas para o conteúdo da região, porém esse mesmo espaço não está claramente presente nas capas. Um dos casos que mais chama a atenção é a reportagem “Feira leva tecnologia ao homem do campo”, publicada no Caderno Agribusiness do dia 7 de outubro e que se refere a um evento realizado na cidade vizinha de Carambeí. A reportagem, produzida por uma jornalista da casa, ocupa toda a metade superior da página que abre o suplemento, conta com um box e três fotos – sendo duas delas produzidas por fotojornalistas do DC (conforme os créditos). Reportagens dessa natureza especificam algo que Varjão (2008) denomina de “jornalismo máximo”, ou seja, é quando fica

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9 demonstrado no produto jornalístico o esforço do jornalista em valorizar o assunto noticiado, utilizando textos maiores em relação aos demais dispostos na página, intertítulos, boxes, imagens fotográficas, gráficos, infográficos, tabelas, etc. O jornalismo mínimo, por outro lado, são os textos mais curtos e que não contam com outros elementos adicionais. “Em outros termos, ‘jornalismo máximo’ é um parâmetro simbólico construído a partir do pressuposto de que todo conjunto tem suas representações máxima e mínima”. (VARJÃO, 2008, p. 44). Em contrapartida, a autora ressalta que jornalismo máximo não é sinônimo de qualidade da informação, “mas que evidencia o grau de importância que os produtores de notícia atribuem – ou querem atribuir – a essa ou àquela manifestação”. (VARJÃO, 2008, p. 44). No entanto, mesmo com elementos de jornalismo máximo, a notícia sobre a feira de Carambeí não foi referenciada na capa do dia.

No JM, das 48 chamadas de primeira página publicadas na semana analisada, três estão nitidamente especificadas que se relacionam a assuntos de municípios da regi-ão. São elas: “Morte de professora – PM localiza motorista e caminhão”, publicada no dia 05 de setembro, em que no texto que acompanha o título e a foto, consta que o ca-minhão foi encontrado em Castro; “Sobrinho de vereador é morto e queimado”, publi-cada em 21 de setembro, no qual o texto aponta que o caso se refere a Carambeí; e “Evento começa hoje em Carambeí”, também publicada no dia 21 de setembro. Estas duas chamadas não possuem foto.

Outras cinco chamadas analisadas no JM tratam de temas abrangentes, sem re-lação específica com algum município (Tabela 1). Por exemplo, “Economia cresce 1,6% e Paraná sai da recessão”, publicada em 13 de setembro. Em duas chamadas coletadas no período não foi possível identificar a cidade do fato. Um exemplo é a chamada-título “Colisão entre ônibus e carro tem seis feridos”, publicada no dia 13 de setembro.

Tabela 1 - Chamadas de capa

Diário dos Campos Jornal da Manhã

Número de chamadas sobre Ponta Grossa

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Número de chamadas sobre cidades do entorno de Ponta Grossa

1 3

Número de chamadas com assuntos genéri-cos/abrangentes

15 5

Número de chamadas sem possibilidade de identifica-ção do município

19 2

Total 67 48

Fonte: AUTORES, 2018

4.2Análise das páginas internas

Na semana composta selecionada para esta análise, o DC publicou 196 textos noticiosos – média de quase 40 por edição. Deste total, 134 matérias eram de assuntos de Ponta Grossa – o equivalente a quase 70% - e 35 (quase 18%) sem relação com al-gum município, ou seja, eram sobre temas genéricos (medidas do governo federal, por exemplo). Outros 24 (12%) textos abordavam acontecimentos de cidades da região (TAB. 2). O município que mais apareceu foi Carambeí, com um total de seis textos, seguido por Castro e Palmeira, com cinco citações cada. Tibagi foi citado três vezes e Piraí do Sul duas vezes, enquanto Imbituva, Arapoti e Irati foram mencionados em um texto cada. Ainda apareceram na amostra textos relacionados com Curitiba, Araucária e Londrina, que não fazem parte da Região dos Campos Gerais, e até do Rio de Janeiro (RJ).

O tema mais recorrente nos textos sobre a região é violência/segurança, presen-te em sepresen-te matérias. Economia aparece em segundo, em cinco presen-textos.

Outro ponto a se destacar na análise é a origem dos textos. No DC, percebe-se uma predileção por textos prontos, enviados por meio de release, já que um terço das matérias são oriundas de assessoria. Para chegar a esse resultado, a coleta de dados le-vou em consideração a assinatura/crédito do texto (alguns deles aparecem assinados como ‘Das Assessorias’).

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11 No entanto, o volume de matérias oriundos das assessorias pode chegar à me-tade dos textos sobre a região publicados no período, uma vez que parte dos textos ava-liados não citava a origem. Para se descobrir a possível origem desses textos, na coleta de dados optou-se por compará-los a matérias publicadas no próprio site do jornal, em outros meios de comunicação ou aos sites de órgãos oficiais, como Prefeituras. Pelo fato de esta autora já ter atuado como jornalista no DC e conhecer a rotina da referida reda-ção, a tarefa de fazer esta checagem pode ter sido considerada simples.

Se no DC a quantidade de textos sobre a região chega a 12%, no JM essa por-centagem cai ainda mais. Nas cinco edições analisadas, somente 5,6% das 141 matérias analisadas, eram sobre municípios dos Campos Gerais. Destas oito matérias, três eram sobre Carambeí, duas sobre Jaguariaíva, uma sobre Castro, uma de Piraí do Sul e uma de Telêmaco Borba. Já as matérias sobre Ponta Grossa correspondem a 74% do total (105) e 25 matérias – o equivalente a 17% - tratavam sobre assuntos genéricos, abran-gentes. O JM ainda trouxe textos cujos municípios não foram identificados e também sobre Curitiba.

Diferente do DC, em que fica evidente a preferência por dois temas (violên-cia/segurança e economia) – como mostra a Tabela 2 –, no JM a distribuição de temas aparece mais equilibrada. Por outro lado, houve dificuldade em confirmar a (possível) origem da matéria, uma vez que somente os textos que abrem as páginas são assinados com o nome do jornalista ou como ‘Da Redação’. Mesmo assim, houve o esforço para identificar a origem das matérias, seja confrontando-as com as publicadas no Portal

ARede, que pertence ao mesmo grupo empresarial do JM, ou observando sites de

prefei-turas e outros veículos de comunicação. Através deste exercício, constata-se que dos oito textos da região publicados no JM durante o período analisado, a maior parte teria sido produzida dentro da redação. Na maioria das matérias consta citação de fontes – apenas duas não possuem fontes (Tabela 2).

Tabela 2 - Aspectos das notícias publicadas sobre a região

Diário dos Campos – nº de matérias

Jornal da Manhã – nº de matérias

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FORMATO Nota – 13

Reportagem – 4

Reportagem com foto – 2 Reportagem com foto e box – 2

Fotolegenda – 3

Reportagem – 5

Reportagem com foto e box – 3 EDITORIA Geral – 8 Política – 1 Esportes – 3 Cidades – 8 Economia – 1 Agribusiness – 3 Política – 2 Cotidiano – 5 Vamos Ler - 1

POSIÇÃO Quadrante inferior esquerdo – 4

Quadrante superior esquerdo – 2

Quadrante inferior direito – 4

Quadrante superior direito – 12

Metade superior – 2

Quadrante inferior esquer-do – 2

Quadrante superior es-querdo – 1

Quadrante inferior direito – 1 Metade superior – 1 Metade inferior – 2 Metade direita - 1 TEMA Variedades/cultura– 2 Político-institucional –2 Esportes – 3 Economia – 5 Violência/segurança – 7 Infraestrutura e meio ambi-ente – 2

Saúde – 3

Político-institucional –2 Economia – 1

Violência/segurança – 2 Infraestrutura e meio am-biente – 2

Educação - 1

AUTOR Release/texto de assessoria – 7

Sem assinatura (possível re-lease) – 9

Sem assinatura (possível texto de jornalista do DC) – 4

Jornalista – 4

Sem assinatura (possível release) – 3

Sem assinatura (possível texto de jornalista do JM) – 3

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:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 13 NÚMERO DE FONTES 0 – 13 1 – 8 2 – 2 5 – 1 0 – 2 1 – 4 2 – 2 Fonte: AUTORES, 2018

A hipótese da ocorrência de interagendamento, lançada no início da pesquisa, confirmou-se em parte. Apenas quatro acontecimentos foram noticiados por ambos os jornais em edições do mesmo dia, sendo que três deles resultaram em matérias produzi-das pelos jornalistas (Figuras 1, 2, 3). O quarto acontecimento coincidente chegou aos jornais via release, o qual foi publicado pelos dois veículos de comunicação (Figura 4).

Figura 1 – Feira tecnológica em Carambeí foi noticiada por ambos os jornais

Fonte: DIÁRIO DOS CAMPOS, Ponta Grossa, p. 5A, 21 set.2017; JORNAL DA MANHÃ, Ponta Gros-sa, p. 10, 21 set.2017.

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Fonte: DIÁRIO DOS CAMPOS, Ponta Grossa, p. 7A, 21 set.2017; JORNAL DA MANHÃ, Ponta Gros-sa, p. 10, 21 set.2017.

Figura 3 – Fuga de presos em Piraí do Sul foi noticiada por ambos os jornais

Fonte: DIÁRIO DOS CAMPOS, Ponta Grossa, p. 6A, 29 set.2017; JORNAL DA MANHÃ, Ponta Gros-sa, p. 8, 29 set.2017.

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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo 16º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo FIAM-FAAM / Anhembi Morumbi – São Paulo – Novembro de 2018

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Fonte: DIÁRIO DOS CAMPOS, Ponta Grossa, p. 5A, 7 a 9 out.2017; JORNAL DA MANHÃ, Ponta Grossa, p. 12, 7 a 9 out.2017.

5. Considerações Finais

A pesquisa aponta para um “não-agendamento” – ou ‘silenciamento’ – de as-suntos relativos à Região dos Campos Gerais, uma vez que a maior parte dos municí-pios não aparece nas páginas dos dois jornais durante o período analisado. Por outro lado, três municípios receberam espaço em ambos os veículos de comunicação: Castro, Carambeí e Piraí do Sul.

A análise revela que, pela amostra, o DC dedicou somente 12% do seu espaço noticioso para divulgar acontecimentos das cidades que ficam no entorno de Ponta Grossa e, além disso, selecionou e deu preferência a alguns (poucos) municípios. Embo-ra em sua publicação própria – o Anuário TerEmbo-ra de Riquezas – o jornal consideEmbo-ra 23 municípios como integrantes da Região dos Campos Gerais, apenas nove apareceram em suas páginas no período analisado. Além disso, a pesquisa aponta para uma prefe-rência para os municípios de Carambeí, Castro e Palmeira. Mesmo assim, nenhum deles foi citado em todas as cinco edições analisadas: cada um deles apareceu em quatro edi-ções, todavia, tiveram mais de uma matéria pelo menos em uma das publicações.

Outro número que chama a atenção na coleta é o volume de fontes consultadas e denominadas nas matérias. Dos 24 textos sobre a região, 13 não citam sequer uma

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16 fonte – mesmo aqueles produzidos por jornalistas da casa. Por outro lado, numa das reportagens sobre Carambeí aparecem cinco fontes – o maior número de todo o levan-tamento, incluindo as matérias sobre Ponta Grossa. Trata-se da matéria, acima citada, que abre o Caderno Agribusiness e que não possui chamada de capa. Outro fator a se ressaltar no quesito fontes é o tipo e a origem. Em sua maioria, são fontes lobistas, ou seja, pessoas ou grupos de interesse, e consideradas oficiais, isto é, representam entida-des públicas e privadas e que são consultadas por falarem em nome entida-dessas entidaentida-des. O que se pode chamar de promotores de notícia de acesso habitual (MOLOTCH e LES-TER, 1999).

O tema da maior parte das matérias sobre a região publicadas no DC é violên-cia/segurança. Entram nesse ‘grande’ tema registros de homicídios, afogamentos, aci-dentes, sistema prisional, investigações policiais, furtos e roubos. São assuntos que en-tram no que Shoemaker (2014) e Silva, M. P. (2014) consideram “desviantes”. O se-gundo tema mais abordado pelo DC ao mencionar a região é economia, no qual entram assuntos como agricultura e empreendedorismo e, dentro dos critérios de noticiabilidade sugeridos por Shoemaker (2014), são eventos significantes.

Além de notícias sobre Castro, Carambeí e Piraí do Sul, o JM também publi-cou, no período analisado, acontecimentos de Jaguariaíva e Telêmaco Borba. Ou seja, de um universo de 26 municípios da região – conforme o Anuário Caminhos dos

Cam-pos Gerais – o jornal abriu espaço para apenas um quatro deles.

Embora tenha espaço menor nas páginas, por ser berliner, as notícias sobre a região no JM receberam destaque: todas foram publicadas em forma de reportagem, sendo três delas com direito a foto e box. Não houve um tema que se sobressaiu e o vo-lume de notícias entre os quatro assuntos abordados foi equilibrado. As matérias sobre a região tinham cunho político-institucional, econômico, educacional, violência/segurança ou tratavam de infraestrutura e meio-ambiente.

A conclusão a que se chega diante desses resultados é que a regionalização edi-torial não faz parte da agenda midiática dos jornais impressos de Ponta Grossa (PR).

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Referências

AGNEZ, L. F.. A convergência digital na produção da notícia: reconfigurações na rotina produtiva dos jornais Tribuna do Norte e Extra. 2011. 166 páginas. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

CABRERA, A. Missão de paz em Timor: percurso de um pseudo-acontecimento. In: TRA-QUINA, N.; CABRERA, A., PONTE, C. et al (org.). O jornalismo português em análise de casos. Lisboa: Ed. Caminho, 2001.

HALL, S.; CHRITCHER, C; JEFFERSON, T. et al. A produção social das notícias: o mugging nos mídia. In: TRAQUINA, N. Jornalismo: questões, teorias e “estórias”. Lisboa: Veja, 1999, p. 309-341.

LUCINI, P. Terra de riquezas: desenvolvimento econômico: anuário socioeconômico dos Campos Gerais. Ponta Grossa: Prisma, 2017.

MCCOMBS, M. A teoria da agenda: a mídia e a opinião. (tradução de Jacques A. Wainberg). Petrópolis: Vozes, 2009.

MOLOTCH, H.; LESTER, M. As notícias como procedimento intencional: acerca do uso estra-tégico de acontecimentos de rotina, acidentes e escândalos. In: TRAQUINA, N. Jornalismo: questões, teorias e “estórias”. Lisboa: Veja, 1999, p. 61-81.

SILVA, G. Para pensar critérios de noticiabilidade. In: SILVA, G. SILVA, M. P.; FERNAN-DES, M. L. (org). Critérios de noticiabilidade: problemas conceituais e aplicações. Florianó-polis: Insular, 2014, p. 51-69.

SILVA, M. P. Perspectivas históricas da análise da noticiabilidade. In: SILVA, M. P. SILVA, G.; SILVA, M. P.; FERNANDES, M. L. Critérios de noticiabilidade: problemas conceituais e aplicações. Florianópolis: Insular, 2014, p. 25-38.

SHOEMAKER, P. Prefácio. In: SILVA, G.; SILVA, M. P.; FERNANDES, M. L. (org.) Crité-rios de noticiabilidade: problemas conceituais e aplicações. Florianópolis: Insular, 2014, p. 15-18.

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